Amor na Segunda Volta

By CFernandes_

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Sinopse
I. Começo de um dia comum
II. Um monte de caixas
III. Nova inquilina
IV. A noite está boa para um mergulho?
V. Ressaca e um NÃO encontro
Bônus - Um conto de ano novo.
VI. Domingo é dia de... Praia
VII. Aniversário do melhor tio Uêuê
Bônus - Amiga & Tratante.
IX. Me belisca que eu estou sonhando
X. Paciente Medeiros
XI. Uma noite de ópera
XII. Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite
XIII. Almoço de domingo
Bônus - Manu
XIV. Adeus 'V'
Bônus - A primeira vez
XV. Para tirar o atraso
XVI. Pane
Feliz dia das mães!
XVII. Apagando as velinhas
XVIII. E a festa continua...
XIX. Um presente de aniversário atrasado
XX. Pelos olhos de um quase estranho e da inocência
XXI. Uma noite especial
XXII. Uma hora eu tinha que a deixar ir
XXIII. Sítio
XXIV. Uma tempestade
XXV. Volta para casa
XXVI. Uma noite em claro
XXVII. As palavras que tanto quis ouvir
XXVIII. Um beijo
XXIX. Quando a saudade bate
XXX. Sofrimento
XXXI. Confiança é uma via de mão dupla
XXXII. E aqui estou eu, mais uma vez
XXXIII. Sem memória e com muita culpa
XXXIV. A força de um amor
Agradecimentos ♥
Epílogo - Amor na Segunda Volta

VIII. Fantasmas

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By CFernandes_

O celular caiu inteiro no chão e nem pra sair a bateria quando a gente precisa...

Ricardo.

Mas o que ele quer comigo e como ele tinha conseguido o meu número? Tanto tempo sem dar notícias, tanto tempo sumido e sem se preocupar como eu estava. Ele somente sumiu. E agora volta sei lá de onde...

Mas que merda é aquela?

Agora que eu lembrei que o celular ainda estava no chão e provavelmente ele ainda estava falando. Recupero o celular do chão e o encaro com frieza, a chamada ainda está ativa e eu não sei se continuo a falar ou não.

– Alice? – Ricardo fala do outro lado da linha e eu coloco novamente o telefone no ouvido. – Ah Alice, eu sei que você deve estar chateada comigo. Mas eu realmente queria te ver. Quero conversar com você. E o que eu tenho a te dizer não é coisa que se diga pelo telefone.

– Chateada? – falo com a voz mais controlada que eu cosigo, mas ainda sim grito. – Chateada nem começa a explicar como eu sinto por você Ricardo. Você sumiu! Por oito anos! Sem dar nenhuma explicação, sem falar nada! Você SUMIU da minha vida. E gostaria que continuasse assim.

– Alice...

Eu desligo o celular. Estou tremendo da cabeça aos pés e eu sento na cadeira mais próxima que eu vejo. Meu celular começa a tocar novamente e quando eu vejo que é o Ricardo, desligo rapidamente o celular.

– Lice, o que foi isso? – Carol fala comigo, ela ainda tem a cara totalmente amassada pelo travesseiro. Ela segurava um armador de madeira que eu tinha no meu quarto, que eu usava para pendurar meus casacos. – Escutei seus gritos lá de dentro do quarto. Vim correndo.

– Pode abaixar essa madeira Carol – Carol coloca o pedaço de madeira no chão e vem se aproximando de mim.

– Desculpa Lice, é que eu só escutei os gritos, e pensei que talvez alguém tivesse invadido ou alguma coisa assim...

– Não Carol, não foi nada disso...

– Mas amiga, o que aconteceu com você? Você está meio pálida, sei lá – Carol segura minha mão. – Minha nossa amiga, você está fria demais, e tremendo! Você precisa ir no médico?

– Não Carol, eu estou bem... É que eu acabei de falar com alguém que eu achava que tinha sumido, e agora...

– Minha nossa Lice, estou ficando preocupada, diz logo quem foi, quem sabe eu não posso te ajudar em alguma coisa? – ela senta no braço da cadeira que eu estava sentada e me abraça.

– Ricardo.

– O QUÊ? – Carol fica de pé em um movimento rápido.

