Capitulo 47 - Esse é o meu reflexo

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@niaescarlate

Tudo o que eu queria era que fosse um pesadelo

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Tudo o que eu queria era que fosse um pesadelo. Daqueles que te amedrontam pra valer, mas após acordar, tudo não se passou de algo que sua mente criou.

Eu desejava isso desde que minha mãe morreu. Desde que eu a vi, morta no chão da cozinha com uma poça sangue ao seu lado. Também desejei isso após a primeira surra que tomei de Fábio.

Eu não consegui acreditar que essas tragédias estavam acontecendo em cadeia em minha vida. Uma atrás da outra. Uma mais dolorosa que a outra. Uma mais sufocante que a outra.

Era para haver um limite? De dor. Deveria haver isso? Porque comigo o limite sempre estourava e aumentava. Chegou um tempo que eu não conseguia mais reagir, não tinha mais forças e preferi simplesmente fechar os olhos e me entregar a sorte, que eu achava que já tinha me abandonado a muito tempo.

Era um vazio doloroso que me assombrava. E agora esse vazio está aqui, me preenchendo e matando tudo que eu demorei anos para criar, para dar vida.

Quem é Antonella Alencastro?

Quem deveria ser Antonella Alencastro.

A menina que reclama de tudo em sua volta, que nada estava perfeito. Essa era eu? A menina fria que presenciou seu pai matar sua mãe, era eu? A menina que apanhava do pai, que se apagou por causa do medo, das surras, era eu?

Quando foi que eu me perdi de mim mesma? Quando foi que eu parei de me reconhecer ao espelho?

Tantas perguntas sem respostas, sem nenhum caminho evidente para ser tomado. O que eu farei quando Fábio me achar novamente? Eu travei! Eu fui tão burra!

Cadê aquela coragem toda, Antonella!? Cadê aquela afronta! Cadê aquelas respostas afiadas mais que navalha?

Eu não estava só me afogando em minhas angústias. Eu desidir não sair da banheira, mesmo sentindo todo o ar me escapar. Eu segurei firme na banheira, querendo mesmo que tudo acabasse.

Eu já tinha tentado me matar antes. Já quase me joguei de um prédio. Já cortei os meus pulsos. Eu era agora, nesse momento, apenas uma casca oca.

Me sentei na banheira, com a respiração descontrolada, com o coração acelerado. Mas nada doia. Talvez Fábio tenha tirado o meu senso de dor... Eu precisava sentir algo.

Não conseguir me encarar por muito tempo no espelho, arranquei o curativo do meu olho e fechei os olhos para não gritar. Por que eu estava tão sufocada?

Senhorita A - CEO | Livro I | Trilogia Mulheres Indomáveis | Concluído ✔ Where stories live. Discover now