14.

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Dedico este capítulo à lashton_4_ever ღღღ

- Miguel

Fiz uma vez mais um caminho que era tão curto como habitual para mim. Contudo, hoje tinha um objetivo diferente em mente. Já há algum tempo que tinha tido esta ideia e hoje, assim que vi um maravilhoso sol de inverno, não pensei duas vezes. Queria fazer-lhe algo especial porque achava que ela merecia e porque apesar de termos terminado aquela tarde de uma maneira muito boa, ainda não me sentia totalmente quite com ela.

Bati à porta e esperei que alguém abrisse. Para minha surpresa, foi ela mesmo que o fez.

"Oh, olá Miguel!" Ela disse surpreendida por me ver. "Precisas de alguma coisa? Como não me mandaste mensagem não te esperava aqui."

"Já sabes que gosto de surpresas." Ela mostrou-me um sorriso alegre. "Mas o meu propósito de ter vindo aqui é para te convidar para vires almoçar comigo."

Conseguia perceber que o meu pedido a tinha deixado surpreendida mas ela não demorou muito a responder-me.

"Um almoço... estás a convidar-me para um encontro, Miguel?"

Desta vez, foi ela que me apanhou desprevenido com as suas palavras. Fiquei sem saber o que dizer, estava completamente embasbacado.

"Ah... um encontro? Hum... eu..."

Nisto ela beija-me, deixando-me literalmente sem palavras.

"Vamos onde?" Ela perguntou.

"Está bom tempo."

Ela olhou para mim confusa com aquilo que eu tinha acabado de dizer. A verdade é que ela tinha conseguido deixar-me sem jeito e eu já estava a meter os pés pelas mãos.

"Quer dizer, pensei em fazermos um picnique como está bom tempo."

Primeiro, ela olhou-se surpresa mas logo me mostrou um sorriso.

"Dá-me só um minuto."

Poisei a cesta que tinha na mão e sentei-me no degrau das escadas à espera que ela voltasse.

Neste momento só conseguia pensar que mesmo depois de tudo o que já tinha acontecido entre nós, ela conseguia sempre deixar-me nervoso e fazer-me corar. Quando isso acontecia sentia-me um completo idiota mas depois lembrava-me que a fazia rir e saber isso deixava-me muito melhor.

Ela não demorou muito tempo. Trazia vestido uns jeans, uma camisola de malha e um habitual cachecol, que adicionava ainda mais cor ao seu cabelo; consigo, só trazia o telemóvel.

Decidi que devíamos voltar ao local onde demos o primeiro beijo pois vi como ela tinha gostado daquele sítio. Além disso, a partir daquele dia passou a ter um encanto especial para mim.

Assim que lá chegamos, apressei-me a montar o cenário que tinha pensado. Não era nada de mais, apenas uma grande toalha com padrão xadrez estendida, o almoço que tinha preparado e uma paisagem maravilhosa para a natureza. Ela sentou-se, virada para a cascata; eu sentei-me ao lado dela. Comecei por servi-la; mais uma vez, o que tinha preparado não era nada de especial mas tinha dado o meu melhor: esparguete à bolonhesa acompanhada com um sumo de laranja.

"Espero que gostes."

"Está mesmo muito bom!" Ela falou depois de provar uma primeira garfada.

Ela estava mais calada do que o habitual mas o seu olhar reluzia. A sua capacidade de neutralizar as emoções era fantástica mas, mesmo assim, conseguia perceber que ela estava pensativa mas principalmente surpreendida. Perguntei-me se ela nunca tinha feito um picnique, se ela estaria a gostar ou talvez ela pensasse que isto é um ato compónio e estivesse a odiar completamente. Depois pensei que em vez de estar a criar interrogações estúpidas na minha cabeça, devia antes perguntar-lhe diretamente.

"Nunca fizeste um picnique?"


"Pareço assim tão contente?" Ela perguntou com um sorriso, eu não soube o que responder e ela prosseguiu. "Claro que já fiz um picnique, só estou um pouco surpreendida porque nunca nenhum rapaz fez algo assim por mim."

"Nenhum dos teus ex-namorados?"

"Nenhum. Quer dizer, eu nem sei se eles se podem considerar ex-namorados visto que a única coisa que fazíamos em conjunto era sexo."

"Oh."

Ouvir aquelas palavras deixava-me não só constrangido mas também entristecido. Era notório que ela nunca tinha tido ninguém ao seu lado que a amasse realmente e isso seria, sem dúvida, mais uma das causas da atitude que tinha atualmente perante o mundo. Recusava-me a aceitar que uma rapariga não bela como ela encarasse a vida de tal maneira.


"Tu gostavas deles?"

"Gostava, se calhar era esse o problema. Gostava tanto que ia nas cantigas deles e acabava sempre na merda, parecia que só tinha pontaria para rapazes terríveis. Depois de bater umas quantas vezes no fundo lá aprendi e foi aquilo que já te falei, amigos coloridos. Sem tretas nem problemas, só sexo. O que interessa é que passei a ser muito mais feliz."


"Então e o amor?"

"Foda-se o amor."

"Sabes que sexo não é tudo. Satisfazer uma necessidade humana mas não preenche o vazio dentro do peito."


Ela ia para falar mas permaneceu em silêncio – ela não sabia o que responder. Já não era a primeira vez que a tinha deixado sem palavras e pensava que isso era uma coisa boa.

"Às vezes eu esqueço-me que estou a falar contigo." Ela acaba por dizer. "É que tu não és um rapaz qualquer."

"O que é que isso quer dizer?"

"Quer dizer que desta vez finalmente tive boa pontaria."

Olá amores!

Sinto que vos decepciono ligeiramente, pois a espera foi grande e o capitulo é simples. É uma espécie de conector aqui na história, visto que tenho que criar momentos mais descontraídos para alternar com os momentos mais sentimentais e com os hots. Mesmo assim, espero que gostem.

Tudo bem com vocês? Contem-me tudo.

Pergunta de hoje: Tatuagens. Gostam? Não gostam? Já têm alguma ou pretendem fazer? Eu gosto bastante, acho que quando são associadas a um sentimento tornam-se muito especiais. Ainda não tenho nenhuma, até pq ainda só tenho 16 anos, mas gostava imenso de fazer algumas: umas flores ao longo do lado lateral da pernas e umas asas de anjo nas costas. São duas muito grandes e vocês devem pensar que eu vou doida mas são duas que gosto mesmo muito!

Love you so much

Quando a Cidade se Apaixona pelo CampoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora