Ao som das batidas do seu cor...

Bởi ValeriaLima926

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Mabi é uma adolescente de 18 anos que está saindo de casa pela primeira vez . A mesma cresceu sem conhecer o... Xem Thêm

Lets'Go faculdade. - Mabi
Lets' Go faculdade - Versão Henrique.
Nova vida, novo dia ,novo rumo. - Mabi
Nós encontramos de novo. - Henrique
Uma conversa pra se lembrar. - Mabi
As melhores estratégias. . -Henrique.
Quando se deixa tocar pela música. - Mabi
Finalmente.
Passado fica no passado.
Movido pelo ressentimento.
Uma noite com melodia.
O pacto .
Mentir e Omitir.
Sem chão.
Um dia daqueles.
Jogo acirrado.
Sem notícias suas.
Melhor pergunta de todos os tempos.
Preparem-se ! O show vai começar.
Concerto parte 1
Concerto Parte 2
Completos.
Mais um dia no paraíso.
Menina má. - Milleny
Preciso de remendos para meu coração quebrado.
Consequências parte 1
Consequências Parte 2
Avançando casas.
Sonhos, planos e momentos.
Diagnósticos.
Desvendando os fatos.
Medos e superações.
Agradecimentos.
LIVRO FÍSICO

Eu preciso de tratamento meu bem.

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Bởi ValeriaLima926

      Minha semana não foi nada fácil, posso defini-la usando aquela famosa expressão ''tiro, porrada e bomba'', porque digo isso? Simples, na terça feira quando cheguei a casa depois daquela balada louca de segunda, me arrumei e fui para faculdade ciente de que quando as aulas terminassem eu e Bernardo íamos conhecer a tal escola pra organizar o concerto.

     Porém, sempre tem um, porém né? Quando cheguei ao portão recebi uma ligação do Bernardo avisando que só iria aparecer na universidade pra trancar o curso de música, pois ele tinha sido aprovado no tão sonhado curso de desenho. Sinceramente fiquei muito feliz por meu melhor amigo, mas no mesmo instante me senti desesperado, afinal estava contando com ele pra organizar aquele concerto. Eu sabia que o Bernardo fazia música apenas para não ficar parado, enquanto não conseguia uma bolsa de estudo 100% gratuita na área de desenho, então tentei esquecer um pouco meus problemas e o parabenizei da forma que ele merecia.

      As aulas passaram lentamente, e já comecei a me sentir sozinho, precisava arrumar logo um novo parceiro ou então ia ficar isolado na sala. E falando em parceiro, fui conversar com a Sophie e explicar que agora estava sem parceiro para o trabalho e ela simplesmente mandou que eu me virasse. Fiquei tão irritado, senti vontade de dizer poucas e boas àquela mulher desumana, mas lembrei de que tinha educação e que devia usa-la acima de tudo.

    Quando sai da faculdade fui direto ao tal colégio, chegando lá a diretora me encaminhou a turma com a qual eu trabalharia. Eram uma classe de maios ou menos 30 alunos todos do terceiro ano. Eu me apresentei, recebi cantadas de algumas meninas e no final uma grande patada de todos os jovens. Eles não queriam participar do concerto. Lembro-me de ter praticamente implorado pra que eles colaborassem, mas estavam irredutíveis dizendo que precisavam focar em terminar o ensino médio e entrar na faculdade. Mencionaram até as notas vermelhas que haviam tirado, então foi ai que eu me prestei ao papel mais ridículo da face da terra, combinei com eles que daria aula de reforço se eles aceitassem participar do concerto.

      Sei que parece um negócio horrível,   mas foi à única coisa que pensei, eu era um ótimo aluno no meu tempo de ensino médio então podia ajudar aqueles pirralhos. Marquei com eles que passaríamos a tarde toda ensaiando e a noite eu tiraria dúvidas em qualquer disciplina, consegui também que a diretora concedesse um ponto a cada aluno que participasse do meu trabalho, e desta forma dobrei aquela turma.

    Minha primeira aula foi dada no galpão do colégio e usando os instrumentos que pertenciam à escola, era uma pena uma instituição ter tantos equipamentos musicais e não utiliza-los. O galpão era espaçoso, mas muito degradado pelo visto fazia anos que as paredes não ganhavam uma pintura e séculos que o lugar não recebia ninguém.

      De inicio tudo pareceu estar indo bem, os alunos estavam mais calmos e posso até dizer ''entusiasmados '' então resolvi que era hora de mostrar a pequena lista de instrumentos que usaríamos e as músicas para o evento e foi ai que o alarde começou. Foram tantos comentários que eu estava quase pirando, '' Henrique essas músicas me lembram de meu ex, não quero canta-las '' disse uma menina, outro falou '' tudo muito brega'', o terceiro perguntou de que século eram as canções, e quando me preparava pra mandar todo mundo ir pro inferno alguém resolveu fazer uma pergunta útil:

-Henrique onde vamos arrumar um piano? A escola não tem piano. - A pergunta veio de um rapaz que sentava no fundo, tinha cabelo castanhos e olhos da mesma cor. Ele era um pouco mais baixo que eu, mas tinha um bom porte físico, de acordo com a lista que a diretora me deu ele se chama Felipe.

-Felipe não é? –Eu perguntei e ele assentiu com a cabeça. -Bom Felipe, o piano vai ficar por minha conta,eu tenho um lá em casa e vou trazer para gente ensaiar.- Concluí.

       O resto da semana foi resumido apenas em duas palavras: Faculdade e ensaios. Eu estava passando em casa apenas pra almoçar, e ficava a tarde inteira e parte da noite com os alunos. Não estava acessando nenhuma rede social e nem tinha tempo pra sair com os amigos, até o meu sábado eu doei em prol do meu concerto.

     E quando finalmente chegou o domingo eu dei graças a Deus por poder dormir até tarde. Levantei-me por volta das nove e meia, tomei café com meus pais e minha irmã e fui jogar futebol com Bernardo e Vítor lá no Society.

-Quem é vivo sempre aparece. - Disse Vítor quando me viu chegando.

-Nem me fale. Minha semana foi uma droga, nem estou acreditando que hoje é domingo. Estou tão atolado de coisas, vou precisar dá ajuda de vocês logo logo. -Respondo.

- Falando em ajuda, sabia que o Rodrigo foi aprovado? – Vítor fala olhando pra mim e Bernardo.

-Já? Tão rápido? –Bernardo questiona.

-Acho que está meio tarde, ele já até beijou a fulana lá. -Falo me queimando de ódio e me referindo a Mabi .

-Beijou, mas não tirou a limpo sua mentirinha né? Você e a Mabi vão se entender cara–Vítor joga na minha cara de novo o fato de eu ter sido um babaca.

-Digamos que ele não mentiu, ele apenas enfeitou a historia.- Comenta Bernardo fazendo todo mundo rir. – Olha só quem vem chegando ali. -Bernardo aponta e olhamos na direção onde vem o tal Alberto suposto ex primo de Mabi. –Não gosto desse cara.

-Não é só você eu também o detesto. - Comento.

-Quem é esse mesmo?- Vítor tenta se situar na conversa.

-É um ex ficante da Mabi, a mãe dela quer que ela o namore. Olha só como ele é desengonçado, e metido. Sou muito mais eu. - Falo rabugento.

-Também sou mais você maninho. –Bernardo me apoia.

-Vamos jogar antes que comecemos a enumerar todos os motivos de odiarmos todos os paqueras da Mabi. - Vítor conclui e partimos os três para o campo.

