Capítulo 65 II - Apaixonados

151 18 55
                                    

Me sigam no Instagram. Lá eu posto sempre que tem atualização do livro.

@nia_escarlate

Bernardo segurou firme a minha mão, me passando a segurança que eu precisava

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Bernardo segurou firme a minha mão, me passando a segurança que eu precisava. Ele levantou, pegou um copo de água com açúcar para mim que apenas beberiquei.

Eu coloquei minhas penas juntas em cima do seu sofá macio, e ele sentou com uma perna para fora do sofá. Ambos descalços, e respirei fundo para continuar a contar tudo o que passei nas mãos de Fábio.

— Eu não lembro bem quando Fábio começou a mostrar quem realmente era. Um lobo na pele de cordeiro. Um bandido na pele de um trabalhador esforçado. Um assassino na pele de marido gentil e bondoso. — Eu fecho os olhos, tentando lembrar de Fábio. — Eu tive momentos bons com ele, mas a maioria foi apagada pelas surras sem motivo, pelos gritos altos e pela opressão. Os únicos rastros de bondade paterna que tive dele foi na infância. Lembro-me com bastante detalhe que aos seis anos ele me ensinou a andar de bicicleta. Ele me presenteou com a bicicleta, e prometeu me ensinar e bem ele ensinou.

Eu começo a reviver as memórias, nem tudo era flores, mas não significa que elas nunca existiram. Sim, existiu um Fábio amoroso e bondosos algum dia, mas ele foi apagado pelo verdadeiro ele, afinal, não aguentou segurar por muito tempo a farsa.

— Também me lembro que aos nove anos ele me ensinou a jogar sinuca, baralho... As sextas a noite ficamos jogando na varanda de casa, enquanto minha mãe lia um livro na cadeira de balanço...

Eu sinto uma dor no peito, algo bem doloroso. Tudo isso existiu um dia e lembrar que ela morreu faz meu coração ser arrancado de dentro de mim.

— Aos doze, ele me buscava na escola. Fazia muito bem o papel de papai assustador para os garotos assanhados. Ele era o meu herói. — Eu sinto as lágrimas vindo e sinto o aperto do Bernardo, mostrando que ele estava ali. — Os outros homens que moravam no meu bairro não eram exemplos. Traiam as esposas, as humilharam e alguns até as agrediam. Eu senti, por um breve tempo que minha família era perfeita.

Eu bebo um pouco da água, sentindo todo o meu corpo suar frio.

— Tudo mudou quando eu completei doze anos. Eu não sei o que aconteceu, ou o que mudou ou se algo foi feito ou dito para tudo se transformado da água para o vinho de uma maneira brusca. Mas mudou. Ele passou a beber, todos os dias, coisa que só fazia aos fins de semana dentro de casa enquanto assistia futebol. Ele passou a me olhar com desprezo, a me afastar e a descumprir todas as suas promessas. Ele nunca tinha errado comigo, nunca se quer tinha levantado a voz para mim, mas uma noite, ele fez. E foi ali que todo o meu amor por meu pai começou a ruir.

Eu respiro com dificuldade, sentindo cada vez mais forte o nó na minha garganta ficar ainda mais apertado.

Bernardo com os polegares seca as minhas lágrimas. Ele me incentiva a continua, ele ainda se mantinha neutro e eu precisa que ele se mantivesse assim, se não, não conseguia continuar.

Senhorita A - CEO | Livro I | Trilogia Mulheres Indomáveis | Concluído ✔ Onde histórias criam vida. Descubra agora