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Dedico este capítulo à Bedrumond ღღღ obrigada por todo o apoio!

        – Miguel

        "Miguel!" Ouvi chamar o meu nome e levantei a cabeça para ver quem me chamava.

        Era a Sra. Maria, que caminhava ao meu encontro. Ela não tinha as roupas modestas que costumava vestir quando vinha trabalhar para as terras por isso estranhei vê-la aqui.

        "Olá Sra. Maria, está tudo bem?" Perguntei-lhe assim que chegou ao pé de mim.

        "Olá Miguel! Sim, está tudo bem. Já fui a tua casa, a tua avó disse-me que estavas aqui a ajudar o Sr. Manuel. Mas bem, queria pedir-te um favor."

        "Diga."

        "Será que podes passar lá em casa hoje à tarde? É que eu tenho que ir a uma consulta com o meu marido à vila e precisava de saber se me podias tratar de umas tarefas."

        "Sim, hoje não tinha nada de importante para fazer, já tenho alguns trabalhos da faculdade adiantado, posso passar por lá."

        "Ai, ótimo! Muito obrigada Miguel, é que dá-me mesmo jeito. Depois acertamos contas, está descansado."

        "Não se preocupe com isso, eu não faço isto pelo dinheiro. Ajuda a pagar a faculdade mas não é tudo. Sinto-me bem aqui, é a minha casa."

       "Eu sei, és bom rapaz. Mas eu insisto" Ela passou a mão áspera causado pelo trabalho duro na minha face. "Bem, eu vou sair às três e deixo uma lista em cima da mesa do quintal. Não é nada de complicado mas não te preocupes que pedi à minha neta para te ajudar."

        "A sua neta?" Perguntei como um reflexo, só podia ser ela. Afinal o meu palpite sempre estava certo.

        "Sim, a Aurora. Tu já a viste, ela estava comigo naquela tarde em que foste lá perguntar se eu precisava alguma de alguma coisa."

        Aurora... então este era o nome dela.

        "Ela veio agora de Lisboa, não percebe nada dos trabalhos daqui. Provavelmente não vai ser grande ajuda mas pronto, conta a intenção."

        "Claro..." Proferi sem sabero que mais dizer. 

        "Obrigada mais uma vez Miguel. Agora tenho que abalar, até logo!"

        "Adeus Sra. Maria."

        [...]

        Eram perto das quatro da tarde quando cheguei à casa dos senhores Ferreira, dela. Sinceramente não sabia o que fazer. Devia bater à porta e dizer-lhe que já cá estou? Ou devia começar a fazer as tarefas e deixá-la vir quando quisesse, se quisesse? Não seria má educação entrar na propriedade, que ao fim ao cabo, é dela sem avisar? Então deveria chamá-la?

        Caminhei para a porta de casa dela, ainda sem certezas do que estava a fazer. Comecei a subir as escadas mas desajeitado como sou, tropecei num degrau e empurrei um vaso com flores contra o corrimão das escadas. Por sorte que o vaso não caiu mas derramou um pouco de terra e fez um grande estrondo.

        Ela apareceu numa questão de segundos, depois de ouvir o barulho. Eu estava a tentar pôr o vaso novamente no sítio certo quando ela abri a porta. Ergui-me embaraçado e olhei para ela. Estava com o mesmo estilo de roupa como no dia em que a vi a correr mas, hoje um pouco mais relaxada. Trazia o cabelo rosa apanhado num coque e pude reparar com mais pormenor no tom da sua pele clara.

Quando a Cidade se Apaixona pelo CampoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora