Maldições de Sangue

By SagamiRiku

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Artenis Louis é um estudante do ensino médio aparentemente comum, mas que esconde habilidades nada ordinárias... More

PARTE 1: O Sangue de Artenis 01 (Artenis)
O Sangue de Artenis 02 (Artenis)
O Sangue de Artenis 03 (Marcelly)
O Sangue de Artenis 05 (Artenis)
O Sangue de Artenis 05 (Artenis)
O Sangue de Artenis 06 (Marcelly)
O Sangue de Artenis 07 (Artenis)
PARTE 2: O Plano de Seth 01 (Artenis)
O Plano de Seth 02 (Marcelly)
O Plano de Seth 03 (Artenis)
O Plano de Seth 04 (Artenis)
O Plano de Seth 05 (Artenis)
O Plano de Seth 06 (Marcelly)
O Plano de Seth 07 (Artenis)
O Plano de Seth 08 (Marcelly)
PARTE 3: O Retorno de Elizabete 01 (Artenis)
O Retorno de Elizabete 02 (Marcelly)
O Retorno de Elizabete 03 (Artenis)
O Retorno de Elizabete 04 (Marcelly)
O Retorno de Elizabete 05 (Artenis)
O Retorno de Elizabete 06 (Marcelly)
O Retorno de Elizabete 07 (Artenis)
O Retorno de Elizabete 08 (Marcelly)
PARTE 4: Um Novo Dia 01 (Artenis)
Um Novo Dia 02 (Marcelly)
Um Novo Dia 03 (Artenis)
Um Novo Dia 04 (Artenis)
Um Novo Dia 05 (Artenis)
Um Novo Dia 06 (Marcelly)
Um Novo Dia 07 (Artenis)

O Sangue de Artenis 08 (Marcelly)

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By SagamiRiku

Relatório

Após ter nos dito aquelas coisas misteriosas, aquele velho bêbado partiu, levando Artenis em seu carro. Ainda confusa, me virei para Leonardo e o perguntei:

— O que ele quis dizer sobre a nossa organização e por que ele se referiu a você?

— Não sei... — respondeu Leonardo.

— Hmm...

Pelo modo como ele desviou seus olhos de mim enquanto me respondia, suspeitei de que ele sabia de algo, mas deixei essa passar, naquele momento, estava mais preocupada com outra coisa.

— Leonardo, você acha que exagerei?

— Sobre o que fala, mestra?

— Bem... sobre quando derrubei Artenis no chão...

Não tinha somente o derrubado no chão, mas não queria dar mais detalhes àquilo porque a culpa já me doía no coração.

— Talvez um pouco, mas foi necessário — respondeu ele.

— Necessário... entendo.

Mesmo assim, certamente não era como deveria ter tratado alguém que salvara minha vida, mesmo eu tendo arriscado a minha por ele antes.

— Enfim, vamos retornar à base, foi um longo dia — falei, estendendo meus braços para o alto para me espreguiçar, meus músculos estavam rígidos, e algumas juntas do meu corpo ainda doíam.

— Tudo bem, vamos a pé ou você vai pedir um transporte?

— Transporte, claro. Não posso sair por aí vestida assim — respondi, ainda estava usando as vestimentas do hospital.

— Certo... Ah, aqui está seu celular, mestra — disse Leonardo, retirando o aparelho do bolso de sua calça e o entregando em minhas mãos, já havia me esquecido de que não estava mais com ele.

— Ah, sim.

Liguei o celular e acessei minha lista de contatos. Nela, só havia três números; escolhi o primeiro deles, que era o contato direto da base da Magnólia em Nascente. Ao contatá-la, solicitei a vinda de algum veículo que pudesse vir nos buscar no endereço em que nos encontrávamos.

Felizmente, estávamos próximos à base, então o veículo que nos mandaram não demorou a chegar, era um carro preto. Entramos nele e partimos em direção ao nosso destino. Durante a viagem, entediada, decidi dar início a uma conversa:

— Leonardo, o que achou do Artenis?

— Ele parece ser bem normal, apesar de tudo — respondeu ele, de maneira franca.

— Só isso?

— Não... além disso... — Leonardo olhou para através da janela do veículo, parecia meditar sobre suas próximas palavras. — Não sei dizer, mas imagino que ele deve ter passado por muita coisa...

— Entendo...

Eu realmente podia compreender, toda vez que olhava para Leonardo, sentia que ele passara por muitas situações difíceis também. Talvez ele tenha se identificado com o Artenis de certa forma.

— E você, mestra? O que achou dele? — perguntou ele.

— Ainda o acho antipático — respondi de primeira, mas, sorrindo, prossegui: — Mas até que ele tem um lado gentil.

— Será que ele ficará bem com aquele homem? — Leonardo indagou algo que eu também me perguntava.

— Não sei, espero que sim...

Mesmo que as intenções daquele homem parecessem sinceras, eu não conseguia confiar nele.

* * *

Ao chegarmos à base, seguimos direto para nosso quarto para trocarmos de roupas.

Quando entrei naquele lugar, senti um calafrio, pois acabei me lembrando do encontro que tive com aquela garotinha que disse ser uma ceifadora; aquele era o quarto que ela replicara através de minhas memórias.

Assim que passamos pela porta, a TV de plasma presa à parede do quarto ligou, e, nela, surgiu a imagem de um homem de cabelo escuro e óculos — era Otávio Lionheart, meu chefe e o homem que eu deveria chamar de pai.

O que ele quer com a gente desta vez?

Sempre que ele nos contatava subitamente daquela maneira, era porque queria alguma coisa. Além disso, ele quase nunca nos encontrava fisicamente, apenas por meio de chamadas audiovisuais, quais eram poucas.

— Marcelly, Leonardo, soube que acabaram de chegar do seu primeiro dia de missão. — A voz dele ecoou pelos alto-falantes instalados no quarto.

E, claro, ele sabia de tudo, seus inúmeros subordinados espalhados por todo canto lhe contavam tudo como se fossem seus olhos e ouvidos, eu destetava aquilo.

— Gostaria de receber um relatório de vocês — pediu, como o esperado.

— Certo — respondi —, irei lhe contar.

A partir dali, relatei tudo que ocorrera desde o dia anterior até ali sem entrar em muitos detalhes, apenas o que importava. Ao final de tudo, ele disse:

— Hm, entendo. Resumindo, vocês deixaram nosso alvo ser levado por um estranho e agora nós não sabemos a localização dele. Fizeram um ótimo trabalho.

Ele não tinha sequer ficado preocupado quando contei a ele que eu, a filha dele, entrei coma e quase morri. Realmente, ele não merecia ser chamado de pai.

— Nós tentamos, mas aquele velho era muito persistente — expliquei. — De qualquer forma, o alvo já tem meu contato, creio que ele ligará se for preciso.

— Muito bem, mesmo que tenham escorregado nessa, ainda fizeram um bom trabalho. Meus parabéns. Agora analisaremos mais a fundo os dados que recebemos de vocês. Com isto, desligo.

E então a chamada audiovisual acabou, deixando o silêncio reinar no quarto.

Otávio me parabenizou, ele está orgulhoso de mim, me sinto melhor agora...

"Mas não é maçante? Digo, viver sob as expectativas de outra pessoa."

As palavras daquela dita ceifadora ecoaram na minha cabeça.

Sim, é maçante, mas essa é minha única escolha, não posso viver de outra maneira... Apesar da ceifadora ter me dado outra chance, nada havia mudado.

Pensando nisso, olhei para Leonardo, a inexpressividade em seu rosto me irritava, e o perguntei:

— Você não se sente bem por ter sido parabenizado pelo nosso superior? Será que você é tão ingrato assim?

— Me desculpe, mas não sinto nada por ele... — respondeu ele, com a mesma expressão vazia de emoções.

— Tudo bem, entendo que um monstro como você não tem sentimentos. Sinto muito, minha pergunte foi estúpida — provoquei-o.

— Me desculpe.

— Hm? Se desculpar pelo quê? Não precisa se desculpar por não ter sentimentos; eles são um estorvo, é uma dádiva não tê-los. — Porque eu era humana, porque possuía sentimentos... era por isso que eu sofria tanto. — Sendo uma humana com sentimentos, sou imperfeita; é por isso que o invejo, e você deveria sentir orgulhoso por isso. Se eu não tivesse sentimentos, talvez não o odiasse.

Diante daquelas minhas afirmações, Leonardo se manteve calado, mas continuei a implicar com ele:

— O que foi? Te magoei? Será que eu estava errada sobre você não ter sentimentos?

— Não é isso... Só não sei como me sentir sobre isso.

— Não sinta. Já disse, você é um monstro... não, uma arma, e armas não possuem sentimentos, ela só... matam.

Apesar de minhas palavras, Leonardo permaneceu inalterado e, com seu tom de voz monótono de sempre, me chamou:

— Mestra — chamou-me Leonardo.

— O quê?

— Você... ama seu pai?

Aquela pergunta me pegou totalmente desprevenida, mesmo assim, respondi imediatamente:

— Não, eu o odeio.

— Por quê?

— Porque... assim como você, ele não tem sentimentos.

