Ao som das batidas do seu cor...

Por ValeriaLima926

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Mabi é uma adolescente de 18 anos que está saindo de casa pela primeira vez . A mesma cresceu sem conhecer o... Más

Lets'Go faculdade. - Mabi
Lets' Go faculdade - Versão Henrique.
Nova vida, novo dia ,novo rumo. - Mabi
Nós encontramos de novo. - Henrique
Uma conversa pra se lembrar. - Mabi
As melhores estratégias. . -Henrique.
Quando se deixa tocar pela música. - Mabi
Finalmente.
Passado fica no passado.
Movido pelo ressentimento.
Uma noite com melodia.
O pacto .
Mentir e Omitir.
Sem chão.
Um dia daqueles.
Jogo acirrado.
Sem notícias suas.
Eu preciso de tratamento meu bem.
Melhor pergunta de todos os tempos.
Preparem-se ! O show vai começar.
Concerto parte 1
Concerto Parte 2
Completos.
Mais um dia no paraíso.
Menina má. - Milleny
Preciso de remendos para meu coração quebrado.
Consequências parte 1
Consequências Parte 2
Avançando casas.
Sonhos, planos e momentos.
Diagnósticos.
Medos e superações.
Agradecimentos.
LIVRO FÍSICO

Desvendando os fatos.

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Por ValeriaLima926

         Já fazia alguns minutos que Mabi tinha ido buscar alguns documentos na sala do Joaquim, estávamos atolados de coisas para organizar, e por isso chamamos Felipe para nos ajudar. São muitos contratos para revisar, não sabia que estávamos com tantas bandas e músicos filiados, não é à toa que meu pai tinha vindo trabalhar em pleno domingo. Provavelmente ele estava sobrecarregado e pensou que tomar um coquetel de comprimidos fosse a melhor solução ao invés de pedir ajuda a mim ou a Fernanda. Preciso tirar esses pensamentos de minha cabeça ou então não vou conseguir me concentrar, meu pai está fora de perigo e isso é o que importa.

-Será que a Mabi foi fabricar esses documentos? -Fernanda ironiza jogando uma pilha de contratos na mesa.

-Você sabe que a namorada do Henrique é meio tagarela né? Ela deve estar conversando com o Joaquim. –Felipe comenta olhando para minha irmã.

- Ela deve estar chegando. –Falo sem encará-los.

-Só Mabi para aguentar aquela criatura, porque o homem rabugento e mal educado. –Felipe reclama.

- Ele te trata mal? - Falo levantando a cabeça e me interessando pelo assunto.

-Como um ser adorável como seu pai suporta um ser abominável como o Joaquim? -Mabi entra na sala empurrando a porta e com o rosto rubro, das duas uma ou ela está com vergonha ou está com raiva. E pelo jeito como ela abriu essa porta ela está furiosa.

-Acho que a Mabi respondeu a sua pergunta. -Felipe fala girando um pouco sua cadeira.

-Aquele homem insinuou que estou tentando te dar um golpe. – Mabi fala praguejando e joga os papéis em cima da mesa.

-Um golpe? - Acabo dando risada.

-Um golpe. E falou que você estava transformando isso aqui numa instituição de caridade...- Ela fala gesticulando com os braços. -Ah Felipe, e ele te chamou de lerdo. -Mabi completa.

- Vou ter uma conversinha com ele depois.- Digo sem dar importância aos comentários.

- Não trabalho para ele. -Felipe cruza as pernas e mordisca o bocal da caneta.

-Tentem relaxar um pouco os ânimos, temos muito trabalho a fazer e quero ir visitar o papai mais tarde. -Fernanda fala calando todos nós. E continuamos a trabalhar.

        Mabi parecia inquieta, já tinha trocado de posições umas 5 vezes, se levantado, mexido no celular, no cabelo e não achava canto. Já eram quase 5 horas e Fernanda e Felipe já arrumavam suas coisas para irem embora, eu iria sair um pouco mais tarde porque terminaria de guardar tudo e passaria na casa de minha namorada para deixa-la e depois tomaria um banho para ir visitar meu pai no hospital.

