Estava impaciente dentro do carro, quanto tempo ainda demoraria?
-Da pra andar mais rápido? -Pedi pro meu pai que me olhou com um olhar matador.
-Se falar isso mais uma vez eu te jogo do carro. -Ele falou e voltou a dirigir. Eu olhava o caminho pra reconhecer ele. Usuária esse caminho bastante de agora em diante.
Logo chegamos em um prédio super chique.
-Rafael, seu desgraçado. -Falei em tom de brincadeira enquanto olhava pro prédio.
Passamos pela recepção atraindo olhares, mas ninguém nos parou.
-Não deveríamos ir na recepção? -Perguntei enquanto meu pai apertava o botão pra chamar o elevador.
-Agora você decidiu seguir as regras? -Gusta zoou.
-Temos passagem branca. -Falou meu pai e o elevador chegou. Ele apertou o botão do andar e o elevador começou a subir.
-Então vocês já vieram aqui? -Eles me olharam, se olharam e desviaram o olhar. -Bem legal saber disso viu?
O elevador se abriu e tinha duas portas no andar. Gusta deu três batidas em uma delas. Não demorou para ela ser aberta e meu coração parar de bater.
Ela está linda
Ela me olhou e congelou, como se tivesse visto um fantasma.
-Co... Como entrou aqui? -Ela perguntou e soltei uma risadinha.
-A gente não se vê a três anos e é isso que você me diz? -Okay, eu podia ter ficado quieto.
-Eu estou sendo educada. -Ela falou debochada, eu mereci. -O que estão fazendo aqui? -Perguntou ela fechando mais a porta.
-João descobriu que você voltou. -Meu pai falou.
-Ah, descobriu isso? -Perguntou ela. -Que bom, já podem ir embora. -Ela falou.
-Isa, a gente tem que conversar. -Falei seriamente.
-Olha, João, eu... -Isabella se interrompe quando um choro agudo de criança começa dentro do apartamento. O choro começa a se aproximar.
-Mama! Eu cai, mama! -Ouvi uma voizinha aguda de dentro do apartamento dela. Isabella se virou. -Fez dodói no meu goelho. -A voz falou. Empurrei a porta, abrindo a mesma e chamando a atenção de dois oceanos. A menininha desviou o olhar de mim e olhou pro meu pai. -Vovô! -A criança gritou animada e correu pro colo do meu pai, que pegou ela no colo enquanto eu olhava tudo sem entender nada.
Isabella olhou pra gente, pra mim, na verdade, com uma cara assustada.
-"Vovô"? -Perguntei confuso e a menininha me olhou.
-Ele é o meu vovô. -A menininha apontou pro meu pai. -Esse é meu titiu. -Ela apontou pro Gusta que desviou o olhar. -E essa é a minha mamãe! -Ela completou animada apontando pra Isabella. -Quem é você? -Ela perguntou olhando pra mim.
Eu não conseguia responder. Minha cabeça estava girando. Cambaleei pra trás e me segurei na parede para não cair. Minha visão começou a ficar preta, sentia meus dedos formigando, assim como minhas pernas.
-João? -Escutava o eco da voz da Isabella, como se estivéssemos em um túnel, cada um em uma ponta. -João Pedro, você tá bem? -A voz continuava longe.
-Vem, irmão. -Senti mãos me fazendo andar. Eu não estava sentindo minhas pernas, não enxergava, estava tentando raciocinar as coisas.
Sentei no sofá e tentei recuperar minha sanidade mental.
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Aconteceu 2: Filha do Morro
RomanceSegunda temporada. Isabella volta para o Rio de Janeiro com sua filha, a herdeira do dono do morro, mas acredite, não por vontade própria. Ela acaba reencontrando o pai da filha dela e ai já viu... Ambos ainda sentiam coisas, Isabella não conseguia...