– Sim, ele me ligou ontem, e me mandou uma mensagem...

– Espera só um momento amiga, eu preciso de uma jarra de café para poder escutar essa história...

– Ótimo. Pois você faz o café, que eu vou tomar um banho, essa conversa com ele me fez suar frio. Aproveito e tento decifrar melhor essa história. Quem sabe eu te explico melhor.

A água fria passando pelo meu corpo me anestesia de alguma forma e eu me sinto mais calma. Ainda tenho diversas perguntas pulsando em minha mente, perguntas que eu queria saber a resposta, mas não sei se vou ter coração para tal.

Saio do banho, me sentindo me uma nova pessoa. Feridas do passado, que eu pensava que estivessem fechadas e cicatrizadas estão abertas, e parece que alguém jogava álcool em cima, pois elas ardiam como nunca.

A Alice que eu lutei tanto para mudar, a Alice insegura, amedrontada e dependente do Ricardo eram um fantasma distante e agora, fiquei com medo de me olhar no espelho e a reconhecer.

Mas eu não posso mais ser assim. Não pela Manu. Eu tenho que ser forte pela minha filha. Pela luz que ela é para mim. Vou me agarrar a esse sentimento que eu tenho por ela. Ela me fez ser forte. E por ela vou continuar sendo.

Carol já colocava uma xícara enorme de café para ela quando entrei na cozinha novamente. Ela me deu um sorriso. E eu tenho que me lembrar não somente da Manu que deu forças. Tinha a Carol e o Cauê que estiveram do meu lado.

Eles me ajudaram tanto. Me ajudaram a me reerguer e ser feliz. Não vou fraquejar.

– Senta aqui Lice. Você está com fome? Eu estou fazendo uns ovos aqui, e tem torradas se você quiser. Me conta com calma amiga. E tome seu tempo. Estou aqui para te apoiar.

– Estou sim – menti descaradamente. Meu estômago estava embrulhado e não queria comer nada. – Podemos falar sobre alguma coisa por enquanto. Quero organizar melhor minhas ideias.

Carol assente e me passa uma xícara cheia de café. Eu sento num banco da cozinha, e a Carol se ocupa em mexer as frigideiras.

Controlo minha respiração e fecho meus olhos. Estou segurando a xícara de café em minhas mãos e o cheiro que sai dali me acalma de certo modo. Não sei por onde começo. Mas quer primeiro tirar umas dúvidas com a Carol.

– Carol. Você me viu dançando com alguém ontem? – meu coração estava apertado, e eu estava torcendo para que não fosse quem eu estava pensando.

– Ah sim, um cara alto, negro e lindo... Fabio, Fabrício, alguma coisa assim o nome dele... – Carol fala e eu me sinto aliviada. Não dancei e nem vi o Ricardo ontem.

– Ainda bem...

– Alice, não é me metendo na sua vida, sei que você é dona do seu nariz. Mas você bebeu muito ontem. Eu e o Cauê te trouxemos pra casa você não estava falando coisa com nada. Você reclamava de alguma coisa, mas não consegui entender nada.

– E eu só conversei com  Fabrício não é?

– Você o conhece?

– Sim, ele é pai de um dos amiguinhos da Manu lá da escola...

– Ah sim, Logo vi. Você estava falando fácil demais com ele. E eu te conheço. Você não é muito de falar com completos estranhos... Mas fique tranquila, vocês dois só conversaram. E ele foi muito prestativo até. Ele nos ajudou a te colocar dentro do taxi.

Ai que mico! E agora como é que eu vou olhar para a cara dele agora?

– Merda Carol, King Kong da noite! E eu estava bêbada a ponto de precisar ser carregada?

– Na realidade não, ele te carregou porque você disse que não queria ir embora de jeito nenhum. Mas você ficou quietinha nos braços dele... – Carol faz uma tentativa de brincadeira, mas tanto eu quanto ela não estávamos para brincadeiras. Só estávamos adiando um assunto que nos incomodava.

– Mas a culpa é de você por eu ter bebido tanto assim! Você e o Cauê se arranjando, e eu sozinha ali, fiquei namorando uma garrafa de tequila a noite inteira...

– Desculpa amiga... Mas eu não me arranjei não, que história é essa?

