𝟑𝟐. Novo rumo

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A pequena grande cidade de Oslo poderia ser demais para qualquer um suportar

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A pequena grande cidade de Oslo poderia ser demais para qualquer um suportar. No horizonte, os andaimes e guindastes sinalizavam que a cidade ainda se expandia; edifícios modernos em contraste com a cultura se erguiam em direção ao céu ainda tomado de estrelas que se recusavam a sumir, afinal o amanhecer apenas despontaria após às oito da manhã. Praças e avenidas com a mais pura essência medieval a cada quarteirão percorrido; em locais onde a circulação de carros tinha sido proibida de forma definitiva, poucas pessoas circulavam a pé ou em suas bicicletas. Poucos estabelecimentos estavam abertos, apenas aqueles que funcionavam durante vinte quatro horas, como caixas eletrônicos e algumas farmácias e pequenos restaurantes.

Natasha só lembrou da possibilidade de estar com fome quando o cheiro de batatas fritas fez o seu estômago roncar ao passar em frente a uma loja que parecia vender fast-food.

Enquanto avançavam o centro de Oslo, Natasha percebia que seus arredores possuíam detalhes diferentes. Em comparação a estupenda arquitetura que atraía turistas de todo o globo, as ruas estreitas e cinzentas pareciam-se mais com um livro esquecido no fundo de um baú, as páginas gastas e rasgadas de uma história que não valia mais a pena ser lido. Os paralelepípedos que encobriam todo o solo estavam gastos e sem pretensão de restauração; os olhares furtivos e gélidos dos cidadãos enquanto passavam pelas calçadas a fizeram estremecer dentro do seu próprio casulo, como se estivesse estampado em sua testa toda a história caótica que ainda estava vivendo, ansiando cada vez mais por um lugar quente e seguro.

Os passos de Maria a levaram para uma viela imunda e odorosa; resquícios de lixo orgânico e caixas de papelão rasgadas e espalhadas em um canto sendo a origem daquela bagunça, além de roupas erguidas em linhas de nylon como varais, que iam de uma parede a outra, ainda que não houvesse uma abertura natural que as mantivesse perto de raios solares.

Ao final do beco, um edifício de cinco andares em ruínas era o destino final; o silêncio tão doloroso que nem mesmo os passos pesados de Bucky atrás de Natasha eram capazes de tranquiliza-lá. O portão grande e deteriorado pelo tétano rangeu alto quando Maria empurrou a estrutura, ecoando por todo o ambiente. Pelo ruído de janelas sendo arrastadas em seus trilhos, não era preciso checar sobre o ombro para encontrar os vizinhos espiando de seus apartamentos arcaicos. Natasha sabia que eles estavam lá para fofocarem entre si durante a semana ociosa e monótona sobre os novos visitantes.

O gemido de Bucky a trouxe de volta, o nervosismo sendo substituído pela preocupação. Ela sabia que tinha feito um trabalho relativamente bom no túnel ao sutura-lo, ainda que tivesse pouca luminescência para averiguar a perfuração em seu abdômen com certa dignidade, mas comparando os últimos eventos, suas mãos já costuraram soldados nas penumbras de uma mísera lamparina, então reconhecia que Bucky ficaria bem. Ela se certificaria pessoalmente disso.

Com isso, Natasha fez uma anotação mental para reavaliar o curativo improvisado e recorrer a um anti-inflamatório por precaução.

RUN with ME | romanogersWhere stories live. Discover now