The Family

By FANFICTLOAD

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13, esse è o número exato de adolescentes morando em baixo do mesmo teto. 13 também é a quantidade de tempo q... More

Prólogo:
2. marriage.
3. House.
4. Approximation.
5. Fire and Water.
6. Friendship.
7. Relations.
8. Just talk.
9. Prove what it says.
10. Coral.
11. Natural.
12. Viral.
13. Festival.
14. Jessica.
15. judged.
16. Instagram.
17. Perfetct Fail.
18. Hazel.
19. halloween.
20. Heaven to hell.
21. How did mom do.
22. Jazzy.
23. Little miss in reality.
24. Jaxon.
25. Influence.
26. Grey.
27. Effect.
28. Illegal camping.
29. Drugs.
30. Jett.
31. Back.
32. Rose.
33. Bullying.
34. Justin.
35. Love songs.
36. You are the music in me.
37. Heartbeats.
38. The melody of my life.
39. Blue.
40. Alert.
41. Manner.
42. Catfish.
43. Jacob.
44. Canadians.
45. Possessive.
46. My crime.
47. Testimony.
48. Jane.
49. Part of history.
50. Violet.
51. Violence.
52. Just like me.
53. Truth hurts.
54. Help.
55. Verdict.
56. Bieber.
57. Toronto.
58. Parker.
59. Greenwood.
60. The family.
61. Brothers and sisters.
62. Black Sheeps.
63. Black Sheeps - part 2.
64. United.
Epílogo:
Notas de agradecimento:
The family 2 is coming

1. Divorce.

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By FANFICTLOAD

      Violet Parker's Point Of View.
     
                             06:45 p.m.

                            29 de Abril de 2016.

        Greenwood, Colúmbia Britânica, Canadá.

— Família Parker? — A mulher de meia idade e usando um jaleco branco, nos chamou, o que me fez da um pulo do meu acento em segundos, assim como os outros presentes que contém Parker no sobrenome.

A tensão percorrendo o meu corpo me deixa agoniada, ainda mais que as coisas não andam sendo fáceis para a minha família nos últimos anos e envolve a pessoa que está nesse hospital agora.

— Como ela está? — Minha mãe perguntou apreensiva, quase pulando no pescoço da mulher de jaleco, deixando meu coração mais apertado ainda.

— As coisas não estão boas, a doença da Senhora Ursula avançou para partes vitais do corpo, eu sinto muito. — As palavras entraram pelos meus ouvidos como um sopro, mas contento a força de um elefante.

Não queria acreditar nisso, mas já estava me preparando no fundo para uma notícia dessas, vovó nos preparou por muitos anos para que isso não doesse tanto, mas é inevitável sentir.

Eu odeio o câncer, assim como todas as doenças que quase não tem curas no mundo. Minha avó materna tem câncer no estômago, a doença surgiu aos poucos e pegou todos de surpresa, já que Dona Ursula sempre cuidava da saúde como ninguém, além de ser uma mulher incrível que me ensinou muito na vida, ensinou todos nós.

Mas é como a minha mãe diz, as doenças não escolhe por grau de bondade.

Pode parecer um pensamento grotesco, eu nunca gostei de pensar assim na verdade, sendo que não podemos negar, tem seus pontos de verdade.

Minha avó conversou varias vezes comigo sobre isso, dizendo que não tinha medo da morte, e que isso, apenas seria um alívio quando o quadro se agravasse a um ponto que não conseguiria viver normalmente.

Nesses meses vovó não anda se alimentando a não ser por uma sonda ligada a seu estômago e passa todo o tempo de cama.

Talvez seja esse o alívio que ela disse querer sentir, a morte, eu não sei, não sei explicar e nem quero ter que pensar em justificativas para está acontecendo tudo isso com alguém tão bom.

Ao mesmo tempo que a quero bem e sem dor, perdê-la parece ser algo impensável, mesmo que já fosse calculável.

— O que podemos fazer, doutora? — Meu pai, Oliver Parker, falou sem saber ao certo o que dizer.

Tentei não deixar as minhas lágrimas assustar os pequenos, mas não adianta muito eu me ponderar quando Coral está aos prantos no meu lado, sendo seguida por Blue.

As palavras da médica foram arrebatadora para todos, e meu pai, sempre preocupado com a família, parece querer se colocar na frente de todos nós, como uma proteção contra a dor.

Mas não acho que tenha como se proteger desse sentimento.

— Vocês podem ir até o quarto, conversar com ela, ter uns momentos de lembranças e conforto, é a única que posso recomendar, são as últimas horas dela, façam que seja as melhores. — A doutora parece experiente em da esse tipo de notícias, posso dizer que as palavras são exatamente as mesmas em todas as situações.

Um dia eu pensei em ser médica, mas isso foi antes da doença da minha avó, agora eu vejo isso como uma profissão apenas para quem tem sangue forte, coragem para da noticias que podem dilacerar famílias e ter em suas mãos, a vida de outros.

Minha irmã Coral segurou a minha mão enquanto todos nós da família Parker caminhávamos em direção ao quarto da vovó. Somos em 9, então fazemos volume pelos corredores do hospital pequeno e simples, tudo que nosso pouco dinheiro e condição financeira puderam cobrir.

Minha mãe já não chora mais e parece se preparar para entrar no quarto e olhar pelos últimos minutos a mulher que lhe deu à luz.

Astrid Parker sempre foi uma mulher muito durona no meu ponto de vista, nunca a vi chorar antes, sempre seria e às vezes mal humorada, mas tentamos todos entender, mãe de 7 filhos e dona de casa, deve ser uma carga de pressão alta, então quando há broncas, todos conseguem entender ao invés de apenas a chamar de "péssima mãe".

Não podemos negar que ela se esforçar, mesmo não sendo muito carinhosa, mãe é mãe e eu a amo, assim como todos os meus irmãos.

Suspirando por uma última vez, mamãe abriu a porta do quarto e passou por ele, sendo seguida por meu pai, me apressei para entrar logo após dele, puxando a Coral pela minha mão e sendo seguida pelos outros.

O quarto branco e super iluminado deixa o clima pior do que poderia estar, e a vovó no centro dele em uma cama, faz meu coração se apertar como se fosse sair do meu peito.

Nunca se sabe o que dizer em um momento como esse, o luto já está em todos nós e ela nem ao menos se foi ainda, mas sabemos que irá em breve. Ao mesmo tempo que não queremos parecer triste e a deixar triste, não podemos controlar esse sentimento, ainda mais os pequenos que pouco conseguem entender sobre isso.

— Oi. — Minha avó disse com a voz fraca e dei um meio sorriso para ela, enquanto aceno com a mão de leve. Da para ver o quanto Dona Ursula está debilitad pela fase final da doença, mas tento não me abalar com isso.

— Como você está mãe? — Astrid perguntou parando do lado direito dela que assentiu, enquanto dava uma risada leve.

— Estou bem Astrid, com câncer mas em paz, não precisa se preocupar, se é que se preocupa. — Soltou sem nenhum filtro, fazendo meu queixo cair um pouco, mas logo fechei minha boca quando papai nos olhos brevemente, querendo diminuir nossas reações espantosas.

— Mamãe, eu me preocupo, cuidei de você esses anos todos é claro que me preocupo! — Exclamou se sentindo ofendida e vovó mexeu a cabeça lentamente para olhá-la.

— Porque sou sua mãe, assim como cuida dos seus filhos apenas porque são seus, caso ao contrario não faria. — Mesmo fraca, disse a frase com perfeita clareza. — Aliás, você dizia querer ser médica mas não tem paciência nem com os seus, talvez seja pela dinheiro fácil. Ah... como você amava dinheiro fácil....

Ninguém se mexeu, nenhum som foi feito, mesmo que a vovó já tenha feito comentários desses algumas vezes, bastava um olhar sério da mamãe e ela logo dizia ser brincadeira. Apesar de a vovó ser sempre uma mulher bem humorada, não acho que esteja brincando agora.

— Me surpreende continuar casada com o Oliver, um homem tão bom, honesto e trabalhador, mas jamais pode te da a vida que quis, por isso sempre foi tão, ranzinza. — Acrescentou calmamente como uma confissão, olhei para a mamãe que estava seria e com o semblante fechado em uma cara de poucos amigos.

A vovó está pegando pesado, ou apenas sendo sincera?

— A doença está te deixando louca é? — Mamãe disparou sem pudor e meu pai deu um passo para perto dela. — Sempre arranjou um jeito de me atacar, mas agora eu não fiz nada! — Aumentou a voz e papai colocou a mão em seu ombro, tentando evitar uma discussão.

Mamãe e vovó sempre discutiram, nunca de fato eu soube o motivo, mas era a mesma coisa a cada vez, vovó falava, mãe se irritava e as duas fingiam que nada havia acontecido quando nos aproximávamos.

— Astrid, calma, não é momento para isso. — Meu pai disse em voz baixa, mas o silêncio que se encontra no quarto agora, nos possibilitou de ouvir.

— Não mesmo. — Vovó disse antes de tossi algumas vezes. — Eu estou morrendo, sei disso e apenas quero dizer tudo que penso. Eu amo você filha, mesmo com todos os seus defeitos, eu amo você. — Tentou não se emocionar com suas próprias palavras e a dificuldade de falar já se fazia presente. — Sinto que a minha hora está chegando, quero me despedir de todos vocês. — Mexeu os olhos na direção minha e dos meus irmãos.

Não quero me despedir, isso é horrível, mas não se despedir parece ser pior ainda. Os dois pontos são ruins.

— Ok, acho que você já se despediu de mim. — Mamãe disse com poucas palavras. — Descanse em paz, mãe. — Se aproximou dela e lhe deu um beijo na testa antes de se virar e sair do quarto como um furacão.

Fria, como o gelo do inverno, é assim que a Astrid é quase sempre, tento levar isso apenas como um ponto fraco dela, mas confesso que muitas vezes esperei mais sentimentos da minha mãe. Como agora, onde a vovó está querendo se despedir para sempre de nós e ao invés de ficar, ela sai.

Com certeza eu puxei os sentimentos do meu pai.

— Oliver. — Vovó disse quando tentou firma a voz, ele se aproximou da cama para ouvi-la melhor. — Bom homem, uma paciência enorme para a mulher que criei de forma errada, você merece o amor, lembre sempre disso, amor e respeito. — Pegou na mão dele que assentiu para as palavras dela. — Cuide das crianças, elas precisam de você cada um deles, só seja o bom pai que sempre foi. — Pediu quase inaudível e meus olhos se encheram de lágrimas de novo.

Vovó gosta demais do meu pai, ela vê nele o homem bom e gentil que todos dizem. Oliver é apenas um contador de uma pequena empresa no condado, mas um pai incrível que sempre tenta da o melhor para todos os 7 filhos, sem excluir nenhum deles, assim como tenta ser justo. Um homem de se admirar, e vovó o admira muito, assim como eu.

— Hazel, venha cá. — Pediu levantando um pouco a mão para a minha irma mais velha, que estava do lado da pequena Rose, mas logo tratou de se mexer e ir até a cama. — Menina, como você é linda! — Exclamou e Hazel sorriu largamente.

Ela de fato é linda, cabelos castanhos, olhos no mesmo tom e uma beleza impecável, uma característica que todos dessa família possuírem, como clones genéticos um do outro. Menos eu, que sou a única loira, mas há uma explicação boa para isso, minha bisavó era loira.

— Obrigada vovó! — Disse radiante e só eu que durmo no mesmo quarto que ela, sei que Hazel adora um elogio.

— Mas precisa parar de se espelhar em sua mãe. — O sorriso de Hazel se desfez. — Sei que ela te aconselha, mas com apenas 20 anos, você não deveria esperar um bom casamento e sim tentar ser boa por si só! Que tal entrar em uma faculdade? — Sugeriu bem lúcida em suas palavras que são exatamente as do meu pai.

Sim, a Hazel tem 20 anos e ainda não achou algo para fazer em sua vida. Mamãe diz que ela tem que se casar logo, um bom casamento, e Hazel leva isso ao pé da letra, mesmo que meu pai reforce, que casamento deve ser através do amor de duas pessoas, minha irmã é a sombra da minha mãe e tudo que a mesma diz, ela faz com maestria sempre que dá.

— Vou tentar. — Resmungou sem saber como responder e se abaixou para da um beijo no rosto de vovó. — Eu te amo. — Afirmou com lágrimas nos olhos.

— Eu também te amo. — Disse com um suave sorriso. — Céus, são tantos netos, mas quero falar com todos. — Tentou fazer uma brincadeira descontraída mas apenas arrancou alguns sorrisos amarelos e nervosos.

5 irmãos mais novos e uma irmã mais velha, todos com personalidades diferenciadas e idades bem próximas.

   Hazel é a que nunca se importa com ninguém alem dela mesma, ao menos que lhe agrade, apesar de ter 20 anos e ser a mais velha, às vezes não parece ter essa idade. Como vovó falou, pensa apenas em um bom casamento como mamãe reforça, nada de estudar e ser alguém, acho que nem pensa nisso.

   Eu sou tranquila em relação a muitas coisas, nada me estressa com facilidade e meu foco mesmo é sempre ajudar a minha família, mesmo apenas com 18 e não podendo ajudar muito. Isso me diferencia da Hazel completamente, me inspiro mais no meu pai e na dedicação e amor pela família que ele tem.

    Coral é a que ama costurar, aprendeu isso com nossa vovó e faz sua próprias roupas, isso porque colocou em sua cabeça a mais ou menos 1 ano, que está gorda, uma coisa que é óbvio não ser real, mas como se convence uma adolescente de 16 anos?

E esse foi o conselho da vovó agora para ela, que continue fazendo suas próprias roupas e usando o seu talento para coisas maravilhosas, mas que se ame a cima de tudo que lhe digam.

Um ótimo concelho afinal.

