Amor na Segunda Volta

By CFernandes_

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Sinopse
I. Começo de um dia comum
II. Um monte de caixas
III. Nova inquilina
IV. A noite está boa para um mergulho?
V. Ressaca e um NÃO encontro
Bônus - Um conto de ano novo.
VI. Domingo é dia de... Praia
VII. Aniversário do melhor tio Uêuê
VIII. Fantasmas
Bônus - Amiga & Tratante.
IX. Me belisca que eu estou sonhando
X. Paciente Medeiros
XI. Uma noite de ópera
XII. Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite
XIII. Almoço de domingo
Bônus - Manu
XIV. Adeus 'V'
Bônus - A primeira vez
XV. Para tirar o atraso
XVI. Pane
Feliz dia das mães!
XVII. Apagando as velinhas
XIX. Um presente de aniversário atrasado
XX. Pelos olhos de um quase estranho e da inocência
XXI. Uma noite especial
XXII. Uma hora eu tinha que a deixar ir
XXIII. Sítio
XXIV. Uma tempestade
XXV. Volta para casa
XXVI. Uma noite em claro
XXVII. As palavras que tanto quis ouvir
XXVIII. Um beijo
XXIX. Quando a saudade bate
XXX. Sofrimento
XXXI. Confiança é uma via de mão dupla
XXXII. E aqui estou eu, mais uma vez
XXXIII. Sem memória e com muita culpa
XXXIV. A força de um amor
Agradecimentos ♥
Epílogo - Amor na Segunda Volta

XVIII. E a festa continua...

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By CFernandes_

Então ele tinha vindo.

Claro que sim, eu tinha convidado e ele ficou super animado para ir. E saber que tinha sido ideia da Manu convidá-lo só serviu para animar mais ainda ele. E minha fome tinha ido dar um passeio.

E precisava vir tão bonito? Mas que inferno.

Ele me olhava de longe e vestia uma fantasia de Robin Hood, ou era arqueiro sei lá, só sei que ele tinha um capuz e um arco e flechas. Minha filha estava por perto e logo reconheceu o Ricardo, ela ficou toda feliz quando ele chegou e foi logo abraçando o pai dela...

Mas ela não sabia disso. Para ela, ele ainda era o tio Rico.

Corro meus olhos pelo salão procurando a Carol e o Cauê, mas não vi nem sinal dos dois. Ainda bem. Acho que os dois não vão ficar nenhum pouco felizes com a chegada dele.

Manu procura alguma coisa pelo salão e quando me vê ela acena e vem correndo em minha direção, segurando a mão do Ricardo. Lá vamos nós...

- Mãe, olha quem chegou...

- Oi Ricardo - falo o mais simpática possível.

- Como vai Alice?

- Bem, obrigada e você?

- Muito bem também, obrigado.

- Mãe, o tio Rico disse que comprou uma boneca pra mim do meu tamanho! E um castelo enorme! E a minha boneca, será que as minhas roupas vão caber nela?

- Acho que sim...

- Quando é que eu vou poder ver os meus presentes mamãe?

- Só amanhã meu amor. Mas quem sabe, se você ainda tiver forças hoje, podemos ver os seus presentes hoje...

- Obaaa! - ela olha para trás de mim e solta um grito. - O Miguel chegou! - ela sai correndo e a perco em meio a quantidade de crianças.

- Ela está bem animada não é? - Ricardo fala.

- Não parou quieta desde que chegou. Só a vi sentada por meio minuto, enquanto comia um cachorro-quente.

- Você fez uma festa linda para ela...

- Obrigada.

- Eu queria saber se você não precisava de... Er, se você precisava de... Quer dizer, se alguma ajuda, com relação ao financeiro dela...

- Não é necessário Ricardo - falo rápido. Rápido até demais.

- Não quis ofender nem nada, eu...

- Não ofendeu Ricardo, só não acho que tenha a necessidade de você me ajudar. O que eu quero que você dê a minha filha é afeto só isso...

- Isso eu dou Alice. Mas tem outra coisa... Gostaria de saber quando é que eu vou ser mais do que um amigo seu...

- COMO? - minha voz sai mais alta do que eu pretendia.

- Isso saiu errado, queria saber quando é que eu vou ser mais do que seu amigo, e passar a ser pai da Manu. Com ela sabendo quem eu sou, de verdade, não um amigo seu...

