Eu estou perdendo o juízo, só pode.
Eu quase que me entrego para o Samuel. Na minha casa. Em cima do balcão da minha cozinha. Com a minha filha dormindo no quarto dela, podendo acordar - e acordou - à qualquer momento...
Samuel ainda vai me fazer ser presa por atentado ao pudor! Mas porque ele tinha que ser tão sexy?
E além do mais, a atenção que ele deu pra minha filha, e a amizade que eles começaram a partilhar, e ver que a Manu já gostava dele, não sei, mas me deu um tesão absurdo.
Tão grande que eu que comecei a instigar ele na cozinha. O beijo dele era tão bom. E eu me sentia tão bem naquele corpo grande e quente, que nem percebo que estou me envolvendo demais.
E aquela coisa monstruosa que ele tinha no meio das pernas. Nossa, só de pensar nele fazendo pressão em mim, eu já fico completamente louca e molhada.
Manu disse que teve um pesadelo, por isso ela acordou. Não quis entrar em muitos detalhes sobre o seu pesadelo. Só me pediu para que eu dormisse ao seu lado. E eu dormi abraçada com a minha pequena estrelinha.
Seis horas da manhã eu já estava de pé.
Fiz o café da manhã e o tomei descontraidamente com a minha filha. Ela foi para a sala, assistir alguns desenhos que passam pela manhã e eu fui logo fazer a sobremesa. Se eu a fizesse agora, daria tempo de gelar até a hora do almoço.
Ficar próxima desse balcão me trouxe diversas lembranças boas de ontem.
Manu veio para cozinha atraída pelo cheirinho de chocolate derretido e ela pediu pra ajudar com o que quer que eu tivesse fazendo. Claro que eu deixei ela me ajudar.
Demorei muito mais tempo do que o necessário para fazer o mouse, mas me diverti muito com a minha pequena. Pedi para que ela fosse para a sala novamente, já que agora vou mexer com carnes e cortar muitas coisas, não quero que ela se machuque.
Depois disso fui organizar os ingredientes para o almoço. Vou fazer um arroz de forno, com camarões e tudo o que tiver direito e uma lasanha de carne.
Fui fazendo tudo sem pressa e onze horas da manhã e eu já tenho tudo praticamente pronto.
A lasanha já estava pronta para ser posta no forno junto com o arroz que eu preparei. A salada estava na geladeira junto com o suco. Sobremesa no congelador terminando de gelar.
Olhei para o relógio e vi que eu tinha tempo de tomar um banho, e tenho tempo de me arrumar antes que eu possa ficar pronta.
Depois de colocar as coisas no forno eu fui na sala e falei com a minha filha.
- Manu meu amor, não vá para a cozinha agora não viu? Coloquei algumas no forno e lá está bem quente tá princesa?
- Tá certo mamãe.
Dou um beijo em sua testa e vou tomar o meu banho.
Depois de limpa e devidamente hidratada, eu vou me vestir. Coloco uma lingerie simples preta, uma blusa folgada preta, com alguns babados na região dos seios e um short jeans com uma lavagem bem clara. Saio do quarto com os cabelos ainda molhados enrolados na toalha e descalça.
Apago a chama do fogão e vou arrumar logo a mesa. Coloco tudo no lugar e separo logo no balcão da cozinha as tacinhas para a sobremesa.
O interfone toca.
- Deve ser o Sam - falo animada e vou atender. Sim, o porteiro disse que era ele e eu liberei a sua entrada.
- Quem é mamãe? - Manu pergunta. - É o tio Sam?
- Sim princesa, é ele. Você faz um favor pra mamãe? - ela concorda e eu continuo a falar. - Quando a campainha tocar, você abre a porta pra ele? A mãe ainda tem que pentear o cabelo.
- Pode deixar mamãe. Eu abro a porta.
- Obrigada meu anjinho.
Corro para o quarto para pentear o meu cabelo e procurar uma sandália para mim. Pego minha escova e vou amansando os fios enquanto procuro uma sandália pelo chão do meu quarto.
Merda! Quando você quer alguma coisa nunca acha! Estou revirando o quarto de cabeça pra baixo quando eu escuto a campainha tocar. Merda!
Desisto de procurar a minha chinela e vou terminar de pentear meu cabelo. Nesse momento eu lembro o quanto ele está grande e o quanto eu preciso dar uma aparada nele.
Vai dar tudo certo Alice. Repito pra mim essa frase. Estranho, estou sentindo falta da voz da minha amiga...