    A vez do Grey, ele é típico adolescente de 15 anos, não pensa em outra coisa alem de vídeo game e garotas, essa ultima coisa ele é um completo fracasso, talvez porque queira namorar 3 ao mesmo tempo e sempre acabe de olho roxo. Até porque uma hora um descobre. A diferença de idade dele para a Coral é de 1 ano e as pessoas costumam dizer que são gêmeos por isso.

O conselho da vovó para ele foi simples, apenas ser um garoto do bem e bom com todos e que ela espera um grande futuro vindo dele, que possa ser como nosso pai foi.

Eu também espero, todo esperam.

    Blue, a favorita de todos e romântica até o fim, acredita em tudo que é místico, como fada e signos e ama literatura, eu não poderia contar a quantidade de livros que ela já leu e isso faz com que tenha um grande vocabulário de um adulto, o que eu particularmente acho fofo.

A vovó nem precisa dizer muito para a mais ajuizada e fofa de todos nós, apenas que siga sendo ela mesma, boa e gentil.

    Rose e Jett são os mais novos, eles foram os últimos antes da minha mãe decretar que queria ser operada para não colocar mais nenhum Parker no mundo. Rose e Jett são gêmeos bivitelinos, ou seja, de placentas diferentes o que não os torna gêmeos idênticos.

     Rose é uma mestre em ciências e biologia, ela de fato me ajuda com o dever de casa, mesmo que tenha  8 anos. Todos veem uma futura biomédica, mas assim como toda cientista, ela tem um pouco de cética. Rose não acredita em nada que não seja explicado pela ciência, ou seja, ela não acredita em Deus.

Mesmo sendo a única a não chorar e nem nada agora, o que choca por sua pouca idade, ela faz isso por ter uma explicação científica para morte, ou que ela acha ser uma boa explicação.

     Vovó apenas pede para que ela reveja o que acha sobre o lugar que vamos depois da morte, para que saiba que está bem mesmo não estando aqui com todos nós.

    Jett é um pouco briguento, o famoso valentão da escola, ele arruma briga com tudo e todos e tem excesso de raiva, ele toma remédios para isso, mas não quer dizer que funcione, de fato não funciona.

E o conselho da vovó agora é óbvio, paciência e calma, além de muito amor e apoio para a família. Mas claro que ela não poderia deixar de dizer para que ele defende a Rose dos que tentam zoar ela, como sempre faz.

    Somos um time e tanto, não posso negar, ninguém pode, vovó nos amou e nos ama dos nossos jeitos, personalidades diferentes e nomes que chamam atenção.

Estranho mesmo é explicar a origem. Para ser bastante sincera, não tem nada de poético nos nossos nomes serem cores em específico, mas sim porque nossa mãe criou um padrão básico para seus filhos.

     Na época que a Hazel nasceu minha mãe escondeu a gravidez até os 9 meses, com medo da reação dos pais, por apenas ter 17 anos na época, então, no dia do nascimento dela, minha mãe apenas olhou para a cor da sua camiseta e pronto.

     Sim, Hazel significa castanho claro, e isso já bastou para a minha mãe naquele momento.

     Os seguintes não foram diferentes, dependendo da cor da sua camisa no momento que a bolsa estourasse, seu filho seria nomeado assim.

     Pelos menos ela não estava usado a mesma cor em todas as vezes, na dos gêmeos ela conseguiu usar uma tática diferente, a cor da camisa dela e a do meu pai.

     E se perguntarem o que meu pai achou de tudo isso? Ele só queria que os filhos estivessem com saúde, os nomes não importavam de fato e minha mãe agradecia por isso, até mesmo a nossa cachorrinha de estimação se chama Lady dog, e eu juro que isso não é uma piada, nem de longe.

    Então com uma vasta quantidade de cores e modos de se expressar, não tem como a casa ser calma, digamos que já me acostumei com a gritaria em excesso e a vovó muito mais. Ela sabe a qualidade e o defeito de cada um de nós, até mais que nossa mãe.

     Isso porque a mamãe nunca foi muito paciente para todos nós, ela sempre se irritou muito rápido e não conseguia controlar uma confusão entre os 7. Então a vovó e o papai sempre foram responsável em da limite a nós, apenas para que não coloquemos fogo na casa em algum momento.

— Violet. — Vovó disse o meu nome já quase sem nenhuma força e me mantive firme enquanto dava pequenos passos até o seu lado. Tentando respirar normalmente, mesmo que pareça que eu desaprendi a fazer isso.

Ela sempre nos chama em ordem de nascimento, estranhei ter chamado a Coral e os outros primeiros.

— Oi vovó. — Segurei a mão dela e aproximei a minha boca dando um beijo sobre a mesma.

— Linda e doce, Violet, você é tão especial, não há nada que eu possa te aconselhar nesses últimos momentos..... — Disse calmamente e com dificuldade por já ter falado com todos os netos. — Me desculpe pelo o que fiz.... Quero que entenda, que jamais..... Nunca quis prejudicar ninguém....— Franzi a testa não entendendo bem o que ela estava tentando dizer.

— Está tudo bem. — Mexi de leve os ombros, mesmo sem compreender. Vovó está cansada agora e apenas quero que se acalme e tente se manter bem pelo maior tempo que conseguir.

— Não, não está.... — Tossiu mais vezes. — Eu acobertei isso por muitos anos, essa mentira que afeta você também e não posso partir sem lhe dizer a verdade, minha neta querida, meu coração não está em paz assim. — Seus olhos já estavam pesados e mesmo que eu queira apenas repetir que está tudo bem e que não é para ela se esforçar, não consigo deixar de está curiosa.

Eu quero saber, quero entender o que vovó está tentando me dizer com essas palavras, pois nada está se encaixando na minha cabeça.

Foram segundos que pareceram horas até o momento que ela, que sempre esteve por perto, muito mais durante a doença, que sempre conversou por horas comigo sobre a vida, resolveu falar algo que eu sentia ser crucial.

— A 18 anos atrás, eu acobertei um erro da sua mãe, algo que eu deveria ter revelado naquela época, levando em conta o homem maravilhoso que é o Oliver. — Apertou a minha mão e assenti para ela continuar.

Meu coração já saltava no peito de forma intensa e tentava me manter atenta, já que as palavras já saem emboladas e não acho que ela seja capaz de repetí-las.

— Você sempre foi tão Loirinha, diferente de todos os seus irmãos que são morenos como Oliver e Astrid...... E mesmo que eu tenha dito por todos esses anos, que você havia puxado a minha mãe..... Isso não é verdade.... — Se forçou a me olhar e pude encarar seus olhos verdes claros que agora parecem com lágrimas. — Oliver não é seu pai de sangue Violet.....— Tudo parou a minha volta, o ar pesou e meu coração eu poderia jurar que ele também havia parado.

— O que? — Não sei como minha voz saiu, mas ela se fez mais alta. — Como assim.... — O desespero começou a tomar conta de mim, me colocando em uma situação sem saída, pois não sei o que dizer, não sei o que fazer.

— Sinto muito.... Eu apenas quis proteger você...— Sussurrou fechando os olhos. — Violet.... Você era um golpe da barriga.... E eu não poderia deixar.... Me perdoe.... — Pediu em alguns últimos suspiros.

— Sim, vovó....eu te amo.— Falei rapidamente sentindo as minhas lágrimas caírem pelo meu rosto tão rápido que nem pude pensar em controlá-las.

Com um último suspiro, vovó Ursula perdeu totalmente a força em sua mão que segurava a minha e no segundo seguinte, o aparelho de batimentos cardíacos apitou forte ao meu lado.

Mas nada foi tão barulhento quanto o som da minha cabeça ecoando as palavras me ditas.

Eu não sou filha da papai? Como assim? Por que? Como?

São tantas perguntas me sufocando agora, não sei responder nenhuma, mesmo que eu tente, me esforce para isso, está tudo girando agora, me sinto em um maldito carrossel, girando em círculos sem saber para onde ir, um infinito de dúvidas e sentimentos.

Eu apenas queria entender....

Três médicos entraram no quarto as presas, mas sei que nada a mais pode ser feito agora. Então apenas me afastei da vovó, sem conseguir tirar os olhos do seu rosto suave, como se estivesse em um grande sono profundo.

O que me foi revelado aqui e agora, não é uma brincadeira, ninguém brincaria assim em seus últimos minutos de vida, a vovó não faria algo assim.

Então, essa história é verdade?

Eu não quero acreditar, eu não quero nem ao menos ouvir mais minha própria consciência me gritando perguntas que nem ao menos poderiam ser respondidas por mim mesma.

A dor de perde a minha avó é grande, mas a de ouvir essa notícia consegue ser tão imensurável quanto.

Um médico começou a falar, mas acho que não consigo me mexer, nem falar, nem fazer outra coisas sem ser deixar as lágrimas caírem pelos meus olhos.

Esse mesmo médico me guiou até a saída, onde todos os outros também passaram perplexos e sem reação, mas nenhuma delas poderia se comparar a um terço do que estou sentindo agora, nem eu mesma sei explicar essa sensação, mas é similar a como se tivessem me tirando do chão e jogando com força contra o mesmo diversas vezes, enquanto não consigo reagir.

Fui colocada no corredor e apenas o barulho da porta do quarto se fechando ao meu lado foi capaz da minha cabeça compreender, até porque não havia outro som, todos os meus irmãos estavam me encarando boquiabertos, até mesmo o meu pai.... Oliver, estava me olhando como se eu fosse uma miragem.

Agora, olhando para todos eles com calma, me parece tão óbvio o que minha avó revelou. Todos os meus irmãos tem seus cabelos em tom de castanho escuro e olhos da mesma cor, exatamente como Oliver. Eu sou a única loira, a ovelha diferente no rebanho, algo tão fácil de notar que com certeza já foi questionado por muitas pessoas.

E minha avó, para esconder, inventou a mais perfeita desculpa, uma que nem Rose boa em biologia conseguirá classificar como mentira.

Eu cresci ouvindo que havia puxado minha bisavó, sendo loira como ela e para ser sincera, uma criança de 10 anos acredita em tudo que lhes dizem, mesmo que ainda se ache diferente, quem tem razão sempre é os adultos.

Mas e o Oliver? Ele está me olhando tão sem chão quanto eu, então obviamente não sabia de nada e também não se questionou sobre essa desculpa esfarrapada que lhe deram, ate porque, não tinha nenhum motivo para questionar, ele casou com a mamãe assim que a Hazel nasceu.

Ele foi enganado por 18 anos e eu fui enganada por uma vida, achando que era filha do cara que mais amo e admiro no mundo, quando na verdade o meu pai é um qualquer que não faço nem ideia de quem seja.

Doí demais, ainda mais olhando para todos eles, me sinto fora da família, um peixe longe da água, mesmo que até a cinco minutos atrás tudo isso que parece estranho e confuso para mim agora, era familiar.

Mas se perdeu, como a minha própria identidade.

Eu não sei quem eu sou.

Porque não sou uma Parker, aquilo que dizia antes com orgulho ser. Em minutos eu virei de Violet Parker para Violet, apenas.

— Ela já se foi? — A voz da minha mãe soou atrás de mim e não me mexi, parece que meu corpo congelou por completo. — Sei que estão devastados eu também estou, mas a doença já estava se agravando a meses. — Disse passando do meu lado e parando no meio, entre o resto da família e eu.

Olhei para a mulher em minha frente, a minha mãe, a pessoa que me colocou no mundo e que mentiu sobre mim por anos, me fez acreditar que tinha uma vida completa, com uma família que amo e que me ama de volta, mas agora, eu não sou mais 100% dessa família.

— Mãe....— Hazel tentou falar mas sua voz falhou, o espanto em seus olhos como se quisesse alertar a sua adorada mamãe, que uma grande verdade sobre a sua vida foi revelada.

      Olhando para a minha mãe agora, não consigo acreditar que ela não só mentiu sobre a minha verdadeira origem, assim como traiu o papai e menti para ele também.

     A vovó disse algo sobre golpe da barriga, e isso é algo extremamente horrível, a mamãe era casada, como poderia pensar em da um golpe da barriga em qualquer outro cara?

     Dinheiro fácil.... Foi a primeira coisa que a vovó disse para a mamãe hoje, que ela sempre quis dinheiro fácil.

     Eu não quero acreditar, que a minha mãe, a mulher que eu era grata todos os dias, fez tudo isso, com ela, comigo e com o Oliver. Eu e ele somos os mais enganados dessa história, as pessoas que foram levadas em um papo por anos acreditando na palavra da mulher que amamos.

     Mas era tudo mentira.

     Oliver me olhou mais uma vez com os olhos manejados, mostrando o quando abalado com tudo isso ele está. E eu não consegui mais negar as lágrimas dentro de mim.

     O meu pai, a figura que eu mais me espelhava e admirava nesse mundo, o exemplo de tudo, o meu grande amigo... Acho que nunca vi uma pessoa
com tanto orgulho de ser filha de alguém como eu sentia ser dele. Oliver me criou, me educou, me ensinou a andar de bicicleta, me levantou quando eu caia e ralava os joelhos. Ele é o meu herói e eu era a sua menininha como ele costuma dizer.

      Mas agora, acho que apenas me tornei mais alguém, nada de significante, não sou sua filha legítima, no meu sangue não corre o mesmo DNA que ele e parece que só por saber isso as forças dentro de mim diminuíram pela metade, como se eu tivesse perdido tudo em mim.

     Ninguém falou nada, nenhum som foi feito, mesmo que tenha muita coisa a ser dita aqui. Meus irmãos ainda estão sem reação e não fazem outra coisa a não ser me encarar como se eu fosse um bicho de varias cabeças, talvez estejam agora notando todas as diferenças que há entre nós.

— Senhora Parker. — O médico abriu a porta praticamente em cima de mim, mas continuei parada. — Você é filha da paciente Ursula, certo? — Ela assentiu concordando com o médico. — Então queira me acompanhar para resolvermos tudo sobre a sua mãe, sinto muito sobre a perda. — Falou sendo formal e gentil e minha mãe apenas assentiu antes de olhar para o rosto de cada um ali.