- Ah, eu, er... Ricardo, eu andei pensando muito nisso. E eu acho que depois do aniversário dela é uma boa oportunidade. Tenho que conversar com ela antes, explicar algumas coisas, o que vai acontecer com ela. Só depois vou deixar você ter uma conversa um a um com ela...

- Obrigado Alice. Isso é demais.

- Não magoa minha filha Ricardo, senão vou me certificar que você nunca mais tenha nenhum filho e você nunca mais vai vê-la, nem por foto três por quatro... Tá me entendendo?

- Claro e límpido...

- Que bom Ricardo.

Percebo que ele constantemente para todos os lados e vez por outra arruma o capuz dele.

- Se escondendo de alguém Ricardo?

- Você sabe muito bem de quem... Você acha que eu estou usando esse capuz porque?

Não pude deixar de rir por conta disso. E ele tinha razão, se a Carol ou o Cauê o vissem por aqui, iriam querer usar o corpo dele como pinhata da festa.

- Que festa linda - uma voz grossa fala atrás de mim.

Me viro para ver quem é e vejo que é Fabrício. Nossa como ele estava lindo de enfermeiro. Se eu não o conhecesse poderia até dizer que ele trabalhava realmente com isso. Abro um sorriso para ele e falo.

- Fabrício, há quanto tempo! - ele vem na minha direção e sou surpreendida com um abraço bem apertado.

- Nem me diga Alice, parece que não te vejo há séculos. Você está linda!

- Obrigada, mas acho que são seus olhos mesmo... Você também está muito bem de enfermeiro...

- Estou falando sério, você está muito bonita mesmo.

- Ah, obrigada Fabrício... - dou um sorriso amarelo e me senti um pouco desconfortável.

- Sei que isso deve ter dado um trabalhão... - ele fala apontando para o salão.

- Mas acho que valeu a pena...

- Com certeza, o Miguel está animado demais e acho que ainda não parou de correr desde que chegou... Mas se bem que faz pouquíssimo tempo - ele ri e mostra seus grandes dentes e brancos.

- Acho que todos nós vamos ter uma noite tranquila de sono hoje... - falo brincando. Mas com certeza teríamos, as crianças iam chegar em casa tão cansadas que iriam dormir rapidamente.

- Ah, disso eu não tenho nenhuma dúvida.

- Ah, desculpe a minha grosseria - me apresso em falar. - Fabrício, esse aqui é um amigo meu, Ricardo. Ricardo esse é pai de um dos amigos da Manu, Fabrício.

Os dois se cumprimentam e passam um tempo maior do que eu esperava balançando suas mãos. Estava começando a ficar bem mais desconfortável quando sinto um par de mãos em minha cintura e um cheiro conhecido se aproximou.

- Oi meu amor - Samuel fala plantando um beijo no meu pescoço bem carinhoso.

- Ah, oi lindo - só a presença dele ali me faz acalmar.

- Olá - Samuel fala educadamente com os homens na minha frente.

- Ah, Samuel, esse aqui é o Fabrício, um dos pais dos amigos da Manu, e acho que você se lembra do Ricardo não é?

- Lembro sim - ele estende a mão para o Ricardo. - Como vai? - depois ele estende a mão para o Fabrício. - Como vai cara? - ele se volta para mim e fala. - Está ocupada, ou posso falar com você?

- Posso sim - falo. Olho para os dois e me despeço. Quando chegamos a uma distância boa falo. - O que aconteceu meu amor? Alguma coisa com o hotel?

- Ah, tudo bem, foi só uma falta de atenção dos meninos...

- Que alívio... Mas então o que aconteceu?

- Nada, só quis te roubar um pouco pra mim...

- Hum, mas sou toda sua lindo - passo minhas mãos pelo seu pescoço.

- Só queria que mais pessoas soubessem, não posso te deixar sozinha por cinco minutos, quando volto já tem dois caras te azarando!

- Já te disse que você fica lindo ciumento - dou um beijo em sua bochecha...

- Não estou com ciúmes... - Samuel fala, mas ao me olhar por dois segundos ele continua. Tá, talvez um pouco. Mas perdoa seu namorado. Tinha seu ex no meio...

- Mas você sabe que não precisa ter ciúmes dele não sabe?

- Eu sei, é que você é a primeira mulher que eu amo, e às vezes o lado possessivo ainda me toma.

- Eu também te amo Sam, não tem porque se preocupar...