        De acordo com as ultimas noticias ele já havia acordado, e trocado poucas frases com minha mãe, a mesma disse que ele afirmará não ter tomado nenhum comprimido e disse que já mais tentaria suicídio. Estou completamente confuso sem saber em que acreditar.

-Estou indo maninho, te espero no hospital. - Fernanda diz depositando um beijo em minha bochecha.

-Também já vou Brother, qualquer coisa me liga. – Felipe fala e sai da sala.

          Ficamos na sala apenas eu e Mabi e ela permanecera incomunicável como se alguma coisa a incomodasse e a impedisse de falar. Aquela versão dela me sufocava, detesto as estranhezas e esse tipo de mudança de personalidade e como se nos afastássemos milhares de quilômetros mesmo estando próximos fisicamente.

-Bianca está havendo algum problema? -Pergunto já querendo pôr um fim nesse silencio de minha namorada.

- Amor...-Ela fala se aproximando de mim. - Tem uma coisa que está me incomodando sim. - Posiciona sua mão em meu peito.

     Há céus, tudo que não preciso agora são mais problemas para resolver. Será possível que Mabi vai me dar um pé na bunda logo agora quando mais preciso dela? Não estou preparado para lidar com a solidão logo agora que estou amando tanto.

- Qual? -Tiro sua mão do meu peito e olho em seus olhos.

-Você falou que não encontraram nenhum vestígio de remédios aqui na sala de seu pai não foi? -Então o que estava incomodando a Mabi era o caso do meu pai, tenho que parar com essa mania de sofrer antecipadamente.

-Ninguém achou nada. – Falo a abraçando.

-E se estivesse na sala de outra pessoa? -Mabi me lança um olhar questionador e começo a sentir um frio percorrer na minha espinha. Vou até a mesa e me sento esperando até onde ela quer chegar.

- O que está querendo me dizer amor? -A questiono.

- Quando estava esperando a papelada na sala do Joaquim, acabei derrubando uma caixa dele que estava cheia de coisas...-

-E? - A incentivo a continuar.

-Na caixa haviam vários comprimidos semelhantes aos que foram encontrados no organismo do seu pai. Eu o questionei e ele ficou muito nervoso. - Ela fala pausadamente como se quisesse me fazer enxergar os fatos.

-Tem certeza disso amor? Não estamos no CSI ou em Greys Anatomy. -Falo tentando alerta-la da acusação séria que está fazendo.

-Henrique pense comigo.Quem chamou seu pai para vir para a empresa em pleno domingo? Só estava seu pai e Joaquim aqui, o guarda estava lá fora. As câmeras de vídeo estavam desligadas. E ele é pai da Milenny que por acaso também é uma pilantra. -Mabi fala enquanto dá voltas pela sala quase afundando o chão.

             Começo a refletir e percebo que a muito sentido em tudo que Mabi fala. Meu pai estava em casa quando Joaquim o '' alertou'' sobre a quantidade de contratos para revisar, sem falar que papai é sócio majoritário tem motivos suficientes para que Joaquim tenha inveja dele, se por acaso isso foi armação e não tentativa de suicídio de meu pai, Joaquim precisa ir para a cadeia.

          Preciso pensar, papai falou que não ingeriu comprimidos nenhum então provavelmente os medicamentos estavam dissolvidos em alguma bebida. Não haviam copos sujos em local algum da sala então talvez tenham sido colocados em alguma bebida de embalagem descartável. Como um louco comecei a revirar o cesto de lixo. O virei todo no chão a procura de possíveis respostas, rapidamente o canto da mesa virou um pequeno lixão.

- O que está fazendo? -Mabi pergunta se ajoelhando para me ajudar.

-Papai falou que não ingeriu remédio então se armaram contra ele devem ter dissolvido os medicamentos em alguma bebida. –Explico.

-Henrique! –Mabi chama minha atenção levantando dois copos descartáveis de café. - São dois! Um deve ser o de seu pai o outro do Joaquim. -Ela explica e ficamos os dois sentados no chão ao redor do lixo recém espalhado.

- O que faremos agora? -Pergunto.

- Isso aqui –ela fala se referindo aos copos- vou levar para a faculdade e vou pedir para minha professora analisar e me dizer se tem resíduos de remédios e você vai tomar um banho visitar seu pai e descansar. –Mabi fala tentando me tranquilizar como se aquela investigação fosse mais dela do que a minha.

            Permito-me relaxar mesmo que por alguns segundos e me deito no chão frio com a cabeça no colo de minha amada. Mabi começa a massagear meus cabelos como se percebesse o quão necessito daquele simples carinho. Fecho meus olhos desejando apenas uma coisa: paz. Aquela paz que sentimos quando nos conhecemos, a que vivenciamos naqueles dias na casa de praia, e aquelas poucas horas a sós que tivemos na fazenda que foram inesquecíveis. Quando será que os problemas pararam de nos perseguir? Sei que alguns são consequências de meus atos, mas outros simplesmente despencaram de paraquedas em cima de mim.

         Apesar de já ajudar meu pai de maneira indireta na empresa, não queria ocupar o cargo de diretoria nessas circunstâncias, e agora encarando tudo assim de tão perto me sinto um menino em termos de preparação, talvez eu tenha sido forçado a amadurecer profissionalmente falando, devido a overdose de meu progenitor.

-No que pensa? –Seus dedos desceram para minhas orelhas em seguida adentraram em minha camisa tocando meu peito.

-Que queria ter mais momentos de paz com você. -Viro-me para encarar seu lindo rosto que que estampa um sorriso. - Sempre quando as coisas estão dando certo para nos dois, acontece alguma coisa para atrapalhar ou para nos fazer brigar.- Explico.

-Vamos ter paciência uma hora essas coisas vão parar.- Ela conclui.

-E como pode ter tanta certeza? -Indago.

-Porque o que sentimos vem aqui de dentro. -Ela toca seu peito com uma mão e o meu com a outra.

-E vai durar. –Digo.

-Sim vai. -Ela concorda.

           Trocamos alguns beijos calmos que demonstravam carinho e o quanto nos amávamos e apoiávamos um ao outro. Depois, a deixei em casa, e corri para a minha residência onde tomei um banho e fiz uma torrada para jantar. Me arrependi bastante de não ter comido a macarronada da Júlia, tenho certeza que me saciaria bem mais do que uma torrada e um copo de leite.

          Fui o mais rápido que pude para o hospital, estava com medo de acabar o horário de visitas e não poder ver mais meu pai hoje. Pisei no acelerador quase todo o trajeto, espero que não apareçam multas em nossa caixa de correspondências. Ao chegar lá coloquei meu carro no estacionamento e entrei no hospital. Segui direto para a recepção onde peguei um crachá de visitas.

        Percorri alguns corredores até me aproximar do quarto onde meu pai estava. Pela pequena parede de vidro conseguia observa-lo, sua aparência era degradante, sua pele estava pálida e seu corpo apresentava sinais de debilitação, como em dois dias meu pai enfraquecera e envelhecera assim tão rapidamente? E minha mãe que estava sentada ao lado esquerdo da cama apresentara seus primeiros sinais de cansaço, sua pele que sempre parecia um pêssego agora mostrava rugas e marcas da falta de sono. O ser humano era algo realmente incrível, onde o corpo refletia sempre a situação em que a alma e o psicológico se encontravam. A única pessoa que não parecia tão afetada era Fernanda que era a pessoa mais radiante ali naquele pequeno cômodo, ela abraçava papai e o envolvia em carinhos como se a qualquer momento a vida que existia nele fosse se esvair, entendo bem o que ela sentia porque também compartilhava de seu medo, e esse medo circunda todas as pessoas que amo.

             Resolvi que era hora de entrar naquele quarto, respirei fundo, enchi os pulmões e simulei o melhor sorriso, me deixei preencher por uma calmaria que não era real, mas que tinha que estar presente quando os olhares meu e deu meu pai se cruzassem. Girei aquela maçaneta sentindo aquele ar de tristeza me atingir, que minha presença traga raios de alegria implorei baixinho.

-Boa noite. -Digo me aproximando.

-Filho.- Mamãe sorri.

-Só acontecendo algo comigo mesmo para que o Henrique saia essa hora da gravadora. -Papai fala e vejo que mesmo em um hospital seu bom humor continua o mesmo.

-Nem brinca com isso.- Digo sentando em uma cadeira do lado da cama.- Faz tempo que vocês estão aqui? -Pergunto me referindo a mamãe e a Fernanda.

-Faz um tempinho, você demorou. -Fernanda comenta.

-Apareceu umas coisas para olhar.- Respondo sem querer dar detalhes da minha investigação com Mabi.

-Queridas vocês poderiam me dar alguns minutos com o Henrique? -Papai pergunta com dificuldade? - Mamãe e Fernanda se olham e apenas balançam a cabeça dizendo que sim.

-Estou aqui no lado de fora, volto logo, vê se não fica só puxando o saco do Henrique porque fico com ciúmes. –Fernanda fala e solta um beijinho para papai.

-Sua mãe e sua irmã acham que tentei suicídio. –Papai diz.

- Foi o laudo médico. -Falo pausadamente.

-Você acredita nisso meu filho? -Papai me olha com olhos arregalados.

-Sinceramente não. -Respondo.

-Obrigada por acreditar em mim. -Meu pai agradece.

-Talvez, consigamos chegar a fundo e explicar como o senhor veio parar aqui. Só peço que fique preparado, porque a punhalada pode vir de quem você menos espera. –Aconselho o.

- O que quer dizer? -Papai pergunta.

-O senhor confia em mim? -Pergunto.

-Mais do que tudo.- Ele pega minhas mãos e a porta abre aparecendo Fernanda e Mamãe cada uma com um copo de café, se elas ao menos sonhassem o quanto criei abominação por essas embalagens depois do que possivelmente Mabi descobriu.

          E falando em descobertas não sei se vou conseguir aguentar esperar até amanhã para obter as respostas. Preciso conseguir alguma coisa que incrimine Joaquim e o mantenha bem longe de mim e de todos que amo, algo que o faça pagar o que fez com meu pai, ele merece no mínimo uns 20 anos na cadeia.

-Tenho que ir. - Falo.

-Mas já? -Papai pergunta.

-Terminar umas coisinhas da gravadora. -Minto e deposito um pequeno beijo no cabelo do papai.

           Sai do hospital sem saber exatamente aonde ia, vaguei por ruas e vielas como um sem destino, até parar de frente a um prédio que achei que nunca mais entraria. A construção estava um pouco diferente, haviam reformado tudo e trocado as cores se não tivesse vindo aqui tantas vezes podia dizer que nem era o mesmo lugar devido a tantas transformações. A última lembrança que vivi aqui apareceu como um flash em minha memória, o derradeiro dia em que entrei nesse prédio enfrentei a mulher que me traiu e sai em meio a uma chuva com o coração devastado e cheio de rancor, agora estou aqui novamente a procura de respostas.

          Cumprimentei o porteiro e disse a ele que não precisava me anunciar, sabia muito bem o número do apartamento e sabia que assim que ela abrisse a porta e visse quem batia ela me receberia. E foi o que fiz, bati na porta e esperei que a naja abrisse.

-Henrique? -Milenny falou surpresa ao dar de cara comigo no lado de fora da porta. Seu cabelo estava preso em um coque e seu corpo estava coberto por um robe Pink, seu rosto estava com uma maquiagem pesada. Estava bonita, mas não tanto quanto minha namorada que até de rosto limpo ganha de dez a zero.

-Vai sair? -Pergunto me referindo a sua produção no rosto.

-Há não, estava apenas treinando uma maquiagem que vi em um tutorial.- Ela parecia nervosa.

-Não vai me convidar para entrar? -Pergunto querendo vasculhar aquele ap.

-Claro que sim. -Ela me puxa pela mão e entramos os dois.

          O apartamento por dentro não mudou nada,os moveis continuam o mesmo e a decoração ainda continua um pouco extravagante. Olho na pequena sala o sofá vermelho que tantas vezes namoramos fico com um receio imenso de sentar. Quantos caras ela já deve ter trazido aqui? E pergunto a mim mesmo ainda abismado.

-Aceita um pouco de vinho? -Ela pergunta e vai indo em direção a cozinha e a sigo.

      Sendo filha de quem é, pela lógica eu não deveria aceitar nem um copo d'agua dela, mas preciso parecer que vim me divertir e não fuçar suas coisas.

-Pode ser. -Respondo correndo os olhos por todo os lugares.

-O que está fazendo aqui? -Ela me olha sorrindo enquanto tenta abrir uma garrafa de vinho.

-Queria espairecer. –Respondo me sentando em um dos banquinhos que estão em frente ao balcão de mármore.

- Você e seus amigos sempre me tratam tão mal, estou meio surpresa pela sua visita. -Ela consegue abrir a garrafa e se estica para pegar duas taças na parte de cima do armário de parede.

-Desculpe, não queria parecer rude. - Tento parecer sincero.

-Tudo bem não tem problema. -Ela caminha até mim e me entrega uma taça sinto a impressão que Milenny está tendo me seduzir. –A sua namorada sabe que veio aqui? -Vejo uma pitada de ironia quando ela fala a palavra '' namorada''.

-Que namorada? - Me faço de desentendido.

-Aquela tal de Mabi, acho que é assim que chamam ela. -Milenny responde.

-Há sim ela... Achei que soubesse que terminamos. -Falo me espreguiçando.

-Não sabia, você parecia bem apaixonado. -Ela se senta em um dos bancos ao meu lado.

-Ora Milenny logo você falando em se apaixonar. Achei que conhecesse todos os truques de ilusão que as pessoas usam para conseguirem o que querem. - Digo e passo o polegar rapidamente em sua bochecha e em seus lábios. Sua pele está quente, mesmo tendo me traído ainda consigo balançar o psicológico dessa infeliz. Como é que pode?

A campainha toca e ela se levanta toda atrapalhada do banco onde está sentada.

-É meu jantar, pedi comida italiana espero que esteja com fome.- Ela diz e corre para abrir a porta. Aproveito a oportunidade e encho ainda mais a taça dela, minha única chance de procurar alguma coisa é embebedando essa maluca.

          Ela volta rapidamente trazendo algumas embalagens de comida, abrimos tudo no balcão e ela sempre faz o possível para tocar em mim enquanto mexe com as comidas.

-Sempre achei que você e ela não tinham nada haver.- Milenny diz enquanto põe a comida nos pratos. Só consigo balançar a cabeça dizendo que sim. Comemos e conversamos sobre assuntos aleatórios, Milleny sempre alfineta Mabi e passa metade da refeição umedecendo os lábios com a língua tentando parecer sexy. Acho que Vítor estava certo quando falou que Mabi me enfeitiçou, estou aqui do lado de outra mulher e não sinto se quer vontade de beija-la.

            Já são quase nove horas estou aqui a mais de uma hora e ainda não consegui procurar nada. Que droga! Esbravejo em meus pensamentos. Preciso focar na missão. Pense em alguma coisa Henrique! Pense!

-Que tal assistirmos um filme? -Sugiro.

- Quer assistir um filme? - Ela me olha toda feliz.

-Sim e quero outra garrafa de vinho. -Falo mostrando a garrafa que está quase vazia. Tomei duas taças enquanto Milena já tomou umas três ou quatro.

-Não tenho muitos dvd's e acho que não está passando nada legal na Tv.-Ela levanta os braços em defesa. No mesmo instante seu celular apita e ela corre em direção ao aparelho. -É mensagem do meu pai, já venho. -Ela me manda um beijo e vai responder à mensagem. Então Joaquim está conversando com a filhinha, preciso mesmo pegar esse celular. –Prontinho. O que vamos assistir? -Milenny pergunta.

