•Cinquenta e Quatro•

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Ficamos passeando e depois tomamos um sorvete, quando deu 15:30 Malu me mandou mensagem falando que meu pai foi na casa dela me procurar.

-Ale, você pode me levar pro Morro? -Perguntei e ele me olhou confuso mas assentiu.

-Posso, está tudo bem?

-Tá sim. É que em dia de baile o morro fica movimentado de mais. -Falei e ele assentiu.

Fomos pro estacionamento, pagamos e fomos embora. O resto do caminho a gente foi conversando normal. Chegando no morro, pedi pra ficar na base mesmo, se meu pai visse ele, iria surtar.

-Pode deixar aqui mesmo. -Falei.

-Mas até sua casa é longe. -Falou ele.

-Não se preocupa. -Falei.

-Me preocupo sim, está muito calor, você vai passar mal subindo até lá. -Ele insistiu.

-Não vou não. -Ri e aproximei seu rosto do meu e dei um beijo na sua bochecha. Ale fez uma careta e eu ri.

-Beijou no lugar errado. -Falou e eu ri mais.

Ele riu também e se aproximou de mim. Nos beijamos, um beijo lento e sem pressa. Terminamos com um selinho, peguei minha mochila e Ale deu a volta no carro pra abrir a porta pra mim, o que eu achei muito fofo. Ele sempre faz isso.

-Avisa quando chegar em casa. -Ele falou me encostando no carro e me dando um selinho. -Toma cuidado pra subir. -Ele deu outro selinho. -Até amanhã. -Me deu outro selinho que virou um beijo.

Terminamos o beijo e eu foi pra onde os moto táxi estavam.

-Eae patroa. -Um deles falou.

-Eae, me leva pra casa. -Pedi e ele me entregou o capacete.

-Sobe ai. -Ele falou e subi depois dele.

Ele me deixou em casa e dei uma nota de dez pra ele e entrei em casa, minha mãe estava na sala assistindo TV e fazendo carinho no Mike. Ela está com uma barriguinha já, quarto mês de gestação.

-Você tava a onde?

-Você está gorda. -Falei e ela revirou os olhos.

-Gorda é a sua... Não muda de assunto não, queridinha. Onde estava? -Perguntou minha mãe.

-Fui dar uma volta. -Falei dando de ombros.

-Sem a moto? -Ela perguntou desconfiada.

-Não nasci grudada nela. -Falei com um sorrisinho.

-Se continuar me respondendo assim vai levar uns presta atenção. Tá pensando que sou seu pai? -Minha mãe perguntou.

-Desculpa. Sai com um amigo. Vou pro quarto dormir um pouco. -Falei e ela riu.

-Vai é fumar um que eu sei. -Ela falou e só subi as escadas.

Fui pro meu quarto e fiquei lá o resto do dia.

Fumei um, tomei um banho e cochilei. Acordei só de noite, tomei outro banho e comecei os preparativos pro baile.

Fiz uma maquiagem pesada, caprichei na roupa e deixei meu cabelo natural, liso e solto. Fiz minhas higienes e desci as escadas.

-Pai, você não está pronto! -Falei vendo ele deitado no sofá com a minha mãe e o Mike.

-Eu tava te procurando hoje pra falar com você, onde estava? -Perguntou ele.

-No shopping. -Falei e ele me olhou desconfiado mas não falou nada.

-Eu não vou pro baile hoje, então você tem que ir dar as boas vindas ao fim de semana. Você que vai representar hoje. -Falou ele e assenti. -Você tem que ficar no camarote, na agilidade e tem que resolver os b.o. -Falou ele e assenti.

-Pode deixar.

-Vai lá que os vapor já está te esperando pra fazer a escolta. -Falou ele e assenti.

Me despedi deles, ouvi minha mãe falar dez vezes pra eu tomar cuidado.

-Isabella, fala sério, ela está no morro dela, nada vai acontecer. -Ouvi meu pai falar, eles brigam por tudo, é engraçado. Meu pai implica com a minha mãe e como ela tem pavio curto eles acabam brigando mas no fim é só risadas e sexo.

Subi na moto e sai pela garagem. Os vapor já tava na frente de casa, quando me viram ligaram as motos e descemos pra quadrinha. Deixamos as motos no lugar de sempre e fomos pra quadrinha.

-Patrão já mandou a caminhada? -Um vapor perguntou.

-Já sim. Eu quero agilidade nessa porra, quero dois vapor em cada entrada, os fogueteiro tem que ta na agilidade e os avião também. Hoje é dia de farra e não de tragédia certo?

-Falou tudo, patroa. Solta a voz. -Me entregaram o microfone e subi no palco improvisado.

-Salve quebrada, quero muito barulho de quem está curtindo a noite. -Vários gritos foram ouvidos. -Hoje o dono não pode comparecer por conta de uma caminhada ai, mas isso não quer dizer que nois não vai representar e soltar o batidão até amanhã! Por que hoje é só o primeiro dia de quatro dias de baile. -Mais gritos foram ouvidos. -Eu quero que todo mundo fique bem loko. Na disciplina sempre e sem caô. -Falei e mais gritos. -Vamo curtir essa porra e animar. -Mais gritos e sai do palco.

-Ae patroa, se liga na foto que eu tirei. -Um vapor veio me mostrar a foto e tinha ficado realmente boa.

 -Um vapor veio me mostrar a foto e tinha ficado realmente boa

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O baile foi uma uva. Bebi, fumei e baforei que nem uma desgraçada. Sem contar nas minhas pernas que tão doendo de tanto dançar. Estava no camarote, olhando tudo de cima, quando meus olhos batem em uma pessoa que tava comprando goró.

-Ale...

-Falou alguma coisa, patroa? -Um vapor perguntou e neguei.

-Nada não. -Falei e continuei ali em cima, olhando ele.

Ele comprou uma dose e foi para um grupo de três meninos e três meninas. Todos os amigos deles tavam com uma mina do lado, menos ele.

Eu conheço essas Minas, elas moram aqui no morro, perto da boca do Norte. Vejo uma outra moradora se aproximando dele,  Ela coloca a mão no peito dele e ele olha pra mão dela e da um sorrisinho. Meu sangue ferveu de uma forma que deu vontade de descer lá é espancar os dois, pera q?

Continuando...

Ele pegou a mão dela e jogou longe, falou alguma coisa de cara fechada e a menina saiu quase correndo de lá. Ele continuou bebendo, olhando em volta como se nada tivesse acontecido.

Aconteceu 2: Filha do MorroWhere stories live. Discover now