— Vão para casa, encontro vocês lá. — Disse antes de começar a seguir o médico pelo corredor.

Não deu tempo de alguém digerir a notícia e dizer algo a Astrid, apenas ficamos do mesmo modo que saímos do quarto da vovó e permanecemos assim, como se calculássemos o que está de fato acontecendo agora, e ninguém quer se manifestar para não desencadear algo, pois parecemos todos bombas prontas para explodir, qualquer palavra errada e fim.

[...]

Mesmo que eu não quisesse ir, mesmo que agora eu me sinta tão perdida em mim mesma e na minha própria história, eu entrei na mini van com os meus irmãos e o cara que gosto de chamar de pai. Por incrível que pareça, ficar e ir sozinha parece uma ideia idiota demais, ainda mais para o frio que o Canada está fazendo hoje.

No ambiente fechado do carro, parecia que tudo estava se tornando mais sufocante, quase não sentia o ar circular e o olhar queimando de 6 pares de olhos faz até mesmo parecer que estou perto a uma fornalhas prestes a ser queimada viva.

Ninguém novamente não disse nem ao menos uma palavra durante todo o caminho, eu que geralmente sento na frente, preferi me recorrer a um canto no meio do carro, tentando passar despercebida, mas com toda a certeza, eu não iria passar.

O caminho não era tão longe, em dez minutos chegamos à frente da nossa humilde casa, mesmo que tudo parecesse mais estranho agora, ver a casa me fez diminuir um pouco a minha tensão.

Durante o caminho eu tentei pensar em dizer algo quando chegasse, talvez um pedido de desculpas, mas não sei exatamente até aonde eu tenho culpa, talvez o meu consciente esteja tao transtornado que ele quer novamente umas aulas de biologia com a Rose para me lembrar sobre fetus e a parcela de culpa que eles têm em casos assim.

Eu sei que não tenho culpa, eu não sabia, fui tão enganada quanto todos, mas a sensação que carrego no meu peito é que eu poderia ter evitado de alguma forma, eu não sei dizer o que me aflige mais agora.

Me sinto uma completa inútil por varias razões nesse momento, me sinto a pessoa mais burra do mundo.

— Vocês todos para os quartos, tomem banho e descansem, chamo para o jantar. — Oliver disse finalmente e com um olhar sem expressão mas com o tom da voz calmo e doce como sempre.

Mesmo que eu diga que conheço o meu pai como ninguém, agora eu não posso dizer o que ele irá fazer, acho que nunca se irritou na vida com ninguém, nunca, acho também que nunca passou por algo assim antes, uma decepção e descoberta tão dolorosa. Da para ver em seus olhos o quanto tudo isso o está deixando atordoado.

Meus irmãos apenas assentiram e começam a caminhar em direção às escadas de madeira velha no canto da sala. Por alguns segundos eu pensei em ficar e dizer finalmente algo, talvez um " eu te amo e você sempre será o meu pai" já bastasse, pois esse é o meu sentimento e eu não precisei de muito tempo para concluí-lo.

Oliver Parker não é meu pai de sangue, mas eu o amo como meu pai e isso não irá mudar, ao menos que ele queira que mude e de coração desejo que isso não aconteça.

Abaixei a cabeça para não ter contado visual com ele, atitude contraditora e errada eu sei, mas estou com vergonha, da mentira e de todo o resto.

A palavras " golpe da barriga" não sai da minha cabeça por nada, ela fica girando e girando, querendo me dizer que o pior de tudo nesse história é que eu não fui um simples acidente de traição, eu fui planejada pela minha mãe para lucrar com algo em cima de algum homem e deu errado.

Isso me faz sentir nojo de mim mesma.

Violet Parker's Point Of View.
     
                         09:45 p.m.

                        29 de Abril de 2016.

      Greenwood, Colúmbia Britânica, Canadá.

Violet. — Grey entrou no quarto enquanto eu escovava meus cabelos loiros quase que parando, enquanto os analiso e me irrito por tê-los, por ser loira e diferente de todos.

Eu nunca me incomodei com isso, não antes de hoje.

— Vem comer. — Chamou entrando no quarto e assenti lentamente, mas na verdade não tenho fome alguma, sinto o meu estômago embrulhado desde o nosso último momento com a vovó.

— A Talia já ligou umas dez vezes, para mim até. — Contou se aproximando mais. — Parece que alguém desligou o telefone. — Disse levantando o meu celular e me mostrando através do espelho que eu encarava.

— Não quero falar com ninguém no momento. — Finalmente consegui dizer algo depois de horas e estou orgulhosa que não é um sussurro de desespero.

Talia é a minha melhor amiga, mas nesse momento eu de fato quero ficar sozinha e refletir sobre tudo que está me acontecendo, em como uma simples informação está mudando tudo e deixando a minha cabeça dentro de uma bolha de questionamentos infinitos.

— É, eu se fosse você também não iria querer, mas acho melhor você desce para o jantar, sabe como mamãe é com isso e daqui a pouco ela está aí! — Alertou, me fazendo largar a escova sobre a penteadeira e me virar para olhá-lo.

— Grey, sinceramente, você acha que tudo vai ficar de boa depois do que descobrimos? Acha que a mamãe vai entrar por aquela porta e o pai vai recebê-la com um beijo e sorrisos e a única preocupação deles vai ser ter todos os filhos na mesa? Acha? — Perguntei jogando as minhas frustrações e não ponderei nem mesmo a forma como isso saiu, estou mexida com tudo isso é Grey não é uma criança.

— Se você levar por esse lado. — Deu de ombros como se não fosse nada. — Podemos pedir para o papai não contar nada, ficará só entre nós! — Disse pensativo. — Eu já comentei isso com os outros e eles vão fazer, assim a mamãe e o papai não irão brigar! — Colocou sua ideia como a mais genial do mundo e não posso crer que ele a teve.

Aliás, uma ideia dessas, tão perfeitamente calculada e que privilegia a mentira da nossa mãe, não poderia sair de Grey, apesar de ele colocar como se fosse uma coisa dele, com certeza não é.

— E você acha que eu vou conseguir seguir todos os dias a partir de agora como se nada tivesse acontecido? — Questionei já não conseguindo aguentar a ideia de manter isso em segredo, eu sou capaz de explodir se fizer algo assim.

— Você sabe que é a única forma de não fazer nossos pais brigarem! — Justificou e eu neguei no mesmo instante. — A vovó acabou de morrer, as coisas já não estão nada boas, mais isso seria... talvez algo bem pior! — Tentou colocar de uma forma e só assim já notei que essa ideia não foi dele, ainda mais que os outros já sabem e Grey não jogaria uma ideia assim ainda mais para os pequenos.

Mas a Hazel faria, ela sempre faz.

— Não é justou comigo, Grey! — Apontei para mim mesma indignada pela ideia e me coloquei de pé, sentindo as minhas bochechas queimarem.

— Não é justo com a nossa família você fazer isso, sabe que tem um grande risco de destruir tudo? A mamãe não merece isso...

— Ela causou isso! — Interrompi ele jogando os fatos e Grey respirou fundo, antes de passar as mãos pelos cabelos. — Olha, eu sei que isso não foi uma ideia sua, porque é idiota demais para ser! — Pontuei olhando atentamente para ele que revirou os olhos.

— Tanto faz, foi a ideia da Hazel, ela só pediu para eu dizer a você, perdi no par ou ímpar para a Blue nisso e tive que vim. — Deu de ombros confessando e me olhou seriamente. — Você que sabe o que faz, mas se a Hazel disse que isso pode causar algo péssimo, ela não deve está errada, aliás ela é a irmã mais velha. — Concluiu antes de se virar e sair do meu quarto fechando a porta atrás de si.

Peguei a escova na penteadeira e a joguei contra a mesma porta que Grey saiu.

Não acredito que a Hazel de fato quer acobertar isso que a mamãe fez, e o pior é ela achar que o Oliver vai aceitar esconder se todos nós pedirmos. Não é tão fácil assim, muito pelo contrário, estamos falando de uma traição, um filho fora do casamento. Mesmo que esse filho seja eu, ainda acho muito injusto pedir para que o papai esqueça essa história para preservar a família.

O mais incrível ainda, é que Hazel sabe que se fala-se isso direitamente para mim eu não a daria ouvidos, uma loucura dessa nunca se deve ser interpretada como chance. E como sempre, quando Hazel sabe que receber não de alguém, ela apela para os irmãos mais novos, tirando eu, todos seguem o que a Hazel diz, por ser a irmã mais velha ou por sempre liderar as brincadeiras quando éramos pequenos, eu não sei explicar eles a seguirem tão fielmente.

Só sei que esse plano da Hazel de meter nossos irmãos para tentar me convencer de algo parou de funcionar a anos atrás, mas pode acabar funcionando com o papai. Por isso ela precisa do meu apoio, ele mesmo que ouvisse todos eles eu seria a parte questionada também.

Não deveria ser surpreendente a Hazel querer defender a mamãe a cima de tudo, não é na família que ela está pensando, em sim na Astrid Parker, sua inspiração maior. Desde a reação dela no quarto, ela nem ao menos me olhou durante o tempo que ficou aqui, aposto que na cabeça da Hazel já se passava essa ideia.

O barulho de um carro parando em frente a casa chamou a minha atenção. Fui até a janela e olhei rapidamente pela mesma notando ser um táxi, em seguida minha mas saiu dele.

Fechei os olhos e respirei fundo algumas vezes, tentando de todos os jeitos colocar meus pensamentos no lugar. Grey está certo em dizer que não falar nada irá preservar a nossa família, mas eu tenho tantas perguntas, quero saber o porquê de tudo isso e aposto que o Oliver também quer.

Não é justo eles jogarem essa questão em minhas mãos, eu penso tanto no papai quanto na mamãe, eu amo os dois, apesar de que estou imensuravelmente desapontada com a Astrid nessa história toda. Ela fez tudo que jamais pensei que faria.

Eu amo a minha família, não posso calcular em minha cabeça o quanto essa história pode afeta-los, mas eu vou fazer o que eu acho certo, para o papai inclusive, ele não merece sofrer com isso dentro de si por toda uma vida apenas para agradar seus filhos, ele sempre tenta nos agradar, sempre sendo ótimo para todos.

É injusto só de pensar!

Com uma ideia já formada na minha cabeça, eu peguei o caminho até a porta e sai pela mesma com o intuito de ir até a cozinha e jantar com todos. Hazel está enganada se acha que vai conseguir me convencer colocando todos os meus irmãos a favor dessa história, o papai não merece sofrer em silêncio, não por nós. Tirando a Rose e o Jett que tem 8 anos, o resto já é bem crescido e sabe direitinho o que é a vida, também sabem o que é certo e errado em um casamento e uma traição é terrível.

Será que eles não pensam?

Eu sou parte maior nessa história, sou a filha ilegítima, a causa de toda a essa confusão em partes e mesmo assim consigo pensar que colocar essa história a limpo deve ser feito, não por mim, mas sim pelo papai. Acho até que eu posso lidar com isso, sei lá, se o Oliver aceitar me ter como filha, talvez isso seja apagado com o tempo....

Otimista demais.

Ainda estou em partes chocada por não ser quem sempre achei que fosse, tudo está virado de cabeça para baixo agora e eu daria tudo para que voltasse ao normal. Mas isso não irá acontecer com mais mentiras.

Cheguei a cozinha e a mamãe ainda não estava nela, com certeza foi lavar as mãos para o jantar, ela nem imagina o que está acontecendo aqui.

— O que está acontecendo com vocês? — Astrid perguntou cruzando os braços perto da mesa de jantar, assim que passou pela cozinha. — Sei que a vovó morreu, mas parece ter mais coisa acontecendo, lembre-se que coloquei vocês 7 no mundo. — Ressaltou e me endireitei na cadeira, levantando o olhar para Hazel que me encarava como se eu devesse dizer algo, que agora era a hora de aderir ao plano dela.

— Crianças, vocês podem subir por favor, preciso falar com a mãe de vocês. — Todos olharam para o papai assim que ele disse essas palavras e em seguida olharam para mim, como um último pedido para que eu diga algo.

— Violet, você fica. — Oliver pediu e assenti rapidamente mantendo meus olhos juntos ao de Hazel.

Ela quer me matar agora, eu sei que quer, mas não ligo, isso é o certo a se fazer, mentira só vai gerar mais mentiras e isso pode destruir nossa família.

Todos levantaram e saíram assim como papai pediu, sem dizer nada e em perfeita calma, o que deve ter feito minha mãe estranhar bastante, já que a gritaria de sempre não ocorreu dessa vez.

— O que está acontecendo? Alguém pode me explicar? — Ela pediu se sentando na mesa e olhando para mim. — Você fez alguma coisa de errada Violet, tem haver com aquele garoto o Eric? — Perguntou confusa e neguei rapidamente.

Minha mãe deve está de fato sem opções em sua cabeça agora, pois Eric é apenas um garoto que saio e ele é tão correto, com certeza não há nada para que se preocupar em relação a ele.

— Tem haver com algo que sua mãe disse antes de falecer hoje. — Olhei rapidamente para ele que parecia calmo, mas consigo ver a decepção em seu rosto. — Dona Ursula disse para a Violet, que ela não é a minha filha. — Não rodeou ao dizer e minha mãe ficou estática por alguns segundos.

— O que? — Perguntou atordoada e confusa com isso. — Como a minha mãe pode...— Parou de falar enquanto tentava pensar em algo para dizer, mas nada será bom o suficiente, não nesse caso.

— Eu só quero que você não minta para mim agora, Astrid, fale a verdade. — Pediu sério e tentei não derrubar nenhuma lágrima, enquanto abraçava o meu próprio corpo e esperava apenas o que eu já imagino ser.

Minha mãe pareceu querer negar a princípio, mas ao mesmo tempo que já notou está em um completo beco sem saída, mesmo que ela negue isso foi muito mais que uma desconfiança colocada, foi uma afirmativa dita por alguém que não tinha porque mentir.