Quando entro na sala vejo o Samuel conversando com a minha pequena, mas nem sinal da Carol. Estranho, será que ele esqueceu de trazer a minha amiga?
- Mamãe! O tio Sam trouxe sorvete! - Manu fala toda animada.
- Ah, mas não precisava Sam - falo me aproximando dele e dando um beijo rápido em seus lábios.
Sam estava lindo e com um perfume que minha nossa senhora dos cheiros bons, quase que pulo no pescoço dele só pra sentir de mais perto.
- Precisava sim, não gosto de vir aqui sem trazer nada... - ele me mostra aquela fileira de dentes perfeitamente brancos.
- Besteira Sam... Você quer alguma cosisa antes do almoço? Se quiser ele já está na mesa...
- Ah, sem pressa Alice... Quando você quiser colocar o almoço, mas se permite dizer, o apartamento está com um cheirinho de dar água na boca... - o cheiro que está dando água na boca aqui é o seu Sam!
- Espero que o gosto também esteja assim - falo um pouco receosa dele não gostar da minha comida... - E a Carol Sam? Não veio porque?
- Eu bati no apartamento dela, e ela disse que não iria vir, parecia que ela tinha acordado agora e ela disse que depois fala com você...
- Ah, mas eu não acredito naquela amiga tratante! Só não ligo pra ela agora porque sei que ela não vai atender, e também porque eu já estou morrendo de fome.
- Precisa de ajuda com alguma coisa? - ele me pergunta todo fofo.
- Não, tá tudo bem, só me dá esse sorvete aqui, deixa eu colocar no congelador pra não derreter - falo segurando a sacola de papel que ele estava segurando e me viro então pra minha filha. - Mostra onde é a mesa pro Sam?
- Tá certo - ela fala toda animada e olha para o meu namorado. - Vamos tio Sam.
Eu vou colocar o sorvete no congelador e aproveito para ver se o mouse estava pronto. Ele estava. Então eu vou retirar as coisas que estavam dentro do forno. Levo as duas travessas com o almoço e as coloco na mesa.
- Uau, está incrível Alice, não precisava ter esse trabalho todo não...
- Mas eu ajudei a mamãe tio Sam...
- Foi sim, nem foi nada...
Sentei-me à mesa e depois de uma pequena oração começamos a nos servir. Coloquei o almoço da Manu e o meu. Sam se serviu e eu fiquei olhando para ele, só esperando ele colocar a primeira garfada no almoço.
Satisfeita com um revirar de olhos e um sorriso torto eu preparo a minha garfada.
- Nossa senhora Alice! Isso tá muito bom - Sam fala, abrindo um enorme sorriso.
- Ufa, ainda bem que você gostou...
- Mamãe tava pensando que você não ia gostar da comida dela tio Sam... Mas a comida dela é a melhor que eu já comi... - Manu fala sorrindo.
- Está no meu top 5 também, tranquilo... - Sam fala e eu fico envergonhada.
- Obrigada - praticamente enfiei a cabeça no prato e não falei mais nada durante o resto do almoço.
Fiquei só recebendo elogios de vez em quando e o Sam e a Manu conversavam de vez em quando. Os dois parecem se dar tão bem...
Depois do almoço vamos comer o mouse e o sorvete e fiquei tão cheia que tudo o que eu queria fazer nesse exato momento era deitar no sofá da sala e assistir nada na televisão até a barriga esvaziar.
Sam começa a pegar a louça e levou tudo pra pia.
- O que o senhor pensa que está fazendo? - falo ficando atrás dele e tento pegar a esponja da mão dele.
- Lavando a louça, porque?
- Não Sam, não precisa disso. Deixa isso aí na pia, que eu lavo depois.
- Deixa Alice, não tem problema, eu gosto e é uma das únicas coisas que eu sei fazer em casa. Você teve todo o trabalho para fazer o almoço. Deixa que eu lavo - ele fala sorrindo.
Oi sorte grande? Sou eu? Como eu consegui um homem desses?
- Você que sabe então.
- Eu te ajudo tio Sam - Manu se prontifica para ajudar e eu não posso deixar de sorrir com a cena.
- Onde foi que eu arrumei dois ajudantes assim tão bons? - falo brincando, indo me sentar num banco alto que eu tinha na cozinha. Fico perto dos dois e ficamos conversando enquanto o Sam lavava tudo e a Manu colocava o detergente de vez em quando na esponja.
Depois de tudo limpo vamos para o sofá, onde sentamos esparramados nas almofadas macias e ficamos passando pelos canais, procurando alguma coisa para assistir.
Samuel tinha colocado uma de suas mãos sobre os meus ombros e com a proximidade podia cheirar seu perfume quantas vezes eu quisesse sem levantar suspeitas. Encostei minha cabeça em seu ombro e Manu ficou poucos segundos quieta nos nossos colos.
Manu viu que estava passando um filme de princesas, então ela pediu para que assistíssemos.
Acho que deveria ser a décima vez que eu estava assistindo Cinderela. Já sabia quase todas as músicas decoradas e o Sam estava assistindo tudo bem caladinho. Manu sempre se empolgava com aquele filme, sempre levantava do sofá e rodopiava pela sala, cantando as músicas.
Sempre via aquela cena, não sei o que aconteceu, mas eu cai na gargalhada. Sam me acompanhou. Manu nem se importou com as nossas risadas e continuou a cantar a música.
Sei lá, a sensação de ter o Sam aqui do meu lado, minha filha cantando uma música de um filme infantil, abraçada com ele, num almoço de domingo. Me senti como se participasse de uma família, como se ela tivesse aumentado...
Um sentimento bom tomou conta do meu coração.
- Você está com um sorriso diferente no seu rosto... - Sam fala, segurando de leve me rosto.
- Só estou feliz. Só isso mesmo.
- Também estou feliz minha linda Alice - ele me dá um selinho e me abraça forte.
O filme passou rápido e quando dei por mim já estava quase adormecendo no sofá. Manu e Sam brincavam e gargalhavam deitados no tapete da sala. Foi a última coisa que eu lembrei.
Acordei e eu tinha um cobertor em cima de mim. Olhei pela janela do apartamento e vi que já saía um brilho alaranjado de lá. Droga! Acho que dormi demais. As almofadas dos dois sofás ao meu redor estavam fora do lugar.
Olhei melhor ao meu redor e vi que os dois estavam dormindo numa espécie de castelo de almofadas. Sentei no sofá, tentando fazer o menor barulho possível.
Manu tinha seus braços na cintura do Sam e sorria.
Não segurei a lágrima de felicidade que escorreu pelo meu rosto. Os dois ali abraçados no tapete, sorrindo, foi uma coisa tão simples e tão linda de se ver. A vontade de não estragar o meu relacionamento com ele cresceu.
Se a Manu consegue se abrir com ele, consegue dormir ao seu lado, e se ela gosta dele. Faz com que o sentimento que eu tenho por ele cresça.
Levanto do sofá e eu vejo o Sam se remexer de leve no tapete. Será que ele acordou? Eu me aproximo e vejo que o Sam está acordado e mexe nos cabelos da Manu e olha para cima.
- Você está acordado há muito tempo? - pergunto sussurrando.
- Não... Ela dormiu tem pouco tempo... Não quis acordá-la tentando colocar ela num local mais confortável...
- Ela não acorda tão fácil assim... - falo sorrindo e a pego no chão. A acomodo no meu colo e vou levá-la para o seu quarto.
Sam se ajeita no chão e se levanta. Ele me acompanha até o quarto da minha filha e fica me olhando enquanto eu a coloco para dormir... A cubro e ligo o abajur do lado da sua cama.
- Ela é uma menina muito inteligente. Você fez um ótimo trabalho a criando Alice. Uma menina tão doce...
- Obrigada Sam... Mas não a criei sozinha, tive a ajuda dos meus amigos.
- Você deve estar muito orgulhosa dela...
- Sempre. Vocês dois parecem estar se dando bem...
- Uma mocinha adorável. Ela é tão inteligente e esperta... Fácil de conviver...
Nem deixei ele terminar a sua frase, já pulei em seus braços. Não sei o que me dá quando eu vejo o Sam cuidando da minha filha, ele faz tudo parecer tão natural, tão fácil, não consigo me segurar.
Estou mais uma vez entregue em seus braços, nossos corpos e línguas dançando na nossa velocidade e tudo me parece bom. Ele encosta o meu corpo na parede e começa a beijar todo o meu pescoço e seios.
Estou ao colada neles que parecemos um só corpo. Estou completamente entregue nas suas mãos e eu vou retirando a sua camisa, e quando eu coloco os pés no chão para me equilibrar melhor, Sam se afasta um pouco.
- Vamos com calma Alice, se continuar assim, não quero correr o risco da Manu pegar nós aqui no corredor...
- Se quiser a gente vai pro quarto - estou com tanto tesão que não estou nem raciocinando direito.