- Isso porque você não está vendo como alguns dos pais estão te olhando... Incluindo seu amigo lá.

- Não vou nem começar a falar sobre as mulheres que estão suspirando por você nessa roupa de príncipe...

- Nem vi - ele olha para os lados.

- Então... Você é o dono dos meus olhares, e eu quero ser a dona dos seus, combinado?

- Moleza! Combinado - Samuel abre um sorriso e me dá um selinho rápido. Ahhh o que eu faria para que pudéssemos nos entregar...

- Então estamos combinados...

- Está nervoso de conhecer meu pais amor?

- Não... Até que não muito. Sei lá, não vou dizer que estou de um todo calmo. Mas não é uma coisa de outro mundo.

- Pensa pelo lado bom amor, se eles não gostarem de você, você pode se refugiar no castelo inflável...

- Muito engraçadinha você... - ele dá um sorriso torto.

- Ainda bem que você gosta das minhas piadas...

- Amo tudo que vem de você.

- Nem se preocupe com os meus pais, acho que você faz o tipo deles. Usando uma frase extremamente clichê. É só ser você mesmo...

- Certo.

- Falando sério amor. Eles não mordem. Você sempre pode usar uma criança como escudo humano!

- Bem pensado. Vou já atrás da Manu para que se caso eu fale alguma merda eu a jogue no colo deles e saia correndo.

- Mas você não vai falar nada errado, te conheço amor...

- Amor, a festa está linda e tudo mais. Mas eu acho que se escutar mais alguma música da Xuxa ou sei lá quem é eu acho que vou enlouquecer.

- Acho que me acostumei, acho que não estou nem mais me importando com a música.

- Sério. Nada contra música infantil, mas eles bem que podiam variar um pouco.

Parece que escutando a conversa que eu estava tendo com o meu namorado perto da pista de dança, a música alegre e infantil foi trocada por uma música instrumental e mais calma.

- Príncipe encantado, você tem poderes?

- Não, mas não posso reclamar das coincidências. E já que estamos aqui, a senhorita me daria o prazer de uma dança? - ele estende a mão para mim e se abaixa um pouco.

- Claro - pego sua mão e faço uma pequena reverência com a ajuda do meu vestido.

- Senhorita Santos - um dos organizadores da festa me chama e interrompe a minha dança. - Desculpe a intromissão, mas preciso dar uma palavrinha com a senhorita.

- Me guarda essa dança? - pergunto pro meu namorado.

- Sempre.

O rapaz começa a me explicar sobre um problema que tinha dado na máquina de crepe e que ia demorar algum tempo para trazer uma nova máquina. Mas como isso ia ser descontado da minha conta nem me importei muito. Mas em menos de meia hora chegou a nova máquina.

Estou voltando para o salão quando eu vejo um casal de hippies muito fofos entrando no Buffet. Finalmente meus pais tinham chegado.

- Mãe! Pai! - falo dando um abraço nos dois. Confesso que o do meu pai foi mais fraco, mas ainda estávamos caminhando na nossa reconciliação.

- Como vai minha filha? - minha mãe pergunta.

- E onde está o namorado corajoso? - meu pai não deixa de alfinetar.

- Vou bem. E o Samuel está por aqui, vem vamos sentar numa mesa e eu trago ele para falar com vocês - ignoro o comentário do meu pai.

- Vamos - minha mãe fala animada. - Nossa, mas a Manu tem muitos amiguinhos não é?

- Demais...

- E como o salão está bonito. Cheio de gente. Os pais se animaram mesmo com essa coisa de fantasia não foi?

- Acredito que sim.

- A sua está um primor minha filha... Quero ver a minha netinha linda. Onde ela está?

- Boa pergunta agora mãe, provavelmente ela está na piscina de bolinhas, mas não sei ao certo. E vocês dois também estão muito bem assim.

- É muito gentil de sua parte minha filha.

Meu pai não fala nada, mas posso ver um sorriso discreto querer sair dele ao avistar a minha filha de longe. Assim que ela vê os dois corre em sua direção e dá um abraço em cada.

- Vovô! Vovó! - ela fala toda animada.

- Como vai minha princesa? - meu pai se agacha no chão de maneira meio torta e pega minha filha num enorme abraço. O sorriso agora já era para quem quisesse ver.

- Tô muito feliz,o senhor vou a festa que a mamãe fez? Tem castelo, tem princesa, tem tudo! E tem a piscina de bolinhas, e...

