Confinada

By mryanoficial

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Ariela nunca conheceu o lado bom da vida, desde que nasceu sua vida vida foi banhada em trevas, medo, escurid... More

Bem vindo ao meu Romance trevoso \o/
Prologo
Capitulo 1 | O começo
Capitulo 2 | Luz e escuridão
Capitulo 3 | Como seria a sensação de liberdade?
Capitulo 4 | Perdas e ganhos
Capitulo 5 | Um buraco negro
Capitulo 6 | Um novo começo
Capitulo 7 | A despedida
Capitulo 7.1 | A despedida
Capitulo 8 | Perdida
Capitulo 9 | Um caminho sem volta?
Capitulo 10 | Quando tudo vem abaixo
Capitulo 11 | Qual o preço da liberdade?
Capitulo 12 - Sem rumo
Capitulo 13 - Um erro e tudo pode vir abaixo
Capitulo 14 - Escolhas difíceis
Capitulo 15 - Instintos nunca falham
Capitulo 16 - O ultimo adeus
Capítulo 17 - O longo caminho até aqui
Capítulo 18 - Sempre alerta!
Capítulo 18 - Sempre alerta! - continuação -
Capitulo 19 - Era bom demais para ser verdade
Capítulo 20 - Uma virada inesperada
Capítulo 21 - No limite
Capítulo 21 - No limite (cont...)
Capitulo 22 - Você de novo?
Capítulo 23 - Uma surpresa nada agradavel
Capítulo 24 - Um bom plano mas não o melhor.
Capítulo 24 - Um bom plano mas não o melhor (cont...)
Capítulo 25 | Maldita língua
Capítulo 26 - Talvez seja o destino
Capítulo 26 - Talvez seja o destino (cont...)
Capítulo 27 - Uma hora as coisas saem do planejado
Capítulo 27 - Uma hora as coisas saem do planejado (Cont...)
Capítulo 28 - Águas profundas
Capítulo 28 - Águas profundas (cont...)
Capítulo 29 - Um sorriso talvez?
Capítulo 29 - Um sorriso talvez? (cont...)
Capítulo 30 - Afogando
Capítulo 30 - Afogando (cont...)
Capítulo 31 - Cair e se levantar
Capítulo 31 - Cair e se levantar (cont...)
Capítulo 32 - Partilhar
Capítulo 32 - Partilhar (cont...)
Capítulo 33 - Que os jogos comecem
Capítulo 33 - Que os jogos comecem (cont...)
Capítulo 33 - Que os jogos comecem (cont... 2)
Capítulo 34 - Preparativos
Capítulo 34 - Preparativos (cont...)
Capítulo 35 - Nervos a flor da pele
Capítulo 35 - Nervos a flor da pele (cont... )
Capítulo 36 - Inesperado
- Capítulo 36 (cont... ) -
Capítulo 37 - O grande dia
Capítulo 37 - O grande dia (cont... )
Capítulo 38 - Ora ora!
Capítulo 38 - Ora ora! (cont... )
Capítulo 38 - Ora ora! (continuação part 2)
Capítulo 39 - Alucinação ou realidade
Capítulo 39 - Alucinação ou realidade... cont 1
Capítulo 40 - Passado, Presente... futuro?
Capítulo 40 - Passado, Presente... futuro? (cont... )
Capítulo 41 - Colocando os pingos nos is
Capítulo 41 - Colocando os pingos nos is (cont... )
Capítulo 42 - Apos a tempestade vem...
Capítulo 42 - Apos a tempestade vem... (cont...)
Capítulo 43 - Novos lados
Capítulo 43 - Novos lados - cont...
Capítulo 44 - O cordeiro se tornou um lobo.
Capítulo 44 - O cordeiro se tornou um lobo - cont...
Capítulo 45 - Novos ventos - cont...
Capítulo 46 - sensações
Capítulo 46 - Sensações cont...
Capítulo 47 - Amor, paz, diversão e algo mais
Capítulo 47 - Amor, paz, diversão e algo mais - continuação
Capítulo 48 - Laços
Capítulo 48 - Laços cont...
Capítulo 49 - Que diabos esta acontecendo?
Capítulo 49 - Que diabos esta acontecendo? Cont...
Capítulo 50 - Te peguei!
Capítulo 50 - Te peguei! - Cont...
Capítulo 51- O que eu também não entendo
Capítulo 52 - ultimato
Capítulo 52 - Ultimato - cont...
Capítulo 53 - Os próximos passos
Capítulo 54 - O que vem a seguir?
Capítulo 54 - O que vem a seguir - cont...
Capítulo 55
Capítulo 56 -
Capítulo 57
Capítulo 58

Capítulo 45 - Novos ventos?

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By mryanoficial


Bella

Acordo em pânico quando uma mão cobre bruscamente minha boca me impedindo de gritar, tento ajustar meus olhos rapidamente, mas não consigo.

— Sou eu Bela, Erik. Eu preciso que você se acalme e não grite, ok. — confirmo com a cabeça e ele me libera.

— Você quase me matou de susto! — sussurro, assim como ele fez, não sabendo o por que disso. — olho para trás dele e vejo Caio e Miguel, ambos arrumados e com armas em punhos. Meus olhos se arregalam.

— O que esta acontecendo?

— Temos alguns homens vindo para ca, precisamos sair rápido daqui ou seremos cercados.

— Mas Miguel... — levanto meus olhos para ele preocupada.

— Eu estou bem princesa. Sua arma?

— Comigo, assim como a faca. — Mostro ela presa em minha panturrilha.

— Ótimo. Precisa fazer algo antes de sairmos?

— Não. — digo me levantando e pegando a bolsa ao meu lado. — Você tem certeza que esta bem mesmo? — escaneio seu corpo com meus olhos.

— Tenho sim. Vamos. — diz pegando minha mão e me puxando delicadamente para seu lado.

Erik vai na frente e assim que vê que o caminho esta livre, nos faz um sinal e todos seguimos ele rapidamente. Assim que passamos pela porta, Miguel e eu nos olhamos e soltamos nossas mãos, nenhum de nos querendo fazer isso, mas sabendo que é preciso. Miguel resmunga algo baixinho, olha para mim uma ultima vez e sai atras de Erik, fico com Caio um pouco mais atrás escondida em meio a vários troncos de madeira do lado de fora, esperando o sinal de Erik para avançarmos, estamos prestes a correr quando os tiros começam. 


Miguel

— Bela! — grito assim que ouço o primeiro tiro — Me viro para ir até ela, mas Erik me segura fortemente me impedindo.

— Você mal consegue se manter em pé, ela esta bem com Caio. Não me faça derruba-lo Miguel. Eu não pensaria duas vezes em te carregar a força até o carro se for preciso. — diz irritado. — Não pense que essa maldita perna vai me impedir de salvar sua bunda de você mesmo.

— Mas que inferno! Não era para estar acontecendo nada disso. 

— Não, mas nós prevíamos que era uma possibilidade, pequena, mas era. — Erik faz um sinal para Caio e ele acena em resposta, levando Bela para o outro lado  do enorme Milharal que circunda a residência.

— Sim, mas... foda cara! Porra! Onde eles estão indo?

— Eles estão seguros, agora coloque essas pernas para funcionarem ou eu faço isso por você.  — esfrego meu rosto em uma mistura de cansaço e nervosismo  e o sigo. Não conseguindo parar de olhar ao redor para tentar encontrar Bela e Caio.

—  Eles vão nos encontrar no carro, o Caio tem o local exato onde estacionei. Eu vim do lado oposto ao deles, eles não vão nos encontrar, eu garanto. Não sou um iniciante nisso Miguel, confie em mim porra.

— Eu confio — expiro me rendendo.

Os tiros continuam vindo, os filhos da puta sabem que tem pouca visibilidade e mesmo assim continuam, estão pouco se importando se podem acertar Bela ou não. Malditos! Isso me faz pensar... 

— Não é estranho eles estarem atirando assim? Tão desenfreadamente em uma área com tão pouca visibilidade?

— Pensei o mesmo. Se o objetivo aqui é pegar Bela, não arriscariam atingi-la no meio do caminho. Arriscariam?

— Não sei, tem algo muito errado nessa historia. Não faz o mínimo sen...  — Paro de falar quando ouvimos um grito. Sairmos correndo em direção ao lugar quando ouvimos o barulho de um tiro sendo disparado.

— Merda! 

— Bela! 

— Caio!  

— Aqui! — Caio responde, ligando a lanterna do sue celular para que possamos encontra-los mais facilmente.

 Assim que chegamos ao local,  vejo Bela no chão, nos braços de Caio e paro abruptamente, o coração saindo pela boca.

— Ca... 

— Ela esta bem. — Caio diz abraçando Bela apertado em seu peito. — Você não tem culpa de nada disso querida. Se acalme ok! Você fez o que tinha que fazer. Você me salvou. Obrigado!

— Eu... Eu não queria atirar, eu pedi ele para te largar e assim que ele ouviu a minha voz... ele...  — ela se vira pra mim e posso ver as lagrimas rolarem por seu rosto, a tristeza e medo estampado em seus olhos — ele veio pra cima de mim e quando ver a arma disparou. — ela soluça partindo meu coração e eu avanço, caindo de joelho ao seu lado e tirando ela dos braços de Caio.

— Você esta bem querido? — Erik se aproxima, levantando Caio. Revistando seu marido dos pés a cabeça em busca de algum ferimento.

— Estou bem — Caio confirma para Erik que o abraça apertado.

— Ótimo! Mas...esse infeliz deixou um belo de um roxo esperando por você amanha. 

— Eu sei, o idiota me pegou de surpresa.

— Imaginei. Tem certeza que não quebrou nada?

— Tenho sim.  Agora, precisamos sair daqui, rápido. Os outros homens já devem estar por perto 

Aceno com a cabeça e com Bela ainda em meus braços me levanto e quase caio de joelhos com a dor em meu abdômen.

— Mas que diabos homem! — Caio se aproxima e tira Bela de mim — Você quer começar a sangrar novamente? Vamos querida, vai ficar tudo bem, prometo. — diz aninhando-a em seu peito e se afastando.

Com Erik na frente liderando o caminho, seguimos em silêncio, atentos a tudo ao nosso redor. Quando finalmente chegamos ao carro, me apresso e entro na parte traseira, me afastando rapidamente até o outro lado para que Caio possa acomodar Bela. Assim que ela esta dentro, passo meus braços ao seu redor e a trago mais próximo de mim possivel e assim seguimos nosso caminho.


>><><<><<


— Vocês já pararam para pensar que não faz o mínimo sentido tudo que aconteceu hoje? — Caio se vira  ao se sentar no nosso novo carro, após a troca, encarando a mim e seu marido. — Se tudo que Erik me contou sobre essa pobre menina for verdade, não faz o menor sentido ela ser posta no meio do fogo cruzado assim. 

— Nós estamos tão perdidos quanto você. Já imaginávamos que eles poderiam vim atrás de Bela assim que saísse do hospital, mas nunca imaginávamos que seriam capazes de algo assim.

— Exatamente. O mais esperado de tudo isso seria uma tentativa de leva-la, não de mata-la.  

— Nada do que aconteceu hoje se encaixa. Bela tem dois malditos perseguidores. Um vem a perseguindo desde criança, irredutível em pensar qualquer outra coisa alem de que ela o pertence e o outro é um predador sexual que se torna cada vez mais ousado a medida que os dias se passam e ele não consegue capturar sua presa.

— Sim, mas ja pararam para pensar que esse novo ataque pode não ter relação com esses dois? Por que pensem comigo, ambos os desgraçados que citou querem Bela, querem ela viva, por tem essa necessidade dela, esse desejo. Por mais que ela possa ter irritado os dois ao prolongar todo esse jogo, essa caça, eles não fariam mão para ela, não ainda, por que eles precisam suprir essa necessidade primeiro. 

— Se isso estiver certo, esse novo jogador não quer Bela, ele quer tirar ela do jogo, mas por que? E por que ele logo agora?

