🏆1° lugar na categoria romance - Concurso Mystic Queen
ESSE LIVRO CONTÉM GATILHOS
Antonella Alencastro é uma mulher ambiciosa, de personalidades forte, e é marcada por um passado violento. Seu pai agredia a sua mãe até a fatalidade acontecer, ela...
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@nia_escarlate
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Já havia se passado um mês e era dia de festival na cidade deles. Eu tinha acabado de desligar a ligação com Ananda que estava triste por eu ter descumprido o combinado. No começo era para que eu ficasse seis meses na Itália e seis meses em Paris. Mas eu já estava a um ano na Itália já com a passagem pronta para Paris para mais um ano.
Ela compreendeu, mas eu senti a tristeza em sua voz. Isso me magoava, eu estava tão perto e mesmo assim eu não deixava de magoar a todos a minha volta. Eu respirei fundo pegando a minha bolsa e seguindo para o carro.
Alyssa e Fábio estavam seguindo firmemente uma pista falsa sobre Isabel. Eles ainda estavam mostrando acreditar em tudo que Gabriel e James jogaram por aí. Marisol, minha prima, também estava ajudando a manter eles dois longe. Mas isso não significava que eu não tinha que manter meu disfarce de sobrinha revoltada.
Quanto mais eu mentia mais longe eles ficavam da verdade e eu mais mal ficava. Não é como se eu soubesse mentir e isso me fez lembrar de Valentina. Ela me disse uma vez que eu nunca fui moldada para mentir e ela estava certa.
O caminho todo eu percorri devagar, tranquila, mesmo estando completamente nervosa e ansiosa. Eu já tinha falado com James que estaria ao longe me vigiando em alerta para qualquer coisa. Eu já estava arrependida quando entrei na cidade, o que eu estava fazendo era loucura movida por sentimentos que poderiam matar todos nós.
Eu bato a porta do carro, e me olho meu reflexo no vidro. Meus cabelos estavam acima dos ombros com um castanho intenso nas pontas. Eu me sentia bem, mais madura, mas não era pelo corte de cabelo e sim por todo o progresso que eu estava tendo. Mas a dúvida de estar fazendo algo errado ainda me deixava com medo.
A cidade estava enfeitada com flores. Tinha pétalas voando por todo lado que dava um verdadeiro ar de fantasia romântica. Eu abri um sorriso enquanto via as pessoas dançando na praça, outras andando normalmente conversando, todos aqui pareciam felizes. Continuo andando despreocupada, como se estivesse mesmo curtindo o evento, porque eu realmente estava.
Eu sentei num café enquanto mexia no e-mail do celular, depois fui a praça ver uma peça de teatro que estava acontecendo ali. Caminhei mais um pouco depois do espetáculo e parei ao ver lírios do campo. Eu sentia o choro se embolando na minha garganta, mas permaneci firme.
Eu aliso as flores, me aproximado delas e sentindo o aroma. Eu me quase não recordava do cheiro porque desde que perdi minha mãe eu não conseguia mais olhar nenhum tipo de flores que lembrava de seu pequeno jardim em casa.
— Também gosta de lírios do campo?
A voz faz todo o meu corpo estremecer, eu fecho os olhos respirando fundo antes de virar e encontrar os seus olhos. Era ela. Era a minha mãe bem diante dos meus olhos. Seus cabelos castanhos estavam ainda longos como eu me lembrava, seus olhos castanhos ainda eram sorridentes e seu sorriso ainda iluminado. Parecia que anos de tristeza nunca tinham chego a ela.
