17.

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Dedico este capítulo à EmanuellyPacheco ღღღ  obrigada pelo apoio!

- Aurora

Ela adorava estar com ele, sentia-se nas nuvens sempre que ele a tocava, principalmente quando ela estava desprevenida. Essa era provavelmente a coisa que ela mais gostava nele, ele demonstrava os seus sentimentos quando ela menos esperava, através de pequenos gestos, da maneira de falar, das suas expressões. Ela não precisava que ele falasse muito, até porque ele não era do tipo falador, para conseguir percebê-lo...

Oiço duas batidas na porta do meu quarto, interrompendo a minha escrita.

"Aurora, vai lá fora que está ali o teu namorado." Falou a minha avó, assim que entrou no quarto.

"Ele não é meu namorado avó." Disse a rir-me enquanto me levantava da borda da cama, onde estava sentada.

"Na minha altura, o que vocês fazem chamava-se namorar."

"Tempos modernos 'vó!" Disse ao sair do quarto.

Ele estava no hall de entrada à minha espera. Vestia um polo verde, uns jeans, um caso de cabedal castanho, calçava os seus habituais vans beje e tinha um chapéu de palha. Por incrível que pareça, estava pitável como tudo. Aquele chapéu de palha dava-lhe um aspeto campónio mas num bom sentido. Era sem dúvida um campónio que eu queria comer.

"Olá Aurora."

"Olá Miguel, belo chapéu."

Ele ficou meio atrapalhado e começou a corar.

"Trouxe-o só como uma brincadeira." Ele pegou no chapéu e tirou-o, como se achasse que eu não tivesse gostado.

"Não, não tires! Eu gostei, fica-te bem."

Ele sorriu e voltou a pôr o chapéu na cabeça.

"Na verdade, eu trouxe o chapéu porque combina com o propósito pelo qual venho cá hoje."

"Não me digas que me vais convidar para ir trabalhar para a agricultura contigo." Falei dando uma risada.

"Nada disso." Ele riu-se também. "Vim convidar-te para te levar a umas comemorações populares, numa aldeia perto daqui."

"Isso é o quê?"

"É uma espécie de pequena feira, com música e bailarico."

"Um monte de velhinhos a dançar música pimba, portanto. Nem penses!"

"Vá lá Aurora! Aposto que nunca foste a nada deste género, vais experimentar coisas novas!"

"Isso parece-me algo que eu posso dispensar muito bem."

"Não é assim tão mau como pensas, prometo. Mas se não gostar viemos embora."

Ele tentou convencer-me mas eu mostrei-lhe uma feição de quem não estava a acreditar no que ele estava a dizer.

"Sabes o tempo que levei para ganhar coragem para vir cá convidar-te para sair? Não aceito um não como resposta!" Ele disse a rir mas ao mesmo tempo voltou a corar, por ter admitido aquilo.

"Está bem, está bem, é justo. Eu vou só trocar de roupa."

{...}

Depois de uma viagem de carro – ele ficava incrivelmente sexy a conduzir – chegamos a um planalto onde se localizava mais uma pequena aldeia, em espírito festivo. As ruas estavam todas enfeitadas com decorações populares típicas e ouvia-se música alta.

Quando a Cidade se Apaixona pelo CampoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora