Capítulo 21-A dor da rejeição.

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Boa leitura!

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AMANDA

Quase um mês se passou depois do acidente. Foram dias e mais dias de angústia. Enzo deu entrada no hospital em estado grave. A colisão com o carro machucou um de seus pulmões, causando-lhe uma pequena hemorragia interna.

Os médicos decidiram deixá-lo em coma induzido, pois, segundo eles, Enzo teria uma recuperação mais rápida. E foi exatamente isso que aconteceu, sua recuperação veio antes do prazo previsto pelos médicos.

Durante todo esse tempo, o hospital foi o lugar onde passei, praticamente, a metade do meu dia. Não conseguia sair de lá e deixá-lo sozinho. Eu queria estar ao seu lado, quando os médicos decidissem interromper o coma e acordá-lo.

Todos da família estão destruídos com tudo o que aconteceu. Contudo, tia Isabela é a que se encontra em estado mais lastimável. Sua doença, que estava controlada há anos, explodiu sendo necessário a intervenção de psicológico e psiquiatra.

Sem contar que ela sofreu bastante, revivendo todo passado novamente, ao ter que explicar tudo o que estava acontecendo a Felipe, seu filho com tio Lucas. Ele pareceu aceitar de boa o passado da mãe, talvez por não ter feito parte dele. Só não sei se ela terá essa mesma compreensão por parte do Enzo. Será o fim de tia Isabela se ele não quiser perdoá-la.

Os médicos avisaram a família que tirariam Enzo do coma hoje. Até então, a ansiedade, o nervosismo e o medo me dominam. Mal consegui dormir, mesmo tendo a companhia da Lorena, a minha "medrosa favorita".

Durante à noite, ela abria os olhos discretamente e falava com a voz grogue de sono, ao me ver acordada: "Enzo vai te perdoar. Agora vê se dorme"  Ela sabia que o meu maior medo, era ser rejeitada por ele ao acordar do coma.

— Vamos Lore! Já estamos atrasadas! — falo alto, dando o último retoque na maquiagem em frente ao espelho do meu quarto.

— Os médicos mandaram a família chegar às 9:00h. Pelo que estou vendo aqui no meu relógio, ainda falta mais de uma hora — ela contrapõe de dentro do banheiro. — E não reclame, porque também já fui vítima dos seus atrasos.

— Mas, faz mais de meia hora que você está ai dentro. Dava para tomar dez banhos — replico.

— Estou pronta! — ela diz, saindo do banheiro, depois de alguns minutos.

— Ufa! Até que enfim! Vamos! — pego minha bolsa em cima da cama e caminho em direção a porta.

— Amanda... — Lorena sussurra meu nome, antes que eu abra a porta. Viro-me e me deparo com seus olhos tensos e marejados.

— Oi... — murmuro, sentindo um nó se formar em minha garganta ao vê-la com cara de choro.

Esses dias estou muito sensível. Tenho chorado fácil e por qualquer coisa.

MARCAS DO PASSADO(Finalizada)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora