The Family

By FANFICTLOAD

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13, esse è o número exato de adolescentes morando em baixo do mesmo teto. 13 também é a quantidade de tempo q... More

Prólogo:
1. Divorce.
2. marriage.
3. House.
4. Approximation.
5. Fire and Water.
6. Friendship.
7. Relations.
8. Just talk.
9. Prove what it says.
10. Coral.
11. Natural.
12. Viral.
13. Festival.
14. Jessica.
15. judged.
16. Instagram.
17. Perfetct Fail.
18. Hazel.
19. halloween.
20. Heaven to hell.
21. How did mom do.
22. Jazzy.
23. Little miss in reality.
24. Jaxon.
25. Influence.
26. Grey.
27. Effect.
28. Illegal camping.
29. Drugs.
30. Jett.
31. Back.
32. Rose.
33. Bullying.
34. Justin.
35. Love songs.
36. You are the music in me.
37. Heartbeats.
38. The melody of my life.
39. Blue.
40. Alert.
41. Manner.
42. Catfish.
43. Jacob.
44. Canadians.
45. Possessive.
46. My crime.
47. Testimony.
48. Jane.
49. Part of history.
50. Violet.
52. Just like me.
53. Truth hurts.
54. Help.
55. Verdict.
56. Bieber.
57. Toronto.
58. Parker.
59. Greenwood.
60. The family.
61. Brothers and sisters.
62. Black Sheeps.
63. Black Sheeps - part 2.
64. United.
Epílogo:
Notas de agradecimento:
The family 2 is coming

51. Violence.

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By FANFICTLOAD

       Violet Parker Point Of Views.

                              01: 12 p.m.

                    01 de abril de 2017.

               Toronto, Ontário, Canadá.

     
   Não era nada fácil explicar o que estava acontecendo comigo nas últimas semanas, na verdade, nem seria possível detalhar de algum jeito, ou pensar em uma forma de dizer.

     As coisas na minha cabeça não estavam nada boas, eu não queria fazer nada, não tinha motivação para nada, tudo parecia extremamente cansativo e indiferente para mim, eu me sentia presa em mim mesma, dentro da minha cabeça como um cativeiro, me deixando com vontade de ficar sozinha o tempo todo, apenas para não preocupar ninguém com os meus problemas sem solução.

      Eu disfarço bem na frente do Oliver e da Pattie, mas dos meus irmãos não, então me afastei de todos, desde o dia do meu aniversário eu falei poucas vezes com qualquer um deles e quando perguntavam a minha resposta era a mesma, que eu estava cansada por causa do fim do ano letivo chegando, ou preocupada com a audiência de guarda que terá daqui a pouco tempo.

     Óbvio que essas coisas estavam na minha cabeça também, mas não era isso que me fazia querer me isolar do mundo a minha volta, na verdade eu não fazia ideia da razão principal, mas tenho certeza que uma delas era o Justin, desde que ele brigou com Jacob no meu quarto, Justin nunca mais falou comigo, já tínhamos ficado sem se falar outras vezes, mas dessa, parecia ser a pior.

    Talvez porque eu tivesse a certeza de que nunca poderemos ficar juntos de verdade e isso partisse meu coração em milhões de pedaços.

      A outra razão era o Jacob, ele tem me tratado do jeito que sempre tratou, não é como se ele fingisse ser uma pessoa compreensiva e apaixonada, estava tudo como foi por um tempo, ele se irrita com as roupas que eu visto, com o que eu falo ou como falo, do meu silêncio e de quando eu tento dizer algo, ele se irritava com quase tudo e me fazia sentir que sou a pessoa mais culpada do mundo por cada um dos seus atos.

      E a culpa era realmente minha.

     Eu estava cansada de pensar que sim, que a culpa era minha, mesmo que o Jacob me convencesse diariamente de que sim, eu sentia, bem dentro de mim, que tinha coisas que eu não conseguia entender de verdade, que me deixavam emocionalmente transtornada e abalada, o suficiente para não me esforçar muito para entender tudo a minha volta. Era ali que a culpa era mim.

      A minha relação com o Jacob nunca foi normal, se tornou intensa desde o início e nunca deixou de ser, às vezes eu sentia que nada tinha mudado e as vezes parecia que tudo estava errado, comigo, apenas comigo, porque o Jacob sempre foi assim, ele sempre foi.... ele mesmo.

        Sentia falta de ser eu mesma, de sentir como eu me sentia antes, de pensar como antes, porque agora a única coisa que me preocupa, que mexe com a minha cabeça é pensar no que o Jacob vai pensar, em como ele vai agir se eu dizer algo, eu literalmente cálculo cada milésimo de movimento meu, para não irritar ele.

     Assim eram os meus dias, tardes e noites, até quando eu deveria está pensando em outra coisa.

       A forma como eu agia estava causando estranhamento com os meus irmãos, então eu apenas tentava evitar ficar muito tempo no mesmo ambiente que eles e o melhor lugar para isso era a casa do Aaron, acabo que por essas semanas, passei mais tempo com a família do meu pai biológico do que com a minha, apenas porque eles acabaram de me conhece e não sabem reconhecer quando estou literalmente na merda.

— Essa é a Sofi! — Agnes levantou uma das suas bonecas para mim, mostrando com orgulhos.

— Essa é a....— Ameraa olhou para a dela e parecia pensar em um bom nome para dizer pelo menos naquele momento. — Pink! — Gritou animada e Agnes franziu a testa.

— Só tá falando isso porque a Violet também é uma cor. — Mexeu os ombros dedurando a irmã mais nova, que deu língua para ela.

       Eu juro que queria estava me concentrando em brincar de boneca com Agnes e Ameraa, mas a minha cabeça sempre me levava para os meus irmãos e a forma fria como estou tratando todos eles, eu sei que eu deveria agir normal e não levantar suspeitas, mas por enquanto eu não estou com vontade de nada.

— Gosto desse nome. — Dei um meio sorriso legal para Ameraa, que me olhou animada e depois me virei para Agnes. — Também gosto de Sofi! — Assenti para ela, que também me olhou feliz depois do meu comentário.

        As duas eram crianças incríveis e conseguiam me alegrar um porquinho que seja, eu gostaria muito de dá 100% de mim, de verdade.

— Oi meninas, como estão? — Aaron entrou no quarto das meninas sorrindo para nós. — Que bom te ver aqui, Violet! — Sorri para ele, por ver sinceridade em suas palavras e real aquele era meu refúgio.

— Estamos mostrando nossa coleção de bonecas para a Violet! — Agnes disse sacudindo uma das bonecas nas mãos e Aaron assentiu, antes de se aproximar e se sentar no meu lado, na cama da Ameraa.

— Alex me contou que você anda meio diferente. — Comentou, casualmente e as vezes, bem brevemente, eu esqueço que o Alex é meu irmão agora, não só amigo e que com certeza ele comenta sobre mim para o nosso pai.

É tão estranho falar isso, nosso pai.

— Só estou pensando nas provas finais e em que futuro seguir, fico concentrada demais. — Mexi os ombros, tentando mostrar que não era nada para se preocupar.

— Pensei que pudesse ter haver com o Justin. — Sussurrou o nome dele como se fosse um segredo e eu o olhei. — Alex também me contou que vocês não estão mais juntos, nem se falam. — Falou mostrando realmente interesse no assunto e preocupação, não era tão fácil explicar.

Aaron já tinha se declarado team Justin nessa história, ele apoiava o Justin e quaisquer relação que eu quisesse ter com ele, e confesso que eu queria muito ter, de verdade, eu amo o Justin e sou completamente apaixonada pela pessoa que ele é, mas, as coisas não eram tão fáceis assim.

— Estamos meio afastados, mas está tudo bem. — Não estava tudo bem, mas eu não queria preocupar o Aaron.

— Tem haver com aquele lance de irmãos que Oliver e Pattie estipularam? — Questionou curioso e quem dera se o único problema fosse esse. — Porque se for, pode deixar que eu falo com eles e ambos vão entender, já fizeram coisas muito piores do que se apaixonarem quando mais novos. — Deu uma risada leve como se lembrasse e eu sorri para ele.

— Não, de verdade não precisa, o colégio acaba daqui a pouco mais de 1 mês e meio, logo vou contar a verdade para eles eu mesma, estando ou não com o Justin! — Afirmei com toda a certeza e essa era a ideia que eu tinha na minha cabeça.

Se era para eu casar com o Jacob, os nossos pais teriam que saber, não importava se Jacob achasse melhor apenas sair daquela casa quando me formar e fingir que aquelas família, que é a minha família, nunca tenha existido, foi essa ideia que ele me deu mas estava totalmente fora de cogitação para mim. Eu iria contar toda a verdade assim que o colegial acabasse, eu odiava sentir que estava mentindo para Pattie e Oliver quando eles confiam fielmente em mim, sei que não vai ser tão fácil explicar o lance com o Jacob, mas eu vou fazer o meu melhor para que eles me entendam.

— Mas não da para negar que você tá uma carinha mais triste. — Insistiu e eu suspirei, não conseguindo negar o que estava na frente de todos, mas sorri da melhor forma, como eu conseguia sempre.

— Só estou super cansada e sem vontade para nada ao mesmo tempo. — Confessei o máximo que eu podia naquele momento e Aaron me deu um meio sorriso, mostrando que entendia. — Não é errado se sentir sobrecarregada na reta final do colegial né? Porque eu nem ao menos sei que faculdade fazer e o que cursar, eu estou prestes a ficar louca! — Passei as mãos nos cabelos e o final foi super sincero.

Eu estava mesmo prestes a ficar louca e não tinha quase nada haver com uma profissão a seguir, envolvia tudo na minha vida, que parecia mais perdida do que eu poderia explicar, eu não sei quem sou, as vezes eu penso apenas que pertenço ao Jacob e é isto, até porque cada coisa que vou falar ou pensar tem que envolver ele ou o que ele causa em mim.

— É super natural, as pessoas ficam tensas mesmo, ainda mais com o baile de formatura. — Me olhou sugestivo, me lembrando de mais isso.

Tinha o baile de formatura, era óbvio, o grande dia onde todos iriam dançar com seus pares e teria o rei e rainha do baile, com certeza eu não iria, não tinha nada para fazer em um baile, eu ficarei muito feliz se conseguir me concentrar o suficiente nas matérias para passar com louvor esse ano, já que ano passado foi raspando em algumas matérias, e apenas quero me formar.

— To muito longe de pensar em baile. — Afirmei encarando o nada. — Sério, minha cabeça tá uma confusão, você deve me achar uma adolescente estranha. — Afirmei rindo ao olhá-lo. — Na sua época com certezas as meninas dariam muito valor a um baile de formatura do que para as notas. — Aaron balançou a cabeça, como se fosse mais ou menos isso.

— Pode até ser, mas me orgulha saber que você está mais preocupada com as notas. — Falou de um jeito engraçado me fazendo ri. — E ainda deve ter a audiência de guarda na sua cabeça, né? — Soltou um suspiro e eu assenti lentamente. — A minha proposta ainda está de pé. — Falou de forma normal, eu sabia que estaria.

Por essas semanas o Aaron falou comigo e conversamos bastante sobre tudo dessa audiência, realmente minha mãe tinha uma chance alta de conseguir a minha guarda e a dos meus irmãos, uma chance maior do que qualquer um poderia querer, mas ainda tinha uma luz no fim do túnel, bem clara por sinal, porém só para mim.

A solução final era eu vir morar com Aaron, eu ainda encontraria meus irmãos quando fossem visitar meu pai e não precisaria viver na mesma casa que Astrid, mas, eu odiava a ideia de viver sem meus irmãos, de verdade, eu cresci com eles, acho que nunca passei mais de 1 dia longe deles, não dava para mim.

— Eu sei. — Sorri sincera para Aaron. — Posso ficar até mais tarde hoje? — Perguntei mudando de assunto e Aaron assentiu firme. — É porque, eu gosto muito de ficar com as meninas. — Sorri me virando para elas, e isso não era mentira eu adorava ficar com elas, pois nenhuma das duas pensava em me perguntar qual era o meu problema, elas apenas queriam me fazer ri.

Amo meus irmãos, todos eles, mas eu sei que até Jett iria perguntar porque estou com essa cara, eles me conhecem a muito mais tempo, sabem como eu sou e como não sou, já Ameraa e Agnes, elas apenas estavam me conhecendo, então se eu ficasse calada demais, elas iriam entender bem melhor.

— Você vai ficar mais? — Ameraa perguntou, levantando e vindo até o meio das minha pernas e eu assenti para ela. — Eu gosto de você, Violet. — Me olhou com os olhinhos piscando e eu amei ouvir isso mais do que poderia demostrar.

— Eu também gosto da Violet, tá! — Agnes, querendo ser a mais velha, se levantou para dizer também, o que me fez ri.

Pelo menos nesses momentos eu consegui me alegrar um pouco. Pelo menos essas coisas boas aconteceram na minha vida nos últimos meses, essa outra parte de mim, essa outra família, estava me fazendo sentir em casa e muito bem a cada dia que passava, era um ótimo refúgio para tentar esquecer os problemas.

E eu podia garantir que eles não acabariam, mas que pelo menos naquela tarde, eles não teriam tanto efeito sob mim.

           Justin Bieber Point Of Views.

                              01:35 p.m.

               01 de Abril  de 2017.

               Toronto, Ontário, Canadá.

— Não sei.... — Coral fez uma careta para Jessica que bufou ansiosa. — Eu acabei de literalmente ser hostilizada no Instagram e você quer que eu continue lá? — Perguntou perplexa e Jessica ainda tentava convencer a Coral a topar a sua ideia.

      Eu entendo a Coral, desde que chegamos na lanchonete do bairro, as pessoas não paravam de olhar de cara feia para ela, e tem sido assim por vários lugares por onde Coral andou nas últimas semanas, ela definitivamente estava sendo boicotada, porém, pelo menos estava tentando se redimir.

     A Coral não é uma pessoa ruim, nunca foi, as atitudes dela que foram bem péssimas, mas ela caiu em si logo quando o Carter terminou com ela e perdeu seu programa na TV, a velha Coral estava quase que 100% de volta e isso era bom, para ela e para todos em volta dela.

— É, eu sei, mas dessa vez vai ter uma equipe muito competente tomando conta de você e de mim, minha mãe adorou a ideia, não é Justin? — Elas olharam para mim e eu assenti. — Vai Coral, você tem talento, só precisa de ajuda, assim como eu, podemos fazer vários projetos juntas! — Gesticulou animada para Coral, que parecia não ter mais argumentos contra.

— Posso pensar com carinho depois? — Coral perguntou piscando os olhos para Jessica que assentiu animada. — Ótimo, porque eu quero distância da internet por um tempinho a mais e....— Ela parou de falar e encarou a porta do local, e eu me virei para ver Carter entrando com um grupo de pessoas, ele fez questão de olhar debochado para coral antes de passar e sentar em um mesa a poucos metros ao nosso lado.

— Ignora ele. — Jessica pediu olhando para a Coral que assentiu meio tensa. — Eu sei que foi esse, sem o que fazer, que mexeu com a sua cabeça, mas não vale a pena se importar! — Deu ênfase, propositalmente, para que Carter ouvisse e ele riu se virando para Jessica e a encarando.

— Tá falando comigo, Jessica? — Perguntou de forma delicada e minha irmã deu uma risada irônica. — Olha, acho melhor você tomar conta da sua família disfuncional e parar de se achar a fodona tá! — Pontuou e Jessica estreitou os olhos para ele, de um jeito que dava para ver que ela queria voar no pescoço dele.

— O que foi que você disse? — Rosnou para Carter e eu poderia jurar que enquanto os dois estiverem no mesmo país, vão continuar se enfrentando desse jeito.

— Falei para você tomar conta do circo dos horrores que é a sua família e largar do meu pé! — Sibilou de forma maldosa e aquele babaca estava passando dos limites. — Sua vadia! — Cuspiu contra a Jessica, que já estava pronta para levantar e Coral segurou o braço dela.

— Do que você chamou a Jessica? — Alex apareceu sério e agora sim aquilo dali viraria uma briga. — Escuta so, Carter, melhor retirar o que disse!— Ele se aproximou rapidamente pegando Carter pela camisa e eu levantei apenas para evitar que Alex faça algo que pode foder ele.

— Você virou um valentão de merda agora, Alex? Porque passou a vida toda sendo alguém legal e agora resolveu meter o louco? — Carter rosnou, olhando Alex da mesma forma mortal e eu não faria isso se fosse ele, querendo ou não, o Alex estava na academia e sabia brigar muito bem agora.

— É, você não imagina como eu consigo quebrar o seu nariz perfeitinho com um único maldito soco, quer ver? — Questionou com ódio e as pessoas em volta já olhavam curiosas para o que acontecia.