– Nem adianta negar senhorita Praga, eu te vi conversando na maior intimidade com uma mulher lá na boate, tudo bem amiga. Fiquei feliz em saber que você está seguindo em frente.

– Pelo menos tentando...

– Então foi isso Carol. Ontem eu liguei para algumas pessoas, e recebi uma ligação de um número desconhecido. Falei um pouco com esse número e hoje recebi uma mensagem dele, dizendo que queria falar comigo.

– E você ligou de boa?

– Bem, o número sabia o meu nome, então eu pensei que não poderia ser uma pessoa totalmente desconhecida, mas para a minha tristeza...

– Era o Ricardo.

– Sim. Era ele. E ainda tem a audácia de dizer que eu tenho o direito de estar chateada com ele...

– Tá mais pra cortar o pinto dele fora e tocar fogo!

– Não é pra tanto amiga, mas com certeza eu não quero ver a cara dele nem pintado de ouro.

– E o que vocês dois falaram?

– Na realidade não muita coisa. eu derrubei meu celular no chão quando descobri que era ele falando e quando ele falou isso, eu disse que ele era meu passado esquecido e enterrado e gostaria que continuasse assim...

– E ele não falou mais nada?

– Eu não deixei que ele falasse. Não agora. Não assim. Ele não vai entrar na minha vida assim tão fácil. Por mim ele vai continuar morto pra mim.

– É assim que se fala Lice. Mas como você está?

– Mal. Ah Carol... O que eu faço. Ele disse que queria conversar. Mas eu não acho que ele tem direito de falar. Ele sumiu da minha vida. Saiu sem dar nenhuma explicação e agora quer conversar?

– Lice, sinceramente não sei o que te dizer agora. Não vou te dizer para falar com ele ou não. Mas eu te digo uma coisa. O que você decidir, eu vou estar aqui pra te apoiar.

– Obrigada Carol. Sei que você estará ao meu lado mesmo. Eu não quero escutar o que ele diz.

– Então não escute.

– Mas tem uma pequena parte de mim que quer saber o lado dele da história. E essa parte está me matando aqui.

– Alice – Carol deixa sua xícara em cima do balcão da cozinha, segura minhas mãos e olha fundo em meus olhos. – Não vou te dizer o que você tem que fazer. Essa decisão tem que vir de você. Você sabe como eu me sinto em relação ao Ricardo. Mas tenho que alertar a você sobre as suas decisões. Se você decidir em escutar o que ele tem a dizer, você tem que estar ciente dos seus sentimentos por ele. E como isso pode afetar a sua vida. A Manu.

Nossa filha. Quer dizer, minha filha. Ele não a criou. Ele nunca a buscou na escola. Ele nunca cuidou dela quando estava doente. Nunca escutou seus problemas. Nunca penteou seu cabelo, ajudou a fazer uma lição de casa. Ele não estava aqui.

Ah Manu... Não posso dizer nada a ela agora. Ela não suportaria. Eu não sei o que ele quer. E se ele resolver ir embora novamente? Minha filha nunca teve um pai, e está tudo bem, mas se um dia ela tiver e o perder... Não será justo.

– Minha filha. Será que o Ricardo sabe sobre ela Carol?

– Isso não sei amiga.

– E se ele quiser tomar ela de mim?

– Pode se acalmar Alice, nenhum juiz nesse mundo iria separar vocês duas. Ela é sua filha, e ele só um fantasma do passado.

– Carol... Foi tanto tempo para esquecer esse cretino, tirar ele da minha vida. E agora ele está de volta? Será que é para valer?

– Alice, minha amiga. Ele voltou. Isso é fato. Se ele vai ficar ou não, isso irá depender dele, mas a maneira como a volta dele vai influenciar na sua vida, vai depender de você.

– Você tem razão.

– Eu geralmente tenho – Carol abre um sorriso e os braços para mim. Dou um abraço na minha amiga. E então decido.

O Ricardo não vai me afetar. E eu vou escutar o que ele tem a dizer.

– Você quer fazer alguma coisa agora? – Carol pergunta. – Podemos dar uma voltinha no shopping, tomar um sorvete, assistir um filminho, sei lá, um dia de garotas, o que acha?

– Uma ótima ideia Carol.

