•Sessenta e Nove•

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Acordamos felizes obviamente. Fumamos um baseado, fizemos uma rapidinha no chuveiro e descemos pra tomar o café da manhã.

No final das contas, estendemos uma toalha no quintal, perto das flores da minha mãe, montamos o café da manhã ali e passamos um bom tempo conversando e comendo.

Ale estava deitado no chão, com a cabeça em seus braços e ele olhava pro céu. Passei alguns minutos apreciando ele até que peguei meu celular e subi em cima dele que sorriu.

-O que tá fazendo? -Perguntou e dei um sorrisinho.

-Olha pra mim. -Pedi e ele ficou serio e me olhou. Tirei a foto e me deitei ao seu lado novamente apreciando meus dons de fotografia... O modelo ajudava um pouquinho.

Como que pode ser tão bonito? Ainda bem que é SÓ meu

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Como que pode ser tão bonito? Ainda bem que é SÓ meu.

-Sabe o que eu tava pensando? -Perguntou ele e fiz um "hm?" Sem o olhar, focada no celular. -Acho que eu gosto de você. -Ele falou e senti meu coração errar uma batida. Agora eu olhei pra ele.

-O que cê falou? -Perguntei pra ter certeza que ouvi direito.

-Acho que to gostando de você, Kim. -Falou se virando de lado pra me ver sustentando a cabeça com a mão direita. - Você me faz bem, tá ligado? De uma forma que eu não sei explicar, que nenhuma mina fez isso antes, você é inteligente, independente, madura, mas as vezes parece uma criança, é teimosa, marrenta, linda, gostosa... Eu posso passar o dia todo falando de você. -Falou ele e riu. -E mesmo assim continuar tendo muita coisa pra falar, porque você é um saquinho de surpresas. Nunca senti isso por ninguém, sempre tratei as meninas como lixo. -Falou e fiz careta.

-Era essa a sua intenção quando começou a falar comigo? -Perguntei e negou.

-Nunca pensei em te tratar como lixo. Ao contrário. Desde que te vi, sabia que era diferente e teria que te tratar diferente se não perdia, além do mais, nem da pra te tratar como lixo. -Falou e fiquei contente com a resposta.

-Também acho que gosto de você. -Falei e abaixei a cabeça. -Por isso parei de falar com você. -Falei de cabeça baixa (pela primeira vez em anos) e ele logo levantou meu rosto.

-Como assim?

-Não sou de sentir essas coisas. Pensei que não tinha capacidade de me apegar e gostar de alguém, JÁ que nunca fui apegada as coisas, só da minha família. -Falei e revirei os olhos. -Mas ai tinha você. A gente já estava tão envolvido que eu tava assustada. Achei que a melhor forma era me afastar de você, que ai eu parava de sentir essas coisas. -Falei e ele mantinha sua mão no meu cabelo.

-E funcionou?

-Não. Muito menos quando começou a namorar a cachorra da Milena. Queria socar a cara de vocês dois no asfalto e depois passar cortando de giro por cima. -Falei e ele riu.

-Eu via seu olhar matador. -Falou e revirei os olhos. -Era engraçado. -Falou rindo e dei um tapa em seu ombro.

-Idiota. -Falei e ele riu mais e me abraçou.

Aconteceu 2: Filha do MorroWhere stories live. Discover now