Mas eu não posso mais ser assim. Não pela Manu. Eu tenho que ser forte pela minha filha. Pela luz que ela é para mim. Vou me agarrar a esse sentimento que eu tenho por ela. Ela me fez ser forte. E por ela vou continuar sendo.

Carol já colocava uma xícara enorme de café para ela quando entrei na cozinha novamente. Ela me deu um sorriso. E eu tenho que me lembrar não somente da Manu que deu forças. Tinha a Carol e o Cauê que estiveram do meu lado.

Eles me ajudaram tanto. Me ajudaram a me reerguer e ser feliz. Não vou fraquejar.

– Senta aqui Lice. Você está com fome? Eu estou fazendo uns ovos aqui, e tem torradas se você quiser. Me conta com calma amiga. E tome seu tempo. Estou aqui para te apoiar.

– Estou sim – menti descaradamente. Meu estômago estava embrulhado e não queria comer nada. – Podemos falar sobre alguma coisa por enquanto. Quero organizar melhor minhas ideias.

Carol assente e me passa uma xícara cheia de café. Eu sento num banco da cozinha, e a Carol se ocupa em mexer as frigideiras.

Controlo minha respiração e fecho meus olhos. Estou segurando a xícara de café em minhas mãos e o cheiro que sai dali me acalma de certo modo. Não sei por onde começo. Mas quer primeiro tirar umas dúvidas com a Carol.

– Carol. Você me viu dançando com alguém ontem? – meu coração estava apertado, e eu estava torcendo para que não fosse quem eu estava pensando.

– Ah sim, um cara alto, negro e lindo... Fabio, Fabrício, alguma coisa assim o nome dele... – Carol fala e eu me sinto aliviada. Não dancei e nem vi o Ricardo ontem.

– Ainda bem...

– Alice, não é me metendo na sua vida, sei que você é dona do seu nariz. Mas você bebeu muito ontem. Eu e o Cauê te trouxemos pra casa você não estava falando coisa com nada. Você reclamava de alguma coisa, mas não consegui entender nada.

– E eu só conversei com  Fabrício não é?

– Você o conhece?

– Sim, ele é pai de um dos amiguinhos da Manu lá da escola...

– Ah sim, Logo vi. Você estava falando fácil demais com ele. E eu te conheço. Você não é muito de falar com completos estranhos... Mas fique tranquila, vocês dois só conversaram. E ele foi muito prestativo até. Ele nos ajudou a te colocar dentro do taxi.

Ai que mico! E agora como é que eu vou olhar para a cara dele agora?

– Merda Carol, King Kong da noite! E eu estava bêbada a ponto de precisar ser carregada?

– Na realidade não, ele te carregou porque você disse que não queria ir embora de jeito nenhum. Mas você ficou quietinha nos braços dele... – Carol faz uma tentativa de brincadeira, mas tanto eu quanto ela não estávamos para brincadeiras. Só estávamos adiando um assunto que nos incomodava.

– Mas a culpa é de você por eu ter bebido tanto assim! Você e o Cauê se arranjando, e eu sozinha ali, fiquei namorando uma garrafa de tequila a noite inteira...

– Desculpa amiga... Mas eu não me arranjei não, que história é essa?

– Nem adianta negar senhorita Praga, eu te vi conversando na maior intimidade com uma mulher lá na boate, tudo bem amiga. Fiquei feliz em saber que você está seguindo em frente.

– Pelo menos tentando...

– Então foi isso Carol. Ontem eu liguei para algumas pessoas, e recebi uma ligação de um número desconhecido. Falei um pouco com esse número e hoje recebi uma mensagem dele, dizendo que queria falar comigo.

Amor na Segunda VoltaWhere stories live. Discover now