- Eu sei minha princesa, sua mãe pensou em tudo mesmo.

Para a minha surpresa ele ergue seu olhar para mim e sorri. Me pego sorrindo de volta para ele. Não sei se o sorriso era mesmo dedicado a mim ou era por causa da neta dele que estava em seu colo e transbordava carinho.

- Pensou! Vovô, deixa eu ir, estava no meio de uma brincadeira e eu quero ir...

- Vá minha princesa... - meu pai dá um beijo em sua testa e depois de abraçar a perna da minha mãe, ela volta de onde tinha saído.

- Onde está o seu namorado filha?

Passo os olhos pelo salão e não vejo nem sinal do Samuel. Ótimo, era só o que me faltava ele sumir logo agora. Mas quando eu sinto uma mão quente serpenteando a minha cintura, dou um suspiro aliviada e olho para o meu príncipe.

- Aqui senhora Santos - Sam fala e exibe um sorriso nervoso, mas ainda era lindo aquele sorriso.

- Oh! Como vai meu jovem? - minha mãe fala o analisando de cima a baixo.

- Muito bem, obrigado. E a senhora? - ele estende a mão e minha mãe o puxa para um abraço. Sam parece um pouco surpreso, mas ele contorna a situação.

- Deixe disso, e nada dessa coisa de senhora, pode me chamar de Rita. É um prazer finalmente lhe conhecer Samuel...

- Obrigado sen... Rita. E digo o mesmo.

Meu pai limpa a garganta e nós todos olhamos para ele. Samuel assume uma postura mais reta, ele fica um pouco mais sério. Ele estende a mão para o meu pai e diz com uma voz calma.

- Boa noite senhor Santos, também é um prazer conhecer o senhor.

- Igualmente. Então meu jovem, o que você faz?

- Administro um hotel perto do centro da cidade senhor - Samuel estava todo educação.

- É pai, ele administra o prédio que a Carol acabou de se mudar - falo e nem sei se consigo esconder o orgulho na minha voz. E nem sei se queria.

- Mas que mal me pergunte meu jovem, você não é muito novo para estar na frente de um negócio desse tamanho?

- Pai! Isso é coisa que se diga? - quero um saco de papel para cobrir minha cabeça.

- Que é isso Alice, não foi nada... E não vou mentir pro senhor e dizer que foi fácil. Mas como sendo a única família, tinha que dar um jeito de administrar tudo.

- Entendo meu jovem. E sinto muito pela sua família - só de olhar para o meu pai pude perceber a sinceridade em seus olhos. Não tenho boas lembranças de sua honestidade, mas pelo menos ele estava sendo sincero.

- Obrigado senhor Santos.

- Pode me chamar de Ênio se preferir - okay, aquilo me pegou de surpresa. Não eram muitas pessoas que meu pai deixava chamar pelo seu nome. E eu só podia ver isso como uma coisa boa.

- Vamos nos sentar. Assim poderemos conversar com mais calma e ainda poderemos aproveitar a comida. Provei algumas coisas e está tudo delicioso - Samuel fala todo galante e meus pais o acompanham.

Sentamos numa mesa e começamos a conversar animadamente. Até que o meu pai comenta sobre futebol e percebo que os dois torcem pelo mesmo time e que são infinitamente apaixonados pelo time.

Os dois começam uma conversa animada sobre escalações e os melhores jogadores e esquecem de mim e da minha mãe.

- Gosto de vê-lo assim - minha mãe fala, olhando para o meu pai e abrindo um sorriso apaixonado.

- Fico feliz pelos dois se darem tão bem. Pra falar a verdade eu estava morrendo de medo que o papai não gostasse dele.

- E como não gostaria minha filha? Só de falar poucas palavras com ele já percebi que ele é um rapaz especial...

- Ele é mãe.

Minha mãe está sorrindo ainda e corre os olhos pelo salão. Até que ela enruga a testa e coça o queixo. Depois disso fica branca que nem uma vela.

- Mãe? A senhora está bem? O que aconteceu?

- Precisamos falar. AGORA - ela fala toda séria e me ajuda a levantar. Os dois nem percebem que saímos e continuam a falar nomes de jogadores e técnicos.

- O que aconteceu mãe? Pra quê tudo isso?

- O que o Ricardo faz aqui? - ela pergunta séria e não me passa desapercebida sua raiva e desapontamento.