Então ele resolveu falar.

— É verdade, a Violet é de fato filha de outro cara. — Confessou me olhando sem demonstrar nenhum tipo de remoço. — Um cara podre de rico, eu era jovem, a Hazel tinha quase 2 anos, você era pobre... ainda é....— Olhou para o papai. — Eu só queria algo melhor para a minha vida. — Explicou como se fosse algo plausível.

— Dando um golpe da barriga em outro? — Oliver não demorou para questionar e senti o nó na minha garganta aumentar tanto que foi impossível não segurar as lágrimas.

— Precisamos falar isso tudo na frente dela? Deixe a Violet subir, aí sim podemos conversar. — Fechei os olhos tentando conter os soluços.

— Eu só pedi para que ela ficasse, porque tinha que ouvir da sua boca isso, espero que você saiba o que você fez na minha vida e na vida dessa menina, você brincou com a gente. — Disparou e posso sentir o quando ele está desapontado e nervoso. — Mas além de tudo, eu quero que a Violet saiba....— Olhei para ele que me olhava. — Você sempre será a minha filha, independe de qualquer coisa, eu sou o seu pai. — Os olhos cheios de lágrimas dele transbordavam verdades e assenti me sentindo melhor com isso.

Levantei da mesa e fui até ele o abraçar. Nada muda para mim, apesar de não ser filha legítima dele eu sou a sua filha, apenas isso. Confesso que tive medo de que no final ele decidisse não me ver mais como filha, isso doeria mais em mim do que tudo nessa historia.

— Eu te amo. — Ele disse ainda me abraçando.

— Eu também te amo. — Falei, desfazendo o abraço e dando uma rápida olhada na minha mãe que continuava da mesma forma calma.

Eu não quero nem saber como ela consegue se manter assim, talvez tenha mantido essa mentira por tantos anos que esteja feliz por ter durado tanto tempo assim.

Sai da cozinha para deixar meus pais sozinhos e fui rapidamente em direção às escadas para os segundo andar. Parei ao notar todos os meus irmãos no corredor, como se esperassem eu aparecer.

— Ótimo, obrigada Violet! — Hazel disparou assim que me viu, se virando para mim com os olhos castanhos fuzilando os meus.

— Eu não podia...

— Claro que podia! — Gesticulou aumentando o tom de voz. — Era só dizer que estava tudo bem, mas não, você quer mesmo que tudo se exploda! — Se virou novamente para seguir em direção ao quarto.

— Você acha que eu não me importo? — Perguntei dando alguns passos até ela. — Acha que também não estou preocupada com o rumo dessa conversa? Eu estou sim! — Praticamente gritei isso, sentindo meu coração pular no peito. — Mas a mamãe errou Hazel, a culpa não é minha, é dela! — Tentei deixar minha voz em um tom normal, para não aumentar uma confusão desnecessária.

— Claro, a culpa é dela....— Disse meio sarcástica nisso. — Você deveria agradecer a ela por está viva, garota! Você é uma filha fora do casamento, as mulheres, ainda mais naquela época, acostumavam a aborta nessas ocasiões! — Jogou diante de mim e se virou andando até parar na minha frente. — Você deveria agradecer a mamãe, não culpá-la. — Sibilou. — Ela errou sim em trair o papai, mas foi a anos atrás, aposto até que foi uma única vez, ela era nova, recém casada, depois disso eles passaram 18 anos juntos e felizes, depois de você veio outros 5 filhos, então não aja como se a mamãe fosse um monstro e culpada por tudo!

Quase não pude acreditar nas palavras de Hazel, mas ela falava tudo com uma convicção absurda, acreditando mais em suas palavras do que na própria realidade.

Eu entendo que a Astrid é a nossa mãe eu também a amo, mas não posso acobertar um erro dela, de agora ou de 18 anos atrás, isso eu não poderia fazer de jeito nenhum, o mais enganado dessa história toda foi o nosso pai, mas parece que Hazel prefere o vê-lo guarda algo assim por sua vida toda do que confrontar a mãe " perfeita" dela, sendo que sempre foi ele a da tudo por nós.

— Se eles se amam vão superar isso juntos. — Respirei fundo enquanto dizia isso, me apegando ao amor que sempre achei que eles sentissem um pelo outro.

Não tem aquele ditado que o amor supera tudo? Então, não sei porque Hazel está tão preocupada, o amor do nossos pais deve se maior que isso.

— A Violet está certa. — Coral disse se colocando entre nós duas que nos encarávamos. — Temos que confiar que tudo ficará bem! — Olhou para mim me apoiando e assenti lhe dando um pequeno sorriso.

Hazel deu de ombros e continuou o seu caminho até o quarto, batendo seus pés no assoalho de madeira e fazendo barulho. Ela não gosta de ser contrariada, nunca gostou e aposto que depois disso a nossa relação vai mudar completamente.

Violet Parker's Point Of View.
     
                             01:22 p.m.

                            16 de Junho de 2016.

        Greenwood, Colúmbia Britânica, Canadá.

Divorcio, é a única palavra que ouvi ao meu redor desde aquela noite conturbada, pois, ao contrário do que eu imaginava, o amor dos meus pais não foi maior que a descoberta daquela mentira.

Astrid Parker e Oliver Parker brigaram à noite inteira na cozinha, dava para ouvir os gritos lá de cima, foi uma discussão feia, nunca os ouvi brigar daquela forma, na verdade nunca os ouvi briga.

      Foi horrível saber o que estava acontecendo, porém foi muito pior na manhã seguinte quando a realidade da noite passada bateu na nossa cara.

  A mamãe foi embora no meio da noite, sem dizer nada a ninguém, apenas mandou um vídeo do seu celular para os nossos, dizendo que precisava ir, mas que logo iria voltar, que era para obedecermos o nosso pai, que nos amava muito e esperava que compreendermos a decisão dela.

       Era como se tivesse acontecido um grande e terrível pesadelo, nada fazia sentido, foi tão rápido, nem tivemos a chance de nos despedir e o papai ficou trancando no quarto dele por dias depois disso, quase não saia, parecia acabado com toda essa história, sofrendo de verdade.

Só isso bastou para que todos os meus irmãos virassem a cara para mim, nenhum deles fala comigo desde então, basicamente é como se eles achassem que a culpa é minha por não ter feito o combinado naquela noite, o plano da Hazel.

       Se eu tivesse entrado naquele maldito plano...

De fato eu me sinto culpada, além de acuada todos os dias depois. A situação ficou como se eu estivesse morando com pessoas que me odeiam, e não quero acreditar que meus irmãos me odeiam, os 4 mais velhos de fato não falam comigo, os dois pequenos esquecem as vezes e trocamos algumas palavras, mas basta um olhar dos mais velhos para isso mudar.

      Eu não fiz outra coisa durante esses 3 meses além de pedir a Deus para que a minha mãe voltasse logo e tudo seguisse como era, odeio a forma como me tratam agora, isso me faz ficar me sentindo sozinha quase que todo o tempo.