— Pode ter alguma relação com o passado dela — diz Erik. — Se eu pudesse dar um palpite eu diria que não é coincidência o maldito policial dar as caras por aqui e do nada dias depois rolar tudo isso. 

— Se esses for o caso e eu espero que não seja, as coisas só estão piorando. Por que o que aconteceu hoje não tem haver com Bela, mas com o fodido policial e eles estão usando Bela para atingir ele de alguma forma.

— Não! Não pode ser isso! Isso seria fodido demais cara.

— Muito! Mas não tem outra explicação, Bela ainda era menor de idade quando toda essa merda começou, não tem como ela ter feito um inimigo tão jveom, ainda mais que ela se quer saia de casa. Jesus! Quanto mais eu penso mais fodidas as coisas se tornam. 

— Se acalme Miguel. Vamos até você sabe onde, descansamos, repomos a energia e dai tentamos ver todo o plano geral, ao invés de analisar peça por peça. Varias cabeças pensam melhor que uma, vai dar certo e o principal, ela vai estar segura. 

— Sim, pelo menos isso — passo levemente meus dedos por seus cabelos, enquanto ela dorme tranquilamente em meu colo. — É normal ela dormir tão profundamente assim? Geralmente o sono dela é tão leve.

— Ela esta exausta. Foram emoções de mais para um dia só. Ela dormir assim é bom, ela precisa para poder se curar e mostra que ela confia em nós a ponto de se deixar levar tão profundamente em seu sono.

— Ela não merecia passar por mais isso.— digo em um misto de raiva e chateação.

— Não mesmo.  — diz Erik chateado, tanto quanto eu — Se fugir ajudasse em alguma coisa eu não pensaria duas vezes em pegar vocês e levar para longe daqui, mas só iriamos continuar nesse looping infinito de cão e gato. Temos que acabar com essa merda, cortar o mal pela raiz antes que piore.

— Mais? 

— Quieto! Você não quer desafiar o universo! — Cario diz — Sabe, agora eu entendo o porque de toda esse cuidado com ela. Não que eu duvidasse da palavra ou instinto de vocês, e só que... É difícil você perceber que alguem é especial somente pela opinião dos outros, é bom ver por si mesmo. Ela vale a pena tudo que estão... que estamos fazendo. Tão nova e passando por tanta coisa... Coitadinha. 

— Ela é uma lutadora — Erik diz apertando a mão do seu marido.

— Ela é. Sabe... Eu vi caras no exercito travarem com uma arma na mão, titubearem em tomar uma decisão e perderam suas vidas, mas ela, ela não pensou duas vezes, me viu ser golpeado, pediu o cara que se afastasse e quando ele não o fez e partiu pra cima dela, tudo que vi naqueles olhos foi obstinação e raiva, mas nada de medo, nadinha. Ela enfrentou ele de igual para igual, foi... Uau... Nem sei como dizer, foi fascinante e aterrorizante ao mesmo tempo.

— Entendo bem o sentimento

— É difícil ver o quanto a vida pesa mais nos ombros de uns do que dos outros. Mas, chega desse assunto, nós já ja estaremos na nossa pequena bolha, nada dessa energia negativa deve entrar lá, vamos nos deitar, relaxar, tomar um bom banho, uma taça de vinho, nos divertir um pouco, recarregar as energias e depois vamos colocar nossas mentes unidas para pensar em algo. Eu não vou deixar essa pobre menina continuar tendo sua vida tão maltratada assim.

— Você esta certo querido. — ele beija sua mão levemente e seguimos em direção ao nosso destino em silencio, cada um imenso em seus próprios pensamentos.


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Duas horas e meia depois... 

— Esqueça o que eu disse anteriormente sobre nossa pequena bolha, baby esse lugar é magnifico e enorme. Olha toda essa área verde e esse lago, Deus! Aquilo é uma piscina e um hidromassagem. Como vocês acharam essa preciosidade?

— Google Maps — Miguel responde rindo. — Foi difícil contactar o dono, mas no fim tudo deu certo. — me abaixo tentando esconder o grunhido de dor para pegar Bella, mas Erik me para.