Dei um pequeno suspiro. As coisas estavam indo tão bem que eu preferi nem falar com a minha mãe. Ela só iria ficar falando direto sobre como ele fugiu e tudo. Sei que tinha acontecido, mas não queria escutar.

- Mãe, a Manu merece um pai...

- E você vai deixar ele voltar assim para a sua vida? Fácil assim? E o Samuel sabe?

- Claro que sabe mão, credo! E outra coisa, ele não está voltando fácil para a minha vida. Para a minha vida ele não volta mais. Só acho que seria bom a minha filha ter um pai.

- Você tem certeza disso?

- Como assim mãe?

- Você pensa que será fácil você ver ele se conectando com a sua filha e não fazer nada? Não voltar nenhum sentimento? Filha, eu sei que você já amou muito o Ricardo, eu só tenho medo que...

- Não precisa mãe. Eu realmente amei o Ricardo, mas isso está no passado. Agora o meu coração pertence ao Samuel...

- Você o ama filha? - minha mãe pergunta e eu levo meu olhar para a mesa e Samuel tem os braços para cima e pelos seus lábios vejo que ele está falando sobre atacantes. Ele parece discordar da opinião do meu pai. Meu coração parece bater mais forte e mais fraco ao mesmo tempo. É amor.

- Sim.

- Então só posso desejar a você boa sorte...

- Senhora Santos - a organizadora vem falar comigo. - Já está tudo pronto para cantar os parabéns, quando a senhora desejar fazer...

- Pode ser agora.

Então em menos de quinze minutos já estávamos todos em volta da mesa grande e prontos para comemorar o aniversário. Ao meu lado estavam meu pai, minha mãe, Carol e Cauê. Samuel quis ir para o lado oposto da mesa, pois disse que queria tirar fotos e guardar de lembrança. Mas antes que ele fosse muito longe minha filha segurou o braço dele.

- Não tio Sam, fica aqui, do meu lado e da mamãe. As lembranças o tio tem que guardar aqui - ela deposita a mão sobre o coração dele e assim não tinha quem resistisse.

Não pude deixar de reparar o olhar triste do Ricardo ao ver o Samuel ao meu lado. Sei que tudo o que ele queria era estar perto da minha filha... Mas ainda não tinha chegado o momento certo.

Ele ficou um pouco afastado e vi seu olhar cair em nós durante a canção.

O resto da noite foi tranquila e um a um os convidados foram se retirando. Os pais me agradeciam e saiam com seus filhos adormecidos em seus colos. Nem vi a hora que os meus pais e Ricardo foram embora. Até que ao final da festa só restaram as mesmas pessoas que tinham chegado primeiro.

Carol cuidava da minha filha que estava adormecida, e ainda bem que ela não reconheceu o Ricardo e nem perguntou por ele, não vou mentir pra ela, omitir é mais fácil. Sam me puxou para uma conversa, mas pela sua cara não deveria ser nada sério.

- Você se divertiu meu amor? - ele pergunta dando um beijo em minha testa,.

- Claro que sim, você viu a carinha da minha filha?

- Vi, acho que nunca a tinha visto tão feliz assim. Amanhã é que eu vou entregar o meu presente...

- Samuel! Te falei que não precisava de presente, a ajuda que você deu pra organizar tudo isso serviu como mais de mil presentes.

- Mas é claro que eu vou dar alguma coisa pra ela... Onde já se viu aniversário sem presente? Não quero que ela receba um presente de todo mundo e não um de mim.

- Mas como você é preocupado...

- Talvez... Mas eu tenho que te dizer, acho que eu me dei com os seus pais...

- Claro que sim, eles ainda não conhecem o seu lado negro...

- Eu tenho um lado negro? - ele pergunta me abraçando um pouco e me inebriando com o seu cheiro.

- Sim, e nesse exato momento você o está usando para o mal.

- Sou um anjo...

- Me engana que eu gosto... Mas você tem razão meu amor, acho que meus pais caíram de amores por você...

- Estava nervoso. Mas seus pais são muito legais... - a voz dele abaixa um pouco e sei que é muito triste ainda para ele.

- Agora que vocês se deram bem, quando vai ser a minha vez de conhecer sua avó? - passo os braços pelo seu pescoço.

- Ela está esticando demais essa viagem. Vou ligar para ela amanhã. Saber quando ela volta.

- Mas não a pressione, se ela tiver se divertindo lá, deixe que fique o tempo que for...