— Não vale a pena, Alex. — Falei para ele enquanto encarava Carter. — Aposto que ele vai correndo para o papai reclamar de você. — Fui irônico, porém era óbvio que Carter faria isso, ele apenas era um mimado de merda.

— Não, deixa eu mandar a real primeiro. — Puxou Carter mais forte pela camisa. — Se você ficar jogando piadinhas ou ofendendo qualquer pessoa que eu conheço eu quebro a sua cara com toda a vontade do mundo, entendeu? — Ameaçou com um tom bem sombrio e Carter assentiu, mostrando que entendeu.

— Tá bom, Alex, agora deixa ele. — Pedi colocando a minha mão em seu ombros e Alex o soltou, ainda o encarando de forma mortal antes de afastar e eu o puxei para se sentar ao meu lado.

     Carter apenas olhou para nós, antes de sair bem furioso do lugar e os outros que estavam com ele se levantaram para segui-lo também. Sei que violência não ajuda em nada, mas posso dizer por experiência própria que alguns caras merecem sim um soco no olho, Carter era um deles.

— Obrigada Alex. — Jessica disse com um meio sorriso tímido para ele. — Sei que já te traía com ele, o que foi horrível e bem deplorável por sinal, mas de verdade, você é incrível! — Esticou sua mão sob a mesa para pegar a dele e Alex assentiu com um olhar legal para Jessica, antes de pegar a sua mão.

— Esse cara só oferece o que as minas querem ouvir, mas na verdade não passada de um escroto! — Alex tinha total razão, Carter se aproveitava do pai dono de canal de TV para atrair as meninas, foi assim com Jessica e também com a Coral.

— Ele so é um moleque mimado. — Afirmei antes de revirar os olhos. — Aposto que se diverte fazendo esse tipo de merda com as pessoas. — Olhei para os três que assentiram concordando.

— Ele me convenceu que de que seria uma ótima ideia mudar, e eu boba acreditei. — Coral lamentou, antes de suspirar profundo e Jessica me jogou um olhar que eu entendia muito muito bem.

      Ela via o clima que ficava quando Coral e Alex estavam próximos e era inegável isso, para quem estivesse por perto.

— Mas agora que você voltou a ser a Coral de antes...— Jessica ponderou, antes de bater seu ombro no de Coral. — Acho que tem coisas a serem resolvidas! — Deu ênfase de forma sugestiva e tentei não ri da forma como Jessica falou, pois foi zero discreta.

— Eu entendi, Jessica...— Coral murmurou sem graça e envergonhada. — Sinto muito Alex, por tudo que eu fiz, eu não deveria ter deixado você tão de lado para da atenção a fama, fui super infantil, ridícula e tudo que minha avó não me ensinou a ser, eu estava sendo pior do que a Jessica foi, sinto muito, muito mesmo. — Foi super sincera ao dizer isso e eu sorri sugestivo para Alex, para que ele também falasse coisas legais para ela.

— Eu entendo, também fui muito idiota com você, não ouvi quando quis me avisar sobre algumas merdas, era para ter confiança entre nós dois e isso não rolou, peço desculpas também! — Falou de um jeito bom e dava para ver que eles ainda se gostavam pra caralho, não era nem para eles terem se separado.

— Ok, agora voltem a ficar juntos, pelo amor de Deus! Já basta o Justin e a Violet, agora vocês é demais para o meu coração que virou romântico! — Jessica disse, como se implorasse e ela deveria ser muito mais discreta do que isso, mas era a Jessica, com certeza não sabia muito como funcionava a discrição.

— Calma, Jessica. — Pedi dando um sorriso forçado para ela, que mexeu os ombros. — Isso é algo entre eles, que vão resolver entre eles, certo? — Olhei para Coral e Alex, assentiram concordando comigo.

— Até porque, antes de qualquer coisa, Alex precisa entender que eu não aceito a academia, aquele lugar é horrível, me da medo só de lembrar o que vi lá! — Coral explicou e Alex bufou, parecendo não querer tocar nesse assunto. — Tá vendo como não tem como conversar? — Sussurrou, Jessica revirou os olhos apoiando o rosto na mão.

— Nem meu pai me convenceu a sair de lá. — Alex afirmou e ele parecia realmente decidido a ficar naquele lugar. — É o que quero fazer, gosto da luta! — Explicou e ele realmente estava sendo sincero.

      Mas o que chamou mais a minha atenção foi o Alex afirmar que o Aaron sabia que ele estava lá e que tinha tentado tirar ele da academia, mas sem sucesso.

— O Aaron sabe que você está lá? — Perguntei confuso e Alex assentiu mexendo os ombros, como se não se importasse nem um pouco com isso.

— Ele descobriu, foi lá e deu de cara com o Jacob, acho que ele não gosta dele, aí decidiu que eu tinha que sair, mas não vou, estou dando um tempo até ele parar e esquecer essa merda! — Disse sério e eu olhei para Jessica e Coral que encaravam Alex sem uma reação certa.

       Que merda.

         Ficou um silêncio na mesa e ninguém parecia querer dizer alguma coisa, Alex obviamente já sabia das coisas que rolavam lá e não estava disposto a sair, porém, ele não sabia de tudo, ele não sabia sobre Jacob e como o meu irmão tem uma mente psicopata quando envolve lutas, ele não se importa com ninguém naquela academia além do dinheiro que ganha com as clandestinas.

    Além do fator de Jacob ser um espancador de mulheres desgraçado, o que era bem pior e se Alex soubesse disso iria mudar de ideia sobre ficar naquela porra de lugar.

      Sei que prometi para a Violet a muito tempo atrás, um pouco antes da Coral e Alex terminarem, que eu não falaria nada para ele sobre o que aconteceu comigo e o que o Jacob já causou com aquela merda de academia e com aquelas lutas macabras.

     Mas, não tinha como deixar o Alex ficar lá para morrer ou algo pior, ele era o meu amigo, inconsequente, mas meu amigo e eu me importava demais com ele, a Violet que me desculpe, mas...

— Eu já lutei na clandestina. — Falei, soltando com um suspiro, fazendo coral e Jessica me olharam surpresa com o que falei, pois elas sabiam bem que eu não poderia dizer.

— Como assim? — Alex me olhou incrédulo e confuso, mas eu precisava contar a verdade, talvez isso abrisse os olhos dele.

— O Jacob me desafiou, na verdade ele ameaçou colocar o Jaxon para lutar e meu irmão é só uma criança. — Olhei para o Alex, que ouvia tudo que eu falava com atenção. — Então eu aceitei lutar com ele, para valer, mas na real? Aquilo foi uma desculpa para ele tentar me matar, o Jacob é psicótico demais, com tudo, ele é doente, de verdade, Jacob pode até fingir se importar com você, mas ele caga se você morrer lá ou não, ele pode dizer que você é incrível, mas no final, vai foder a sua vida! — Tentei explicar de um jeito que não coloca-se paranóias na cabeça do Alex, mas era exatamente aquilo para pior quando falávamos do Jacob.

— Ele tem me ajudado muito! — Afirmou e Jessica revirou os olhos de forma cansada antes de encostar sua cabeça no ombro de Coral, que apenas negava para Alex. — É sério, o Jacob leva esse lance de luta a sério, eu estou melhorando muito graças a ele! — Disse como se estivesse certo. — Sei que vocês dois tem muitas diferenças, mas comigo não! — Garantiu e era apenas o que Alex achava.

— E você acha certo se machucar ou matar pessoas em uma luta apenas por esporte? — Coral questionou e Alex negou rapidamente.

— Eu não mato ninguém, nem quero, meu objetivo é apenas pagar a minha dívida e virar um bom lutador, vocês não tem noção do quanto é difícil se profissionalizar em lutas legais, não é fácil, já as ilegais... — Explicou como se fosse simples assim e Jessica tirou sua cabeça do ombro de coral, antes de juntar as mãos e olhar Alex com calma.

— Que lindo Alex, parabéns pela bondade meu amor, mas os caras que lutam contra você com toda a certeza do mundo não querem te deixar vivo! — Sorriu forçado para ele assim que acabou de dizer. — Olha, estamos te falando a real, o Jacob é um maluco psicótico e aquela academia é um pandemônio completo, se você quiser continuar lá e tentar a sorte, indo contra aos nossos conselhos que moramos na mesma casa que o Jacob e do seu pai que viu ele crescer, de boas, suas responsabilidades, você não tem 10 anos para a gente tentar mandar no que você vai fazer ou não, mas é o seguinte. — Ela olhou bem nós olhos dele antes de se inclinar sobre a mesa. — Quando ele foder você de todos os jeitos, você saiba que vou dizer um belo e sonoro, eu te avisei! — Sibilou as últimas palavra e Alex ficou quieto como se análise o que Jessica acabou de dizer.