      Eu, Vítor e Bernardo sempre ficávamos no mesmo time, jogávamos aqui desde que tínhamos treze anos e nunca perdia a graça. Hoje por ironia do destino o tal Alberto tinha vindo jogar no mesmo campo, ele estava compondo o time adversário, e olha só que engraçado até nas partidas a gente não se bate. O primeiro tempo passou bem rápido, o placar estava favorável pra minha equipe, 2X0 e eu tinha certeza que íamos ganhar.

      O segundo tempo começou e eu estava sob posse da bola e encaminhava-a para o gol até que o mala do Alberto resolveu me marcar, quanto mais eu corria, mais ele me acompanhava. Em poucos instantes ele já tentava tomar a bola de meus pés, e já me corroía de raiva, então aumentei o pique e pensei estar na frente, mas ai o Alberto me passou uma entrada violenta e cai de cara no gramado. Ouvir o juiz apitar e dizer algumas coisas, e percebi que alguns outros jogadores corriam pra ver o que tinha acontecido, tentei me levantar, mas minha perna esquerda não tinha força, ignorei o barulho as perguntas e as pessoas ao meu redor, só conseguia pensar em uma coisa :''dor''.

-Você fez de propósito.- Bernardo esbraveja segurando Alberto pela gola.

-Bernardo, acho que o Henrique precisa ir ao hospital ele está sentindo dor na perna esquerda. -Vítor tentava ser racional enquanto o juiz e Bernardo discutiam com o Alberto.

-Eu espero muito que o Henrique fique bem porque se não, eu não vou querer estar na sua pele. -Bernardo conclui.

      E ele e Vítor me carregam até o carro do pai de Bernardo, eu já falei o quanto odeio ser carregado? Sinto-me tão fraco, impotente, sem força da mesma maneira que me sentia quando Rodrigo me batia. Fico estirado no banco de trás sentado em um banco e com a perna estirada no outro, fico olhando meu joelho que está inchando e com alguns arranhões e sangrando um pouco, como as coisas podem mudar tão rápido? Há alguns minutos atrás eu estava me divertindo com os amigos, e agora estou indo a caminho de um hospital consumido por uma dor na perna. Será que quebrei alguma coisa?

       Chegando ao hospital, preenchi uma ficha de atendimento e Bernardo e Vítor me deixaram em uma maca na Urgência e foram me esperar na recepção. Um médico que parecia ter uns 35 anos começou a me atender e analisar a minha perna, ele mexeu um pouco no meu joelho e eu gritei, ele me encaminhou para uma sala pra tirar uns raios-X e quando finalmente voltamos eu criei forças e perguntei qual era o meu problema.

-Doutor eu quebrei alguma coisa?- Perguntei.

-Henrique não é?- Ele perguntou enquanto lia meu prontuário. – Você teve um jogo intenso hein?- Ele brinca. – Você não quebrou nada, na verdade teve apenas um pequeno problema em um ligamento. Foi um leve estiramento, com pequeno inchaço e sem perda da estabilidade. Neste caso o ligamento permanece íntegro e após o trauma o indivíduo consegue andar. A dor acontece somente no movimento e, em alguns casos, ao toque, como aconteceu quando pressionei sua perna. Você tem sorte de ter sido um estiramento de grau um. Vou passar uma buscopan pra você tomar e cessar a dor. Em casa você vai tomar alguns analgésicos que vou receitar e vai fazer compressa de gelo para que o joelho desinche. Provavelmente hoje você não vai conseguir apoiar o pé no chão por causa do joelho enxado, mas acredito que logo vai andar normalmente. Caso sua dor persista acho bom você procurar um ortopedista ou fisioterapeuta, vou deixar o nome de dois profissionais anotados na receita.

       Eu apenas faço que sim com a cabeça e volto a me deitar na maca enquanto a dor permanece judiando de mim.

-Vou procurar uma enfermeira pra cuidar do seu joelho e aplicar a injeção. –Ele fala e antes mesmo que ele saía pra abrir a porta, o anjo mais lindo da face da terra entra no meio da sala e alivia minha dor com aqueles olhos tão cheios de preocupação.

