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Dedico este capítulo à AnaSally ღღღ obrigada por todos os comentários fantásticos, por todos os elogios que me deixam babada e por todo o apoio! é com muito gosto que te tenho como minha leitura e por isso te dedico o primeiro beijo do Miguel e da Aurora

♡ 

- Aurora

"Vais a algum lado Aurora?" A minha avó perguntou, entrando no meu quarto enquanto me estava a vestir. "Espera, não digas mais nada! Vais ter com o Miguel, não é?"

"Ele disponibilizou-se para me mostrar os arredores e eu educadamente, aceitei o seu convite."

"É, eu reparei na maneira como perguntaste logo por ele naquele dia, sei muito bem o que é que vocês querem mostrar um ao outro!"

"'Vó! Eu só estou a fazer o que me mandaste, encontrar o interesse no campo."

"Eu não estou contra, acho que fazes muito bem. Ele é bom rapaz, vai fazer bem. Nem que seja só para dar umas voltinhas..." Ela deu-me uma cotovelada atrevida e riu-se.

"É o que nós vamos fazer, dar uma voltinha." Disse a rir-me, aproveitando o segundo sentido da frase.

"Aproveita a vida, deem várias." Ela olhou-me com um olhar cúmplice e um sorriso descarado. "Agora tenho que voltar para os meus afazeres, boa voltinha!"

"Até logo avó!"

Vesti uma camisola de lá cinzenta e questionei-me sobre o estilo que ele teria. Até hoje só o tinha visto com as roupas velhas que utilizava para ajudar nas terras.

E mesmo assim continuava incrivelmente atraente.

Supus que tivesse um estilo simples, sem ligações a grandes marcas, fruto da personalidade humilde descrita pela minha avó e à qual eu já tive o privilégio de testemunhar.

Coloquei um pouco do meu perfume habitual e olhei-me ao espelho. Não era impressão, eu tinha sentido uma faísca assim que o vi, fez-me arrepiar. Eu conheço os rapazes, sei pela forma como fixou os meus seios naquele dia na fonte, a maneira como tímida e desajeitada como fala comigo que estava desconcentrado, com os pensamentos noutro sítio. Passavam pela minha mente mil e um pensamentos obscenos quando pensava nele, deixa-me fora de mim.

Nesse momento ouvi batidas na porta - a campainha era uma modernidade que ainda não tinha chegada à aldeia -, era ele. Peguei num cachecol e no meu telemóvel e atravessei o corredor até ao hall de entrada.

"Hey... olá Aurora." Disse no seu habitual tom tímido.

"Olá Miguel." Desci até ao primeiro grau das escadas, para o seu lado e fechei a porta com a pequena chave que a minha avó me tinha encarregado.

Ficamos um pouco a olhar um para o outro, frente a frente, um tipo de olhar curioso mas suave. Ele vestia uma sweatshirt azul escura, umas calças pretas direitas na perna e uns vans castanhos-claros. O seu cabelo estava despenteado de uma forma sexy, que lhe dava um ar mais rebelde.

"Vamos?" Digo por fim.

"Vamos? Ah! Sim... claro." Pronuncia como se tivesse sido acordado de um transe.

Começamos por caminhar em silêncio, não sabia para onde íamos ou por onde íamos, limitava-me a seguir ao seu lado. Olhava em frente enquanto caminhava, porém, pensava na sua imagem visual. O seu estilo era simples como eu tinha suposto. O silêncio que permanecia entre não era de todo constrangedor, pelo contrário, era um silêncio querido; mas decidi quebra-lo.

Quando a Cidade se Apaixona pelo CampoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora