𝟐𝟖. Sobrevivência

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— Natasha? — com a mão trêmula, Steve pressionou o comunicador em seu ouvido à espera de qualquer sinal milagroso, mas a linha continuava silenciosa

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— Natasha? — com a mão trêmula, Steve pressionou o comunicador em seu ouvido à espera de qualquer sinal milagroso, mas a linha continuava silenciosa.

A imagem de Natasha sumindo na escuridão se repetia em loop em sua mente, torturando todos os seus músculos e descompassando os batimentos cardíacos a ponto do seu peito latejar de desespero por não conseguir alcançá-la; os dedos ainda com a sensação de culpa. O pânico presente nos olhos esverdeados ao perceber o que iria acontecer, a dor mastigando seu peito por falhar em mantê-la segura.

Ele não conseguiu salva-la.

Deveria ter em torno de quarenta metros até a margem do rio e o nível da água estava alto, o que impossibilitaria uma queda brusca até o fundo. Havia uma porcentagem irrisória de algo ruim acontecer mas se Natasha soubesse nadar, existia a possibilidade dela sobreviver a queda e ser arrastada pela correnteza até o raso.

Ele precisava confiar naquela teoria. Não havia mais nada a que se agarrar além daquela probabilidade.

Steve encostou no carro ainda pendurado na beira da ponte, na tentativa de regular o fluxo de oxigênio em seus pulmões e se manter invisível aos homens que ainda atiravam em sua direção. Ele não seria capaz de sair vitorioso em um combate corpo a corpo com seis pessoas simultaneamente e o carregador da pistola tinha apenas quatro projéteis. Não havia nenhum plano que não parecesse suicida.

Então, reagindo puramente à adrenalina, Steve prendeu a arma no coldre, deu dois passos para trás e pulou sobre a balaustrada da ponte, mergulhando de cabeça contra o rio.

Todos os seus ossos doeram com o choque da água extremamente congelante da Noruega enquanto era empurrado pela correnteza. A cabeça dele emergiu e os pulmões buscaram urgentemente por oxigênio. Se não fosse pela situação, o choque contra a água gelada poderia tê-lo lançado em um ataque de pânico, mas ele manteve o foco em seu único objetivo: encontrar Natasha.

A primeira coisa que colidiu foi com o céu estrelado, agradecendo mentalmente por não haver sinais de uma futura tempestade, semelhante a da noite passada. No entanto, mesmo com a lua apontando entre as estrelas, como uma espécie natural de farol, tudo ao seu redor ainda era escuridão.

Após se ver distante da ponte, Steve usou cada grama de sua força para mover o corpo através do rio, o frio ardente entorpecendo seu corpo, os pulmões em chamas. Em meio a escuridão, ele tentou encontrar algum vestígio de Natasha, mas foi em vão.

A alguns metros de distância, ele avistou às margens do rio através da penumbra e com muita dificuldade, se pôs a nadar até lá. Não demorou muito para finalmente estar em terra novamente, jogando-se sobre os cascalhos enquanto regulava a respiração causada pelo cansaço de remar contra a correnteza e o frio congelante.

Por alguns segundos, Steve encarou a lua crescente enquanto sentia o corpo tremer sob a baixíssima temperatura. Chegou a pensar que era uma bela noite para morrer, mas reuniu o restante de suas forças para erguer o corpo e analisar o local onde estava. A floresta, que vestia mais de 30% do país, estava há alguns metros de distância. Os altos pinheiros começavam logo após a faixa de pequenos cascalhos que cobriam toda a margem do rio.

RUN with ME | romanogersWhere stories live. Discover now