44: The Sober Truth

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Atlanta - GA

P.O.V Joalin 08:47 a.m.

A Sofya não parava de rir, falando com o Alex pelo celular e eu fitava o chão da sala pensando no filho que estava crescendo dentro de mim.

Eu não o quero, seja filho do Bailey ou do Vinnie, eu não o quero porque não sei como ser mãe. A Sina sim, ela sabe ser uma excelente mãe, pois sempre cuidou de mim e da Sofya juntas, mas eu? Uma retardada que não leva nada a sério na vida? Não tenho coragem... E também não quero o colocar no mundo e não cuidá-lo.

Travo o maxilar, pensando no quão sério isso é e no quanto vai se agravar se eu não agir o mais rápido possível. Meus olhos se marejaram em lágrimas o mais rápido possível e a minha cabeça começou a gritar feito uma louca dentro de mim, me obrigando a colocar as mãos nos ouvidos e sem controle algum, começo a chorar sem parar ali naquele sofá, enquanto me mantinha sentada com os joelhos encolhidos sobre ele.

— Ai, Alex. Eu te amo é sério. — Ouço a Sofya falar e nego a cabeça, enquanto meus olhos derramam lágrimas sem parar. — Nada de sexo ainda, seu safado. — Ela fala, rindo e me sento no sofá rapidamente, batendo por reflexo o olho na mesa com bebidas e engulo em seco, me levantando e vou até lá, pegando um dos litros de bebida e encho um dos copos que havia ali em cima, tomando todo de uma vez só.

Passo a mão na boca, enquanto choro e encho mais uma vez o copo com whisky, passando pra dentro de uma vez só, quando sinto arrebatarem o litro com toda a força das minhas mãos.

— Joalin? — A Sofya fala, e a olho com os olhos cheios de lágrimas, enquanto sinto meu estômago arder devido as doses fortes de álcool. — Mana, o que você tem? — Ela pergunta, e balanço a cabeça, abrindo a gaveta da mesa com bebidas e pego uma caixa de cigarros, tentando abrir, mas a Sofya toma das minhas mãos e joga no chão. — Joalin, calma. Mana, olha pra mim. — Ela me chama e sigo chorando, enquanto sinto meu corpo tremer de nervosismo. — O quê foi? — Passo as mãos na cabeça e me afasto dela, se aproximando da parede.

— Eu...

— Calma, mana. Tá tudo bem... Fica calma. — Ela se aproxima calmamente e respiro alto, sentindo meu peito ofegante. — Me fala... O que tá acontecendo com você?

— Eu quero morrer, Sofya. Eu quero morrer ou matar o feto que está dentro de mim. — Falo, nervosa e ela arregala os olhos.

— O quê? Joalin? Você ficou maluca?

— Sofya, eu não sirvo pra isso. Eu não sei o que é ter responsabilidade.

— Aprende. — Ela fala, de maneira neutra. — Você vai aprender a ter, é uma obrigação sua.

— Não, Sofya, eu não quero estragar a minha vida. Eu não quero me responsabilizar por ninguém. — Sigo falando, e a decepção na sua expressão é nítida, mas eu não podia negar pra mim, não podia negar pra mim mesma o que eu estava sentindo.

Eu não queria aquele bebê, não queria de maneira alguma.

— Joalin, calma...

— NÃO SOFYA! — Grito, chorando extremamente desesperada. — EU NÃO VOU FAZER ISSO. EU NÃO QUERO ESSA CRIANÇA, EU NÃO QUERO ESSE BEBÊ. ISSO NÃO SERVE PRA MIM.

— ISSO É CONSEQUÊNCIAS DOS SEUS ERROS E VOCÊ VAI TER QUE LIDAR QUERENDO OU NÃO. — Ela grita de volta e dessa vez me empurra forte contra a parede, prendendo meus braços contra ela. — Joalin, isso foi culpa sua.

— EU SEI QUE FOI, PORRA. MAS EU NÃO QUERO ISSO, É DIFÍCIL DE ACEITAR A MINHA DECISÃO?

— É SIM, PORQUE VOCÊ TÁ TENTANDO MATAR ALGUÉM QUE NÃO PEDIU PRA VIR AO MUNDO, QUE NEM SEQUER TALVEZ PENSOU NA POSSIBILIDADE DE TER COMO MÃE. — Ela cospe isso na minha cara e engulo em seco. — Mana... É um bebezinho, um ser humano indefeso. Não tem culpa de nada.

Checkers Of Traffic | NoartWhere stories live. Discover now