-Vou abrir minha conta da Netflix na sua Tv, e escolhemos um filme certo? -Sugiro.

Milenny me deixou escolher então coloquei Ataque a Casa Branca um filme que sabia que era bem longo. Milenny trouxe uma bacia de pipoca e a segunda garrafa de vinho. Abrimos a garrafa e sentamos os dois no sofá, de vez em quando sentia suas pernas roçarem nas minhas e quando já estávamos com 48 minutos de filme ela se manifestou diretamente e quase coloca meus planos por água abaixo.

-Não quero mais assistir filme. E se fossemos fazer algo mais interessante? -Milenny percorre seu dedo pelo tecido da perna de minha calça.

-Deixe de pressa, sabe que nunca gosto de deixar um filme pela metade. E essa garrafa aqui ainda está cheia. –Falo levantando a garrafa de vinho, e piscando o olho para ela. Estou tendo a maior cautela para que Milenny pense que estou bebendo tanto quanto ela. Bebo sempre um gole e finjo que completo a taça enquanto ela realmente ingere a bebida, já posso sentir o álcool afetando seu corpo, só preciso fazer com que durma.

-Desde quando você curte tanto beber? - Ela me lança um olhar sexy e tenta subir em cima de mim.

-Calma gatinha a noite está só começando, não precisa se preocupar, quando for a hora para apressar as coisas vou ser rápido e intenso. - Digo sussurrando próximo a sua orelha e a megera morde o lábio iludida achando que vou dormir aqui.

          Mais alguns minutos se passam e Milenny bebe praticamente o resto da garrafa, altura do campeonato ela nem se quer fala direito e já bocejou umas 5 vezes, resolvo fazer um carinho em seus cabelos e rapidamente ela cochila. Finalmente posso acabar com esse teatro.

          Silenciosamente fecho minha conta na Netflix e começo a remexer as coisas,começo por uma cômoda no quarto e depois começo a fuçar o guarda roupa, fora o fato de que ela guarda muitas roupas e revistas não encontrei nada que fosse suspeito. Resolvo que o melhor a fazer e procurar o celular. O encontro em cima da bancada porém bloqueado, arrisco tentar uma senha, mas todas as combinações que tento dão erro. Vejo Milenny se remexer e dizer algo como '' Henri vamos para a cama, você me deve algo rápido e intenso''. Vejo que essa é a hora de ir para casa, ponho o celular dentro do bolso e caminho em direção a saída. O corpo de Milenny está quase caindo do sofá sinto um pouco de pena e a carrego até a cama onde a enrolo com o edredom. Digamos que mesmo diante de tanta simulação ainda me comportei como um cavalheiro.

           Saio da casa e checo as horas já são quase 11 como deixei esse teatro se prolongar até essa hora? Vou precisar contar tudo a Mabi se não as coisas podem ficar terrivelmente complicadas para mim. Mas no momento preciso conversar com o Bernardo. Ligo o carro e sigo em direção a casa de meu amigo. Ainda dentro do meu veículo ligo para o mesmo.

-O que você quer Henrique? -A voz e Bernardo sai sonolenta.

-Não me diga que estava dormindo. -Falo.

-Sim estava, assim como a maioria das pessoas cansadas está. -Ele responde.

-Escute, estou no lado de fora, abra a porta para mim. -Peço.

-Aconteceu alguma coisa com o seu pai? -A voz de Bernardo soa assustada.

-Não, agora cuide abra a porta para mim. -ordeno e Bernardo desliga. Saio do carro e subo na calçada esperando que meu amigo me receba.

-Vamos entre seu inconveniente e tente não fazer barulho para que meus pais não acordem. - Bernardo fala e dá espaço para que eu entre, caminhamos os dois até seu quarto. Que agora mais do que nunca está apetrechado de desenhos e pinturas. Pego uma folha com um desenho em grafite de uma garota de cabelos longos de costa e seminua.

-Isso aqui é a minha irmã? - Falo balançando o papel entre os dedos.

-Não não é. Bernardo fala com as bochechas um pouco rubras e toma o papel de minhas mãos e coloca dentro de uma pasta. – Vamos agora diga o que houve.- Bernardo se senta em uma cadeira giratória que fica de frente a seu computador e me deito na cama.

-Roubei um celular. -Falo olhando para o teto.

-Que interessante ai você veio pedir para esconder aqui o aparelho? –Bernardo me olha incrédulo.- Olha infeliz se estava sem dinheiro e precisava pegar emprestado podia ter pedido para mim ou para o Vítor, agora roubar um celular. Você pirou foi? Sabia que esse negócio de roubarmos a bomboniere da mãe do Vítor era um mau hábito, você está se tornando um delinquente juvenil.- Bernardo levanta as mãos para cima.

-Não foi qualquer celular, foi o da Milenny. - Completo.

- Que maneira estranha de se vingar. –Meu amigo analisa.

-Acabei de sair do apartamento dela. -Finalmente viro meus olhos para encara-lo. Bernardo parece chocado e provavelmente já imagina milhares de coisas. Não consigo conter a risada.

-Você está muito, mais muito encrencado. Está ciente que Mabi vai te odiar para o resto da vida e que agora é que você não recebe mais perdão nem indo atrás dela na China. - Bernardo volta a se sentar.

-Não trai a Mabi. -Falo pausadamente me sentando.

-Então me explica o que está acontecendo porque estou confuso.- Meu amigo pede.

-Prepare-se que a história é longa. – Começo a contar tudo e Bernardo parece cada vez mais assustado, ele menciona umas dez vezes que está se sentindo em uma série e quase pego um de seus pincéis para calar lhe a boca porque o homem me interrompia a cada dez palavras. - E foi isso.

-Henrique você é um tremendo cafajeste. –Ele fala gargalhando e se referindo ao teatro que fiz com Milenny.

- Não sou não.-

-Então a pilantrinha é mesmo filha de pilantra. -Bernardo comenta abismado.

- Agora me diga o que faremos. - Peço auxilio.

-Vamos ligar para duas pessoas. Primeiro para um velho colega meu do TI para que ele desbloqueie essa bomba e vejamos o que aquela safada conversa com o pai. - Ele completa.

- E depois? -

-Para o Vítor para que ele fique a pá das confusões não gosto de deixa-lo desatualizado. - Gargalhamos os dois.

-Tente ligar para seu amigo agora.- O pressiono.

-Henrique as pessoas dormem.- Meu amigo me repreende.

-Especialistas em Tecnologia da Informação costumam trabalhar até tarde. –Completo.

-Ok sua mala, vou ligar. – Felizmente a ligação dá certo e conseguimos encontrar o amigo dele acordado. – Anda com dinheiro ai? Serviço a essa hora da noite costumar ser caro. -Bernardo me questiona e apenas balanço a cabeça dizendo que sim. Por meu pai pago qualquer preço. - Vamos ele disse que trabalha até uma da manhã. -

            Bernardo trocou de roupa rapidamente e fomos os dois em meu carro. Andamos por umas ruas que nunca havia percorrido até chegarmos a um prédio muito chique.

-Ele mora aqui? -Pergunto perplexo.

-Ora Henrique, alguns especialistas em TI ganham muito bem viu. - Bernardo fala e entramos os dois para o apartamento do rapaz. O mais engraçado de tudo foi a cara que o porteiro fez quando dissemos que nos dois íamos subir, tenho certeza que o pobre homem idealizou muita coisa.

          O amigo de Bernardo não parecia um Nerd pelo contrário tinha um corpo musculoso e várias tatuagens, sua aparência não combinava com nada que minha mente imaginou.

-Primeiro me digam, esse celular é roubado? Não me envolvo com questões criminais. -O rapaz nos alertou logo quando abriu a porta.

