Cruzeiro

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PARTE 1: Descensus Christi ad Inferos.

Subi as escadas do cruzeiro assim que o segurança me liberou após o revistamento

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Subi as escadas do cruzeiro assim que o segurança me liberou após o revistamento.
Girei o corpo olhando tudo ao redor, aguardando meu pai também ser liberado para que enfim, eu pudesse descansar na suíte exageradamente que meu pai alugou por pelo menos, um mês. Um mês de tortura.

Era tão... tão, exagerado tudo isso.

Na verdade, pra mim não é exagero, só estou colocando defeito em tudo apenas para que eu convença a mim mesma de ir embora, para que assim, eu convença a meu pai de me levar embora e acabar com essas férias idiotas. Sinceramente, não daria em absolutamente nada. Nossa relação iria de mal a pior.

Porém, meu pai parece a porra de uma criança. Não faça a suas vontades e o veja surtar com você e te dar tratamento de silêncio pelo resto da semana. E eu odiava desaponta-lo.

Ele foi liberado do revistamento, caminhou até mim sorrindo e subimos rumo a recepção pelas escadas rolante, em silêncio.

―Então, como foi lá no balé? ―Ele perguntou, quebrando o silêncio que sabia que estava me deixando desconfortável. Qual é, Amélia, dá uma chance, ele está tentando ser melhor.

Suspirei enquanto viramos o corredor rumo a recepção. Era tudo, fantástico, todo em vidro dourado, chique demais. ―O Nate foi chato algumas vezes mas foi ótimo. ―Passei no teatro para averiguar a dança novamente antes de vir para essa idiotice. Nate é o meu parceiro de dança exigente até demais e chato, para ele eu não posso errar um passo, o que não é comum, mas quando acontece é motivo de briga entre ele e eu.

O que eu não contei a meu pai foi que no teatro eu me senti mais ainda observada, me desconcentrei algumas vezes por isso. De qualquer forma, do que adiantaria se eu o contasse? Ele diria que eu estava louca novamente.

Entramos na parte da recepção voltando ao nosso conforto que era o silêncio. Quando dei de cara com a recpecionista, olhei com desgosto após ela mostrar praticamente todos os seus dentes para meu pai e ele flertar com ela descaradamente, assim tão rápido. E o pior, ele retribuir.

Ele é tão nojento.

―Gostaria de saber se você vai me dar a porra do cartão ou vai continuar flertando com ele.―Disse, furiosa avançando para pegar o meu cartão de sua mão. Dei um sorriso irônico para ela e me virei para ir rumo a meu quarto

―Nos vemos mais tarde? ―Fils de pute.¹ Minha vontade era de me virar e o mandar ir se foder, mas apenas continuei caminhando calmamente.

Cheguei na parte dos cem, o meu quarto era o cento e oito, assim que cheguei, soltei minha mala e coloquei o cartão na porta. E, acesso negado era só o que me faltava, além das dores nas costas e a enxaqueca começando a dar as caras.

Terrorism.Where stories live. Discover now