𝟓. Lavanderia

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Quando Natalie chegou em seu apartamento após um plantão de trinta e seis horas, sentiu o peso do cansaço sobre os ombros

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Quando Natalie chegou em seu apartamento após um plantão de trinta e seis horas, sentiu o peso do cansaço sobre os ombros. Além do turno corrido com duas cirurgias extras em sua agenda, ainda se deparou com o pneu do seu carro furado, o que retardou a ida para casa por umas três horas, até o guincho do seguro chegar no local.

Se livrou dos saltos e do sobretudo, deixando a peça pendurada no cabideiro junto com a bolsa. Contemplou o toque gélido do piso sob a sola dos seus pés e desfez o coque desgrenhado que elaborou nos fios ruivos antes de sair do hospital. Tinha sido um dia cheio.

— Perdeu o caminho de casa? — Yelena ironizou, fechando a geladeira após pegar uma garrafa de água.

— O pneu do carro furou — se jogou no sofá, fechando os olhos por uns instantes — Precisei esperar a seguradora retirar o carro do estacionamento.

— Furou no estacionamento?

— Não sei — tentou não se incomodar com aquilo.

— Que azar... — ela murmurou enquanto despejava a água no copo.

— Onde está Olívia?

— Brincando com as bonecas no quarto.

— Ok... ela aprontou algo hoje?

— Só abriu a banheira durante o banho e inundou todo o banheiro — Natalie sorriu — Se o vizinho do andar de baixo reclamar de infiltração, você já sabe o motivo.

— Ficarei atenta.

— Ela falou o dia todo sobre um tal de tio Frank. Sabe dizer se é um novo professor da escolinha? — Yelena zombou, roubando um rolar de olhos da chefe.

— Não sei porquê, mas ela adora o vizinho novo. Ela até insistiu de darmos carona para ele anteontem, quando o encontrávamos na garagem.

— Ele ganhou sua filha pelo estômago com aquela torta de chocolate — Natalie assentiu, concordando — Por que a carona?

— O carro dele não queria funcionar — Lena murmurou um "hummmm".

— E você o deixou no trabalho?

— Foi o mínimo.

— Olha só como estamos... — Natalie percebeu o tom malicioso no tom de voz da mais nova.

— Não começa, Yelena. Foi só uma carona.

— Sei... está ciente que hoje é quarta, né? — ela esvaziou o copo, deixando no interior da pia.

— E?

— Dia de lavar roupa — Natalie bufou, indignada — Eu até poderia fazer isso, mas estou proibida desde quando deixei o seu jaleco rosa.

— Continue assim, bem longe das minhas roupas.

— Preciso ir. Tenho prova amanhã de manhã e ainda vou revisar algumas anotações — Lena se aproximou, pegando na mão da chefe sobre o encosto do sofá.

RUN with ME | romanogersWhere stories live. Discover now