Capítulo XVII - Carmem e Giuliano nas ruas de Juiz de Fora

4 0 0
                                    

Chegados da viagem ao sul do continente, um mês depois, estavam ainda em plena lua-de-mel.

Casa nova, a primeira noite do casal foi perfeita. No dia seguinte, Carmem lhe trouxe café na cama.

- Meu Deus! Eu não estou acostumado com isso, não – assustou-se ele acordando e beijando a esposa.

- Mas isso é só hoje, querido – advertiu ela sorrindo. - Você acha que agora eu começando a trabalhar de novo vou ter tempo para isso?

- Mas é bom. Senta aqui - arredou-se na cama para que ela se assentasse perto dele. - Vamos tomar esse café como nunca.

Brincaram com o desjejum enquanto conversavam a respeito da vida voltar ao normal. Tinham que voltar aos empregos, voltar a viver o dia a dia.

- Você volta para as empresas do seu pai que dia? - perguntou Carmem.

- Amanhã. Disse a ele que precisava só de hoje para descansar da viagem e rever Juiz de Fora. Podíamos sair passeando. O que você acha?

- Sim. Olhe são dez horas. Podemos ir passear no calçadão, tomar um sorvete na Oásis.

- Na Oásis? - perguntou.

- Claro! Lá tem a melhor Banana Split da cidade. O cara que a faz, faz tão bem que vale a pena sentar lá e cometer o pecado da gula.

- Eu gosto da Oásis. Fiz já vários lanches lá. O pessoal é ótimo.

- Então vamos – levantou-se Carmem tirando o café da cama.

Vestiram-se e saíram a passear pela cidade. Juiz de Fora é um lugar maravilhoso para se andar pelas ruas, ver gente, lanchar, enfim, para se pensar.

Estavam dentro das Lojas Americanas, quando encontraram um amigo comum: - Gilson. Estudaram juntos e era um prazer ver o rapaz tão bem. Parecia estar satisfeito com o que a vida lhe dava.

- O que você está fazendo, Gilson? - perguntou Carmem.

- Trabalhando muito. Tenho um pequeno negócio. Malharia. Mas tudo anda muito bem.

- Já casou? - perguntou Giuliano.

- Não. Acho que nem vou. Eu não gosto muito de ficar preso a uma pessoa só. Vocês sabem disso. Ando por aí... – ele fez um gesto evasivo.

- Cuidado, menino. Hoje em dia as coisas não andam tão fáceis - brincou Giuliano.

- Não, meu amigo. Eu me cuido - respondeu o rapaz. - Mas e vocês? Estão com uma cara de lua-de- mel...

- E estamos mesmo - respondeu Carmem. - Você não sabe que a gente se casou?

- É mesmo? Que legal! - exclamou o rapaz, mas notava-se que o sorriso lhe sumira da face. - Eu não soube.

- Mas nós te mandamos o convite - lembrou Giuliano.

- Eu não recebi. Mas eu me mudei há dois meses. Deve ser por isso. Mas que bom. A gente se vê depois – despediu-se ele apressadamente.

- Claro! - respondeu Carmem. - Venha nos visitar.

- Com certeza, amigos. Um beijo.

Saiu e sumiu dentro da loja. Carmem comentou com Giuliano:

- Que estranho, ele me pareceu não ter gostado da notícia.

- No mínimo era a fim de você - respondeu Giuliano.

- Ou de você, querido - brincou ela sorrindo. - Vocês nunca tiveram nada?

- Oh, Carmem, isso é coisa que se pergunte a um marido?

Rindoos dois continuaram andando e vendo coisas. Não compraram nada e saíram paratomar sorvete.


Sorveteria Oásis – Uma antiga sorveteria de Juiz de Fora na Av. Rio Branco. Sensacional!

O FILHO DE BERTAWhere stories live. Discover now