Quando a Cidade se Apaixona pelo Campo

18.

Dedico este capítulo à lydiasreamx ♡♡♡ obrigada por todo o apoio!

♥

- Miguel

"Hey." Respondeu-me do outro lado da linha, com uma voz ensonada.

"Olá Aurora. Já estavas a dormir?"

"Não, estava a ler mas já estava a ficar com sono."

"Oh, então se calhar é melhor desligar."

"Não, tenho saudades tuas."

Fiquei calado por alguns segundos, preso nas nuas palavras.

"Miguel?"

"Oh desculpa, distraí-me."

"Não faz mal."

"Eu também tenho saudades tuas." A minha voz saiu um pouco trémula. "Na verdade liguei porque queria ouvir a tua voz antes de adormecer."

"Leste os meus pensamentos."

Estaria ela a pensar em mim também?

"Como foi o teu dia?"

"Não foi muito mau. Fui correr de manhã e quando voltei a casa dediquei-me à escrita."

"E como está a ir a história?"

"Bem, dá mais trabalho do que o que eu pensei mas já consegui escrever um prólogo decente. As ideias nem sempre são fáceis de pôr em papel!"

"Eu sei que vais conseguir e vai ficar fantástico, tens muito talento."

"Obrigada Miguel, significa muito ter alguém que acredite em mim." Consegui percepcionar felicidade na sua voz. "E o teu dia, como foi?"

"Foi ok, acho eu. Fui à faculdade de manhã e à tarde fui com o meu avô a uma consulta."

"Oh, está tudo bem com ele?"

"Sim, dentro das condicionantes dele." Fiz uma breve pausa. "Mas eu não consigo deixar de ficar preocupado, eles são o meu porto seguro."

"Eu sei Miguel mas não podes pensar nisso. Há muita gente da tua idade que já não os tem, aproveita o tempo com eles."

"Sim, é o que tento fazer. Só que às vezes não consigo travar a visão negativa das coisas, acabo com a mente cheia de pensamentos e isso deixa-me nervoso." Respirei fundo, achando coragem para o que ia dizer a seguir. "Mas depois penso em ti e fico mais calmo. É como se filtrasses todos os meus pensamentos e deixasses só os bons."

"Mereces alguém que te faça bem e eu estou a gostar de ser essa pessoa."

"Espero que te consiga fazer tanto bem como tu me fazes a mim."

"Tu nem imaginas quanto. Se bem que o efeito é precisamente o contrário."

"Como assim?"

"Pensar em ti deixa-me agitada, muito."

"Porquê?" Perguntei meio atrapalhado. A possibilidade da sua frase ter um segundo sentido despertava outros sentimentos em mim.

"Da maneira mais respeitosa possível, eu quero mesmo muito fuder-te e não consigo evitar esse pensamento."

As suas palavras eram como injecções de adrenalina: tanto sentia as minhas bochechas a corarem como sentia o meu membro a dar sinais de vida.