Era por isso que Leonardo me lembrava dele, e esse era um dos motivos para eu odiá-lo.

— Mesmo assim, você deseja se tornar como ele? Não compreendo — disse o lobisomem.

— Sim, eu me odeio como sou e o odeio também, mas não odiaria ser como ele, porque, justamente por não ter sentimentos, ele é melhor do que eu — respondi-o sinceramente, enquanto sentava-me no colchão inferior do beliche atrás de mim.

Então, voltando-se para mim para me encarar com aqueles olhos frios e vazios de sentimento, Leonardo me fez mais uma pergunta:

— Então por que se sente bem quando ele te parabeniza?

Ele olhara bem através de mim, era como se pudesse ler todos os meus sentimentos apenas olhando no meu rosto.

— Bem, não acha melhor ser parabenizado por aqueles que você odeia do que por aqueles que você ama?

Além disso, as únicas pessoas que me amaram na vida já me deixaram... não há mais ninguém para me amar, nem mesmo eu mesma.

— Faz sentido, embora eu não compreenda...

Aquilo era algo estranho de se dizer, mas já estava acostumada a ele falar coisas estranhas como aquela.

— Agora podemos parar de falar sobre isso? — pedi. — Não gosto de falar sobre aquele homem...

— Tudo bem, me desculpe.

— Não precisa se desculpar.

— Sinto muito.

— Você se desculpa demais.

— Me descul... — Lancei um olhar furioso a ele antes que o mesmo completasse aquela palavra infame.

Por que será que gosto de implicar tanto com ele desse jeito mesmo o odiando? Eu me indagava, enquanto segurava um riso, mas a resposta parecia não estar ao meu alcance.

Foi quando senti algo vibrando no bolso do peito da minha vestimenta hospitalar, era meu celular.

Quem poderia estar me ligando a uma hora dessas? Indaguei-me. Ah, não! Será que o Artenis está em perigo?!

Tendo essa preocupação em mente, me apressei a atender o aparelho. Contudo, ela sumiu no momento em que vi a tela do meu celular, dando lugar a um sentimento de surpresa e indagação.

O nome exibido naquela tela não era o de alguém que eu pensaria que fosse me ligar tão cedo, ou melhor, que fosse me ligar alguma outra vez na vida.

Elizabete Santos, a garota que eu conhecera naquele orfanato havia mais de dois meses.

Mas por que ela agora? Depois de todo esse tempo sem fazer contato, pensei que ela...

Em busca de respostas, atendi sua ligação.

— Olá, Marcelly? — Como se não fizesse tanto tempo assim desde a última vez que tínhamos nos falado, Elizabete me cumprimentou casualmente.

— S-sim, aqui é a Marcelly. E.. Elizabete? É mesmo você?! — Tentei manter meu tom de voz calmo, mas era difícil esconder minha surpresa.

— Ah, sim... sou eu — respondeu ela, de maneira incomumente seca. — Há quanto tempo, não?

— O que aconteceu com você? Nem sei quantas ligações eu já te fiz!

— Desculpe-me por não ter lhe contatado antes, mas era preciso... Quanto ao que aconteceu... Bem, foram muitas coisas, não posso lhe contar tudo numa simples conversa por celular.

— E-entendo... Então por que me ligou? Precisa de ajuda?

— Como sempre, você é ótima em saber o que quero — comentou ela, soltando um riso descontraído. Realmente era como se ela não se importasse com o tempo que tínhamos passado sem falar uma com a outra. — Mas, falando sério... — disse ela, alterando seu tom de voz para um mais baixo. — Tem algo que eu gostaria de discutir pessoalmente com você, estou com sérios problemas.

Sérios problemas? Será que...

— Então, podemos nos encontrar amanhã? — perguntou Elizabete.

— Sim, claro, mas onde?

— Hmm, que tal no parque central da cidade? Quanto ao horário... duas horas da tarde serve para você?

— Ah, sim...

— Certo, então estarei lá te esperando. Peço que venha sozinha. Até.

E, sem nem mesmo me dar tempo para me despedir — o que não era de seu feitio — ela desligou.

Mas por que será que ela me pediu para ir sozinha?

Foi uma conversa breve, mas verdadeiramente intrigante. E, ao contrário do que pensava, entrar em contato com ela não respondeu minhas perguntas quanto ao seu sumiço, apenas me deixou ainda mais cheia delas — mesmo que eu já tivesse uma ideia do que teria acontecido.

— Era aquela garota? — perguntou Leonardo, que deve ter ouvido toda a conversa.

— Sim... ela quer se encontrar comigo amanhã.

— E o que ela quer com esse encontro?

— É o que espero descobrir...

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