🏆1° lugar na categoria romance - Concurso Mystic Queen
ESSE LIVRO CONTÉM GATILHOS
Antonella Alencastro é uma mulher ambiciosa, de personalidades forte, e é marcada por um passado violento. Seu pai agredia a sua mãe até a fatalidade acontecer, ela...
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@niaescarlate
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Uma semana depois...
Vejo os olhos da minha orientadora do grupo de apoio. Os lábios dela se mexem, bem devagar, enquanto ela vai explicando como será a rotina dessa semana.
- Vamos começar com você, Antonella. Já está pronta para falar? - Cristal pergunta, abrindo um sorriso gentil e perfeito.
Eu seguro firme a ponta do meu suéter preto, a cor predominantes que usei por toda semana. Preto não era só a cor do luto, porque eu não estava sofrendo pela morte de ninguém. Eu estava dizendo a mim mesma que era a última semana da escuridão que me envolvida.
Eu não a queria mais. Ela não morreu, eu também não a matei, mas decidi deixar ela ir embora depois de um tempo. Pode parecer maluquice, eu sei, mas ela era uma outra versão de mim que esteve comigo, me alimentando e me mantendo de pé.
Eu não podia ignora-la. Não podia negligenciar sua importância. Foi nela que eu me mantive forte, que caia e levantava. Ela merece o meu respeito e justamente por isso o preto nas roupas. Única forma digna de homenagea-la.
- Olá, me chamo Antonella. - Eu digo, parando de brincar com o meu suéter.
Olho para cada um das pessoas que estão numa espécie de círculo. Cada um deles começou a tomar antidepressivos no mesmo dia que eu, então foi bom entrar no grupo de apoio e ver que aquilo não só me afetou... eles também foram vítimas.
Vítimas do antidepressivo.
- Olá Antonella. - Todos dizem em unissom, eu respiro fundo abrindo um fraco sorriso.
Coragem, Anne. Você não fez e sofreu isso tudo para morrer no meio do caminho.
- Comecei a tomar antidepressivo a uma semana. - Eu começo dizendo, com a voz fraca. - Eu já sofri muito, mas nunca tinha ingerido essa droga!
Todos rirem, e eu tambem acabo soltando uma risada colocando o cabelo colorido demais para trás da orelha que cai em suaves cachos pelas costas.
- Lembro-me da primeira pílula que ingeri. - Eu digo passando a língua pelos lábios rececados. - Eu não senti nada, apenas o gosto amargo ficou na minha língua pelo resto da manhã. Mas a pílula da noite... mexeu comigo pela primeira vez.
Eu pauso. Respiro fundo, passando as mãos suadas pelo macacão jeans que está preso a minhas pernas magras, bem mais magras do que eu me lembro.
- Eu vomitei a noite inteira. Eu queria colocar aquele remédio para fora, mas ele foi a única coisa que não saiu de dentro de mim. - Eu digo contorcendo o rosto em uma cara de nojo. - Agnes, minha companheira e amiga de quarto, segurou os meus cabelos praticamente a noite toda. Eu a agradeço sempre por isso, porque eu estava me sentindo sozinha. - Eu digo abrindo um sorriso, sentindo as lágrimas caírem.