36: Repping Deeply

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Atlanta - GA

P.O.V Sina 08:24 a.m.

Era uma imagem atrativa de se admirar. O peito subia e descia, de acordo com a sua respiração, o barulho baixo dela, a expressão inocente e indefesa, o nariz em um formato lindo, o qual eu já tinha reparado inúmeras vezes, assim como os lábios bem desenhados, que davam o ponto perfeito pra formação do seu rosto, tudo aquilo havia se tornado um fetiche pra mim, o fetiche que nunca fui capaz de admitir pra mim mesma.

Onde eu cheguei...

Desci meu olhar pelo seu peitoral desnudo e admirei cada tatuagem que havia ali, assim como admirei as que seus fortes braços possuíam.

Reparei no tom queimado do seu cabelo e os fios assanhados para cima, o deixando com o físico mais atraente que o comum, pois era uma beleza natural surreal.

Me peguei dando um pequeno sorriso de canto, enquanto o observava dormir, pois era uma imagem fascinante pra mim, principalmente por nunca ter dividido uma cama com alguém, inclusive com um homem.

Ele se mexeu e levei meu olhar até a sua face, o vendo despertar, enrugando a testa ao me olhar e se ergueu na cama, com ambos braços o apoiando.

— Oi... — Falo, e ele aperta os olhos, me encarando.

— Bom dia. — Responde e volta a se deitar, ainda me encarando. — Dormiu bem? — Perguntou, e respirei fundo, concordando. — Mas foi porque dormiu abraçadinha comigo ou pelo fato da minha cama ter molas? — Ele pergunta, e sorrio aquela hora da manhã.

— Pelo fato da sua cama ter molas. — Brinco, e ele rola os olhos, rindo e mantenho meus olhos fixamente nos seus, tomando coragem e me deito por cima dele, enfiando a minha cabeça entre seu pescoço e ombro.
Inalo o cheiro natural que ele possui, sentindo todos os pelos da minha pele se arrepiarem. Céus, aquilo estava se tornando uma droga para mim.

— E você? — Pergunto, em um tom abafado devido a posição e sinto suas mãos percorrerem a minha cintura nua, indo até o meu quadril e voltando.

— Eu durmo bem todos os dias, inclusive quando uma mulher acorda do meu lado. — E sinto o tom de provocação nítida nas suas palavras e apenas rio contra o seu ombro. — Isso pra mim é comum.

Me ergo em cima dele e o encaro nos olhos, descendo meu olhar até a sua boca, com uma vontade de tê-la envolvida na minha aquela hora da manhã, mas antes precisava saber de algo que não tem me atormentado e sim me deixado confusa.

— O quê foi?

— Noah, eu quero que me fale porque você mudou comigo há uns dias atrás e tem me ignorado, como o dia de ontem inteiro. — Falo, de forma fria e ele muda o semblante, travando o maxilar.

— É bobagem.

— Mas eu quero saber. — Peço, e vejo seu olhar de raiva começar a aparecer.

— Sina... — Ele dá uma pausa, e passa a mão no seu cabelo. — Eu não gosto que mintam pra mim. É sério, eu não tolero esse tipo de coisa. — Arqueo as sobrancelhas, ainda confusa.

— Do que tá falando? Tá se referindo, que eu tô mentindo pra você? — Pergunto, por lógica e ele concorda com a cabeça, me fazendo enrugar a testa. — Eu não tô mentindo pra você. — Nego. — Por quê diz isso?

Ele me olha por alguns segundos, com uma expressão já irritada, e solta o ar de seus pulmões.

— Não que seja da minha conta, porque também eu não ligo, mas você... Ah... — E se perde entre as palavras. — Me falou que nunca... foi de ficar com os outros. — Enrugo a testa, ainda confusa e ele continua falando. — Tipo, você poderia ter sido sincera comigo em relação a isso, como eu falei no início... eu não ia te julgar.

Checkers Of Traffic | NoartWhere stories live. Discover now