— Deixa que eu pego ela. Olha só — ele aponta minha camisa — , já esta sangrando de novo. Você não tem jeito.

— Eu estou bem.

— Claro! Claro! Mas... Esquece! Deixa que eu pego Bela.  Vai indo na frente, todos devem estar acordados esperando nosso retorno.

— Não precisa — ouço Bela dizer de dentro do carro no meio de um bocejo  — Eu já acordei, mas obrigado Erik. — diz saindo do carro. Me aproximo  e inesperadamente Bela vem até mim, passa seus braços delicadamente por minha cintura e deita sua cabeça em meu peito, fechando os olhos.

— Você esta bem? — pergunto abraçando-a.

— Sim — boceja novamente — Só estou cansada. Parece que um caminhão me atropelou. — ela ri e boceja novamente.

— Normal, é resultado da queda rápida da adrenalina. Que tal entrarmos, você toma um belo banho, come alguma coisa e descansa? E claro, da um oi para todos que devem estar nos esperando lá dentro.

 — Por mim esta ótimo. — Bela levanta sua cabeça e olha diretamente para mim.

— Você esta bem? — algo passa por seus olhos e ela rapidamente desvia para Caio — Ele esta bem?

— Por que esta perguntando para ele?

— Você não é confiável nesse quesito Sr. Eu não sinto nada — ela revira aqueles belos olhos negros e eu não consigo não rir.

— Vaso ruim não quebra Bela — Erik diz abraçando o marido, seguindo rumo a casa — E não se preocupe muito com esse pé no saco, ele é bem resistente. Tudo que precisa nesse momento é o mesmo que todos nos, um belo banho, um bom prato de comida e cama.

— Eu não reclamaria nem um pouco disso.

— Você vai amar a comida da Ana amor, serio, ela e Pedro tem mãos magicas. Esta sentindo o cheirinho? — Erik funga no ar.

— Ainda não — Caio ri — Mas você sempre teve esse olfato de cachorro, nunca vi alguém sentir cheiro de comida a quilômetros de distancia. 

— Prioridades meu querido! Prioridades!

Assim que colocamos o pé no primeiro degrau da entrada da casa, a porta se abre e uma Ana descabelada com um Pedro feliz de mais ao seu lado abrem a porta.

— Vocês chegaram! Graças a Deus!

— Hum... O que vocês dois estavam aprontando ai? — pergunto não conseguindo me segurar.

— Nada! — Ana responde rapidamente.

— Eu estava tentando distrair minha linda mulher antes que ela acabasse fazendo um buraco no linóleo da propriedade ou pior quebrasse alguma coisa...  em mim. — Ele abre um enorme sorriso e Ana mete a mão em seu peito, as bochechas corando.

— Pedro! 

— Perdão querida, mas você fica maravilhosa toda corada. 

— Isso não é... — ela para de falar inesperadamente e olha para mim e Bela, seus olhos se arregalando — I... Isso é sangue? Meu Deus! O que aconteceu?

— Por que vocês não entram — Pedro tira a mulher delicadamente do meio do caminho e nos da passagem — Vão lavar suas mãos e venham se sentar na mesa, eu e Ana vamos servir a comida e enquanto comem vocês nos contam o que houve. Miguel, você e Bela precisam de alguma coisa? Um medico? Primeiros socorros? algum suprimento para os machucados?

— Essa coisa linda aqui já resolveu tudo — Bato no ombro de Caio dando uma piscadinha para ele, fazendo-o rir e Erik rosnar. 

— Por que mesmo eu sou seu amigo?

— Por que não seria? Essa é a pergunta — Sorrio e paro quando sinto meu corpo sendo empurrado para longe, bem, quando sinto algo tentando empurra-lo para longe.

— Jesus! Você pesa quantos quilos? — Bela pergunta ainda tentando me puxar para longe.

— Alguns — digo rindo — Onde a senhorita esta tentando me levar?

— Para longe de problemas, Sr encrenca. Vamos logo nos lavar,  por que eu estou com fome e cansada — boceja.