Eu podia passar o resto da tarde toda falando sobre as coisas que Jacob faz de ruim, o que seria péssimo porque envolve a Violet, a maioria dessas coisas, e Alex é irmão dela, porém bem mais inconsequente do que eu, Coral e Jessica juntos, então não rola contar a real. A única coisa que resta é esperar o Alex cair na realidade e que isso não demore muito pois pode piorar a situação dele.

— Alex. — Coral disse cortando o silêncio e ela estava com a voz calma. — Se você quer lutar, existe trilhões de academias pela cidade, se escreve em uma delas, eu realmente vou ficar muito mais aliviada se te ver lutando com segurança do que em um lugar como aquele! — Ela respirou fundo. — Eu vi o Jacob lutar com o Justin, eu estava lá, eu vi aquele lugar, as pessoas que estavam lá e não é como se eu fosse fresca, é horrível e você sabe que é, mas tá deslumbrado com meia dúzia de coisas que o Jacob te disse, mas de verdade, o Jacob é um pau no cu, a única coisa que ele sabe da vida é como machucar as pessoas, e eu não quero que você acabe como ele, ou pior, morto. — Concluiu, antes de apenas se ajeitar na cadeira e tirar os olhos de Alex, como se não quisesse continuar aquele assunto.

— Ok...— Alex resmungou antes de levantar e sair, parecendo não ter gostado nada do que ouviu, mas a gente só estava querendo ajudar ele, de verdade, Alex não fazia ideia na merda que estava se metendo cada vez mais.

Todo mundo que se importava com o Alex estava preocupado com ele junto com os Canadians, não queríamos que ele se fode-se, mas não podemos tirar ele a força, Alex vai ter que aprender do jeito dele que aquela academia é o último lugar que alguém descente deveria ficar.

— Será que a Violet sabe? — Perguntei olhando para as duas na minha frente, que mexeram os ombros ao mesmo tempo.

— Se sabe o Jacob deve ter dado um jeito para ela ficar na dela, como sempre. — Jessica bufou ao final da frase e olhou para a Coral. — Sério, já estou quase deixando o Justin ir lá e quebrar a cara do Jacob toda igual naquele dia, quanto tempo mais teremos que esperar? — Questionou ansiosa e nervosa e confesso que estou igual, mas apenas pensando em ignorar para não surtar.

— Por isso chamei vocês aqui, preciso mostrar uma coisa! — Coral disse focada, colocando seu celular sobre a mesa para que víssemos.


Violet Parker Point Of Views.

                              06: 56 p.m.

               01 de Abril  de 2017.

               Toronto, Ontário, Canadá.

No meu fone de ouvido tocava fall e eu poderia garantir que já ouvi aquela música um zilhão de vezes e eu não me cansava, nunca, era perfeita, o Justin era perfeito, ele tinha uma delicadeza enorme com a música, como tinha com todos a volta dele.

Se eu fechasse os olhos eu podia imaginar ele perto de mim, canto aquelas melodias perto do meu ouvido, me trazia paz, coisa que eu estava precisando muito mesmo, mas o mesmo tempo, trazia um desejo enorme de tê-lo comigo de verdade.

Sinto tanta falta do Justin, do amor dele, do sorriso dele....

Uma buzina alta de carro me fez tomar um susto e sair dos meus pensamentos antes de olhar para o meu lado e ver que tinha um carro andando lentamente perto de mim, olhei para frente vendo que faltava umas seis casas até a minha, mas antes de eu pensar em correr assustada, o vidro traseiro se baixou e Astrid apareceu por ele, acenando para mim com um largo sorriso.

Só pode ser brincadeira...

— Violet, amorzinho, eu estava te esperando! — Falou animada e eu olhei bem para a minha mãe, só tentando imaginar seu plano sórdido dessa vez.

— Me esperando para o que? — Tirei meus dois fones do ouvido, cruzei os braços e ela abriu a porta do carro.

— Para conversar com você, amor! — Me chamou com a mão e a última vez que entrei em um carro com uma pessoas que não me dava uma sensação boa eu quase morri, então eu não iria aceitar.

— Estou ótima aqui. — Afirmei seria e Astrid revirou os olhos antes de bufar. — O que você quer falar comigo? — Questionei olhando bem para ela, que me devolveu um olhar cansado.

— Quero apenas conversar, amigavelmente, porém com você parada aí e eu aqui dentro não da né, e nem pede para eu sair, andei muito hoje no shopping, meus pés estão me matando! — Gesticulou, me fazendo revirar os olhos. — Vamos lá, Violet, não é como se eu fosse te sequestrar! — Afirmou e eu revirei os olhos mais uma vez antes de andar para entrar dentro do carro.

Acho que a Astrid é bem maluca, mas não ao ponto de fazer algo comigo, não quando está lutando para ter a guarda dos meus irmãos, ela não quer perdê-los, eu tenho certeza e realmente fiquei curiosa por ela ter vindo falar comigo assim, no meio da rua, com certeza não queria que Oliver e Pattie ouvissem nada do que pretende me falar agora.

— Como você sabia que eu iria chegar agora? — Perguntei fechando a porta do carro e o motorista parecia uma estátua no banco da frente.

— Fiquei sondando com a Hazel, para saber quando você iria chegar. — Me deu outro sorriso largo e eu juro por Deus que se minha mãe me deu dois sorrisos desse na vida foram agora, porque antes nunca. — É que eu precisava mesmo ter uma conversa com você! — Pontou e eu estava ouvindo. — Ando conversamos muito com a Hazel, que é a mais velha, mas tem você que é a segunda e tão mais complicado, sabe, pelo lance do seu pai. — Fez um gesto banal, como se não fosse nada para ela.

— O Aaron é uma pessoa incrível. — Afirmei e Astrid assentiu mostrando que sabia bem disso. — Aliás acabei de vir da casa dele, gosto de passar um tempo com ele e com as minhas irmãs! — Forcei um sorriso, para deixar claro que a situação do meu pai não me abalava mais em nada.

— Eu jamais te daria um pai ruim, querida. — Disse com ênfase, como se tivesse feito muito por mim. — Mas a questão mesmo não é essa, Violet, tem haver com os seus irmãos. — Piscou os olhos algumas vezes de forma angelical, que não tinha nada angelical, para mim.

— Se for falar sobre o que aconteceu com eles, saiba que fiz o possível para ajudá-los! — Deixei claro antes de qualquer coisa e ela assentiu mais uma vez.

— Eu sei disso, Hazel me contou, como acha que ela me convenceu a pedir sua guarda? — Falou, como se isso fosse o único motivo pelo qual minha própria mãe queria me ver, e eu nem me surpreendia mais com nada vindo dela.

— Ela te contou que ajudei eles, mas também contou que o vídeo da Coral só saiu porque ela resolveu ameaçar a Jessica? Ou que se ela não tivesse escondido de nós que o Jett falou com você ele não teria fugido? — Levantei uma das sobrancelhas e Astrid me olhou com um olhar assustado.

— Ora, ora... onde foi parar a Violet que pus no mundo, em? — Me analisou de cima a baixo. — Cheia de respostinhas na ponta da língua, corajosa, nem ao menos abaixou o olhar na minha frente, está muito mudada!— Disse como se realmente estivesse surpresa e admirada.

— É que eu aprendi, que não precisamos sentir medo e abaixar a cabeça de forma submissa as nossas mães e sim apenas respeitá-las. — Falei, vendo Astrid da uma risada mostrando que entendeu bem o que eu disse.

— Gosto disso, mostra determinação, e principalmente que você tem o meu sangue! — Piscou para mim de forma sugestiva e eu realmente não estava entendendo nada que Astrid estava querendo dizer ou fazer.

— Pensei que me odiasse e que eu fosse um plano que não deu certo? — Olhei com uma das sobrancelhas erguidas para ela, que respirou fundo de uma forma mais monótona. — Você está fingindo que me suporta para que? Agradar a Hazel? Sabemos que ela também não gosta de mim, então porque vocês duas não me esquecem e não me deixem aqui, com o Oliver e com o Aaron, pronto, problema resolvido! — Falei por fim e Astrid apenas ficou me olhando em silêncio por alguns segundos, como se analisasse minhas palavras.

— Quem disse que eu não gosto de você, filha? — Me olhou como se estivesse indignada com o que eu falei e eu que fiquei indignada com a coragem dela de perguntar isso com um olhar simples e singelo.

— Eu não sou mais uma criança, mãe, depois de tudo que você fez para mim, me jogando a culpa pelo seu erro e fazendo meus irmãos sentirem raiva de mim? Indo embora e nem se despedindo, falando com todos eles menos comigo, tudo isso me fez ver que você não se importa e já sofri muito por isso, mas agora tenho outros problemas para focar do que a falta de amor da minha mãe! — Soltei tudo que eu precisava dizer e Astrid ficou calada, não esperando que eu fosse dizer isso. — Agora eu já vou, tenho dever de casa! — Avisei antes de me virar para abrir a porta, mas o barulho da trava soou, indicando que ela tinha trancado as portas.

— Você vai ficar e me ouvir, Violet! — Falou, de uma forma bem fria e grosseira.

Me virei, vendo ela me encarar tão séria e com ódio e eu não estava surpresa, com certeza era esse olhar que ela queria usar para mim a vida toda e teve que retrair para si, até agora.

— Eu tentei fazer as coisas da melhor forma, mas se você não vai colaborar eu também não vou, e aconselho você a ouvir bem o que tenho para dizer! — Apontou seu dedo na minha direção, como se quisesse me amedrontar. — Eu sei bem que o Aaron vai tentar pegar a sua guarda, eu não sou idiota, aí ele te livra de mim não é? Mas presta atenção, garota. — Rosnou com raiva para mim. — Se você não ficar comigo, se fizer essa desfeita com quem te colocou no mundo, sua ingrata, seus irmãos iram pagar! — Sibilou de forma maldosa e eu tentei não querer imaginar o que ela quis dizer com isso.

Nunca tinha visto a minha mãe falar daquele jeito, não de uma forma tão direta, não faço ideia do que ela pode fazer contra os meus irmãos, mas a sua ameaça não parecia ser da boca para fora ou apenas algo para me assustar, não conheço a Astrid como achei que conhecia um dia, ela era podre, totalmente podre por dentro e eu não sabia do que ela era capaz, mas de verdade não estava afim de testar.

Como Astrid mesmo disso, ela me colocou no mundo, ela me conhece e sabe bem que eu defenderia meus irmãos custe o que custar, ela me conhecia bem melhor do que eu poderia conhece ela.

Mas o que ela não sabia, era que eu estava de saco cheio.

— Você me quer tanto por que? — Olhei bem nós olhos dela. — Você ainda acha que pode tirar dinheiro de mim? Por conta do meu pai? Acha que seu plano errado ainda pode da certo? — Ri de forma sarcástica. — Seu plano deu muito errado mesmo, mãe, porque eu não quero nada do Aaron, eu só quero tentar sobreviver até o fim do ensino médio e apenas não surtar! — Esbravejei antes de respirar fundo para me acalmar. — Você pode falar o que quiser, porque eu não tenho medo nenhum de você e pode ter certeza que eu vou tentar de tudo para você não conseguir a guarda dos meus irmãos! — Disparei por fim. — E abre a porta que eu tenho mais o que fazer! — Avisei tirando os olhos dela e esperando apenas que abrisse a porta.

Eu não deveria enfrentar ela, ainda mais porque não sei do que é capaz, porém, eu já estava engolindo merda demais na minha vida para deixar aquela passar batido também, eu iria fazer o possível mesmo para livrar meus irmãos dessa cobra, eu já salvei eles de coisas bem piores do que uma mãe narcisista fodida.

     Meus irmãos com ela não ficam, não mesmos.

— Claro, mas antes. — Disse chamando a minha atenção. — Saiba, que você está brincando com fogo Violet, vai acabar se queimando feio. — Rosnou com raiva para mim, antes de apertar um botão e a trava do carro abrir.

Sai do carro batendo a porta com força e colocando meus fones de ouvido de volta, apenas tentando ignorar que acabei de falar com a minha mãe, mas não esquecendo nenhuma mísera ameaça que ela lançou contra mim agora.

— O que é o fogo para quem já está no inferno. — Murmurei para mim mesma, continuando o meu caminho de volta para casa.


        Hazel Parker Point Of Views.

                              06: 56 p.m.

               01 de Abril  de 2017.

               Toronto, Ontário, Canadá.

Olhei para o Grey, que estava sentado do meu lado no sofá e ele estava com a cabeça jogada para trás e com os olhos fechados, como se estivesse super cansado da vida e não tem nem 18 anos, tadinho, dever doer muito ser jovem, bonito e gostoso.

Na verdade, eca, pensar que o Grey é gostoso ou algo do tipo, ele é meu irmão de sangue legítimo e inegável, era no mínimo nojento, mas depois que ele salvou minha vida com o pinto de ouro dele, eu tinha que ver com outros olhos né?

— Por que tá me encarando assim? — Ele perguntou ainda de olhos fechados e eu abri a boca surpresa por ele saber que eu estava lhe olhando. — Sinto quando as pessoas estão me encarando como se eu fosse doce. — Comentou abrindo os olhos antes de suspirar. — Qual foi? — Me olhou ainda querendo saber.

       Meus pensamentos não estavam lá tão bons para se dizer claramente quais eram, para ser sincera.

— Estava pesando em como esse rostinho bonito. — Peguei o rosto do Grey entre os dedos, analisando que era mesmo bonito. — Conseguiu me salvar daquele sequestro. — Sorri para ele e Grey desviou os olhos antes de tirar seu rosto da minha mão.

— Esquece isso, Hazel, já foi. — Resmungou, como se realmente não quisesse exaltar seu alto heroico e tá bom que já se passou umas semanas, mas realmente eu seria eternamente grata ao Grey e a genialidade dele.

— Como você sabia que aquelas palavras iriam fazer a Abby se entregar? — Perguntei, insistindo no assunto e Grey me olhou com um olhar de tédio. — É sério, porque foi total certeiro! — Afirmei o olhando.

— Primeiro eu soube que ela não ajudou Max a me colocar na cadeia, porque ela não sabia das drogas nas minhas coisas, o Max armou para ela também, e em segundo ela...— Ele murmurou tão baixo que tive que fazer um gesto para que ele parasse de falar.

— Querido, está com problema na garganta, por que não fala alto? — Sibilei em claro som para ver se ele entendia.

— Porque não quero falar, que porra chata. — Disse, agora de um jeito audível e tirou os olhos de mim, acho que não querendo mais falar comigo, mas foda-se.

Grey estava levemente estranho, não que ele já não fosse especialmente misterioso e calado, mas, tinha um pouco mais, conheço o meu irmão, vivo com ele desde que Grey nasceu, antes mesmo de ele aprender a paquerar as meninas eu já estava de olho nele, agora eu o entendo muito bem e sei que tem algo acontecendo, Grey age estranho toda a santa vez que está fazendo algo errado.

— O que foi, Grey? — Perguntei antes de suspirar. — Sou sua irmã, pode se abrir para mim. — Falei de forma calma e Grey se virou para me olhar com uma das sobrancelhas erguidas.

— Desde quando você age como a Violet? — Perguntou fazendo uma careta confusa para mim e Grey só podia tá tirando uma com a minha cara. — Esse papo de, fala comigo, sou sua irmã, pode se abrir. — Forçou uma voz feminina. — É total Violet, não Hazel! — Deu uma risada debochada e eu fiz questão de socar o braço dele com toda a força, o que o fez recuar.

— Pode me xingar de tudo mesmo de Violet! — Rosnei para ele. que botou a mão onde eu soquei. — Perdeu o juízo? A Violet não tem moral nenhuma na minha listinha de pessoas importantes, ouviu? E nunca vai ter! — Sibilei o final só para ficar mais claro. — Então não me compara com ela, idiota! — Cruzei os braços bastante puta com o Grey e ele me olhou como se eu tivesse oito cabeças.

— Eu não consigo entender, você se bem com a Jessica, com todos os Bieber, mas com a Violet, que tem o mesmo sangue que você, não suporta. — Falou como se fosse uma coisa muito louca e depois riu mais uma vez, como se não fizesse sentido na sua cabeça.

Para mim faz muito sentido, a Violet pode até ser parte da minha família, mas odeio ser comparada a ela, somos diferentes, eu sou o vinho e ela e a água, não tem como se misturar, o jeito fofo e ingênuo dela eu não suporto, me enoja, posso até sentir pena pelas coisas que andam rolando na vidinha dela, mas não passa disso, não é como se eu tivesse amor pela Violet, ela ainda é a bastarda que fodeu a vida da minha família antes e isso eu nunca vou apagar.