A mamãe se foi, não ligou desde aquele dia, não disse para onde ia e o divórcio foi se concretizando diante dos nossos olhos. O papai não queria chamar a atenção na nossa pequena cidade, então disse que iria arranjar um advogado bom e de outro lugar, ele de fato arranjou em Toronto, uma velha amiga de escola dele, como me contou.

Já que agora a minhas únicas conversas nessa casa são com o meu pai.

      Ele apesar de tudo está melhor a cada dia, reagindo e se levantando de tudo que aconteceu, todos meio que estão assim também, aos poucos levando suas vidas e tentando não pensar que nossa família foi destroçada em um passo de mágicas.

      Eu fui a única que permaneci presa naquela dia, como se nada estivesse mudado, o sentimento é o mesmo, às vezes a dor é a mesma. Faz três meses que a minha vida virou de cabeça para baixo, que me tornei a excluída dos meus irmãos e agora eu realmente não faço ideia do que pior poderia acontecer, tudo já parece ter caído sob mim.

— Senta Jett! — Papai pediu com paciência pela segunda vez enquanto Jett socava o ombro de Grey por ter o empurrado para sentar em seu lugar no pequeno sofá.

— Senta logo! — Hazel pediu seria e Jett encarou Grey por uma última vez antes de se sentar no braço do sofá. — Então pai, o que de tão importante você tem para dizer? — Perguntou curiosa assim como todos nós naquela sala estamos.

     O papai nos últimos dias anda diferente, sorrindo sozinho, e apesar de os outros não falarem comigo, eu já os ouvi falando que pode ser que o pai e a mãe estejam voltando a se falar. O divórcio ainda não foi assinado, pelo que sabemos, então há chances de ser real e todos queremos saber.

— É uma novidade, eu queria compartilhar com você, tantas coisas boas e que eu jamais pensei que aconteceriam começaram a me acontecer nesses dias! — Com um grande sorriso, ele dizias as palavras radiante, de um jeito que quase nunca vi, ainda mais depois que a Astrid foi embora.

     Uma ponta de esperança, um mar de pensamentos, está tomando a cabeça de todos nós. Aposto que cada um está achando a mesma coisa e só querem ouvir o papai dizer que a nossa mãe iria voltar para essa casa e tudo será como antes.

Se isso acontecer será tão maravilhoso, talvez assim todos parem de me ignorar, voltemos a ser uma família de verdade.

— Tem haver com o divórcio? — Coral perguntou rapidamente e Oliver assentiu diminuindo o sorriso para um olhar mais sério.

— Acho que sei o que estão pensando, posso ver o brilho nos seus olhos, mas não é isso. — Falou encarando todos nós. — Eu assinei o divórcio ontem à noite, estou separado da mãe de vocês oficialmente agora. — Contou pegando a gente de surpresa.

    Mesmo que o divórcio fosse uma realidade, a gente não queria isso, esperávamos até o fim que poderia ser diferente, que no final tudo ficaria bem.

— Crianças, por favor, não fiquem assim, eu sei o quanto vocês amam a mãe de vocês, mas não da mais para nós, ela.... ela disse tudo e foi o fim. — Tentou se explicar, mas não será tão fácil assim convencer a gente dessa história.

— Se não é isso, o que poderia ser a tal grande notícia? — Grey perguntou entre dentes e de fato não ligando para isso, já que nada mais importa para eles agora e confesso que nem para mim.

— É que eu estou seguindo em frente, sabe.... É complicado se separar de alguém que conviveu por tantos anos, mas a vida tem disso, nos faz passar por coisas horríveis até vermos o que nos aguarda mais à frente. O destino tinha um caminho para mim, eu descobri isso aos poucos nesses três meses e agora.... e agora é esse o caminho que quero! — Franzi a testa sem entender nada e nem preciso olhar para os outros para ver que estão reagindo da mesma forma.

— Não entendi. — Coral disse confusa e nosso pai passou as mãos nos cabelos parecendo pensar em um jeito melhor de dizer, um que todos nós possamos entender.

— Eu aprendi muito durante essa separação, assim como eu encontrei pessoas do meu passado. — Olhou para cada um de nós antes de continuar. — A minha advogada a Pattie, ela era uma amiga de adolescência, estudou comigo e com a Astrid no ensino médio, ela foi incrível durante todo esse processo, me ajudou muito...— Mais uma vez ninguém entendeu nada e ele parecia cada vez mais tenso e perdido no que dizer, mas falou. — Eu me apaixonei. — Jogou sem nem ao menos nos preparar para isso.

— Aí meu Deus. — Blue disse pausadamente em espanto e abri minha boca não a conseguindo fechar.

     Como assim se apaixonou? E a mamãe? Ela estava aqui a 3 meses atrás, como ele a esqueceu assim?

    Isso só pode ser um brincadeira de muito mal gosto.

— Se apaixonou? — Falei quase não saindo som nenhum da minha voz.

     Não quero pensar nisso, não quero nem saber como isso aconteceu tão rápido, eu nem ao menos quero acreditar que é real.

— Sim, eu me apaixonei, e ontem depois de assinar o divórcio, acabando indo jantar, conversamos e nos beijamos. — Ao decorrer do que ele contava eu ia ficando mais perdida e quase sem ar dentro de mim.

— Beijando? — Rose se colocou de pé mas Hazel a puxou para sentar de novo.

— Isso è nojento! — Jett completamento exatamente o que eu acho que a Rose iria dizer.

— Como eu disse, estamos apaixonados. — Falou docemente para os mais novos. — Eu sei que vocês devem achar que tudo está andando rápido demais, sendo que, foi acontecendo e agora... Não queremos mais esconder isso!

— E ela sabe que você tem 7 filhos? — Grey perguntou apontando para os demais e nosso pai assentiu firmemente para isso.

— Sim, ela entende, até porque tem 6 filhos. — Quase cai para trás ao ouvir isso. — Não se assustem, são crianças ótimas, pelo o que ouvi. — Deu um meio sorriso nervoso para nós.

6 filhos...

— E agora você vai ficar de namorinho por aí como um garoto de 15 anos, com uma mulher que tem 6 filhos? — Hazel questionou azeda e não era de se esperar menos, e deixou nosso pai desconcertado.

       Eu poderia até concordar com ela, já que nosso pai não tem mais idade de namorar por aí, mas estou tão impactada que não consigo me mexer nem ao menos questionar mais alguma coisa.

— Não ficarei de namorinho por aí. — Garantiu sério, não gostando das palavras da Hazel.

— Não? — Todos nós falamos juntos sem nem ao menos pensar, com uma esperança de isso não ser nada a mais que beijos, e nosso pai suspirou ponderando a cabeça antes de dizer.

— Não, porque eu vou me casar com a Pattie Bieber, daqui a 13 dias.

Notas finais:

Oi genteee, tudo bom? Então sei que ficou muito rápido isso mas é pq terá coisas sobre essa separação que só serão reveladas mais para o decorrer e também sobre a relação de Oliver e Pattie tem que ser assim mesmo do nada, já que os filhos nem conhecem ela e a família dela, então não teria como a Violet narrar sobre!

   Acompanhe aí que será bem legal!

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