•Onze•

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Estava impaciente dentro do carro, quanto tempo ainda demoraria?

-Da pra andar mais rápido? -Pedi pro meu pai que me olhou com um olhar matador.

-Se falar isso mais uma vez eu te jogo do carro. -Ele falou e voltou a dirigir. Eu olhava o caminho pra reconhecer ele. Usuária esse caminho bastante de agora em diante.

Logo chegamos em um prédio super chique.

-Rafael, seu desgraçado. -Falei em tom de brincadeira enquanto olhava pro prédio.

Passamos pela recepção atraindo olhares, mas ninguém nos parou.

-Não deveríamos ir na recepção? -Perguntei enquanto meu pai apertava o botão pra chamar o elevador.

-Agora você decidiu seguir as regras? -Gusta zoou.

-Temos passagem branca. -Falou meu pai e o elevador chegou. Ele apertou o botão do andar e o elevador começou a subir.

-Então vocês já vieram aqui? -Eles me olharam, se olharam e desviaram o olhar. -Bem legal saber disso viu?

O elevador se abriu e tinha duas portas no andar. Gusta deu três batidas em uma delas. Não demorou para ela ser aberta e meu coração parar de bater.

Ela está linda

Ela me olhou e congelou, como se tivesse visto um fantasma.

-Co... Como entrou aqui? -Ela perguntou e soltei uma risadinha.

-A gente não se vê a três anos e é isso que você me diz? -Okay, eu podia ter ficado quieto.

-Eu estou sendo educada. -Ela falou debochada, eu mereci. -O que estão fazendo aqui? -Perguntou ela fechando mais a porta.

-João descobriu que você voltou. -Meu pai falou.

-Ah, descobriu isso? -Perguntou ela. -Que bom, já podem ir embora. -Ela falou.

-Isa, a gente tem que conversar. -Falei seriamente.

-Olha, João, eu... -Isabella se interrompe quando um choro agudo de criança começa dentro do apartamento. O choro começa a se aproximar.

-Mama! Eu cai, mama! -Ouvi uma voizinha aguda de dentro do apartamento dela. Isabella se virou. -Fez dodói no meu goelho. -A voz falou. Empurrei a porta, abrindo a mesma e chamando a atenção de dois oceanos. A menininha desviou o olhar de mim e olhou pro meu pai. -Vovô! -A criança gritou animada e correu pro colo do meu pai, que pegou ela no colo enquanto eu olhava tudo sem entender nada.

Isabella olhou pra gente, pra mim, na verdade, com uma cara assustada.

-"Vovô"? -Perguntei confuso e a menininha me olhou.

-Ele é o meu vovô. -A menininha apontou pro meu pai. -Esse é meu titiu. -Ela apontou pro Gusta que desviou o olhar. -E essa é a minha mamãe! -Ela completou animada apontando pra Isabella. -Quem é você? -Ela perguntou olhando pra mim.

Eu não conseguia responder. Minha cabeça estava girando. Cambaleei pra trás e me segurei na parede para não cair. Minha visão começou a ficar preta, sentia meus dedos formigando, assim como minhas pernas.

-João? -Escutava o eco da voz da Isabella, como se estivéssemos em um túnel, cada um em uma ponta. -João Pedro, você tá bem? -A voz continuava longe.

-Vem, irmão. -Senti mãos me fazendo andar. Eu não estava sentindo minhas pernas, não enxergava, estava tentando raciocinar as coisas.

Sentei no sofá e tentei recuperar minha sanidade mental.

Aconteceu 2: Filha do MorroWhere stories live. Discover now