Memórias

6K 607 241
                                    

Muitos acham que Apólo e eu nos conhecemos no teatro naquele dia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Muitos acham que Apólo e eu nos conhecemos no teatro naquele dia.

De fato, mas não é o que a minha história e a do meu pai diz.

A história do meu pai está conturbada.

Perturbada

E sombria.

Está tão suja que nem mesmo Apólo e eu estávamos entendendo. Depois de dois dias acorrentada num porão só saindo para fazer necessidades, eu cheguei a conclusão que

Eu não me conheço.

Sou uma desconhecida.

Em quem devo confiar?

Na garota que está comigo desde sempre, mas ainda sim, é uma completa desconhecida

Ou num cara que só me trouxe sofrimentos

Mas por quê?

O que eu fiz?

Ou melhor

O que fizemos?

As perguntas estão piores do que quando eu sentei numa cafeteria após o ballet para descansar e vi uma silhueta bem na minha frente.

Eu simplesmente não conseguia ver o seu rosto, ou não me lembará do seu rosto.

Eu era nova.

Em torno de treze anos.

Havia esquecido completamente desse acontecimento. Até anteontem, quando papai me enforcou com a porra de uma corrente de ferro e eu cheguei perto da morte, igual naquele dia.

A mesma que a silhueta me enforcou naquela vez. Devido ao trauma, eu esqueci disto. O médico falou que foi algo pós traumático que provavelmente, eu não me lembraria daqui há alguns anos.

E de fato aconteceu.

Mesmo assim, quando a corrente foi em meu pescoço, eu me lembrei daquele dia e das palavras sussuradas em meu ouvido.

"O segredo morrerá com você.".

Também quando fui internada por oferecer risco a minha vida, me consultei com uma psicóloga, eu implorei para ela me ajudar a esquecer tudo o que havia de ruim, ou superar.

E assim ela fez. Fizemos milhares de sessões de terapia, até eu conseguir superar.

Mas as memórias se desencadearam.

Terrorism.Onde histórias criam vida. Descubra agora