Liguei para a minha mãe para saber notícias da minha filha e ela estava ótima e se divertindo muito com os avós. Ela me perguntou se Manu poderia passar a tarde lá com s dois e eu concordei. Não quero que a Manu me veja assim. Meu celular ainda permanecia desligado e dentro da minha bolsa.

Já passava das onze da manhã quando chegamos no shopping. Tomamos sorvete com um punhado de chocolate em cima. Passamos um bom pedaço da tarde somente jogando conversa fora e olhando as pessoas que passeavam pelo shopping.

– E aí amiga, como estão as coisas com o Samuel? Vocês vão sair ou alguma coisa assim?

Samuel! Merda! Meu celular passou a manha inteira desligada, e com a confusão toda com o Ricardo eu esqueci de ligar e avisar pro Samuel que sairíamos hoje. E nem sei se iria mesmo, meus pensamentos não estão no melhor lugar no momento.

– Merda! Ainda bem que você me lembrou Carol... – vasculho minha bolsa na procura do meu celular e o encontro. Um pequeno momento de hesitação acontece quando eu passo meu dedo sobre o botão de ligar.

– Lembrei de quê?

– Ligar pro Samuel, e remarcar nosso encontro...

– E porque você vai remarcar?

– Ah, não sei não Carol, tudo isso com o Ricardo, não vou ser uma boa companhia...

– Ih Alice, você disse que o Ricardo não ia mais influenciar na sua vida, mas o fato que você vai cancelar um encontro com um cara lindo, diz que você estava enganada sobre o poder que ele ainda tem sobre você...

– Carol...

– Alice. Deixa de besteira! O Samuel é um cara lindo, independente, e que quer te conhecer... Qual o problema disso?

– Não sei, só não sei se estou no clima hoje...

– Mais uma vez, não deixe o Ricardo roubar sua felicidade. Vá lá garota, jante com um cara lindo, e se não der certo as coisas entre vocês dois, pelo menos você jantou de graça!

– Carol, você é terrível...

– Mas eu tenho razão, não tenho?

– Tem...

– Pois então levante essa sua bunda linda da cadeira e vamos atrás de alguma coisa bonita para você vestir hoje...

– E o que tem de errado com as roupas que eu já tenho?

– Nada de errado, mas elas não dizem exatamente ‘oi, sou uma mulher linda, de 26 anos, sexy, independente e vou sair com um cara lindo’.

– E o que elas dizem?

– No máximo dão um oi fraquinho quando você encara muito – Carol pisca para mim e eu entro na brincadeira.

– E o que a senhorita sugere?

– Vamos as compras! – Carol levanta do banco em que está sentada e começa a dar pequenos pulos de alegria.

– Não Carol, deixa pro outro dia... Eu já gastei demais ontem com bebida, e eu ainda vou ter muita despesa no aniversário da Manu...

– Nada de desculpas senhorita Alice, pode levantando daí que a roupa vai ser por minha conta... Considere um investimento na sua felicidade...

– Só você mesmo...

– Sim, só eu mesmo – Carol pega minha mão e me faz levantar, logo ela começa a fazer uma busca de lojas pra encontrar algo que ela queria.

– Mas o vestido não é pra mim? Não deveria ser alguma coisa que eu goste?

– Tenho certeza que os nossos gostos são parecidos, então pode calar sua doce boquinha, que eu tenho uma coisa em mente que eu tenho certeza que você vai gostar... Então, tenha paciência que eu vou encontrar...

Enquanto a Carol me guiava pelas lojas, eu mandei uma mensagem pro Samuel.

“Sim, acordei bem, e está tudo marcado. Te vejo mais tarde.” A resposta não demorou muito para chegar.

“Ótimo, então eu te pego na sua casa lá pelas sete horas, fica combinado assim?”

“Combinado. Até mais tarde Sam.”

“Até linda Alice.”

Guardo o celular dentro da bolsa, e Carol finalmente parece ter encontrado a loja que ela queria. Ela me puxa lá para dentro e já chama uma vendedora e começa a dar a descrição mais ou menos do vestido que ela tinha em mente.

A vendedora sai apressada e momentos depois volta com três opções de vestidos. Cada um mais bonito que o outro e após uma olhada nos três a Carol me estende o mais escuro.

– É esse.

