𝟐𝟎. O peso da verdade

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ATENÇÃO:
Esse capítulo terá menções parciais e descritivas sobre suicídio. Usarei esse sinal '⚠️' para alertar o início e o fim do momento na leitura.

Para quem se sentir incomodado ou refletir como um gatilho, por favor, não se aflijam. Venho antecipadamente pedir desculpas caso isso aconteça.

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Natalie acordou de repente, sentindo os pulmões doerem com o seu despertar

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Natalie acordou de repente, sentindo os pulmões doerem com o seu despertar. A primeira coisa que notou foi a máscara de oxigênio contra as suas saídas respiratórias.

Com as pálpebras ainda lutando para fecharem, ela observou o local onde estava: um quarto bem iluminado e organizado, mas não foi capaz de reconhecê-lo. O ambiente era totalmente desconhecido aos seus olhos, exceto pelo apito quase inaudível das máquinas ao seu lado esquerdo que ela conhecia muito bem.

Todas as paredes tinham um tom branco, quase cinza. À sua direita, cortinas escondiam a paisagem por trás das enormes janelas. Na parede oposta a cama de casal em que ainda estava, uma cômoda de quatro gavetas, um pouco ao lado, uma poltrona de cor marrom e uma televisão desligada, presa a parede. Por alguns segundos desejou ligá-la, aquele silêncio era quase ensurdecedor.

Os bipes dos seus batimentos cardíacos se tornaram curtos e desregulados devido o aumento da frequência. Ela sentiu isso em peito também, e só pareceu piorar quando lembrou das chamas engolindo o corredor do hospital. E os gritos de Olívia.

Um barulho repentino desviou sua atenção para a porta. O ranger das dobradiças devoradas pelo tempo e os passos fundos que ela reconheceu, assim como a mulher que entrou no cômodo com um sorriso receptivo.

— Onde está Olívia? — com cuidado, Natalie puxou o suporte de oxigênio da própria face.

— Bom dia, bela adormecida — Maria sorria enquanto checava alguns monitores — Na verdade, boa noite.

Sem dar a mínima atenção, ela questionou novamente.

— Onde está Olívia?

— Dormindo lindamente no quarto ao lado.

— Ela está bem?

— Perfeitamente bem. Só cansada por causa do jetlag — Natalie estreitou os olhos, desconfiada.

Jetlag?

Maria a encarou mas não a respondeu. Natalie sentia um peso estranho e desconhecido sobre o peito. A olhou fixamente, sendo impossível esconder o pânico em suas feições.

— Está sentindo alguma dor? — ela ponderou por alguns instantes mas negou com a cabeça, ainda atordoada — Me ajude agora, ok?

Com todo o cuidado, Maria ajeitou alguns travesseiros na cabeceira e ajudou a amiga a se acomodar com as costas contra a cabeceira acolchoada. Natalie a observou alcançar um estetoscópio na mesa de cabeceira, encaixar as olivas auriculares nos ouvidos e encostar a diafragma sobre suas costas para auscultar seus pulmões.

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