O Plano de Seth 07 (Artenis)

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Conclusão

— M-Marcelly! — gritei, começando a caminhar em direção da caçadora desmaiada no chão, apesar do vampiro que havia a atacado estar logo à sua frente.

— Tudo bem, se deseja interferir... acho que vou pegá-lo antes de acabar com a sua amiga... — disse o vampiro enquanto me encarava com um sorriso destemido no rosto; estranhamente, lágrimas também pareciam cair de seus olhos. — Se bem que ela já está acabada, de todo jeito.

Ignorando suas palavras, continuei a caminhar em direção a ele.

Eu sei que não tenho chances contra ele, mas... Depois do que ela me fez, depois do que ela me disse, não posso simplesmente sair correndo mais uma vez... Eu tenho que fazer a Marcelly sair viva dessa.

Mas então, antes que eu desse mais um passo, senti uma mão pousar sobre meu ombro. Quando me virei, vi que era a de Leonardo, que surgira subitamente atrás de mim; suas roupas estavam em trapos, e havia machucados por todo seu corpo, estava pior do que a última vez em que eu o vira.

E da última vez em que eu o vira ele não era mais ele mesmo.

Por isso, fiquei surpreso ao vê-lo ali, logo atrás de mim, em seu estado "normal".

— Artenis... fique atrás de mim — pediu ele, havia uma determinação em sua voz que eu nunca havia visto antes, diante dela, só pude obedecer.

Leonardo se posicionou a frente de mim e fitou o vampiro.

— Ah... você é um lobisomem, não é? Por que se aliou a eles? Por que se aliou a esses humanos? — indagou o vampiro.

— Isso... Isso não importa pra você, importa? — respondeu ele. — Além disso, não estou do lado dos humanos... estou apenas do lado da minha mestra, e você acabou de machucá-la, então...

— Você vai me matar? Quer dizer, exterminar, como dizem... Não, isso não importa. Essa maldita acabou de matar o meu irmão, então eu vou matar você também! — enquanto gritava essas palavras alucinadamente, o vampiro correu em direção a Leonardo com seu canivete em mãos.

Mas o ataque dele foi inútil, o lobisomem facilmente bloqueou seu golpe ao segurar seu braço e, logo depois, desferiu um soco em seu rosto forte o suficiente para que o arremessasse a metros de distância.

Pelo visto, ele não era tão forte quanto o vampiro que Leonardo enfrentara anteriormente.

— Maldito... acha que isso é o suficiente pra me derrotar?! — gritava o vampiro, erguendo-se do chão.

Ele realmente era persistente, a morte de seu irmão provavelmente tinha o abalado profundamente.

Então, o vampiro voltou a correr, mas não em direção a Leonardo e eu como anteriormente, dessa vez, ele começou a correr ao nosso redor, mantendo uma distância de pelo menos dez metros. Ele corria mais rápido também, por isso, sua figura parecia se distorcer em um mero vulto ao redor de nós, também sendo encoberta pela poeira que seus pés levantavam ao baterem no chão em tamanha velocidade.

— O-o que ele tá fazendo? — perguntei a Leonardo, que se posicionou logo ao meu lado.

— Ele está tentando nos confundir para que não saibamos de que lado vai atacar... Fique atento!

Ficar atento... você quer mesmo que eu acompanhe isso?!

Assim que olhei para o outro lado, vi a silhueta do vampiro emergir da poeira que ele levantara, ele saltava diretamente em minha direção.

Contudo, antes mesmo que eu me mexesse, antes mesmo que eu gritasse por ajuda.

Antes mesmo que as mãos pálidas daquele vampiro me alcançassem.

Maldições de SangueOnde as histórias ganham vida. Descobre agora