Foi uma péssima noite, e talvez a palavra péssima ainda fosse uma sutileza para se referir a solidão que se alastrava dentro daquele apartamento.Não era uma sensação estranha para Natalie; aquele vazio e o ar pesado pairando ao redor de si, sendo arrastada às profundezas de um lugar que ela não pertencia mais. Ou ao menos não queria pertencer.
Ela conhecia bem a solidão; foi a sua companheira nos últimos anos e Natalie até chegou a achar que aquela amizade tinha sido desfeita, mas lá estava ela novamente, flertando com a velha amiga.
Quando Frank deu as costas e o impacto da porta ecoou por todo o apartamento, ela não soube exatamente o que fazer. Por longos e duros minutos, manteve-se de pé, agarrada ao próprio roupão porém com as mãos completamente atadas.
Um misto de confusão e abandono submergiu contra seus ombros de uma forma irredutível, e só assim, Natalie conseguiu caminhar até a borda da cama e sentar sobre o colchão. Estava tão anestesiada que até as suas próprias sinapses estavam lentas, algo cientificamente impossível. Sua mente, a todo custo, buscava por algo que pudesse indicar o motivo de Frank decidir não se entregar.
Ela estava decidida a fazer aquilo naquela noite; a se entregar.
Natalie nunca foi uma mulher sentimentalista; podia contar nos dedos – utilizando apenas uma mão – os homens que se destacaram em sua vida. John foi o que mais arrebatou o seu coração e Olívia era a prova viva disso, mas antes dele, existiram apenas meras paixões, que vieram facilmente e foram embora da mesma maneira. Ainda assim, ele demorou em torno de um ano inteiro para conquista-la, talvez em decorrência da guerra.
Mas quando se tratava de Frank... Natalie não sabia explicar a evolução daquilo que eles tinham e que não parava de crescer. Era como se o tempo agisse diferente quando estavam juntos. Três meses parecia tão pouco e ao mesmo tempo uma eternidade. O suficiente para desabrochar um caos de sentimentos nela.
Estava tão acostumada com o contato que eles tinham, com o carinho que criaram um pelo outro, que assisti-lo partir foi como ser apunhalada pela adaga mais afiada, dilacerando-a por inteiro, junto com a culpa de ter magoado alguém que se tornou importante.
Parecia que o escritor da sua vida tinha irrisoriamente apertado o volume de intensidade em tudo que ela sentia.
Natalie quis convencê-lo a ficar; provar que, aquela noite, a companhia dele era essencial, mas a aflição que fluía dos olhos celestiais de Frank foi o suficiente para calá-la. Teve medo de estragar ainda mais o que poderia estar se rompendo sem ela ao menos notar.
Nem a chegada de Olívia no dia seguinte, contente com os vários presentes acumulados pela sala de estar ou quando levou a filha em seu restaurante favorito para almoçarem juntas, foi o suficiente para distrai-la das teorias invasivas de compreender o que levou Frank a dar as costas, sem ao menos deixar uma justificativa.
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RUN with ME | romanogers
FanfictionCORRA COMIGO | ROMANOGERS Ex-capitão do 107º Regimento de Infantaria, Steven Rogers segue uma rotina pacata na CIA até que uma ligação muda totalmente a sua vida. Designado à proteger a filha do candidato a presidente do país, ele se vê perdido quan...