— Sim, é uma ótima ideia! — Pattie entrou na sala sendo seguida pelo meu pai e os dois conversavam bem felizes. — Se conseguirmos essa prova podemos livrar quase que 100% as chances da Astrid pegar a guarda das crianças! — Falou satisfeita e eu ouvi perfeitamente as palavras da Pattie.

— É, mas temos que tomar cuidado com tudo. — Meu pai reforçou antes de eles se sentarem em duas poltronas que tinha do outro lado da sala. — Se essa empregada do ex marido que a Astrid achou na Austrália, desistir de depor estamos fritos, melhor ir com calma e tentar ao máximo convencer essa mulher a ficar do nosso lado. — Eu estava mesmo focada em prestar atenção, porque meu pai não disse isso muito alto.

      Empregada do ex marido que minha mãe arrumou....

Pela felicidade deles essa tal empregada do ex marido rico que minha mãe achou nesse tempo na Austrália, e que ele descanse em paz, sabe de muitas coisas sobre a minha mãe nesse período, pela forma como falaram aqui e agora, se realmente for real e se realmente essa mulher depor, pode provar algumas coisas.

     Óbvio que minha mãe se casou por golpe, se for comprovado que ela tentou da dois golpes, um no Aaron e outro nesse cara, eu duvido que a justiça queira deixar eu e meus irmãos com ela.

Ia acabar com a porra toda, mas não sei exatamente o que essa mulher sabe, porém a Pattie estava animada e parecia grande, minha mãe deve ter esquecido ou nem pensado na existência de algo assim contra ela.

      E sem falar que não sei exatamente o que minha mãe pode ter feito de mais lá na Austrália, às vezes ela age tanto sem limites.

     Eu deveria ignorar o que acabei de ouvir, sentia a minha consciência dizer isso lá no fundo, para apenas fingir que não ouvi tudo isso, que eles não tem uma carta enorme contra a minha mãe. Porque eu poderia até ir lá e contar a ela, mas de verdade?

       Eu não estou com mínima vontade de contar.

   Parei de prestar atenção na conversa quando Justin, Coral e Jessica entraram pela sala e se aproximaram de Grey e eu, que continuamos sentados no sofá no mesmo lugar.

— O que estão fazendo? — Jessica perguntou curiosa e Grey mexeu os ombros como se não fosse nada. — Você nem respondeu minhas mensagens hoje a tarde. — Jessica murmurou se sentando ao lado do Grey e tentando disfarçar pelo fato dos nossos pais estarem perto.

— Estava dormindo e vocês onde estavam? — Olhou para Coral e Justin, que sentou do meu lado me dando um sorriso lindo e me dava raiva a beleza do Justin, tinha que ser tão bonito por que, inferno?

— Andando por aí. — Coral comentou como se não fosse nada e os três andando juntos parecia suspeito, mas levando em conta que costuma ser assim muitas vezes a alguns semanas, desde que Violet resolveu se afastar de tudo e todos, principalmente de quem ela mais andava grudada, que eram os três.

— E nem me chamaram para andar? — Falei com o Justin, fingindo está indignada e ele riu de leve.

— Claro, porque você ama andar, Hazel. — Afirmou com ironia e eu revirei os olhos por ele me conhecer tão bem ao ponto de saber que odeio andar mais do que o necessário.

— Para de me conhecer tão bem, assim eu vou acabar me apaixonando por você. — Sussurrei por conta da presença dos nossos pais na sala e Justin me olhou estreito, como se tivesse entendido errado.

— Pensei que você já fosse apaixonada por mim. — Comentou também em voz baixa e eu revirei os olhos de novo, vendo ele colocar seu braço em volta do meu pescoço. — Não é mais, Hazel?— Questionou e eu dei um dedo do meio para ele, tinha que provocar desse jeito?

— Não e você sabe disso. — Forcei um sorriso por ele está zombando, porque o Justin sabe bem que agora não estou nem um pouco a fim de correr atrás dele. — Mas fica brincando mesmo. — Mexi os ombros deixando a entender e Justin ainda sorria. — Mas por que você está tão feliz, vocês né? — Olhei para Coral e Jessica, que também pareciam felizes além da conta.

— É que coisas boas estão muito perto de acontecer. — Jessica disse ao lado do Grey, fazendo eu e o meu irmão nos olharmos se entender bem o que ela quis dizer com isso, mas Justin e Coral assentiram.

          Jacob Bieber Point Of Views.

                              07:03 p.m.

               01 de Abril  de 2017.

               Toronto, Ontário, Canadá.

Tinha muita merda na minha cabeça, desde que tive que assumir a academia, por forças maiores, as coisas estavam literalmente fodendo a minha mente. Eu tinha que pensar em tudo e controlar tudo, quando Tin fazia parecia muito mais fácil, eu definidamente não tinha paciência para todos aqueles trâmites, as ações eram mais haver comigo.

Era muito melhor quando eu não precisava me preocupar com um bando de adolescentes idiotas.

Matar o Tin foi uma decisão mais do que necessária, ele estava acabando com todos os meus planos e querendo me tirar de jogada, óbvio que eu não voltaria atrás nessa decisão, ninguém iria me substituir e quem tentasse pensar nisso iria pagar, foi o que aconteceu, mas, nessas horas eu pensava que merda eu fui fazer?

Eu geralmente tinha controle de tudo a minha a volta e não seria diferente na academia, eu só precisava pensar melhor no que fazer, não podia ser tão fodido do jeito que estava sendo, eu já não tinha nenhuma paciência para tudo aquilo.

Alex se aproximou com um olhar nada bom até chegar perto de mim, parando na minha frente, eu o olhei de cima a baixo, notando que ele estava agindo de uma forma bastante estranha, ele estava na defensiva, dava para ver.

— Queria falar com você. — Disse desviando os olhos de forma nervosa e eu realmente não estava com paciência para mais um problema adolescente que chegava até a mim.

Só hoje eu ja tive que falar com mais de cinco moleques diferentes e todos com um problema idiota e sem sentido, mesmo que eu estivesse apostando todas as minhas fichas no Alex, ele ainda não era tão importante para eu perder meu tempo o ouvindo.

— Pode ser amanhã? — Perguntei, mas na verdade estava afirmando, antes de começar a sair, Alex se apressou para entrar na minha frente e me em pedir de fazer isso.

Odeio de verdade que entrem no meu caminho desse jeito.

— Tem que ser agora! — Afirmou sério e eu bufei sem paciência alguma para ele e para qual seja a merda que queira me dizer. — Eu andei pensando, e acho melhor eu ficar um tempo fora. — Disse, quase como se não tivesse coragem de falar isso para mim e eu tive que ri.

— Como assim ficar um tempo fora? — Questionei olhando o Alex. — Tá achando que isso aqui è colônia de férias? — Encarei ele de uma forma mais seria.

Alex só podia está brincando com a minha cara, não tinha nenhuma hipótese de Alex querer sair daqui, ele è a minha maior aposta e não podia da para trás agora. Aliás, essa merda era muito estranha, até ontem o Alex estava feliz aqui, até foi contra ao que seu pai disse sobre sair da academia, aí do nada resolveu da um tempo? Isso não me convencia em nada, tinha alguma coisa por trás.

— Não posso mais fazer isso, a violência que essas lutas envolvem estão mexendo com a minha cabeça, eu não to conseguindo me concertar em nada, nem na escola, eu estou com um pé para repetir de ano, cara! — Explicou de forma apresada, como se estivesse nervoso e ansioso demais, o que deixava na cara de que a merda não era bem aquilo dali.

— Você ainda tem a sua dívida, Alex. — Sibilei e ele assentiu para mostrar que sabia. — Não pode sair daqui sem pagar. — Olhei ele de cima a baixo e eu poderia jurar que ele estava suando diante de mim.

— Me da dois dias e eu pego tudo! — Disse com as mãos inquietas e dei uma leve risada vendo isso. — Só não da mais para mim, agradeço muito a oportunidade, talvez no futuro eu volte! — Tentou da aquilo por encerrado e eu neguei lentamente.

Aquilo tudo estava muito estranho, Alex estava suando e nervoso na minha frente, quase como se tivesse medo de me contar que quer sair da academia e mesmo com todas as porras que aconteceram aqui e que ele presenciou, Alex nunca agiu dessa forma, ele estava como se tivesse ouvido coisas que entraram na sua cabeça fácil demais e que agora o estavam apavorando.

Mas eu não fiz nada com o Alex ainda para que ele ficasse desse jeito na minha frente, não ainda.

— Quem foi falar merda para você? — Cruzei os braços, querendo mesmo saber que merdas colocaram na cabeça de Alex, porque se nem o pai dele conseguiu o convencer a sair, pensei que ninguém mais fosse.