— Isso mesmo! Xo!Xo!Xo! Andem logo — Ana diz saindo do transe. — Já coloquei sua coisas no seu quarto querida, é a ultima porta a direita.

— Obrigada — Sorri e sai me deixando com a gangue.

— E vocês estão esperando o que? Xo! Xo! Xo! Cada um sabe onde é seu quarto certo?

— Sabemos e muito obrigado por ter arrumado tudo, vocês dois. — Erik agradece e eu confirmo com a cabeça.

— Foi um prazer, agora se puderem andar rápido e acabar com o tormento da minha pobre Ana eu agradeço — Pedro diz abraçando-a.

— Claro — dissemos em uníssono e saímos.


>>><><<><<<


Saio do banho me sentindo bem melhor, apesar do cansaço e da dor no abdômen, merda, olho no espelho ainda não acredito que aquele filho da puta me acertou, como pude não perceber que ele estava armado enquanto lutávamos? Como pude cometer um erro tão idiota?

Bem... Talvez minha mente não estivesse onde deveria estar e sim  preocupada demais que certa linda moça tivesse realmente corrido para longe e não ficado por perto e sido pega. Inferno que sim!  Ainda mais quem, Bela, a teimosia em pessoa. Então claro que eu precisava ter certeza que ela havia saído dali ou que os malditos que foram atrás dela não tivessem conseguido pega-la.

Amaldiçoo pensando em como as coisas saíram rapidamente do controle. Claro que esperávamos que algum dos idiotas tentasse algo assim que Bela saísse daquele hospital, mas porra, não tão rápido e nem tão dispostos a um tudo ou nada. Quanto mais penso em tudo, mais as palavras de Caio me veem em mente, será mesmo que nosso tabuleiro já lotado de peças acaba de ganhar mais uma? — expiro cansado demais só de imaginar isso.

Eram para as coisas terem melhorado nesse ponto, bem, eu esperava que as coisas tivessem terminado nesse ponto para ser sincero, esperava que o maldito que havia atacado Keila e Bela estivesse atras das grades ou morto por algum acidente se justiça divina realmente existe, mas cá estamos nós lotados de teorias e mais teorias e nada concreto. Fizemos todo um perfil psicológico, pesquisas e mais pesquisas, analises de dados, analise de pessoas, de arquivos da cidade, de tudo e aqui estamos nos sem nada a não ser uma pilha gigante de informações que se formos honestos nos da somente conjecturas nada  mais.

Merda!

Nós precisamos de alguma prova física, algo certo, por que quanto mais o tempo passa mais peças entram nesse jogo e menos sentido tudo faz, é como se eu estivesse em frente a um quebra cabeça de milhões de peças e mesmo encaixando-as direitinho nada faz o menos sentido. Mas...  Que seja, agora não é o momento para isso, como Caio disse precisamos de um tempo, de descanso, esfriara cabeça, curtir a paz e ai sim, por nossas mentes descansadas para trabalhar.

Acabo de me arrumar e saio do quarto, seguindo em direção a cozinha sou atingido pelo cheio de algo maravilhoso.

— Humm! Não sei o que vocês aprontaram nessa cozinha, mas eu quero três desses por favor — digo entrando na grande area compartilhada onde temos a cozinha e sala em um ambiente aberto.

— Então sente sua bunda ai — diz Pedro. Me sento e olho ao redor não encontrando Bela — A Bela não voltou ainda?

— Não querido, se quiser chama-la, só falta ela. Os pombinhos estão lá fora tomando um pouco de ar fresco.

— Certo — Me levanto e sigo o corredor em direção ao quarto dela. 

— Bela? O jantar esta pronto princesa — Digo mas não recebo qualquer retorno — Bela? — bato na porta, chamando, uma, duas, três vezes e nada, então me arrisco e giro a maçaneta, agradecendo que esteja destrancada quando a porta se abre. Olha ao redor e não vejo Bela no quarto, mas percebo a luz do banheiro acesa. 

