•Trinta e Três•

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-Passageiros do voo 1397, com destino ao aeroporto do Rio de Janeiro, embarque pelo portão 27. -A voz mecânica falou e me levantei com Kim no colo e João pegava as coisas.

Fomos para o porta o e fizemos todo o processo, logo estaríamos em casa.

A semana JÁ passou. Já era sábado, 02:30 da manhã. Conseguimos vender a casa por mais que pedimos, já que muitas pessoas gostaram. Minhas aulas por vídeo chamada já estão prontas pra começar na segunda, irei me formar aqui no Brasil mesmo. O resto da nossa estadia foi legal, passeamos bastante, o João conheceu algumas coisas, ele acabou trombando um colega da faculdade meu que tivemos um pequeno caso, João socou ele.

João Pedro está estranho, ele parece nervoso ou ansioso. Tenho certeza que tem haver com a volta pro Brasil. Tem alguma coisa acontecendo e eu vou descobrir o que é.

-Amor. -Ele tirou os olhos da janela e me olhou. -O que está acontecendo? -Perguntei e ele pareceu não entender. -João, você tá estranho. O que tá acontecendo no Brasil? -Perguntei e ele riu.

-Não da pra esconder nada de você. -Falou ele e bufei.

-Nem deveria.

-Meu pai falou que tem pistas e onde Enzo está se escondendo. -Falou ele e  arregalei os olhos. -Assim que eu chegar no Brasil, você é a Kimberly vão pra casa do Rafa pegar suas coisas e eu vou no endereço. -Completou ele.

-João, toma cuidado. -Ele beijou a minha testa.

-Ninguém vai mexer com vocês. -Falou ele e assenti.

Kim dormia tranquilamente no meu colo. Como se nada no mundo pudesse tocar ela.

Depois que você vira mãe, você para de pensar em você, você só consegue pensar no seu filho e em como criar ele bem, como proteger ele de todo o mal, quando você sabe que alguma coisa vai acontecer com ele, você sente no coração.

Eu dormi no meio do voo.

-João Pedro, você não pode fazer isso. Acabou de chegar de viagem, vai pra casa, filho. -Escutava Sthe implorando pro João ficar do lado e fora do carro.

-Mãe, ele está atrás da minha filha, ninguém vai atrás dele além de mim. -João falou seriamente e montou na moto com seu pai atrás.

-Diego, fala alguma coisa. -Sthe pediu com lágrimas nos olhos.

-Eu te amo. -Diego falou e João disparou com a moto.

Sthe ainda ficou um tempo olhando a moto e distanciar. Mas então ela voltou para o carro e o vapor que estava com a gente começou a dirigir.

-Sthe, eles vão ficar bem. -Falou e ela suspirou assentindo.

Chegamos na casa do Rafa, Sthe me ajudou a guardar as coisas e Rafa também.

-Por que você não falou comigo? Isabella, não quero que vocês se sintam na obrigação de sair. Eu moro....

-Rafael. -Segurei seu rosto pra ele parar e falar. -Eu te amo, eu nunca sairia daqui. Mas você tem um marido agora, tenho certeza que quer ter sua família. Você precisa de espaço agora. Além do mais vou ir morar com o João. -Falei dando de ombros e ele suspirou.

-Venham me visitar sempre. -Falou ele e ri.

-Mas isso é claro. -O abracei e entrei no carro novamente.

Sthe foi em outro carro com a Kim e eu fui com as coisas.

Chegando no Morro, já tinham algumas mulheres pra arrumar as coisas, Sthe me chamou pra casa ela e eu fui junto com o Mike, já que Kim já estava lá.

-Sthe, sabe porque tinha tanta mulher na casa do João? -Perguntei curiosa, não sabia que tinha mulher trabalhando pro Morro.

-O João quer fazer uma surpresa, mas homem não sabe fazer essas coisas, ainda mais os vapores. -Ela falou batendo uma massa.

-Está fazendo o que? -Perguntei.

-Um bolo.

-É o aniversário de quem? -Perguntei brincando e ela riu.

-Apenas pra passar o tempo. -Falou ela e assenti.

O dia JÁ estava acabando, era por volta de 22:40. Vi Kim descendo a escada coçando os olhos.

-Mamãe, eu tava sozinha na cama da vovó. -Kim falou com uma voz manhosa e peguei ela no colo.

-Você estava num sono tão gostoso que a gente não quis te acordar. -Falei e beijei sua bochecha gorda.

-Cede o papai? -Ela perguntou olhando em volta e vendo a casa vazia.

-O papai deu uma saidinha e já volta. -Falei e ela assentiu. -Adivinha. -Ela me olhou animada.

-O que, mamãe?

-Vamos morar com o papai. -Falei e seus olhos brilharam.

-É sério? -Ela perguntou surpresa e sorri assentindo.

-É, filha. -Falei e ela abraçou meu pescoço.

-Ebaaaaa!!! -Ela comemorou e eu sorri.

Ficamos lá na cozinha conversando durante um tempo, quando eu meia noite a favela começou a soltar vários tiros pro Alto. Kim me olhou e eu olhei pra Sthe.

-Eles voltaram. -Ela falou e já foi pra fora, segui ela e Kim veio atrás, segurando na minha perna.

Logo as motos apareceram. Na frente, João Pedro, atrás seu pai e alguns caras. João parou a moto sé qualquer jeito e passou por nós sem nem nos olhar, de cara fechada, todo soado e com respingo sangue na blusa.

Kim me olhou e depois olhou pra onde o pai dela passou.

-Ele fugiu. -Diego apareceu e beijou Sthe.

-Como assim, fugiu? -Perguntei e ele suspirou.

-Não sei. Quem tava com ele foi o João. -Falou Diego e fiquei mais surpresa ainda.

-Vovô, você tá machucado? -Kim perguntou e deixei ela ali com seus avós enquanto caminhava para dentro da casa.

Fui para onde era o antigo quarto do João e ele estava lá, sentado na cama e de cabeça baixa.

-Desculpa. -Ele falou baixinho e me aproximei.

-Não precisa...

-Ele escapou. Mais uma vez. -João me olhou. -Ele estava na minha frente, Isabella. -Ele é levantou e veio na minha direção. -Eu perdi ele, ele fugiu.

-Como isso aconteceu, João? -Perguntei e ele respirou fundo.

-Ele estava a um Paço. Se eu matasse ele, iam invadir a casa. Ele falou como a Kim estava vestida.

Sabia que não era a culpa dele, nunca o culparia, sei que ele nunca faria isso é propósito. Fiquei preocupada com ele, João estava começando a ficar paranoico.

-João, tem sangue na sua blusa. -Falei e ele nem ligou.

-Não é meu. -Ele deu de ombros e tive que rir.

-Você não existe. -Falei e beijei sua bochecha. Vamos pra casa? -Perguntei e ele assentiu sorrindo. Esse é o meu homem.

Aconteceu 2: Filha do MorroNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