Quando a Cidade se Apaixona pelo Campo

33.

Dedico este capítulo à kitanachibi ♡♡♡ sei que não pediste mas deixas-me sempre comentários carinhosos em todos os capítulos por isso achei que merecias ♡

  ♡  

– Aurora

Uma da manhã. Estava deitada na cama, no escuro do meu quarto, há mais de uma hora: não conseguia dormir. Não percebia o porquê da minha súbita insónia, normalmente não tinha problemas em adormecer mas hoje parecia que o meu corpo continuava mais desperto que nunca. Acendi a luz do meu candeeiro e saí da cama, estava farta de estar ali e apetecia-me dar uma volta. Vesti umas calças de fato de treino, uma sweatshirt e fui até à porta principal, abrindo-a. O ar gelado de uma noite de Janeiro paralisou-me de imediato os membros mas o ar fresco soube-me muito bem. Ao olhar para o horizonte dei por mim com os olhos presos na casa dos senhores Garcia e percebi de imediato do que é que a minha súbita insónia se tratava.

Miguel, é sempre o Miguel.

Tinha saudades dele. Sabia que era algo que não lhe podia cobrar, ainda nem tinha passado um mês desde a morte do avô e mesmo ele assim eu já o tinha convencido a voltar a viver, e isso é um progresso tão grande. Quando me ligou à uns dias percebi que tinha tipo um ataque de ansiedade e que tinha pegado na folha que eu lhe dei para se manter calmo; dei-me um apeto tão grande no coração ao perceber o quando ele está a sofrer com tudo isto mas ao mesmo tempo fiquei tão feliz por saber que ele se estava a esforçar para que tudo voltasse ao normal. E por contar comigo para que o ajudasse nesse caminho.

Mas, céus, como tinha saudades dele! Saudades de ter mais contacto com ele, de ouvir a sua voz, tocar na sua pele, sentir o seu cheiro... quero-o tanto.

Num impulso, voltei ao quarto e mandei-lhe uma mensagem.

Para: Miguel ♡

Hey, ainda estás acordado?

Respondei passado pouco mais de um minuto.

Miguel: Sim, estou a ler. Passa-se alguma coisa?

Aurora: Não consigo dormir, quero ir dar uma volta

Miguel: Tenho uma ideia, tens 5 minutos

O tom autoritário da sua resposta deixou-me bastante excitada. O que será que tem em mente?

Miguel: Ah e traz o CD que te dei no natal

Hum, tornava-se cada vez mais interessante. Olhei-me ao espelho para ver se as minhas roupas desportivas se adequavam à situação e soltei uma risada ao pensar que será exatamente este tipo de vestimenta que o Miguel escolherá também, por isso não havia nada a alterar. Calceios meus ténis de corrida, peguei num tão habitual cachecol e no CD e saí de casa cuidadosamente para osmeus avós adormecidos não acordarem.

Ao descer as escadas oiço o barulho de um motor a funcionar e quando olho para a rua vejo o seu carro a aproximar-se, ele com o seu sorriso tímido atrás do volante. Parou à minha porta e fez me sinal com a cabeça para que entrasse. Assim o fiz.

"Preparada para mais uma aventura?" Perguntou-me assim que me instalei.

"Todas, desde que sejam contigo." Respondi com o maior dos sorrisos.

Senti-me instantaneamente estupida por ter dito aquilo. Tu nunca disseste algo tão meloso Aurora, o que se passa contigo?, gritou-me o meu subconsciente. Depois olhei para o Miguel e vi como ficou irradiante de alegria ao ouvir as minhas palavras e apaziguei-me de imediato. Talvez seja este tipo de segurança que ele necessita agora mais que nunca de ouvir.