       Mabi está tão linda toda de branco, parece que o jaleco foi inventado apenas para que ela usasse. Nunca vi uma peça de roupa cair tão bem em alguém como o Jaleco cai bem nela. Já vi homens terem fascínio por inúmeras peças de roupas femininas, eu particularmente nunca tinha tido, até ver a Mabi vestida assim. Sinto uma vontade tão grande de tirar uma foto dela, talvez se eu não estivesse com a perna latejando eu pegasse o celular e registrasse o momento, vou ter que me contentar apenas com essa imagem, prometo pra mim mesmo nunca se esquecer dessa cena.

     Ela caminha até a maca onde estou e me olha de maneira desesperada, agora entendo porque as pessoas dizem que nos hospitais acabam qualquer raiva ou rancor, ela não está mais chateada, agora com minha menina tão próxima mim só consigo ver uma coisa em seus olhos: preocupação.

- O que houve?-Ela fala quase como um sussurro.

-Jogo, lesão, dor. -Única coisa que consigo falar.

-Há que bom que você chegou mocinha, já estava indo chamar uma enfermeira, preciso que você prepare uma buscopan pra esse rapaz, e que faça uma limpeza no joelho dele.

-Na verdade eu não sou enfermeira, quer dizer estou no primeiro período, vim pro hospital como voluntária em uma espécie de aula de campo. –Ela explica toda envergonhada.

-Consegue fazer um curativo nesse rapaz enquanto chamo alguém pra aplicar a injeção ? – O médico pergunta se direcionando a ela.

-Sim. –Ela balança a cabeça e se direciona a um pequeno armarinho onde pega luvas, algodões, gases, óleo de girassol e volta para perto de mim, enquanto o médico sai à procura de outro enfermeiro.

      Sinceramente não me importaria se a Mabi resolvesse aplicar minha injeção, tudo bem que ela ainda não tem prática, mas duvido muito que ela erre em alguma coisa, a menina está no primeiro período e já sabe fazer mais coisa do que gente que está bem no quinto.

-Dói? –Ela pergunta enquanto começa a esfregar uma lã de algodão encharcada de soro no meu joelho limpando os ferimentos.

-Um pouco. Achei até que tinha quebrado. -Falo tentando parecer que não estou sentindo tanta dor.

-O que aconteceu hein?-Ela me olha séria exigindo explicação.

-Foi no jogo. -Oculto o fato de que quem me espatifou no chão foi o panaca do Alberto.

-Quando eu vi o Vítor e o Bernardo lá fora, pensei logo o pior. Achei que vocês tivesse sofrido um acidente ou coisas do tipo. - Ela começa a passar um tipo de óleo nos meus ferimentos. –Fiquei tão assustada e corri pra cá.

-Onde você estava? –Pergunto me referindo as alas do hospital.

-Estava lendo com as crianças. - Ela responde sorridente e começa a fazer um curativo nos pequenos cortes.

-Nossa! –É tudo que eu consigo dizer. Eu já achava ela linda de todas as maneiras possíveis, imagina lendo em um hospital com um monte de crianças em pleno domingo. Como eu queria ter visto essa cena, deve ser um oásis para os olhos.

-Acho que está pronto. –Ela fala se referindo ao meu joelho. No mesmo instante o médico entra com um enfermeiro para aplicar minha injeção, e lembro-me do meu famoso trauma com agulhas, Mabi percebe minha reação pisca o olho e sorridente me fala: - É só uma picadinha. -

     Saí do hospital já era quase meio dia, cheguei a casa e levei uma tremenda bronca. Primeiro minha mãe e meu pai quase enlouqueceram quando viram meus amigos me carregando, depois quando se certificaram que eu estava bem começaram a dar um tremendo show dizendo que eu deveria tomar mais cuidado.

