Quando a Cidade se Apaixona p...

By perftho

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Aurora acabou o ensino secundário este ano mas não sabe que rumo dar à sua vida. Em tal situação, os pais man... More

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By perftho

Dedico este capítulo à EmanuellyPacheco ღღღ  obrigada pelo apoio!

- Aurora

Ela adorava estar com ele, sentia-se nas nuvens sempre que ele a tocava, principalmente quando ela estava desprevenida. Essa era provavelmente a coisa que ela mais gostava nele, ele demonstrava os seus sentimentos quando ela menos esperava, através de pequenos gestos, da maneira de falar, das suas expressões. Ela não precisava que ele falasse muito, até porque ele não era do tipo falador, para conseguir percebê-lo...

Oiço duas batidas na porta do meu quarto, interrompendo a minha escrita.

"Aurora, vai lá fora que está ali o teu namorado." Falou a minha avó, assim que entrou no quarto.

"Ele não é meu namorado avó." Disse a rir-me enquanto me levantava da borda da cama, onde estava sentada.

"Na minha altura, o que vocês fazem chamava-se namorar."

"Tempos modernos 'vó!" Disse ao sair do quarto.

Ele estava no hall de entrada à minha espera. Vestia um polo verde, uns jeans, um caso de cabedal castanho, calçava os seus habituais vans beje e tinha um chapéu de palha. Por incrível que pareça, estava pitável como tudo. Aquele chapéu de palha dava-lhe um aspeto campónio mas num bom sentido. Era sem dúvida um campónio que eu queria comer.

"Olá Aurora."

"Olá Miguel, belo chapéu."

Ele ficou meio atrapalhado e começou a corar.

"Trouxe-o só como uma brincadeira." Ele pegou no chapéu e tirou-o, como se achasse que eu não tivesse gostado.

"Não, não tires! Eu gostei, fica-te bem."

Ele sorriu e voltou a pôr o chapéu na cabeça.

"Na verdade, eu trouxe o chapéu porque combina com o propósito pelo qual venho cá hoje."

"Não me digas que me vais convidar para ir trabalhar para a agricultura contigo." Falei dando uma risada.

"Nada disso." Ele riu-se também. "Vim convidar-te para te levar a umas comemorações populares, numa aldeia perto daqui."

"Isso é o quê?"

"É uma espécie de pequena feira, com música e bailarico."

"Um monte de velhinhos a dançar música pimba, portanto. Nem penses!"

"Vá lá Aurora! Aposto que nunca foste a nada deste género, vais experimentar coisas novas!"

"Isso parece-me algo que eu posso dispensar muito bem."

"Não é assim tão mau como pensas, prometo. Mas se não gostar viemos embora."

Ele tentou convencer-me mas eu mostrei-lhe uma feição de quem não estava a acreditar no que ele estava a dizer.

"Sabes o tempo que levei para ganhar coragem para vir cá convidar-te para sair? Não aceito um não como resposta!" Ele disse a rir mas ao mesmo tempo voltou a corar, por ter admitido aquilo.

"Está bem, está bem, é justo. Eu vou só trocar de roupa."

{...}

Depois de uma viagem de carro – ele ficava incrivelmente sexy a conduzir – chegamos a um planalto onde se localizava mais uma pequena aldeia, em espírito festivo. As ruas estavam todas enfeitadas com decorações populares típicas e ouvia-se música alta.

"Vá diz-me, primeira impressão?" Ele falou, assim que nos íamos caminhando em direção às festividades.

"Esperava pior."

"Já não é mau." Falou e riu-se.

Ao caminhar pelas ruas, o ambiente alegre era notório. Estava lá bastante gente, – mais do que eu esperava que vivessem nesta terra – principalmente idosos, alguns adultos e várias crianças. Havia várias bancadas rústicas, que vendiam produtos regionais: artesanatos, produtos costurados à mão, artigos antigos e bugigangas.

Seguindo o som da música, chegamos ao centro das festividades: o bailarico. Existia um palco pequeno que acolhia uma banda de música pimba; à frente, um pequeno espaço em forma de círculo estendia-se por alguns metros, dando espaço para uma parte considerável de população dançar.

"Queres algodão doce? Eu sou doido por isso!" Ele ofereceu, apontando para uma barraquinha que vendia o dito produto.

Aceitei a sua oferta e ele dirigiu-se para a barraquinha, depois de me ter dito para esperar sentada num muro de pedra, que vedava um propriedade existente naquela rua e que oferecia vista para a pista de dança. Quando voltou sentou-se ao meu lado e conversámos enquanto partilhávamos o algodão doce.

"Que tal? Muito campónio para o teu gosto?" Ele perguntou.

"Nem por isso. Quando me falaste nisto imaginei um monte de velhos a dançaram e a beberem cerveja como se tivessem a minha idade, rodeados por uma data de tendas que mantêm animais para venda em condições que até metem dó."

