Encrencada.

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―O pior é que eu quero ir, Biasi

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―O pior é que eu quero ir, Biasi. ―Choraminguei  passando a mão pelo cabelo.

―Eu sempre soube que você gosta do errado. ―Brincou com seu típico humor.―Mas falando sério, é só um jantar, não tem nada. ―Deu de ombros, limpando o canto da unha suja de esmalte.

―Mas é um jantar com ele. ―Resmunguei, já irritada com minha roupa.

―E daí? Transa com ele e pronto, você precisa. ―Soltou uma risada, me fitando de cima abaixo.

―Não é assim que funciona. ―Descontentei, novamente com o minha roupa.

Quem eu queria enganar?

―Gata, nem uma transadinha na sua vida toda? Está com teia de aranha. ―Brincou. Biasi sempre que podia tirava sarro de mim sobre eu ser uma virgem, ambas sempre caímos na gargalhada. ―E pare de mexer na roupa, está ótima.

―Está errado, eu não vou fazer isso. Além do mais eu não quero. ―Peguei um pincel e esfumei a cor preta na pálpebra, desatenta a ela.

―E nas duas vezes? ―Ela ergueu uma sobrancelha.

Virei e joguei um outro pincel nela. ―Foi um erro. Não acontecerá mais. ―Joguei o cabelo para trás dos ombros, deixando todo o meu rosto exposto.

―Você é uma péssima mentirosa. ―Ela levantou, quando eu sentei na cadeira para ela pentear meus cabelos, como costume.

Passou a escova gentilmente pelos meus fios e falou. ―Fingindo que não quer transar com ele, mas tudo o que quer é isso.

―É diferente, Biasi. Eu não sei explicar, mas não quero transar com ele. ―Resmunguei, me olhando no espelho enquanto Bia continuava a acariciar meus cabelo.

―Então como explica no resort? ―Ela questiona em uma pergunta retórica.

―Eu estava carente. Só isso. ―Me ajeitei na cadeira, fechando os olhos e suspirando. ―Minha primeira vez nunca será com ele. Além do mais...―Entreguei. ―Apólo é bruto, cruel e irritante, acabaria me machucando. ―E meu lado idiota gostaria, só que nem morta admitiria isso.

―Só siga seu coração e não deixe ele te machucar, abelhinha. ―Ela beijou minha bochecha, usando o apelido que ela e mamãe usava comigo.

―Não vou deixar. ―Murmurei passando o dedo indicador pelo nariz.

Gelei no momento em que minha cabeça virou numa velocidade absurda, enquanto meus olhos se arregalaram quando escutei a voz familiar: ―Não vou machuca-la de um jeito ruim.

Me embolei toda tentando formular uma palavra mas nada saía e tudo o que eu fazia era gaguejar e ele parecia estar se divertindo.

―Jorge, quero falar com abelhinha a sós. ―Ele usou o apelido, comprovando que ele havia escutado a conversa toda. Sabia que ele usou o apelido apenas para me irritar.

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