— Bela! Esta tudo bem ai? — pergunto batendo na porta e ela se abre. A fumaça do banheiro ofusca minha visão, mas assim que se dissipa um pouco, vejo Bela deitada na banheira. Meu coração acelera e certas partes que deveriam permanecer calmas se animam, fecho meus olhos imaginando os piores cenários possíveis para tentar me acalmar. Já não basta invadir o quarto da menina, quero mesmo ser pego com uma puta ereção, alem de parecer um maldito tarado observando-a no banho? Não mesmo. Respiro fundo algumas vezes e me calmo, com tudo sob controle, chamo-a novamente.

— Bela? — esta tudo bem por ai? — pergunto calmamente não querendo assusta-la. Quando ela não responde, entro em ação antes mesmo de perceber. Me ajoelho bem ao seu lado da banheira e cutuco levemente seu ombro, fico em uma posição que não me permiti ver nada alem de seu colo e rosto. 

— Bela! Ei... Você dormiu princesa? Acorda.— sacudo levemente seu ombro.

— Hum.. — ele resmunga mas não acorda, não consigo não rir, por que isso é tão diferente dela.

— Ei dorminhoca, você tem que sair dessa banheira, comer algo, tomar seus remédios e depois pode dormir a vontade, eu prometo.

— O que? — ela começa a acordar, piscando seus olhos anuviados pelo sono para mim.— ta bom! Já estou indo. — ela boceja e se estica, passando as mãos pelo rosto. Me viro rapidamente não querendo ver nada, bem...  dizer que não quero seria mentira, afinal quantas vezes imaginei estar com ela, pele a pele, conhecendo cada parte de seu corpo, sua alma, mas não assim. Quando acontecer será porque ambos queremos nos dar de corpo e alma, nos entregar ao desejo, a necessidade de ter um ao outro da forma mais intima possível, nos amando e conhecendo cada parte do corpo um do outro. É assim que desejo, que quero que seja esse momento e não um pequeno vislumbre de seus seios.

— Bem, vou esperar você na cozinha com os outros. Não demora! E não durma de novo! — digo saindo rapidamente de seu quarto. Assim que chego no corredor, paro um pouco e respiro, precisando acalmar os batimentos frenéticos do meu coração e acalmar todo esse nervosismo dentro de mim. Que diabos eu era? Um maldito adolescente? Vamos lá Miguel você é melhor que isso!

— Algum problema? — Ana pergunta me fazendo pular de susto.— Oh desculpa! Não queria te assustar. Vocês demoraram, achei que poderia estar acontecendo algo.

— Não, não, eu que estava com a cabeça longe, não foi culpa sua. Desculpa a demora, fiquei batendo por um tempo e quando bela, não abriu resolvi entrar, acredita que ela dormiu na banheira?

— Pobrezinha, os últimos tempos não tem sido nada fáceis para ela. Não deveríamos deixar ela dormir?

— Não, ela tem que tomar a medicação e comer algo. Falando nisso, acho que ela vai precisar de sua ajuda, tem um pomada na mochila dela que deve ser passada nos machucados e pontos ainda em cicatrização e hoje com toda essa confusão ela não seguiu as orientações direito em nada.

— Claro! Deixa comigo.

— Tudo bem! Qualquer coisa só me chamar.

— Nada disso, o senhor precisa descansar e ver esse ferimento com Caio novamente, você esta sangrando de novo. — ela aponta para minha camiseta.

— Merda! Ok! Mas se precisar me chame. 

— Vai se distrair um tempo com seus amigos e me deixe mimar minha menina um pouco. Seu possessivo. Chispa anda!

— Tudo bem! Tudo bem! Ja estou indo. — sigo em direção a sala.

— Tudo certo? — Erik pergunta, sentado ao lado de Caio no sofá.

— Acho que sim, ela acabou dormindo na banheira, o banho quente deve ter ajudado a relaxar um pouco.

— Provavelmente. Coitada ela precisava relaxar um pouco depois de tudo, ainda mais depois de hoje. Sabe, esse lugar vai ser perfeito para ela, é tudo que precisa nesse momento. Ela vai poder curtir o ar livre, tomar um sol, relaxar, fazer uma caminhada, nadar,  curtir a paz e tranquilidade que esse lugar exala, coisa que não sentimos a meses. Vai ser perfeito.

— Sim, mas nos precisamos nos juntar e tentar desvendar toda essa merda.

— Sim! Sim! Eu sei, mas de um tempo para ela, ou melhor, para todos nós. Estamos nisso dia e noite a meses e desde o incêndio estamos nisso vinte e quatro horas por dia, precisamos dar uma pausa, esvaziar a mente, relaxar, quem sabe isso não nós ajuda a ver algo alem do que ja vimos ou algo que tenha passado desapercebido. Uma mente descansada é muito mais potente que uma mente exausta e a sua meu amigo deve estar a ponto de pifar.

— Eu estou bem, não se preocupe comigo.

— Você não esta nada bem Miguel. Porra cara! Sua irmã foi atacada por esse desgraçado, quase morreu e desde então você vem fazendo tudo para pegar o sujeito. Depois encontrou Bela que só te deu mais gás ainda para continuar essa perseguição, que no final acabou não sendo só de um homem, mas de dois e desde o incêndio você não tem dormido direito, esta vinte e quatro horas com essa cabeça teimosa a todo vapor Você esta sobrecarregado irmão, você precisa parar, recarregar essa energia ou vai acabar doente.

— Ele esta certo Miguel. Não é possivel que você não percebe o quão exausto você esta? Se não puder ver por essas sombras abaixo do seus olhos, veja pela peso que você perdeu. Você continua forte, não me entenda mal, mas você perdeu um pouco da sua definição usual.

— Você andou reparando muito em mim hein? — digo provocante, tentando mudar o rumo do assunto.

— Não seja um pau! — Erik revira os olhos — Você sabe que ele esta certo. EntÃo tire sua cabeça dessa bunda cabeluda ou eu mesmo vou dar um jeito nisso e você não vai gostar.

— Primeiro, quem tem a bunda cabeluda aqui não sou eu e segundo, me poupe mamãe.

— Que tal vocês pararem de brigar e irmos comer — Bela diz bem atras de mim, vestida em seus pijamas, o cabelo ainda molhado do banho. — Ah! E Miguel! Eles estão certos! Você esta acabado! Se eu pudesse chutar diria que você mal esta se aguentando. — sorri diabolicamente e sai andando.

— Ha!Ha!Ha! Não sabia que você era comediante princesa. Para quem estava cansada você esta bem acordada nesse momento, para conseguir fazer piadinhas.

— Não é uma piada, é a verdade e continuo cansada Sherlock. Assim que acabar de comer, vou tomar meus remédios e me jogar na cama.

— Então nada de perder tempo, o jantar ja esta servido. Bem... seria mais um café da manha visto o horário, mas vamos chamar de janta.

— Você pode chamar do que quiser Pedro, desde que libere isso rapidamente para todos, por que o cheiro esta incrível.

— Muito obrigado! Agora sentem-se e aproveitem.

— Vocês dois não vão comer?

— Nós ja comemos, enquanto esperávamos vocês. Se não se importarem, acho melhor todos conversarmos amanha, quando estivermos acordados e descansados.

— Claro — dizemos todos juntos.

— Mas Pedro... 

— Amanha querida, você aguenta esperar até amanha, eu prometo. — ele beija sua testa delicadamente.

— Tudo bem. Boa noite então pessoal.

— Boa noite! 


———————————————————————————————————————————————————————————

Hello meus trevozinhos!

Como estamos Hoje? Espero que tudo esteja bem.

E ai? Curtiram o capitulo de hoje? 😉

O que estão achando dessa reta final da historia? Preparados para o fim dessa primeira parte?

Como sempre não poso deixar de vim pedir o apoio e suporte de vocês, bora chamar os amigos e espalhar essa historia com todos os conhecidos e desconhecidos de toda essa internet. Bora chamar o povo do whats, twitter, tik tok e quem mais puder.

#adoteUmaAutoraNacionalPobretona #ajudaEu #meAmemMeAmem

Nos vemos na próxima semana hein!

Não me abandonem.

Beijoooos

MRy.

s2

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