🏆1° lugar na categoria romance - Concurso Mystic Queen
ESSE LIVRO CONTÉM GATILHOS
Antonella Alencastro é uma mulher ambiciosa, de personalidades forte, e é marcada por um passado violento. Seu pai agredia a sua mãe até a fatalidade acontecer, ela...
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Bato a porta do apartamento com força. Uma vontade de gritar me invade queimando minha garganta e o meu peito. Meus pulmões estão cheios, minha cabeça lateja, minhas roupas estão molhadas no meu corpo e grudentas, e meus olhos se enchem de lágrimas. Pego a primeira coisa que vejo pela frente e taco na parede ouvindo o som do vidro se quebrando.
Pego outra coisa e taco com mais força. Um choro compulsivo me invade e eu deslizo até o chão e choro.
— Anne? O que houve? — Ouço a voz de Ananda, mas não levanto minha cabeça pra olha-la.
Sinto suas mãos quentes em meus braços, ela me abraça segundos depois e sussurra que vai ficar tudo bem, e eu continuo a chorar, tentar aliviar a pressão sem colocar uma gota de álcool na boca.
— Me diz por favor o que houve? Ouvi de lá de fora você quebrando e gritando. — Ela diz e puxa o meu queixo para encara-la.
O rosto dela é meigo, ela me lembra um pouco Antônia, com a calma e o jeitinho carinhoso comigo. Tento não entrar em crise, tento não lembrar de como ela morreu, tento não lembrar de Fábio e concentro toda a minha raiva neles...
— Eu fui humilhada lá naquela casa, Ananda. — Eu digo e ela apenas me escuta com atenção. — Eu sei que não sou fácil, sou teimosa, durona, irritante e implicante na maior parte do tempo. Sei que também sou competitiva e que não gosto de perder, mas o jeito que eles dois me trataram, o olhar frio e raivoso que direcionam pra mim, me fez sentir mal. Me fez lembrar de Fábio e de tudo que fiz pra sobreviver. — Eu desabafo e Ananda me dar um braço apertado.
Ficamos ali por um tempo, sinto minha mão dolorida, devo ter me cortando, ela me afasta pelos ombros e seca meu rosto e sorrir.
— Você não é a Antonella que eu conheço. — Ela diz sorrindo. — Não deixe que ninguém te coloque pra baixo e te humilhe. Mostre pra eles que você é forte e isso não vai te derrubar tão fácil. — Ela aconselha e se levanta estendendo a mão delicada para mim.
— E se eu não conseguir, Ananda? Cada palavra que eu ouvir hoje de Bernardo me lembrou as atitudes de Fábio... o aperto de Valentina em meus ombros, o olhar frio e raivoso que ela direcionou pra mim, me lembrou que minha mãe está morta. Que eu não tenho mais família! — Eu digo e Ananda se agacha sobre os calcanhares e me encara séria.
— Eu sou o que pra você, Antonella? — Ela pergunta e eu encaro seus olhos azuis.
— Minha melhor amiga, minha irmã... minha família. — Eu digo respirando fundo pra controlar meu choro.
— Eu sou a única família que você tem. Valentina é sua mãe adotiva, mas tenho minhas dúvidas sobre ela. Bernardo é um idiota mimado, não ligue pro que ele diz. Apartir do momento que você deixa alguém te humilhar, ela acha que está no direito de fazer de novo e de novo. Não permita a eles isso. — Ananda diz, e algo no olhar dela terno me diz que ela está certa.