-Não, não, é da minha esposa é que nossa filhinha acabou colocando essa senha e esqueceu como era, então não conseguimos mais desbloquear o aparelho. - Falo com firmeza para que ele acredite.

-Ana Clara é uma pimenta mesmo.- Bernardo da ênfase a minha mentira.

- Vai ser muito rápido. Podem sentar ali. - O especialista fala e aponta para um sofá preto de couro para onde nos dirigimos.

Passam se alguns minutos até que ele me entregue novamente o aparelho.

-Prontinho tente manter sua filha longe do aparelho adoro crianças mas são sempre muito trabalhosas. Tem foto dela ai? -O rapaz pergunta e sinto meu corpo suar frio que criança vou mostrar? Pego meu celular do bolso e abro na pasta da galeria procuro rapidamente nas fotos e acho uma minha com Eduarda uma das meninas do orfanato que sou voluntário.

-É essa aqui. - Apresento a garotinha de cabelos e olhos castanhos abraçada comigo em um balanço. - E essa é minha esposa. - Arrasto para a outra foto onde estamos Fernanda, Eduarda e eu.

-São uma bela família. – Ele diz quando efetuo o pagamento.

-Sim nós somos. - Digo

       Saio do apartamento já lendo as conversas de Milena no whatsapp. Faço questão de pular a com os garotos, garotas e grupos e vou em busca de sua conversa com o pai.

-Onde aprendeu a mentir assim? -Bernardo me liberta de meus devaneios.

-Não sei, saiu naturalmente. Respondo e ele apenas balança a cabeça.

          Volto para o celular e começo a ler as conversas de Milenny e Joaquim os dois são muito frios um com o outro nem parecem pai e filha. As mensagens mais recentes são reveladoras. Sinto meu coração acelerar só em pensar que isso pode ser as provas que tanto busquei.

'' -Os dois inxeridinhos vieram hoje.''- Joaquim envia para a filha.

'' -Mas não era isso que você queria que acontecesse?'' - Milleny pergunta.

'' -Henrique trouxe aquela namorada, tive uma discussão com ela, a garota é esperta e pode prejudicar nossos planos. Bem que te avisei que você deveria pôr um fim naquilo. De que serve sua beleza se não consegue nem seduzir um homem?'' -

'' -Tenha paciência ele acabou de chegar aqui, deve ter brigado com a namorada'' - Millenny diz e percebo que esta conversa foi quando estávamos tomando as primeiras taças de vinho.

'' -Acho isso suspeito. Mas enfim, durma com ele, engravide e o faça assinar alguma coisa. Como ele é quem está com a procuração de diretor posso falsificar sua assinatura e passar a gravadora para o meu nome. ''

'' -Não teria sido mais fácil você falsificar a assinatura de Jorge?'' -Milleny questiona o pai.

'' - Meu bem olhe os fatos, Jorge perderá a empresa será internado como louco e ainda achará que o filho o traiu, escolhi a melhor maneira para destruir a sua vida'' -

'' -Tem que tomar cuidado, você quase matou o velho''. -

'' -Espero que faça seu trabalho bem feito para que não precisemos '' quase matar'' mais ninguém.''

'' -Farei'' –

-Bernardo! -Falo alto e quase mato meu amigo que aceitou dirigir para que eu conseguisse ler as mensagens. - Acho que não vamos precisar nem da análise dos copos para incriminar o Joaquim e a Milleny. As provas estão todas aqui. Balanço o celular ainda surpreso.

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   Oi bebes demorei porque o capitulo foi grande. Vocês gostaram?Espero que sim ,porque achei que ficou muito bombástico. Estou sentindo falta de nossa interação sabe? Votem , comentem digam o que acharam , vocês que dão sentido a essa história.

    Bom meus planos eram encerrar ''Ao som das batidas do seu coração '' neste domingo mas ainda faltam uns dois capítulos e a capa do Vítinho ainda não está pronta, então teremos o Vítor lá para semana que vem. Prometo postar logo , amo vocês e não esqueçam de votar.

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