Checkers Of Traffic | Noart

8: In The Face Of The Enemy Mafia

P.O.V Joalin 20:23 p.m.

— Festa? — Pergunto e surto animada, enquanto preparo um cigarro pra mim.

— Na verdade é um pega. Vai ser às 21h numa área restrita do organizador. Já conseguir as entradas pra gente, vocês vão correr? — O Vinnie pergunta e eu seguro o cigarro entre o indicador e o dedo do meio, levando a minha boca.

— Eu não sei, mas acho que a Sofya vai, sabe como ela é. — Falo, rindo e inalo a fumaça do cigarro pra dentro, me dirigindo até o sofá da sala.

— Ok, então às 21h eu passo aí e a gente vai juntos, beleza?

— Claro, até daqui a pouco. — Ele finaliza a ligação e encolho meus joelhos no sofá, apoiando o braço esquerdo sobre o meu joelho, levando a mão do cigarro até a minha boca.

Olho em direção a porta do escritório e vejo que ainda está fechada, com certeza a Sina ainda está lá dentro, montando o plano que iremos usar contra o filho da puta do Alexandre Fuller.

— Joalin. — A Sofya fala e chega na sala.

— Fala.

— Hoje à noite vamos sair? Eu tô cansada de ficar o tempo todo nessa casa. — Ela fala e rio, soltando a fumaça pra cima.

— O Vinnie acabou de me ligar, mandou avisar que hoje à noite iremos a um pega. — Falo e a Sofya surta, sorrindo e dá um pulo.

— Que ótimo, ainda bem. Eu tô cansada de ficar aqui sem ter nada pra fazer. — Rio pelo nariz e inalo a fumaça mais uma vez. — Tudo bem, Joalin? — A Sofya pergunta e se aproxima de mim.

— Sim.

— Parece preocupada. — Ela fala e vai até a prateleira com bebidas, enchendo dois copos com vodka.

— Não... é que a Sina tá o dia todo dentro do escritório... não saiu pra comer nada, amanheceu o dia aí dentro e já são 20h da noite e ela continua lá. — Falo um pouco nervosa e a Sofya volta até mim, me dando o copinho com vodka.

— Vamos chamá-la? — Ela sugere.

— Sabe que ela não gosta de ser interrompida. Então não, deixa ela. — Falo normal e a Sofya respira fundo, me olhando nos olhos.

— Joalin...

— Oi.

— Não acha... que a Sina tá ficando obsessiva por isso?

— Não acho, ela já tá obsessiva por isso. Nada é capaz de pará-la agora.

— Eu sei que temos vivido num mundo cruel por mais de 10 anos, mas acho que isso tá bom de parar. Matar o verdadeiro assassino do nosso pai, não vai trazê-lo de volta e eu tenho certeza plena, que onde quer que ele esteja agora... ele não está aprovando nada disso que temos feito nos últimos anos. — A Sofya fala e sinto um aperto no peito, fazendo minha consciência pensar um pouco em relação a isso.

— Eu sei que não, Sofya... mas já estamos nisso e não temos saída.

— Não tô falando em sair do mundo do crime e sim em desistir dessa vingança de matar esse cara. Eu juro, Joalin, esse cara me assusta e pela forma como o Marco falou ontem, eu tenho certeza que se o Alexandre souber de alguma coisa, é capaz de matar a gente.

— A gente trabalha sempre com perfeição, Sofya, não precisa temer.

— Eu sei que sim, mas a gente nunca teve uma luta, como essa que estamos prestes a entrar... A gente já roubou bancos, várias outras coisas, já colocamos e desviamos carregamentos de drogas, já participamos do mercado negro, mas nunca... nunca nos envolvimos com homens extremamente perigosos e esse Alexandre Fuller é um mafioso muito perigoso. — A Sofya fala assustada e sinto um frio subir na minha espinha.