4: I Am A Father

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New York - EUA

P.O.V Sofya 09:34 a.m.

A mulher me encarava com uma expressão desconfiada e eu tava azul de nervosa. Caralho, o que eu ia falar agora? Mas não foi em vão que quando criança eu fazia aula de teatro pra futuramente, como eu sonhava, ser uma atriz e ali era a hora perfeita pra pôr em prática o que eu sonhava em ser.

Respirei fundo, recuperando o foco e abrir um sorriso enorme, olhando pro Jack no chão.

— Então você mora sozinha? — Ela fala, irônica e a mão coçou pra voar na lateral do rosto dela, mas precisava me conter.

— Sim. — Sigo mentindo e ela cruza os braços.

— E de quem é esse bebê? — Arqueo as sobrancelhas e olho pra baixo, vendo o Jack me olhar e mostrando os dois únicos dentinhos.

— É meu irmão mais novo. Filho do meu pai. Lindo, não é? — Falo com tanta seriedade e ela concorda, como se acreditasse, apesar de eu não acreditar nenhum pouco no motivo da sua vinda até aqui ser esse.

— Então não tem família? — Ela ironiza e arregalo os olhos, cacete.

— Bem... — Dou um pigarro, limpando a garganta. — É complicado, sabe? A minha relação com as pessoas que me criaram, por isso não as considero família minha. — Ela concorda, e dá um sorriso amarelo.

— Ok. Bem, que pena você não querer me ajudar, eu iria ganhar uma excelente nota. — Ela fala, fazendo uma expressão triste e forço um sorriso.

— Em Manhattan há 12 quadras daqui, você vai encontrar pessoas que irão te ajudar com todo o coração. Dá uma passadinha lá, irá encontrar o que você quer. — Debocho, e ela apenas me olha com um olhar frio, o que me causa certo medo.

Não falou mais nada, apenas me fuzilou por alguns segundos, deu as costas e foi embora.

— Neném. — Ouço o Jack falar e olho pra baixo, vendo ele quase saindo da porta e o peguei no colo.

— Você ferrou com a gente, Jack. A sua mãe vai me matar. — Dei uma bronca nele e entramos de volta, fechando a porta em seguida. — Vai brincar. — Coloco ele no chão perto dos seus brinquedos e respiro fundo, preocupada.

Não gostei disso, não me pareceu ser algo normal, mas mesmo assim não vou falar pra Sina, ela será capaz de quebrar o meu pescoço? É sim, ainda mais quando pediu pra não atendermos estranhos.

— Tá tá tá tá tá. — Vejo o Jack brincando e lembro do professor Girafales, quando ele faz tá tá tá tá tá dando bronca nos personagens do Chaves.

P.O.V Sina 11:30 a.m.

Assim que chego em casa, dou de cara com a Sofya sentada no sofá fitando o chão atentamente, enquanto o Jack brincava sobre o tapete. Ela estava séria, com uma expressão preocupada e fiquei curiosa, por isso fui sujeita a perguntar.

— Tudo bem, Sofya? — Ela segue olhando pro chão e enrugo a testa, me aproximando dela e balanço a mão na sua frente, querendo sua atenção, pois não funcionou muito bem. — Sofya! — Falo mais alto e agora ela me olha, piscando os olhos algumas vezes e rir com humor.

— Oi?

— Oi? Tudo bem? — Pergunto, e ela engole em seco, ficando de pé e concorda.

— Si-sim, tá sim. Tá tudo bem sim.

— Ah sim... Já deu comida pra ele? — Pergunto, pegando o Jack no colo e beijo o seu rosto.

— Não, ainda não. — Enrugo a testa e olho a hora no meu relógio. Já era hora.

Checkers Of Traffic | NoartWhere stories live. Discover now