Capítulo XXXIII - Berta chegou ao Brasil

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Enfim, chegou o dia da chegada de Berta. Wanderley e Giuliano foram ao Aeroporto do Galeão esperar a amiga. Como sempre a ansiedade da espera, a liberação da bagagem, ela trouxe muita coisa, a burocracia normal e de repente, ela apareceu na área reservada àqueles que esperam os amigos.

- Berta - gritou Giuliano, - estamos aqui.

- Oi, queridos - sorriu ela ao vê-los. - Que bom que vieram. Achei que seria o maior transtorno chegar a Juiz de Fora.

- Claro que não deixaríamos você sozinha - observou Wanderley.

- A viagem foi boa? - perguntou Giuliano.

- Ótima, mas é sempre muito cansativo. Ainda mais com uma barriga dessas - mostrou a barriga grávida de nove meses.

- Nossa - brincou Wanderley, - você está imensa.

- Puxa! Que elogio - zombou ela rindo.

Apressaram-se em sair do aeroporto e já no carro a caminho de Juiz de Fora, continuaram a conversar:

- Mas, Berta, que loucura foi essa de neném? - perguntou Giuliano.

- Uai, apareceu - comentou ela. - Você não imaginou que eu abortaria, não é?

- Se abortasse seria uma mulher morta - enfatizou Wanderley.

- Meu Deus! Que horror! - brincou ela. - E como estão vocês? O que estão pensando disso tudo?

- No início foi muito estranho - comentou Giuliano. - Wanderley pulou de alegria e eu fiquei meio preocupado com o fato de sermos pais. Agora a coisa está mais soft. Creio que soubemos esperar pelo acontecimento.

- Eu pensei muito se contava ou não pra vocês. Depois disse que seria uma sacanagem não dizer nada. Mas aí eu me preocupei em relação ao fato de que vocês mantém um relacionamento lindo e estável e teriam a notícia de que um seria pai. Como eu mesma não teria como saber de qual dos dois é o filho, optei por dizer que vocês serão pais – definiu ela.

- Achamos isso ótimo - concordou Wanderley. - Você sabe do meu trauma por ter perdido um filho com Ligia...

- Sim, mas ainda assim, Wanderley - observou ela, - é um fato muito maluco na cabeça de muita gente. Como podemos dizer ao mundo que nós três vamos ter um filho?

- Nossos amigos estão achando um barato - lembrou Giuliano. - Marcelo e Julio acham fantástico.

- Sonia também gosta, mas ainda creio que ela deve estar me achando uma louca.

- Por quê? - perguntou Wanderley.

- Por que, Wanderley? - perguntou ela enfática. - Você ainda pergunta porquê.

- Meu amigo, nossa situação é coisa de filme. E comédia. Imagina nossos pais sabendo que vamos ter um filho, nós três.

- Meus pais não sabem de nada, mas acreditam que você vai ter neném no Brasil porque é de algum brasileiro que a gente conheça – comentou Wanderley.

- Ah, que ótimo! Eu não disse nada em casa - afirmou ela, - não preciso dizer nada. Mas vamos ver como acontece.

- Eu acho que vai ser legal - comcluiu Giuliano. - Tudo o que fizemos até hoje foi legal. Nada de tão louco. Eu acredito até que se nós dois fôssemos duas bichas, que nunca tivessem se casado, que nunca tivessem transado com uma mulher, seria muito mais difícil até pra população entender. Já entenderam o fato de Wanderley e eu morarmos juntos depois de tudo. Acho que vão achar mais uma coisa que "só vocês pra fazerem uma coisa dessas", como dizem sempre.

- Você é ótimo, Giu - riu Wanderley. - Mas Berta, quais são os seus planos?

- Meus planos... Não sei ao certo. Quero que meu neném nasça forte e sadio e que todos fiquem felizes com ele e depois não sei.

- Você não volta pra Itália? - perguntou Wanderley.

- Claro que volto - respondeu ela. - A Itália é o meu país. Adquiri aquilo lá e aquela loucura de lá me adquiriu. Não posso viver no Brasil com o que construí lá. Tenho minha casa, minha firma, minha vida é lá.

- Pensa de voltar logo? – perguntou Giuliano embora não quisesse a resposta.

- Não sei. Como no Brasil eu tenho licença gravidez do meu emprego. Minha firma está por conta de um sócio de confiança – explicou ela. – Mas é complicado ficar fora do seu negócio por muito tempo.

- Que bom – exultou-se Wanderley. - Pensei que não teríamos tempo de ver direito a criança.

- Ih, vocês vão poder enjoar de vê-la - brincou ela rindo.

- Isso é ótimo! - sorriu Giuliano. - Vamos parar pra um lanche?

- Claro! - concordou ela, - Eu estou faminta.

Pararam no restaurante da beira da estrada. Berta não se alimentava desde a noite no avião. Precisava comer algo e ir ao banheiro. Demoraram pouco e voltaram ao caminho.

O FILHO DE BERTAWhere stories live. Discover now