— Tem merda nenhuma não. — Desviou os olhos umas cinco vezes só para dizer isso e o Alex não conseguia esconder que havia sim alguma coisa por trás.

Se for pensar bem, só havia uma pessoa na porra dessa cidade que convenceria o Alex a sair da academia, ainda mais agindo como se tivesse medo de mim e de verdade, só de pensar que ela teve esse audácia, me da uma raiva enorme.

A Violet, é óbvio que foi ela, agora com esse lance de irmã mais velha do Alex, com certeza ela fez para colocar algo na cabeça dele contra a academia e contra mim, mesmo que eu quisesse acreditar que Violet está aprendendo a se comportar por esses dias, ela ainda é a mesma vadia que precisava de muitas lição para aprender como funciona as coisas comigo.

Eu falei para a Violet não abrir a porra da boca para se meter nas minhas coisas e principalmente sobre o Alex na academia, mas ela não aguentaria muito tempo, era óbvio, a Violet é muito previsível, eu conheço ela mais do que ela poderia tentar me enganar.

Ela estava fodida demais por ter aberto aquela boquinha linda dela.

— Eu quero saber, o que falaram sobre mim? — Olhei para o Alex com sinceridade e ele negou, basicamente como se eu fosse a porra de um idiota e isso estava me irritando — Porra Alex, eu confiei em você! — Neguei não gostando nada daquilo.

Eu odiava ser feito de idiota, mas odiava bem mais as pessoas com meias palavras comigo, ou falavam a porra toda ou nem começavam a dizer, eu queria muito saber que merdas a Violet havia dito para Alex, porque se ela contou tudo, eu acabo com ela hoje.

Mas gosto de acreditar que Violet já entendeu bastante que a única merda que ela não pode fazer é abrir a boca sobre a nossa relação, mas mesmo assim, ela achou um jeito de convencer o Alex a se afastar e eu quero saber qual é.

— A verdade é que eu não quero mais! — Disse firme na sua resposta. — Não é medo, nem nada que falaram sobre você, eu só acho que essa merda não é para mim, não desse jeito, cara, o moleque morreu tem algumas semanas, poderia ser eu lá, eu não posso fazer isso com a minha família! — Alex parecia odiar essa ideia, de magoar a família dele, mas que porra seria mais importante que ser um vencedor? De ser temido por onde vai?

Alex tem princípios muito fracos, eu sabia que seria sim, ele era bom, certinho, andava com o Justin para cima e para baixo, era uma porra difícil mudar o jeito dele e o transformar em um cara forte e consciente de que pode vencer, mas eu estava conseguindo muito até agora, não sei que porra falaram na cabeça dele, mas Alex estava fugindo como uma garotinha assustada.

E eu poderia até deixar ele ir, mas não tão fácil, não depois de eu ter dedicado o meu tempo para esse bosta me virar as costas, eu apostei nele e é assim que ele me retribui. Eu odiava ingratidão, era a única porra que me tirava do sério completamente e Alex havia conseguido fazer isso do pior jeito.

— Ok, você pode ir. — Assenti olhando para os lados antes de voltar a olhar para o Alex. — Mas não antes de lutar comigo. — Dei um sorriso forçado para Alex, que engoliu em seco. — Se você lutar comigo, e acertar mais do que três socos sem desistir, eu deixo você ir, mas se negar ou desistir, vai ficar aqui e continuar com o treinamento da forma como eu mandar! — Contei entre dentes para ver se entra entra bem na cabeça do Alex.

— Você sabe que não tem chances de eu vencer você. — Murmurou sério e eu assenti com uma risada ironia. — Por que não me deixa em paz? Tem vários garotos por ai que adorariam ser treinados por você, que tem a porra de uma mentalidade boa para isso, por que eu? — Questionou sem entender e para mim era bem óbvio tudo, mas Alex realmente parecia perdido.

— Porque minha família se importa com você, de um jeito ou de outro você faz parte dela, com namorado da Coral, ou o ex legal da Jessica, ou o amigo do Justin.... ou o irmão da Violet. — Dei um passo à frente, enfrentando Alex. — E é mais divertido assim, o jogo sempre vai ser melhor se usarmos as peças mais.... interessantes, entendeu? — Olhei para Alex de cima a baixo e ele me encarava sério, mas sem coragem de me responder. — Então vou deixar bem claro, ou luta comigo e vence, ou fica nessa academia até eu cansar da sua cara de bosta, e se não quiser, as coisas não vão ser tão boas para você! — Sibilei antes de da uma risada. — Seu crescimento aqui anda incomodando dentro e fora da academia, sei lá, alguém pode querer acabar com você quando menos esperar ou ferir quem você ama, nunca se sabe, o mundo das clandestinas é louco! — Neguei como se não fizesse ideia disso. — Mas se você quiser arriscar, tem irmãs pequenas não é? — Sinalizei para Alex, que estava muito mais tenso agora.

Nada que um terror psicológico bem feito não resolva, o Alex é o típico garoto que se importa demais com os seus, foda-se ele mesmo, o importante é que todos estejam bem, é aquela famosa síndrome do príncipe encantado, que quer salvar o mundo como se esse ato de bondade fosse o fazer ir para o céu quando morrer. Eu odiava muito quem agia assim, como se pudesse ser melhor por ser bonzinho, porque tinha uma reputação a zelar, eu poderia levar esse papo de reputação se o Alex já não tivesse lutado antes e já não tivesse insistido nessa merda, ele sabia onde estava se metendo e quis continuar por conta própria.

Mas agora está agindo como um cuzao de merda.

Nem valia mais a pena ter o Alex comigo, mas, agora que ele não quer é aí que eu quero mais ainda, eu iria foder com a vida desse moleque mimado até ele aprender não virar as costas para mim, e seria um prazer fazer isso.

— E então? — Esperei uma resposta e Alex parecia bem perdido para dizer algo. — Acho que você quer dizer que amanhã nos vemos para o treino. — Falei de forma sarcástica e Alex me olhou com os olhos confusos e ele estava com medo, mas de verdade? Só o verdadeiro medo podia controlar o poder, quanto mais medo de uma pessoa alguém sentir, mais poderosa ela se torna.

E essa era uma sensação boa demais.

Alex assentiu por fim, ainda em silêncio e eu sabia que ele faria, como eu disse, ele quer ser o herói, se fosse realmente um cara de coragem não estaria nem aí para os outros, ele queria mesmo era salvar a própria pele, porém o Alex não estava nem aí, a posse de herói lhe caia muito melhor que a de vilao.

Então eu não me importava de ser o cara mal da história.


Violet Parker Point Of Views.

                              11:37 p.m.

               01 de Abril  de 2017.

               Toronto, Ontário, Canadá.


Eu tentava mesmo me concentrar em estudar, talvez se eu ficasse com a minha mente tempo demais ocupada, ela não pensaria em tantas coisas ruins.

As vezes parecia que havia um anjo mal sobre o meu ombro me dizendo coisas terríveis, como eu sou burra, idiota, fraca, que o meu destino é sofrer e que se eu não acabasse com a minha vida, tudo ficaria pior, para mim e para as pessoas em volta de mim.

Nunca pensei muito sobre como a morte funciona, eu perdi a minha avó para o câncer, mas ela parecia muito serena quando foi, ela me revelou muitas coisas antes de morrer, mas ela foi em paz, e é estranho pensar que a morte pode trazer paz. Quando estamos doentes, sofrendo com tratamentos por anos, perdendo um pedaço de nós mesmo em cirurgias anuais, a morte parece ser a melhor solução, como um alívio, com ela essas pessoas não sentiram mais dor, não tinha mais doença, era paz.  

      Parecia ter haver com parar de sentir, para de sofrer, parar de doer, e esse conceito, estava estranhamente parecendo acolhedor.

Por isso eu tentava focar nos estudos, tirar a minha cabeça desses pensamentos entramos, mas mesmo que eu quisesse focar no nome de um país do oriente médio com população quase de 2 mil habitantes em situação de crise, minha cabeça focava na minha própria crise, no meu próprio eu perdido dentro de um labirinto e quando eu tentava me achar, coisas ruins vinham na minha cabeça.

Eu gostava de respirar, mas de um tempo para cá, tem doido, muitas coisas em mim tem doído, meu coração, acho que nem o sinto mais, havia dores na cabeça constantes, que nunca sumiam, pelo contrário, parecia surgir bem mais a cada dia. Era uma dor diária, por dentro, nada que eu acha-se que remédios iriam ajudar, era na alma, dentro da minha cabeça e eu sou queria parar de sentir, de lembrar, por isso eu pensava na morte, de um jeito fraco e incapaz, mas não sentir nada, parecia o meu maior sonho.

Fechei o livro de geográfica e tentei apenas apagar qualquer pensamento ruim, eu precisava tentar não pensar, mesmo que fosse muito mais frequente do que um dia foi, era porque eu estava guardando tanta coisa dentro de mim, eu não tinha com quem me abrir, ninguém iria entender a minha cabeça, as minhas ações, o que estava acontecendo comigo, então para evitar que me julguem sem saber, eu me guardava e guardo tudo dentro de mim e isso parece que vai me sufocar.

Me afastar de todos foi a solução, para eles não verem o quando instável e fraca que estava sendo, mesmo que eu tivesse querendo sorrir, estava quase impossível continuar fingindo e eu não iria dizer a verdade nunca, eu preferia morrer com isso dentro de mim do que contar o que me acontecia.

Peguei meu celular, vendo que chegou um e-mail do colégio e era sobre uma palestra que teria em alguns dias e pedindo nomes para inscrição. Eu não tinha cabeça alguma para ouvir outras pessoas falarem por horas, então só apaguei o e-mail antes de joga meu celular sobre a cama e ficar de pé.

Andei até perto do espelho e levantei a minha camisa, só para constar que tinha uma marca roxa perto do meu umbigo.

    Jacob tinha uma forma estranha agora, até mesmo de demostrar amor, sexo violento, abraços fortes, beijos intensos, tudo que envolvesse força e alguma espécie de ódio, ele parecia amar agora, ainda mais quando era comigo. Antes era só os tapas e os socos quando eu fazia merda, porém agora, era em tudo.

Como se ele pudesse ter a certeza de que eu estava amando.

Havia uma mordida na minha cintura e com certeza, no momento, aquela era a marca mais feia, dava para ver os roxos quase virando pretos e eu deveria cuidar disso, mas na real? Eu estava sem vontade alguma, toda a vez que eu tentava esconder parecia que machucava mais.

Então deixa está como está.

A porta do quarto se abriu e Jacob entrou por ela, me lançando um olhar terrível antes de fechar a porta a trancando por dentro e caminhando até se sentar na minha cama, ainda me olhando como se eu tivesse feito algo errado, de novo, como sempre.

— Posso fazer uma pergunta e você tem que ser sincera? — Pediu me encarando e eu assenti. — Falou alguma coisa com o Alex? — Questionou e eu neguei rapidamente.

— Não falo com Alex direito tem umas semanas, tenho tentado estudar. — Expliquei e Jacob me olhou, como se buscasse acreditar em mim. — Por que? Aconteceu alguma coisa? — Olhei preocupada para ele, o Alex estava lutando e algo ruim podia acontecer todos os dias para falar a verdade.

— Nada, só pensei que você pudesse ter dito algo errado para ele. — Sibilou antes de mexer os ombros, como se não fosse nada demais. — Se não foi nada, beleza, acredito em você. — Me olhou com seus olhos azuis intensos e eu poderia dizer que ele estava mentindo, que não acreditava em nada, mas estava dizendo isso apenas.... por dizer. — Estava estudando o que? — Pegou meu livro nas mãos. — Geografia, eu era péssimo em geografia. — Ele riu e eu sorri para ele.

— Eu também. — Confessei com um sorriso e Jacob me olhou com cautela. — Você nunca me falou da sua época de escola. — Comentei me aproximando dele curiosa e Jacob me puxou pela mão para sentar no seu colo e assim eu fiz.

— Não tem nada demais, estudei na Excellence, igual a você agora, foi normal, nunca gostei de estudar, achava um perda de tempo, mas me formei. — Contou e eu assenti entendendo, porém querendo saber mais.

— Não tinha amigos? — Olhei para ele que negou como se isso fosse bobagem. — Nenhum mesmo? — Levantei uma das sobrancelhas e Jacob mexeu os ombros como se talvez sim, tivesse algum amigo.

— Eu andava com um cara, mas acho que ele morreu, ou deve está preso, ele era péssimo. — Confessou me fazendo ri. — É sério! — Reforçou antes de passar a mão na minha cintura e senti o machucado mais forte arder.

Jacob me olhou com os olhos estreitos pela minha cara e levantou a minha camisa para ver o que ele mesmo causou, quase como se não tivesse nada haver com isso, antes de voltar a me olhar, agora com um olhar mais sério.

— Já falei para você cuidar dessas merdas! — Disse áspero e eu me levantei, antes de levantar a minha camisa para olhar novamente em frente ao espelho. — Olha como está sua barriga, cheia de marcas roxas, essa porra deve está infeccionado! — Falou sendo grosso como sempre ao se referir a mordida.

— Desculpa. — Falei em voz baixa. — Acho que estou com a imunidade baixa e as coisas estão demorando a cicatrizar. — abaixei a minha camisa e voltei a olhar Jacob, que me olhava de cima a baixo.

— É porque você não come direito, acha que é legal ficar assim? Sorte sua que eu te amo de verdade, porque se fosse qualquer outro cara por aí estaria fora faz tempo. — Falou como se fosse um fato. — Ninguém gosta de garotas que não tem muito para oferecer. — Disse de forma maldosa. — Mas me diz, por que não anda comendo direito? — Me olhou sério, quase como se fosse meu pai e eu suspirei.

— Porque não anda com muita fome, na verdade ando sem vontade de nada, apenas quero ficar na minha e...

— Ei! - Fez um gesto para eu parar de falar. — Eu não quero ouvir suas lamentações, que na verdade sabemos que são apenas dramas de merda, porque nem vem dizer que não tá comendo porque eu te trato mal, porque não é verdade, mas vale lembrar que eu só te trato de alguma forma ruim quando você faz merda, não sabe? — Assenti para tudo que ele falou, porque deve ser verdade mesmo.

Eu estava muito longe de questionar qualquer coisa que vinha do Jacob, de verdade, só não queira contrariar ele.

— Eu sei, só quis dizer que estou sem vontade de fazer algumas coisas. — Mexi os ombros, eu mesmo não dando importância para isso e Jacob bufou impaciente.

— Não tenta se fazer de vítima Violet, você é só a porra de uma garota fraca, que gosta de fazer carinha fofa para todos ficarem com pena de você, mas adora fazer merda por aí! — Riu como se eu fosse uma piada. — Eu não caio nessa não, você sabe bem que a culpa de tudo é sua, então apenas assuma isso e pare de agir como a porra de uma criança! — Disse como uma ordem e eu assenti bem devagar, engolindo cada palavra dele.

Eu sei que sou fraca e que é culpa minha, Jacob tinha total razão e eu era uma merda que sofria pelos meus próprios erros, era isso, mesmo que no fundo eu quisesse contestar, era isso mesmo, porque Jacob havia dito que era então se tornou, fim, minha vida agora se baseava no que ele dizia.

— Eu tenho que voltar a estudar! — Avisei tentando não demostrar que as palavras dele pioraram tudo dentro de mim e na minha cabeça.

— É bom mesmo. — Afirmou se levantando antes de vir até a mim e me beijar na boca de um jeito bruto. — Porque vamos nos casar em junho, e você precisa está formada. — Piscou para mim. — Aliás, se abrir a boca para falar mais alguma merda ao Alex, você é quem vai sofrer as consequências, odeio que falem mal de mim por trás, ouviu? — Deu um tapa leve, quase não leve, no meu rosto antes de me soltar e apenas andar para sair do quarto, me deixando ali com aquilo.

Jacob já tinha uma data para o tal casamento e nem ao menos se interessou em me consultar, na verdade ele não me consultava para nada mesmo, era tudo decisão dele e eu apenas tinha que aceitar e fim, isso nem mexe mais comigo, mas o que fez a minha cabeça girar forte foi o fato que....

Junho...faltava apenas 2 meses para junho.

Notas finais:

Gente, gente gente, o próximo capítulo eu prometo que tem gritos de coisas que vão deixar vocês de boca aberta, coisas boaaaasss.

Esse capítulo foi mais para mostrar mesmo como essas merdas estão afetando acabada da Violet e ainda tem a mãe dela o Jacob, a nossa bebê tá no limite real e vamos rezar para acontecer algo bom antes do pior, gente é sério tá foda! Mas como todo sofrimento tá quase no fim, o próximo vamos encarar algo novo e que vocês vão amar aposto!

Então gente não vou me estender, quarta a gente volta!

Bjs e até o próximo!

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