20.

6.1K 343 180
                                    

Dedico este capítulo à Scott_Hale ♡♡♡ obrigada por todo o apoio!

– Miguel

Mandei mensagem à Aurora perguntando-lhe se já estava pronta, ela respondeu-me que sim e em pouco mais de um minuto encontrava-se à porta da minha casa. Como ainda não tinhas cessado o nosso acordo – e eu esperaria que nunca o fizéssemos – fiquei de a levar a conhecer a vila hoje. Achei que seria um ótimo sítio para lhe mostrar uma vez que era a região mais urbanizada dos arredores e porque como estamos perto do Natal, as ruas estão enfeitadas com as decorações habituais desta época do ano. Penso que ela irá gostar visto que é o mais parecido com sua casa que eu lhe posso oferecer.

Saí de casa e ela já se encontrava à espera ao pé do carro. Hoje estava especialmente frio e por isso ela vestia uns jeans justos, um casaco castanho grande que lhe dava por cima dos joelhos, todo abotoado até cima, um cachecol de lá que parecia bastante quente e uns botins pretos. Mesmo com várias camadas de roupa, os meus pensamentos foram parar ao ser corpo invulgar e incrivelmente sexy.

Principalmente depois do que fizemos há uns dias no seu quarto.

Gostava das suas formas porque são deliciosamente naturais: ombros ligeiramente largos mas com as clavículas salientes, pernas grossas mas bem delineadas, a barriga não era lisa e nas suas ancas uma pequena camada de gordura acumulava-se mas o resultado era um tronco bem esculpido, com cintura fina e ancas largas; mas, o que me agradava especialmente era o facto de sermos opostos: eu era magricela, ela era carnuda. Ficava completamente descontrolado só de pensar na sua grande anca em cima da minha que era deveras estreita quando ela se sentava ao meu colo.

"Vamos?" Ela falou, interrompendo os meus pensamentos.

Nem notei que tinha ficado a fixa-la.

Um pouco atrapalhado pela minha atitude, caminhei para o carro e abri-lhe a porta; depois de ela entrar, dei meia volta ao carro, entrei do lado do condutor e, depois de ligar o motor, dirigi-nos ao nosso destino.

O carro era do meu avô, um modelo Audi que, embora já antigo, continuava a ser um carro muito bom – melhor do que o primeiro carro da maior parte dos jovens da minha idade. Como a idade não lhe perdoava muito, a minha avó decidiu oferecer-me o carro e comprar um mais pequeno que já só ela usava. Já era a segunda vez que andava de carro com a Aurora mas ela parecia igualmente impressionada, não conseguia perceber porquê. Talvez não esperasse que eu soubesse conduzir, talvez ainda não conduzisse e estivesse a tentar perceber como tudo funcionava ou talvez me achasse atraente enquanto conduzia.

Este último pensamento deu-me a volta à cabeça.

"Já tens a carta de condução?" Decidi perguntar-lhe.

"Sim, terminei antes de vir para cá."

Então a segunda hipótese estava fora de questão.

"Sendo assim trazes tu o carro quando voltarmos."

Ela riu-se.

"Para além das aulas não tenho muito mais prática. Se levasse o carro por estes caminhos estreitos à beira de precipícios sem proteção não demorava muito até cairmos por um." Ela sorriu e olhou para mim. "Mas dou-te uns pontos pela coragem."

Voltei rapidamente a pôr os olhos na estrada mas a concentração na condução era pouca visto que o meu subconsciente estava entretido com outros pensamentos.

A primeira opção é um pouco descabida, só pode ser a terceira opção.

Senti as minhas bochechas a coraram ao pensar naquela hipótese e não sei de onde, arranjei coragem para levar a minha mão livre até à sua coxa, poisando-a por cima das suas calças. Ela olhou para mim com uma mistura de malícia e doçura nos olhos e por isso deixei lá a mão durante o caminho inteiro.

Quando a Cidade se Apaixona pelo CampoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora