Capítulo XXIII - A noite de Roma

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Fizeram várias passegiatte noturnas. Naquele dia foram a uma discoteca-boite, ou algo parecido, dançaram, beberam até altas horas e retornaram bem tarde pra casa. Nos outros dias também se seguiu a mesma trajetória: conhecer Roma de dia, conhecer Roma de noite.

Uma noite, Berta os levou a um teatro, depois foram jantar e então dançar num lugar maravilhoso. Wandreley estava radiante e Giuliano de boca aberta com a noite que estavam tendo.

Desacostumados de beber, os amigos foram se embriagando e mais tarde, Giuliano quis fazer uma loucura:

- Eu quero tomar banho na Fontana di Trevi.

- Isso é loucura, Gliuliano - desaconselhou Berta, - pode dar até cadeia.

- Ah, que isso, Berta? - perguntou Wanderley. - Onde já se viu vir a Roma e não tomar banho na Fontana di Trevi?

- Meus queridos, isso é coisa de filme. Não se pode fazer isso...

Tanto insistiram que se dirigiram à Fontana e "sem querer", Giuliano caiu nas águas da fonte e gritava para que Wanderley o fosse salvar. O outro amigo deixou-se cair dentro da fonte e realizaram o grande desejo.

Berta, enlouquecida no carro, se divertia com os amigos, duas crianças àquela hora da manhã. Ria, mas estava preocupada com la polizia e com o que eles diriam aos guardas.

Quando os carabinieri apareceram, assustaram-se e resolveram parar com a brincadeira e voltaram pra perto de Berta. A mulher teve que explicar aos policiais italianos que os amigos eram brasileiros, estavam bêbados e caíram na fonte.

- Sai do carro, Berta - chamou Giuliano. - Aqui fora está gelado, mas está bom.

- Imagino o fogo que vocês devem estar pra acharem que esse frio todo está gostoso - gritou ela enérgica. - Parem com isso e entrem no carro.

Entraram então, morrendo de rir e começaram a tirar as roupas molhadas e a se vestirem com as roupas secas que deixaram dentro do carro. Wanderley pegou então uma garrafa de vinho e bebeu um gole, oferecendo ao amigo depois:

- Pra tirar a friagem - explicou e riu.

Giuliano também tomou do vinho e continuaram bebendo até a casa de Berta. Esta ao volante nada dizia.

Entraram em casa e Berta providenciou pra que ambos trocassem de roupas e se aquecessem melhor. Rindo muito os amigos continuaram bebendo vinho e Berta resolveu que também ia beber mais.

- Aí, amiga - vibrou Wanderley, - tem que ser assim. Vamos comemorar a nossa estada em Roma com bastante vinho - abraçou a amiga ao dizer isso.

- Olha vocês dois aí abraçados - brincou Giuliano, - eu vou ficar com ciúmes.

- Não precisa, Giu – ela piscou para ele, - eu amo vocês dois.

- Isso sim - bradou Giuliano, levantando-se e abraçando os dois.

- Meu Deus, meninos – observou Berta, - eu não quero atrapalhar nada.

- Você não está atrapalhando nada, querida – disse Wanderley alto. - A gente está todo mundo feliz e a gente se gosta muito - beija a amiga.

Giuliano, não se fazendo de rogado, beija também a amiga e Wanderley. E os três abraçados não se distinguia quem abraçava ou beijava quem. Eram todos amigos e todos se amavam, de qualquer forma de amor que pelas suas cabeças passava...

O FILHO DE BERTAWhere stories live. Discover now