- Não sei se ia ficar confortável... Ela pode acordar à qualquer hora e...
Sam tinha razão. Ainda está cedo para qualquer coisa, e eu realmente quero ir devagar no nosso relacionamento, mas sempre perco o controle perto dele.
- Você tem toda razão Sam, desculpa.
- Não quero que você se desculpe por isso Alice, saiba que eu quero muito fazer isso com você, mas só que acho que temos que ter uma hora mais apropriada...
- Não sei o que eu fiz pra te merecer Sam - dou um beijo mais casto em seus lábios.
- Eu que tirei a sorte grande com você Alice. Mas eu tenho que ir agora, tenho que acertar algumas coisas ainda para o restaurante do hotel.
- Tudo bem Sam.
- Eu te aviso quando chegar em casa.
- Espero sua ligação.
Ela me dá um beijo bem demorado antes de sair do meu apartamento e se despedir de mim. Vou trocar de roupa e me deito em minha cama, ligo a televisão do meu quarto e fico observando meu celular de dez em dez minutos, esperando ele me ligar, quando o telefone finalmente toca, atendo sem nem ver o nome.
- Chegou rápido...
- Cheguei rápido onde Lice? - Carol fala do outro lado da linha.
- Ah, nada não Carol, pensei que fosse outra pessoa...
- Huuum, dona Alice, dona Alice, o Samuel saiu daí faz pouco tempo é? Sua danadinha, não vai fazer nada! Vai traumatizar a sua filha! - ela fala gargalhando.
- Deixa de coisa Carol que não aconteceu nada sua pessoa de mente maliciosa. E nem vem falar comigo como se nada tivesse acontecido! Porque a senhorita não veio hoje almoçar comigo?
- Alice, amiga, me desculpa, eu saí no sábado e acabei aproveitando mais do que o usual. Acordei tão acabada... Desculpa, eu vou compensar pra você depois...
- Acho bom mesmo!
- Agora me conta amiga, como foi o almoço?
- Foi ótimo Carol, ele é um cara diferente, nem te conto, ele até lavou a louça!
- Mentira! Menina do céu, agarra esse bofe, não deixa ele escapar... - Carol fala brincando.
- Não vou mesmo - falo e caímos na gargalhada.
- Alice, conheci uma pessoa...
- Sério isso Carol? - falo toda animada.
- Sério amiga, não sei o que te dizer, ela é uma mulher tão legal, e quando eu estou com ela, eu só penso nela...
- Carol você não sabe como me deixa feliz em escutar isso. Te disse que você ia encontrar alguém que valesse à pena...
- Eu sei que você torce muito por mim...
- Sempre Carol.
- Você tem notícias do Cauê Alice? Eu tentei ligar pra ele mais cedo e ele não em atendeu... Achei estranho...
- Não sei, vou no escritório dele amanhã...
No meio da ligação da Carol eu recebo uma mensagem do Samuel. Eu falo pra minha amiga que vou dormir e vou ler a mensagem.
"Boa noite Alice, eu tentei te ligar, mas seu número deu ocupado, então resolvi te mandar essa mensagem. Cheguei bem, e agora tudo o que eu consigo pensar é no seu corpo colado no meu... Devia ter ficado aí com você... Será que ainda dá tempo? Beijos e boa noite minha linda."
Com um enorme sorriso respondo.
"Prometo que vou passar a noite pensando no seu corpo também aqui colado no meu. Muito feliz que você chegou bem. Beijos lindo."
"Alice, Alice... Bons sonhos."
E com um enorme sorriso eu adormeço também.
Ai gente, meu coração ^^ Cinco mil leituras e 500 votos <3 Estou muiiiiiiito, mas muito feliz mesmo. A história está evoluindo tanto e vocês tem sido uma parte indispensável na história, me apoiando e me dando o maior carinho :D Obrigada mesmo pelo suporte :D Nem consigo expressar em palavras o tamanho da minha felicidade ^^
Uma maneira de agradecer é dedicando com todo o meu carinho à vocês leitores por me acompanharem nessa jornada, e esse capítulo é dedicado à @NandaNandade. Obrigada por acompanhar não só esse, mas todos os meus projetos, você é demais Nanda ^^ Beijo grande...
E aí, o que estão achando do livro? :D Espero que estejam gostando e se tiverem, não se esqueçam de deixar uma estrelinha, um comentário, eu amo ler tudo o que vocês estão achando do livro :D Estou preparando um bônus da Manu, acho que amanhã eu já consigo postar.
Então por hoje é só meus amores, beijos e até breve ;**