     Passei a tarde inteira trancado dentro do quarto assistindo séries e fazendo compressas de gelo e gel no meu joelho, a dor já estava bem menor, o que me consumia era apenas o tédio, em pensar que meus planos eram ir pra um barzinho com meus dois amigos. A noite chegou e eu continuava amofinado em meu cantinho, resolvi tomar um banho e fui pulando com um pé só até o meu banheiro, Deus ajude que eu não acabe no chão de novo.

      Tirei minha roupa, liguei o chuveiro e deixei a água percorrer meu corpo como se ela lavasse também minha alma. Pensei sobre os acontecimentos das ultimas semanas, meus momentos com a Mabi, nossas brigas, provocações, meu concerto, nosso encontro hoje no hospital, eram tantas coisas se passando em tão pouco tempo. Não consegui conter o sorriso, lá estava eu me ensaboando e cantando debaixo d'agua pensando nela. Nossa relação é tão complicada. À Mabi em si é tão complicada, mas é tão perfeita.

Que mulher ruim
Jogou minha "coisa" fora
Disse que em sua cama eu não deito mais não
A casa é minha, você que vá embora
Já pra saia da sua mãe e deixa meu colchão

Ela é "pró" na arte de pentelhar e azia
É campeã do mundo
A raiva era tanta que eu nem reparei que a lua diminuía
A doida tá me beijando há horas
Disse que se for sem eu não quer viver mais não
Me diz, Deus, o que é que eu faço agora?
Se me olhando desse jeito ela me tem na mão
"Meu filho, aguenta.
Quem mandou você gostar
Dessa mulher de fases?"

Complicada e perfeitinha,
Você me apareceu.
Era tudo que eu queria,
Estrela da sorte.
Quando à noite ela surgia,
Meu bem, você cresceu...
Meu namoro é na folhinha,
Mulher de fases.

       Enrolei uma toalha na cintura e saí pulando de um pé só novamente, quando abri a porta do banheiro me desconcentrei e quase caí no chão quando vi a Mabi parada no meio do meu quarto. Não sei quem de nos dois ficou mais assustado, na verdade ela nem assustada estava mais, acho que a palavra que melhor a descreveria seria envergonhada . Mabi parecia um pimentão de tão vermelha, e eu adorava quando ela ficava assim.

-Não é isso que você está pensando. –Ela se defende.

-Eu não estou pensando nada. - Rebato.

-Eu não estava olhando você tomar banho. - Ela fala olhando pra mim que estou apenas com uma toalha na cintura.

-Ei calma, eu sei que não. - Falo e vou me aproximando, pulando , isso seria cômico se não fosse trágico.

-Eu vim apenas pra saber se você estava melhor. Você não usa suas redes sociais há dias e... -Ela para de falar.

-E?- Pergunto

-Não pense que eu estava desesperada pra receber mensagens suas, porque eu não estava, estou aqui apenas por preocupação profissional. –Ela fala com ar de superioridade.

- Ok, então preocupação profissional. – Já estamos bem perto e dá pra notar de longe que ela está nervosa.

-Você andou ocupado?

- Estou organizando um concerto, trabalho da faculdade sabe? Isso tem me consumido muito, passo a manhã na faculdade e o resto da tarde e parte da noite em um colégio ensinando adolescentes a tocar e dando aulas de reforço. Explico.

-Aula de reforço? –Ela sorri.

-Foi à única forma de conseguir que os alunos aceitassem fazer parte do concerto. Eu os ajudo e eles me ajudam. -

-Se você quiser posso ajudar com biologia e química. –Ela sugere.

-Eu adoraria. Posso falar com os alunos amanhã. –Respondo.

-Seu quarto é incrível. -Ela fala observando bem o local. - Ai meu Deus você tem uma guitarra! –Ela me olha animada.

-Sim, eu tenho violão, guitarra, flauta, piano e um sax. - Respondo.

