Sombra

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Dois dias depois.

Amélia estava distante, e isso me deixava puto para um caralho. Bom, mas isso era óbvio devido aos acontecimentos, e mesmo assim eu não me contentava em tê-la tão distante de mim.

Mas ela escondia algo, suas unhas roídas não a deixavam mentir, muito menos a sua perna que balançavam para lá e para cá. E por algum motivo, ela se recusava a me encarar.

―Você vai me dizer o que há de errado, Amélia? ―Tateei os lábios me endireitando na poltrona do avião, já farto dessa porra.

―Não estou escondendo nada. ―Seus olhos continuavam na janela do avião, sem me encarar.

A peguei mentindo no pulo.

―Mas eu não citei que você estava escondendo algo, Amélia.―Ergui as sobrancelhas, entregando que eu sabia que ela escondia alguma coisa e que eu iria descobrir. Por mais que os acontecimentos não tivesse ajudado, eu odiava vê-la assim.

Ela parou, pensando, antes de murmurar. ―Mesmo assim, não escondo nada e não há nada de errado.

―Olhe para mim. ― Ordenei ríspido, queria ver de perto a mentira em seus olhos. Parecia estar em uma batalha entre olhar e não olhar. ― Eu não vou te machucar. Olhe para mim. ―Pedi novamente, minha voz ficando cada vez mais baixa. Que porra há de errado com ela?


Silêncio.

―Amélia, me diga o que diabos há de errado. Eu resolvo o que quer que seja.

―Não há nada de errado, Apólo. Que saco. ―Ela travou a mandíbula se recusando a me olhar.

Suspirei fechando os olhos tentando manter a calma.

―Por que não para de agir como criança mimada e me diz logo? ―Me desecostei do banco, para conseguir ficar mais perto dela.

―Não faz nem uma duas semanas que o vi matando o meu pai e quer que eu haja normal? ―Soltei uma risada desacreditado.

―Na floresta você não estava preocupada com isso. ―Olhei para ela querendo força-la a me olhar. ―Além do mais, eu não o matei.

―Ah, não? ― Consegui ver mordendo a bochecha com sarcasmo.― Mas tenho certeza que com outros sim. ―Murmurou para si a última parte.

Meu sorriso se formou, e eu sabia exatamente onde havia errado. Porra, havia me esquecido que me mostrei a ela no jantar e na floresta, pois a câmera estava ali e qualquer um com neurônios saberia o que significava. ―De qualquer forma, lide com isso como quiser. Longe de mim é que você não vai ficar.

Terrorism.Where stories live. Discover now