- Certo, até porque não importa muito o tempo que ela passe lá, pois não quero te largar tão cedo - ele me aperta mais um pouco e já sinto seu membro querer dilatar, mas antes que eu faça alguma coisa, ele me afasta um pouco.

- Não faz assim... - ele grune baixinho.

- Você que começou... Acho que meu pai pensou que você é louco... - falei tentando mudar de assunto.

- Fiz alguma coisa que ele não gostou? Que ele achou absurda? - ele pergunta preocupado.

- Não falo desse jeito amor... Falo do jeito "Esse cara só pode ser louco por namorar ela! A mulher já tem uma filha!".

- Mas eu sou louco mesmo - não deu nem tempo de ficar chateado com ele porque Sam já me puxou para seus braços e continuou a falar. - Louco por você.

- Então deu foi certo, porque eu também sou louca por você...

- Me espera aqui dois minutos?

- Sim, mas o que... - fico atordoada quando ele me solta rapidamente.

- Olha a curiosidade minha Alice. Volto já - ele me dá um selinho rápido e o acompanho com o olhar. Ele vai até a Carol e depois de falar alguma coisa com ela, ela sai com um sorriso e minha filha nos braços. Depois vai até a bancada que controlava as músicas e falou com um rapaz jovem que estava lá.

- O que foi isso? - pergunto quando ele chega perto de mim.

- Minhas dança, você está me devendo... - ele faz uma mesura e eu tomo sua mão.

- E como poderia esquecer...

Ele me puxa rapidamente contra seu corpo e eu me engasgo ao perceber que ele estava se animando. A música nos envolve e Samuel me guia com muito jeito nos passos, mas nunca me deixando dois passos longe dele.

Me senti a mulher mais sortuda do mundo de estar ali naquele momento com ele. Samuel me girava em seus braços e ria como uma criança divertida, mas aquele bastão cutucando a minha barriga só impunha que de criança ele não tinha nada.

Aquela dança foi tão bonita, não sei explicar direito, enquanto estávamos sendo embalados pela música, fui sentindo alguma coisa crescendo dentro de mim. Só senti que estava me conectando à ele de uma maneira única, coisa que nunca tinha acontecido por ninguém.

- Não sabia que você dançava tão bem assim...

- Fiz algumas aulas de dança...

- Sério? - perguntei espantada.

- Sim - ele fala meio envergonhado.

- Você dança muito bem...

- Tenho uma ótima parceira. Que vai ficar aqui abraçada comigo enquanto eu me acalmo - ele dá um sorriso meio de lado e eu fico de ponta dos pés e dou um beijo em seu pescoço. Seus dedos apertam minha cintura e ele me olha nervoso. - Você não está ajudando...

- Eu raramente ajudo... - dou uma risada. - Você sabe que eu gosto de você bem mais... Descontrolado.

- Ah Alice, você me tira o juízo... - ele toma meus lábios com certa fúria e com essa mesma fúria ele nos separa. - Não! Amor, me ajuda, essa calça é bem... Reveladora. Muito colada pro meu gosto. A não ser que você queira explicar pra sua filha o que é esse inchaço na minha calça...

- Não! Mas guarda esse pensamento - esfrego minha coxa discretamente em seu membro. - Que eu tenho planos pra ele depois - dou um beijo em seus lábios e ele me olha escuro.

- Já sei até onde vou guardar... - ele morde de leve meu lábio inferior e eu tenho que lutar contra as minhas pernas de gelatina.

Tinha dado tudo certo no aniversário da minha filha. Eu tinha minha família do meu lado. Amigos que dinheiro nenhum do mundo poderiam pagar e um namorado que eu só tinha ouvido falar em livros de romance.



É, deu tudo quase certo na festa da Manu. Só quero ver é quando ela falar pra filha quem é o pai dela. E a revelação será no próximo capítulo? Tenho que dar coragem líquida pra Alice, kkkkkkkkk

Estou animada por demais para escrever essa história, e quero agradecer todo mundo que está acompanhando. Obrigada por seus votos, comentários e recados lindos que vocês me mandam.

Alcançamos mais de 8 mil leituras e 800 votos, sem sei como posso agradecer a você por tudo isso... Vocês são demais.

Esse capítulo é dedicado à @dgpaula, leitora superfofa que está acompanhando desde cedo esse livro. Obrigada pelo carinho flor e espero que você acompanhe até o fim ^^ Beijos

E beijos amores, até o próximo ;*

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