-Eu posso ver? –Ela pergunta e vai se aproximando do cantinho da parede onde estão posicionados meu violão e minha guitarra. -Você toca muitos instrumentos. -Ela comenta.

-Alguns. –Me gabo.

-Nossa você também tem muitos livros. –Ela vai em direção a uma pequena prateleira que tenho no quarto. –Willian Shakespeare? –Ela pergunta pegando o exemplar de sonho de uma noite de verão. -

-Gosto de romance. –Falo. –Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância. O que interessa mesmo não é à noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.-

-Ai meu Deus você está recitando Shakespeare pra mim?-Ela pergunta sorridente.

-Sim donzela. -Tento ser romântico. E ela pega um exemplar de o pequeno príncipe e volta para onde estou.

-Ele era para mim como uma fonte no deserto. -Ela diz sem se quer abrir o livro. Nesse instante poucos centímetros separam nossos corpos.

-Tu não és para mim senão uma pessoa inteiramente igual a cem mil outras pessoas. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidades de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo. - Recito minha frase favorita do livro bem próxima a sua orelha, sinto o corpo dela se arrepiar.

-Isso não está certo.- Ela fala enquanto cheira meu pescoço.

-Se você gosta como pode ser errado? –A puxo para mim e me escoro na parede pra não cair.

-Quem disse que gosto?-Ela provoca.

-Podemos tirar a certeza agora. –E eu a beijo. Nosso beijo estava intenso, acho que era isso que acontecia quando se passava muito tempo sem beijar alguém por quem se é apaixonado. Paramos apenas pra respirar. E começamos tudo de novo, acho que foram de 3 a 4 beijos que incluíam mordidas no lábio e pescoço. Tudo estava extremamente perfeito até que a Mabi resolveu parar.

-Que foi?-Pergunto frustrado.

-Eu tenho que ir. –Ela diz.

-Está cedo.- Digo.

-Henrique você está só de toalha!-Ela comenta.

-E o que tem? Não gosta de me ver de toalha? Se quiser eu tiro.- Brinco e ela tapa os olhos.

-Não é que eu não goste. Ai você me confunde. –Ela volta a ficar vermelha. - O que seus pais vão pensar hum ? E sua irmã está me esperando lá em baixo, vai dormir lá em casa. Tenho que ir.- Ela sopra um beijo e vai indo em direção a porta.

-Ei você faz tratamento em domicilio?-Eu grito ainda escorado na parede.

-Só se o cliente estiver mesmo doente. –Ela brinca.

-Eu preciso de tratamento meu bem, cuide de mim. - Ela sorri e vai embora me deixando ainda mais abobalhado.

     Apesar do dia horrível, tenho que agradecer ao Alberto, ele tentou me prejudicar e só me ajudou. Machuquei um joelho, fiz as pazes com a Mabi e ela ainda se preocupa comigo. Talvez eu realmente tenha ganhado o jogo. Pensando bem acho que vou tomar outro banho, Mabi não andava com termômetro, mas provavelmente percebeu que eu estava quente. Não estava quente, estava pegando fogo, e depois de hoje acho que me viciei. Sem sombra de dúvidas esse foi o melhor tratamento que já recebi.

________________________________________________________________________________

    Meus amores demorei mas cheguei. Gente que capítulo foi esse? Acho que voltei a ser fofa!  Espero que vocês gostem , votem e comentem, e quem lê offline por favor não se esqueça de dar uma estrelinha e comentar  viu ? 

    Pessoal tô muito feliz, queria agradecer primeiramente a Deus por me dar a inspiração pra escrever, e queria agradecer a vocês  que leem e interagem aqui, afinal nós chegamos ao 6.300 visualizações.  Gostaria de avisar também que o livro do Vítor está chegando , quem quiser ficar por dentro de minhas obras é só me seguir no wattpad ou nas outras redes sociais , prometo responder todos. E já sabem se tiver errinhos perdoem-me . Amo muito vocês.

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