X Justice X || h.s.

By RitinhaMalik

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April Sheperd é uma das melhores advogadas de Nova Iorque, com apenas 23 anos já resolveu os casos mais difíc... More

Introdução
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Trailer
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Aviso
Capítulo 10
Capítulo 11
Aviso
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23 - Parte I
Desculpem...
Capítulo 23 - Parte II
Capítulo 24
Capítulo 25
Desculpem...
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29 - Parte I
Capítulo 29 - Parte II
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Nota...
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57

Capítulo 53

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By RitinhaMalik


Dia 4

O toque soou estridente no meu tímpano, batendo-me mentalmente por estar mesmo por baixo da campainha. Tento abafar o som com as minhas mãos, tapando os meus ouvidos. Vejo Louis a olhar em seu redor, ambos perdidos na Cathedreal High School, uma escola tão grande que me fazia pensar que tivera estudado num barracão toda a minha vida. Os corredores começam a encher, saindo alunos de salas completamente aleatórias fazendo-me lembrar pequenas formigas a abandonarem o seu formigueiro. Os uniformes requintados davam a entender que isto não era uma escola qualquer, nada comparada a todas as escolas publicas que frequentei. As miúdas demasiado snobes olham-nos de lado, talvez percebam que não nos encaixamos, muito provavelmente, no seu estrato social. Outras, contrariamente, fazem olhinhos e trocam risinhos com Louis, rolo os olhos. Adolescentes hormonais não são propriamente o meu forte. Dou graças a Deus por já ter passado essa fase da minha vida, mas sinceramente, acho que nunca a vivi, fui obrigada a crescer demasiado cedo. Ser a irmã mais velha e ter uma mãe constantemente deprimida, obriga-te a tal.

"Devíamos tentar encontrar o gabinete do diretor, não achas?" Louis questiona-me.

"Acho que devíamos era perguntar a alguém onde é o gabinete do diretor, vai ser impossível encontrar alguma coisa neste labirinto." Afirmo.

"Tens razão..."

Os meus olhos percorrem os corredores infindáveis à procura de alguém que me pudesse dar essa informação, uma professora ou uma continua. Não quero ter de estabelecer qualquer tipo de contacto com as adolescentes, muito provavelmente, arrogantes e maldosas. Sorrio quando vejo uma senhora com os seus 50 anos. Aproximo-me rápido dela.

"Bom dia, desculpe, poderia dizer-me onde é o gabinete do diretor?" Questiono educada.

"Segue o corredor até ao fim, vira à direita, e depois na primeira sala à esquerda." Diz curta e pouco convidativa.

Os meus pés vão percorrendo lentamente o caminho que me fora dito. Ao ritmo a que ia, parecia que tinha todo o tempo do mundo, ninguém diria que em meros dias ele iria estar morto. Toda esta situação me parecia ridícula, irreal até. Agora, ali, rodeada por todas aquelas raparigas e por todo aquele ambiente, nada disto parecia que estava realmente a acontecer. Louis está entusiasmado, ele mostra-se confiante, afirma ter a certeza de que vamos sair daqui com respostas. E eu... Bem, durante todo este processo habituei-me a perder a esperança muito rapidamente. Sinto que se hoje sair daqui com a mesma informação com que cheguei, não me irei surpreender.

"Acho que é aqui." Louis interrompe os meus pensamentos e aponta para uma sala grande.

Entro na mesma, várias professoras conversam alegremente, outras trabalham em secretárias aleatoriamente dispersas pela sala. Uma senhora com alguma idade atende telefonemas e rabisca todo o tipo de coisas apressadamente em folhas soltas e post-it desorganizados. Por momentos revejo uma Naomi envelhecida pelo tempo, sorrio com a ideia. Dirijo-me à secretária que aparenta ter um ar doce e reconfortante.

"Bom dia." Cumprimento, chamando a sua atenção. "Gostaria de falar com o diretor, por favor."

"Tem marcação?" Sorri-me. "Não vejo nenhuma hora marcada na agenda de Mrs. King." Percebo agora que o outrora diretor calvo e alto que erradamente imaginei, foi substituído, por uma senhora de meia idade da alta sociedade nova-iorquina.

"Não..." Começo a perder a esperança. "Mas é realmente importante, será que a diretora nos poderia receber? Não iremos retirar-lhe muito tempo." Rezo aos deuses para que esta secretária torne isto possível.

"Talvez lhe pudesse ligar, perceber se ela tem alguns minutos livres." Louis tenta agora.

"De que se trata?" Tenta perceber o tema para o transmitir à sua superiora.

"Eu sou jornalista, gostava de fazer uma reportagem sobre a escola." Louis mente descaradamente, tão descaradamente que rio interiormente.

"Oiça, se isto se trata novamente das meninas, Mrs. King não irá recebê-lo... Os últimos meses têm sido muito difíceis para esta escola."

"Estou a par da situação, mas garanto-lhe que não venho sujar a imagem da Cathedreal High School, muito pelo contrário." Louis sorri à secretária, um sorriso com imensas segundas intenções.

Vejo a senhora a pegar no seu telefone em cima da secretária, o meu interior festeja antecipadamente.

***

Aguardo impaciente na cadeira onde a secretária nos mandou esperar, aparentemente a diretora estava numa reunião e eu e o Louis não poderíamos, de modo algum, interrompê-la. Os minutos parecem não passar, e depois ri-o da ironia. Aqui estou eu a lutar incessantemente contra o tempo, a dar graças a Deus por qualquer segundo a mais que possa ter porque, na verdade, isso significa mais um segundo da sua vida. Contudo, agora, o tempo prega-me uma rasteira e goza comigo.

"Podem entrar." A senhora de meia idade diz, sobressaltando-me e acordando para a realidade. Levantamo-nos num ápice e dirigimo-nos à porta que se encontrava a poucos metros de nós. Bato na superfície de madeira e espero ouvir o 'entre' do outro lado da divisão.

"Bom dia." Louis apressa-se a dizer, estendendo a mão à senhora de cabelos castanhos e bem vestida que se encontrava do outro lado da secretária.

"Bom dia, peço desculpa, mas tenho um dia muito atarefado..." Rápida e direta.

"Sim claro, compreendemos, não lhe roubaremos muito tempo." Sorrio.

"Sentem-se." A diretora, mais nova do que julgara, aponta para duas cadeiras à frente da secretária. "Portanto, o que vos traz por cá? São jornalistas?"

"April Sheperd, advogada." Apresento-me. "Louis Tomlinson, jornalista." Vejo Louis forçar um sorriso. "Como não quero ocupar muito do seu tempo, vou direta ao que nos trouxe cá. Estamos a investigar um pouco melhor o caso Styles, o que nos levou, obviamente a esta escola. Não estamos aqui com qualquer intuito de prejudicar a imagem desta instituição, apenas de conhecer um pouco melhor as suas ex-alunas e tudo o que se passou."

"Compreendo... Mas o corpo docente e até mesmo alunos já responderam a diversas perguntas dos detetives encarregues do caso. E pelo que me disse, Ms. Sheperd, é advogada e não polícia." O seu sobrolho arqueia, mostrando-se desconfiada.

"Tem toda a razão... Mas eu sou a advogada de defesa do caso, e temos muitas razões para acreditar que o meu cliente está inocente. O tempo urge, Harry Styles será condenado daqui a 3 dias.... Só queremos fazer tudo ao nosso alcance para descobrir a verdade..."

"E o que pretendem saber ao certo?" Ajeita os seus óculos na cana do nariz.

"Tudo é importante, se pudesse falar dos seus aproveitamentos escolares, como eram, a sua relação com os professores, coisas do género." Digo.

"As três pertenciam ao 11ºano deste mesmo ano, estavam cá na escola há alguns anos, mas apenas conseguiram entrar com uma bolsa escolar de mérito. As três andavam em escolas públicas diferentes no concelho, abriram algumas vagas para bolsistas e elas foram as felizes contempladas. Eram miúdas esforçadas e muito educadas, rapidamente se habituaram à escola e fizeram amizades com as restantes alunas muito rápido. Nola e Olivia pertenciam à mesma turma, já Megan pertencia a outra. Eram raparigas felizes, bem-dispostas, gratas pela oportunidade que o colégio lhes deu..."

"Então, o que me está a dizer é que as três tinham uma bolsa de estudo, portanto todos os custos estariam abrangidos por essa bolsa, certo?"

"Certíssimo, não pagavam qualquer tipo de mensalidade."

"Mas existem mais bolsistas no 11ºano?" Louis questiona, percebendo o padrão, tal como eu.

"Sim, sim, ao todo, são 10 bolsistas, portanto temos mais sete alunos nas mesmas condições."

"Notou alguma coisa de estranho? Alguma delas se andava a comportar de maneira diferente?" O meu coração a palpitar.

"Bem, não na Olivia nem na Megan... Mas nos últimos meses as notas de Nola desceram consideravelmente, os professores comunicaram-me isso, mas pensei que fosse apenas um deslize, e como não era costume, dei-lhe o benefício da dúvida. Se Nola não atingisse uma certa média, perderia a bolsa, e eu decidi "fechar os olhos" para que ela não a perdesse, queria dar-lhe uma segunda oportunidade. Avisei-a da situação, e Nola prometera-me que ia mudar."

***

Sinto-me mentalmente exausta.... Desiludida e frustrada. Louis encontra-se tanto ou mais que eu... A conversa com a diretora, embora produtiva, em nada de nos serviu. Tudo o que Mrs. King nos dissera, nós já sabíamos, ou pelo menos suspeitávamos.

"Nós vamos conseguir April, nós só temos três dias, mas eu sei que vamos conseguir."

"Louis, e se não conseguirmos?" Contenho as lágrimas, não é aqui, nesta escola privada e caríssima, que irei chorar.

"Se não conseguirmos, pelo menos temos a certeza que tentámos tudo ao nosso alcance para impedir isto..."

Caminhamos em direção à saída, desta vez, os corredores mais calmos e vazios. Monotonia e melancolia invadiam o meu ser. Observo o ambiente à minha volta... Algumas raparigas falam alegremente e mexem nos seus telemóveis. E de repente, fito uma rapariga de olhos verdes, cabelo castanho e lábios carnudos. Revejo o Harry nela, revejo-me a mim. A minha mente viaja vários anos no futuro, a nossa filha, ali, à minha frente, tão bela como o pai e talvez inteligente como a mãe. O seu sorriso feliz mostrava-me que estávamos a fazer um bom trabalho, porque na verdade, a única coisa que era preciso era amor, e isso nós tínhamos bastante. Os anos passaram, mas nada tinha mudado. Aquele ser, outrora frágil, tinha-se tornado numa adolescente perfeita. Enquanto isso, o passar do tempo, a revelar-se nas pequenas rugas na minha face e nos pequenos cabelos brancos na imensidão de caracóis do Harry. Éramos felizes, eramos felizes e isso a mim bastava-me.

Mas o tempo recua, a rapariga passa a ser só mais uma rapariga. Torna-se numa adolescente insuportável e dramática... E enquanto a analiso mais e mais detalhadamente, a minha mente contorce-se com o rosto familiar. Eu conheço-a... Eu conheço aquela rapariga. De onde? Não sei... Mas tenho a certeza já a ter visto.

"O que se passa?" Louis questiona-me fazendo-me sair dos meus pensamentos.

"Eu conheço aquela miúda."

"De onde? O que ela tem de especial?"

"Alguma coisa... Alguma coisa, mas eu não sei o que é...." Divago interiormente.

"Como assim?" Louis arqueia a sobrancelha.

"Louis, eu conheço-a, mas não sei de onde... Mas o meu instinto diz-me que ela é importante, que ela pode significar alguma coisa..." 

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