Quando a Cidade se Apaixona pelo Campo

32.

Dedico este capítulo à ibatgirllove ♡♡♡

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 – Miguel

Primeira semana de volta à faculdade e estava incrivelmente atulhado nos trabalhos do final do semestre – e mesmo assim tinha a sorte de ter ótimos colegas que adiantaram parte do meu trabalho. Agora que tinha voltado realmente a viver tinha percebido como se tornava tudo tão mais difícil: agora que o meu avô não estava, eu tinha passado a ser "o homem da casa" e havia muito mais coisas a que prestar atenção – principalmente nos próximos tempos, uma vez que a minha avó ainda não se tinha reerguido depois do sucedido.

Era impressionante como é que as minhas emoções podiam oscilar tanto num par de semanas. Na primeira semana sentia-me como se fosse o ser mais pequeno e insignificante à face da terra, depois foi o encontro com a Aurora e fiquei cheio de uma vontade enorme de viver – era um dos efeitos secundários que ela sempre me provocou. Agora que experiencio realmente aquilo a que ela chamou "voltar a viver", apetecia-me apenas voltar a embrulhar-me numa mantinha e ficar hibernado para sempre, até porque não me agrada a ideia de viver num mundo onde o meu avô não se encontre.

Mesmo assim, cá estou eu, sentado à frente do meu computador, empenhado em acabar o projeto de Organização e Gestão de Eventos. Sinceramente nem sabia por onde é que lhe havia de pegar mas mantinha um ritmo de respiração lento e longo para manter a calma.

"Então, segundo o rascunho do Fábio, a primeira coisa que tenho a fazer é analisar os e-mails resposta que recebemos das empresas que contactamos e fazer um orçamento. Depois ver o que fica e o que temos de cortar." Falei comigo próprio ao ler as notas que os meus colegas de grupo me tinham enviado. "Ok, eu consigo fazer isso."

Abri a minha página e-mail e abri os ficheiros enviados pela nossa empresa parceira de estudo, que me tinham sido reencaminhados pelos meus colegas. Fui imediatamente bombardeado com tabelas e mais tabelas cheios de números gigantescos. Tudo o que tinha que fazer era registar os valores no nosso quadro de contas para formular o orçamento dado e depois ajustá-lo ao que podíamos fazer com o orçamento que tínhamos. Tu estás farto de fazer isto Miguel, não te passes.

Coloquei os valores em ordem e introduzi-os cuidadosamente na tabela de contras, confirmando uma e outra vez, para não haver erros e porque as minhas inseguranças me diziam constantemente que me podia ter engando em algum número. Já tinha passado imenso tempo, parecia que estava sentado naquela cadeira há horas e tudo o que tinha feito era uma tarefa básica de copiar e colar. Começava a sentir a pressão do tempo e dos meus possíveis erros.

Pronto, a primeira parte já esta. Agora são só uns pequenos ajustes.

Olhei para a tabela gigante de despesas: despesas de entretenimento, de catering, de decoração, de iluminação, do aluguer do espaço, de transportação... a lista continuava e em cada item tinha mais subpontos específicos, cada um com os seus números longos. Continuava a olhar para aquilo, uma, outra, e outra vez mas não via o que conseguia eliminar, parecia-me tudo importante; a questão é que tínhamos um orçamento e pouco mais do valor apresentado e eu tinha que fazer com que aquilo resultasse. Começava a sentir-me claustrofóbico: estava a suar demasiado para tempo que faz em Janeiro e era como se me faltasse o ar. No meu pensamento voavam as frases negativistas que já não me eram muito familiares mas que tinha voltado a surgir depois da morte do meu avô. Saí da frente do computador e sentei-me no chão do quarto: sentia-me a rebentar.

"Porque é que nunca consegues fazer nada de jeito?!" Gritei comigo mesmo.

Comecei a chorar – não pelo ataque de pânico que tomava conta do meu corpo naquele momento mas porque sei que os estava a dececionar: ao meu avô, à Aurora...

O presente da Aurora!

Fui até ao meu armário, onde guardava cuidadosamente numa pequena caixa de cartão o presente de natal que ela me tinha dado com tanto carinho. Comecei a lê-lo:

Manual para Crises Miguelescas

por Aurora, especialista em Miguelês

Instruções a seguir em caso de crise onde surjam pensamentos tais como "não consigo fazer nada bem", "não sou capaz", "estrago sempre tudo", etc.:

1. Respirar fundo 3 vezes antes de tomar qualquer decisão

Um... dois... três...

2. Largar o que causou o problema, não é possível resolvê-lo de cabeça quente

Voltei ao computador, guardei o ficheiro em que estava a trabalhar e encerrei-o: não ia mexer mais naquilo hoje ou só o iria estragar.

3. Ir para um sítio calmo capaz de neutralizar a negatividade

Saí do quarto – sentia que me faltava o ar ali. Fui até ao jardim, nas traseiras da casa e senti-me instantaneamente mais calmo ao inspirar ar fresco.

4. Ter em conta que:

a. A mente é a nossa maior inimiga, não deixes que ela te controle

b. Temos uma tendência natural para exagerar tudo; provavelmente, o problema não é assim tão grande

c. As dúvidas matam mais sonhos do que os erros

E era verdade. Nestas semanas tinha deixado que a minha mente me voltasse a controlar como se fosse uma marioneta e a dúvida, o medo de falhar assombravam-me a cada passo que dava. Isto era apenas um estúpido orçamento que noutra circunstância qualquer faria em meia hora!

5. Lembrar que:

a. Até os nossos piores dias só têm 24 horas

b. Todos os dias são novas oportunidades, se não é hoje é amanhã

c. A única vez que deves olhar para trás é para veres quão longe já estás

Era verdade, já tinha percorrido um grande caminho – tudo graças à Aurora – e sabia que tinha o direito de estar orgulhoso disso. Ela estaria, o meu avô também, com certeza.

6. Nunca esquecer que estás rodeado de pessoas que gostam de ti tal como és e que não mudavam nada na tua maneira de ser

Mais agora com um anjo no céu a olhar por mim e outro na terra.

7. Ligar à Aurora

Corri para achar o telemóvel e liguei para o meu único contacto nos favoritos.

"Miguel?"

"Aurora? Meu Deus, é tão bom ouvir a tua voz."

A minha respiração acalmou, já não tinha calor nem suava, não me sentia claustrofóbico nem a rebentar.

"Está tudo bem?" Perguntou preocupada.

"Agora sim."

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Olá meus amores!!

Depois de um grande semestre 1º semestre de faculdade, cá estou eu! agora tenho exames em Janeiro e depois, umas mini ferias em Fevereiro.

espero que tenham gostado do capítulo, é pequenino e não acrescenta muito mas são capítulos como este e o anterior, por exemplo, que são necessários para ligar a historia e dar conteúdo. Prometo que o próximo será mais apelativo ;)

Deixo-vos uma pequena perguntinha para vocês: tipo de telemovel que têm, se gostam dele e porquê. Eu tenho um huawei p8 lite e estou muito surpreendida pq é o 1º telemovel da marca que tenho e mesmo já tendo mais do que 1 ano funciona super bem e ainda nunca me faltou espaço para nenhuma app, por isso definitivamente recomendo a marca! 

love you, beijinhos!   ♡