Autor de Propósitos - Trilogia Autor. #1 (Concluído)

Capítulo 60

- Es-es-estou ten-tentando, mas está fi-fi-ficando pior. Eu achei que tinha pa-pa-pa passado e-e, agora, eu queria ser feliz.

- Deus está cuidando do seu coração, você precisa manter a fé que tem dentro de você, porque vai valer a pena. Sei que você só queria sorrir agora, e a prova ainda não acabou, mas ela vai acabar. – Sequei às maçãs do seu rosto.

- Quando? – Perguntou, voltando a chorar.

- Eu não sei, bonequinha. – Olhei, seus olhos inchados e senti meu coração apertar dentro do peito.

- Não quero ver ele de novo, ele me destruiu Let! – Me abraçou.

- Xiu. Calma. Calma. – Passei a mão em seus cabelos.

Não aguentando mais me fazer de forte, chorei no meio do nosso abraço.

Eu ouvia os soluços de Sofia, e não conseguia consola-la, porque meu coração também precisava de um consolo.

Eu não conseguia secar suas lágrimas, não conseguia parar de chorar, não conseguia controlar minha dor.

Sôh, estava sofrendo lembranças de um passado nunca esquecido, um passado que ainda está se fazendo presente, e ela não estava sabendo lidar com tudo isso... E nem eu.

- Ah! Deus! Me ajuda! – Ouvi, sua súplica dolorosa e trêmula.

Permiti que mais lágrimas escorressem de meus olhos.

Ver como ele acabou com a vida dela me deixava ferida.

Eu sentia à sua dor.

- Let? – Chamou-me baixinho.

- Que foi, bonequinha? Quer alguma coisa? – Respirei fundo.

- Lig-liga pro Ethan, po-por favor?! – Parou de falar e voltou a chorar, compulsivamente.

- Eu ligo. – Me afastei do abraço, enquanto Sofia, abraça às pernas e chorava.

Procurei sua bolsa, enquanto me sentia totalmente perdida, por conta das lágrimas em minhas escleras.

Depois de achar o aparelho, fui nos favoritos do seu celular e fiz a ligação.

Um toque.

Dois toques.

Três toques.

Ele atendeu.

- Ruivinha? – Atendeu com o tom desesperado. – Fala comigo!

- Ethan! Desculpe ligar essa hora, mas Sofia pediu – Me manifestei na linha.

- Não tem problema e você sabe disso, me deixe falar com ela? – Assenti, mesmo que ele não pudesse ver.

Meu modo automático estava ativado, já que em minha mente eram só borrões e mais borrões.

- Deixa no viva voz, Let. – Se pronunciou, assim que estiquei o celular.

Assenti, fazendo o que ela pediu, e ouvi a voz de Ethan.

- Ei, ruivinha! O que aconteceu? Teve pesadelos? – Perguntou com mansidão e carinho.

- Eu-eu, não consigo dormir, amor. – Fungou. – Toda vez que fecho os olhos, vejo aquele rosto e ouço sua voz em desespero suplicando... Perdão. – Tentou se recompor do choro, mas não conseguiu.

- Eu sei que já te falei isso, e você não quis ouvir, mas você precisa perdoa-lo. – Amenizou a voz.

- Amor! Eu não consigo! – Se desesperou.