Pego o vestido azul escuro e vou para o trocador. Ele tem uma frente única, com dois botões dourados que prendem o tecido do pescoço. A saia tem uma renda linda cobrindo o tecido escuro e vai até pouco antes do joelho. Ele fica lindo em mim, e já sei até com que joias irei usar.

Quando eu saio do trocador Carol levantou os dois polegares e disse que já ia pro caixa pagar. Nem preciso experimentar nada para ter a certeza que aquele vestido seria o que eu iria levar. Quando eu estou saindo do provador, meu celular toca. Era minha mãe.

– Oi mãe.

– Oi minha filha.

– Tudo bom?

– Sim, eu só queria te perguntar se podemos levar a Manu para uma pecinha de teatro. No teatro aqui perto está em cartaz Cinderela, e ela está querendo muito ir...

– Claro mãe, sem problemas.

– Você quer falar com ela?

– Adoraria.

– Pois irei passar o telefone para ela – aguardo na linha, para escutar a vozinha mais fofa do mundo.

– Mamãe!

– Oi minha princesa. Como você está?

– Eu to feliz, mas eu estou mais feliz agora que a senhora deixou a vovó e o vovô me levarem pra assistir a Cinderela.

– Claro que eu ia deixar minha princesa.

– E depois o vovô quer me levar pra comer pizza. E eu também posso dormir aqui na vovó?

– E ela já sabe disso? – pergunto rindo.

– Sabe mamãe. Aí amanhã a senhora vem me pegar.

– A senhorita que sabe, e dependendo da hora que você quiser ir embora da vovó, a gente pode passar no parque de diversões aqui, que tal?

– Oba!!!! – ela grita no meu ouvido e eu sei que ela adorou a história.

– Mas você tem que prometer se comportar. Tudo bem assim?

– Tudo mamãe.

– Pois deixa eu falar de novo com a sua avó meu amor. Te amo muito florzinha.

– E eu a senhora mamãe – consigo escutara vozinha dela falar. ‘Vovó, a mamãe ainda quer falar com a senhora.’

– Minha filha, então vou aprontar a Manu e nos arrumar, pois a peça será daqui a pouco.

– Tudo bem mãe. Amo a senhora. Manda um beijo pro papai.

– Também minha linda. Mando sim

Depois do vestido já pago, Carol insiste que eu vá para casa e que eu vá me arrumar. E também já era tempo. Chegamos em casa umas seis horas, e eu fui tomar banho e me arrumar.

Carol insistiu em vir comigo, disse que queria fazer uma maquiagem bonita e ver se eu não amarelo de última hora. Ela ainda me obriga a usar uma lingerie bonita, que dizer, somente a calcinha pois não tinha como usar sutiã com aquele vestido. Mas que ele não vai ver tão cedo...

Sete horas eu já estou pronta, perfumada e na espera do Samuel.

Sete e quinze o interfone da minha casa toca e o porteiro diz que tem um rapaz aqui embaixo a minha procura. Eu aviso que estou descendo.

 – Me deseje sorte amiga.

– Sempre Lice. Eu vou esperar um tempinho aqui e depois eu vou pra minha casa...

– Você que sabe, sinta-se em casa.

– Não volte de madrugada Alice!

– Claro que não vou voltar tarde.

Pego minha bolsa e vou para o elevador. Desço até o térreo e já consigo ver o Samuel encostado no seu carro, me esperando. Ele está lindo, com uma camisa polo verde e uma calça jeans escura. Não consigo ver seus sapatos daqui, mas tenho certeza que são bonitos.

Eu saio pela recepção e ele desencosta do carro para falar comigo.

– Sabia que com o tempo a mais que você teria para se arrumar você ia ficar deslumbrante – Samuel me dá um abraço e um beijo no rosto. – Você está linda.

– Obrigada Sam, você também está lindo.

– Obrigado. Espero que goste de comida francesa. Conheço um restaurante ótimo.

– Adoro.

– Então vamos?

Ele me acompanha até meu lugar e abre a porta do carro. Cavalheiro. Ele vai para o seu lugar e partimos para o restaurante. Ele era muito perto do meu prédio, então não demoramos muito a chegar.

– Uau, que restaurante lindo – falo, impressionada com o lugar.

O ambiente parecia que tinha sido totalmente reformado e tinha um ar de riqueza. Uma moça bem simpática nos acompanha até a nossa mesa e ela nos informou que um garçom já viria para anotar o nosso pedido.

– Acho que já gastamos todo o papo de primeiro encontro no nosso não encontro... – Samuel fala, me fazendo rir um pouco.

– Acho que sim.

– Posso te fazer uma pergunta pessoal?

– Pode Samuel...

– Como é ter uma filha assim tão nova?

– Ah Sam, no começo não vou mentir que foi bem difícil, passei por muita coisa para conseguir criá-la direito, mas desde que eu segurei ela em meus braços a primeira vez, não sei o que eu faria sem ela.

– Que lindo... Acho que só vou entender o amor de um pai por um filho quando tiver o meu...

– E você pensa em ter filhos?

– Com certeza penso. Minha vó vive me perturbando por um bisneto... – ele ri da informação e eu o acompanho.

– Sua avó parece ser uma pessoa muito divertida.

– E ela é. Quem não a conhece, pensa que é minha mãe, de tanta vida que ela ainda tem... Ela passou por maus pedaços quando meu avô faleceu, mas com a ajuda de várias pessoas hoje ela vive como nunca.

– Imagino, mas com o apoio da família e amigos tudo pode ser superado.

– Foi o que eu sempre disse à ela...

– Vocês dois são bem próximos não é?

– Sim, eu perdi meus pais muito cedo, e então meus avós foram como pais para mim...

– Sinto muito Samuel.

– Não sinta. Eu tive pais, tive avós, tive sempre uma família pequena, mas muito unida. Não tenho muitas lembranças dos meus pais de verdade, mas as que eu tenho são felizes.

– Fico feliz por isso. Você sabe, com o meu trabalho, acabo por conhecer várias pessoas que se martirizam e ficam cheias de problemas por causa de acidentes da vida... Queria que mais deles pensassem como você...

– Mas aí você iria perder clientela... – Samuel começa a rir e eu também.

Ele é um rapaz muito inteligente. E simpático. Percebi que a avó dele o criou muito bem. Um rapaz amável e respeitador. A noite voou e conversamos sobre muitas coisas, sobre planos futuros, sobre nossos sonhos e etc. Fiquei à vontade de contar coisas da minha vida que normalmente não falo à ninguém.

Contei histórias da Manu e ele me contou histórias de quando era pequeno. O restaurante esvaziou muito durante a nossa conversa. Entre água e vinhos, minha bexiga encheu, então dei um tempinho para ir ao banheiro.

Aproveitei o tempo que tive lá e arrumei um pouco o cabelo e a maquiagem. Quando do banheiro, tive que fazer uma virada brusca por causa de uma criança que corria para o banheiro e acabei esbarrando em um rapaz.

O homem estava distraído, pois deixou cair a sua bebida no chão, deixando voar cacos de vidro para todos os lados.

– Ai, me desculpa. Eu fui desviar da criança, e acabei me desequilibrando eu...

– Alice?

Sua voz petrificou minha alma. Senhor destino, o senhor pode me dar um tempo?

– Ricardo? – falei, encarando seus olhos azuis que um dia me encantaram.

Boa tarde meus leitores e leitoras queridos ^^ Desculpem a demora em postar, mas a semana está sendo puxada com todo o processo de volta as aulas... Mas o capítulo está aí ^^ Espero que tenham gostado.

Gente, vou viajar no carnaval, portanto só teremos capítulo depois do carnaval, pois não vou ter tempo de escrever um capítulo... Mas não temam! Estou preparando um bônus querido para vocês não ficarem tanto na saudade.

Esse capítulo é dedicado à @Eduarda2906 uma leitora muito querida, Obrigada mil vezes Duda pelos seus votos e cometários tão amorosos :D

A mídia desse capítulo tem tudo haver com as emoções dele, então, quem quiser escutar e entrar no clima ^^

Me esperem nesse bônus, e se vocês quiserem dar idéias para bônus, ou avatares, estou aberta à sugestões ;D O avatar desse capítulo é o do Fabrício, e foi sugestão da linda da @DanielaMiranda2, espero que desfrutem dele ADORO. Beijos e até o bônus ;**

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