"Eu não te traria para algo assim. Convidei-te porque sabia que não é o teu estilo, de todo, mas por isso mesmo é que eu te queria mostrar isto."

"Tenho que admitir, fizeste bem. Normalmente muita eforia junta mete-me nojo mas a alegria das pessoas aqui, das famílias, está a contagiar-me."

"Eu sabia que ias gostar." Ele mostrou-me um sorriso convencido e eu dei-lhe um pequeno empurrão em tom de brincadeira.

"Costumas vir a estas festas com os teus amigos?"

"Não, os meus amigos moram na cidade. Às vezes venho cá com os meus avós, eles adoram estas festas populares."

"Então não conheces ninguém da nossa idade aqui?"

"Não é propriamente fácil achar adolescentes aqui, como já deves ter reparado."

Era de facto verdade. Achar um adolescente aqui era como achar uma agulha num palheiro. Contudo, quando olhava atentamente ao redor, algo cativou o meu olhar. Era um pequeno grupo de raparigas, apenas três; a sua idade devia rondar os16 anos e fixavam-nos, cochichando entre elas.

"Acho que achei resposta ao teu enigma. Repara naquele grupinho de raparigas na entrada do bailarico. Estão a fixar-nos."

Ele olhou em redor, procurando-as.

"Nunca as tinha visto mas elas devem estar só surpreendidas por encontrar mais adolescentes aqui."

"Não sejas ingénuo, é óbvio que elas te estão a comer com os olhos."

Ele deu uma risada e saltou do muro.

"Anda dançar."

"Estás doido?" Perguntei-lhe, surpreendida com tal pedido.

"Vamos fazê-las olhar com motivo. Vem dançar comigo." Ele estendeu-me a sua mão, para eu agarrar.

Ele queria mostrar-lhes que estava comigo.

Peguei a sua mão e seguimos para o meio da multidão dançante, depois de deitar o suporte do algodão doce fora.

Ele pegou no seu chapéu de palha e colocou-o na minha cabeça aproximando-se, depois, o seu corpo do meu, para dançarmos. Ele pegou na minha mão, interlaçando os nossos dedos; levou o outro braço até à minha cintura, rodeando-a; eu coloquei o meu por cima do seu ombro e começamos a mover os nossos corpos ao som da música foleira mas alegre.

Ele não era um pé-de-chumbo, como eu estava à espera que ele fosse; na verdade, estava a conduzir-me de uma forma engraçada que me fazia rir: andava para a frente e para trás, rodopiava-me e brincava com o chapéu.

"Olha a juventude no centro a abanar o capacete!" Falou um dos membros da banda.

Era notório que as pessoas estavam a reparar em nós, até porque iam-se afastando para nos deixar mais espaço, mas isso não me importava e pelo que se via, ao Miguel também não. Estávamos a dançar de uma maneira bimba uma música ainda mais bimba mas estávamos a divertir-nos, aliás, eu não conseguia parar de gargalhar.

A melhor parte foi que voltei a olhar para as raparigas e a sua cara era de pura inveja.

Quando a música acabou, ele rodopiou-me mais uma vez mas desta vez fez força sobre o meu corpo de modo a que se debruçasse sobre mim. Tirou o chapéu de cima da minha cabeça e colocou-o à frente das nossas faces, que se uniram num beijo.

E que beijo.

Uma onda de aplausos fez-se ouvir e quando voltávamos a erguer-nos, toda a gente nos olhava. Ele olhou para mim, super corado, e sussurrou:

"Não acredito que fiz isto."

Eu peguei na sua mão, mostramos um sorriso à multidão e saímos dali em direção ao carro.

Se algum dia eu pensava que iria viver tal cliché.


Olá meus amores!

Desculpem a demora mas para quem não viu a minha nota no feed, foi porque tive em exames nacionais, que só acabaram dia 22. Mas correram bem, se quiserem saber! :)

Sorry pelo cliché mas achei que ia ficar tão bem!!!! acho super querido porque é tipo numa aldeiazinha e eles são os únicos jovens lá e tals, espero que também tenham gostado!

como está tudo com voces? Novidades não tenho, visto que fiquei 2 semanas trancada em casa a estudar furtivamente :( mas por acaso hoje enquanto estava a escrever, fui ler um pouco da fic da Virgine para me dar inspiração e fiquei com tantos feels, QUE SAUDADES!

Bem, pergunta de hoje: Qual é o vosso grande projeto de vida? o meu é abrir um cabaré, tipo uma espécie de bar de strip mas com mais classe. Eu e os meus amigos até ja temos ideias brutais para fazer isso e não estou sequer a brincar ahahah o que hei de fazer, perftho being perftho

love you so much ♡♡

p.s - caso precisem de capas, deem uma vista de olhos no perfil da NycAndrew que faz capas espetaculares!

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