🏆1° lugar na categoria romance - Concurso Mystic Queen
ESSE LIVRO CONTÉM GATILHOS
Antonella Alencastro é uma mulher ambiciosa, de personalidades forte, e é marcada por um passado violento. Seu pai agredia a sua mãe até a fatalidade acontecer, ela...
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@nia_escarlate
⚠️ Atenção, nesse capítulo contém cenas de violência contra criança e possível suicídio. Fique a vontade se quiser pular a leitura. Obrigada.⚠️
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Oito anos atrás...
Ouço um barulho alto que me faz levantar da cama rápido demais que me deixa zonza. Meu coração pula em meu peito forte demais. Minha respiração falha e eu sento atrás da porta e tento me acalmar pensando na Antônia e desviando as cenas que insistem em voltar a minha mente pra me aterrorizar.
Fábio bêbado, com o cinto marrom em mãos. Seus olhos vermelhos, vazios e com muita raiva. O cinto golpeando minha pele por cima dos outros machucados recentes que ele já havia feito da primeira vez. Meu choro abafado e eu sem voz pedindo socorro.
Apoio a cabeça em meus joelhos e seguro levemente minhas pernas machucadas e choro baixinho.
Quando isso vai acabar? Quando que ele vai parar de me bater sem motivo? Quando que ele vai me bater tanto que minha alma prefira sair do meu corpo e fique finalmente em paz ao lado da minha mãe, onde é que ela esteja.
Ouço o barulho de novo que me desperta curiosidade. Visto uma calça jeans e uma blusa azul de manga longa, prendo o cabelo em um rabo de cavalo respirando fundo pra sair do meu quarto.
Faz exatamente dois dias, desde a última surra, que eu não vejo Fábio. Eu só saio do quarto após ter certeza que ele já foi trabalhar e volto uma hora antes dele chegar para da tempo de fechar as janelas, e colocar móveis atrás da porta.
Eu vou seguindo o barulho que da até o quarto onde era de Antônia. Coloco o rosto ali para ver o que Fábio está aprontando agora. Vejo várias caixas jogadas no chão, ele furiosamente joga as roupas dela ali dentro e procura algo no armário dela.
O que será que ele está procurando?
Ele olha pra porta, onde eu estou e eu tento voltar pro meu quarto, mas a voz irritada e rude me faz parar.
- Estava bisbilhotando? - Ele pergunta parado na porta e eu me viro pra encara-lo.
Ele está vestindo uma blusa marrom de botões e uma calça jeans surrada com o temível cinto prendendo-a em sua cintura. Seus cabelos estão molhados de suor e olhando bem, sua blusa também, bem abaixo do braço.
- Você está fazendo muito barulho. Estava apenas passando pra tomar café da manhã. - Eu digo e forço minhas pernas a caminharem.
- Hoje você não pode fugir de mim. É sábado. - Ele diz segurando forte o meu braço e eu abaixo a cabeça controlando minha respiração.
