Aconteceu 2: Filha do Morro

•Cinquenta e um•

Tomei uma ducha e coloquei uma calça jeans preta, uma regata branca e uma jaqueta de couro preta e meu Mizuno dourado. Peguei me celular, minha 08. e minha chave da moto, além do capacete.

Sai de casa e fui a milhão pra primeira boca.

Parei na frente da boca de fumo. Entrei e logo vi quatro caras, eles me olharam como se eu fosse um pedaço de carne.

-Oi princesa, o que quer? -Um deles perguntou me olhando de cima a baixo.

-Quem é o gerente dessa porra? -Perguntei irritada.

-Ixi, é Polícia?

-Sou pior que isso. -Falei e saquei a pistola. -Sou a Kim. -Engatilhei a arma. -Cadê o gerente? -Eles arregalaram os olhos.

-Leva ela lá, menó. -Pediu pro menino que tava ali do lado.

-Segue aqui, Patroa. -Segui o menino até uma porta, ele deu duas batidas e abriu. -Ae, chefe...

Entrei e um gordo me olhou irritado.

-Eae sua vadia, acha que tá a onde? -Perguntou ele e dei um sorrisinho.

-Fica na boca e chama aqueles arrombados pra cá. -Falei pro menó que assentiu e saiu correndo. -Você me chamou de vadia? - Perguntei e ele olhou a pistola. Logo os caras chegaram. Dei um tiro no joelho dele. -Vadia é a sua mãe, seu arrombado. -Falei e atirei na coxa da outra perna e ele já chorava de dor. -Vim em nome do meu pai. Tá devendo dinheiro pra ele, filho da puta.

-Seu pai?

-É, JP. Espero que tenha o dinheiro ai.

-Patroa, sabe o que é, eles ainda não pagaram o que devem. -Ele falou e ri.

-E eu tenho alguma coisa com isso? -Ele negou. -Então você não tem o dinheiro? -Negou. -Que bom. Cadê o cofre? -Perguntei e ele se fez de desentendido.

-Que cofre?

-O que tem em todas as biqueiras, seu arrombado! Cadê o cofre? -Perguntei e ele tirou um sofá da parede. -Escreve a senha em um papel e se não for a certa eu mato sua família. -Falei e ele colocou a senha em um papel. Fui lá e abri o cofre que estava amarrotado de dinheiro, armas e drogas. -Olha a audácia desse filho da puta. -Falei olhando pra ele. -Você sabe o que significa né? -Perguntei e dei um sorrisinho maligno.

Dei um tiro em sua garganta e mandei um radinho pra dois vapor ir fazer a limpa e levar pro Morro que nois ia contar.

Meu dia basicamente foi cobrando esses vermes que acham que são alguma coisa. Tive que matar vários, mas alguns cooperaram.

Voltei pra boca no final da tarde só.

-Pronto pai, todo o dinheiro, drogas e armas tão lá em baixo com os vapor. -Falei e ele assentiu.

-Mandou muito bem filha. -Falou e piscou pra mim. -Aqui sua parte. -Falou e colocou dois malotes só com nota de cem na minha frente. -Vai pra casa que eu já vou. -Completou e concordei com a cabeça.

-Não esquece que a ultrassonografia é amanhã de manhã. Mamãe falou pra eu não falar pra você porque ela não quer que você falte no trabalho, mas sei o quanto é importante pra você. -Falei guardando os malotes. -Só quero ir junto. Descobrir se é menina ou menino.

-Claro que você vai. -Ele piscou pra mim e fui pra casa.

-Mãe! Que saudade. -Falei abraçando ela que estava sentada assistindo a novela das 18:00.

-O que você quer? Quer dinheiro vai pedir pro seu pai.

-Credo, não posso demonstrar meu amor pela minha mãe? -Me afastei dela. -É isso mesmo. -Falei cruzando os braços e ela riu.

-Drama queen. O que foi?

-Nada, só queria falar que você é linda e eu te amo. -Falei dando de ombros e ela sorriu.

-Também te amo, filha. -Beijei sua bochecha e a cabeça do Mike. Subi pro meu quarto e fui pro meu closet. Guardei o dinheiro lá, além das outras coisas que eu peguei. Até porque nada é de graça nessa vida. Peguei algumas armas e dinheiro, pedi pros vapor colocar em uma bolsa separada e deixar na porta de casa.

Guardei tudo e peguei um pijama. Tomei um banho relaxante, fiz minhas higienes e coloquei minha camisola, que era só uma blusa do meu pai.

Peguei no celular pela primeira vez desde que são de casa mais cedo. Tinha várias mensagens e ligações do Ale e da Thaylla.

Thaylla: Cabulou com o gato do Borgo né?
Thaylla: Tão namorando?
Thaylla: O pau dele é grande mesmo?

Ri e neguei com a cabeça.

Eu: Como sabe q cabulei com ele?
Eu: Não sei, ainda não vi

Ela não tava on, ao menos recebeu a mensagem então fui pra conversa do Ale que estava cheia de coisas que ele falou. Ele passou o dia me contando o que estava fazendo. Eu li com o maior gosto, queria mesmo saber. Mas foi meio entediante. Ele perguntou quando a gente ia se ver de novo, falando que tava com saudade e essas coisas que eu achei muito fofo.

Eu: Não vou pra escola amanhã

Ele nem tava on, mas não demorou pra isso mudar.

Ale: Mentira
Ale: Pq?

Eu: Verdade
Eu: Amanhã é a ultra da minha mãe e quero fazer uma surpresa dessa vez. Quero que tudo saía perfeito.

Bloqueei o celular e fui me preparar. Eu queria que o sexo do bebê fosse segredo, porque queria fazer uma surpresa.

Minha mãe esta de quatro meses, o que quer dizer que meu irmão ou irmã vai nascer em Julho. No mesmo mês que a minha mãe e eu. Meu pai faz no final do ano. 31 de Dezembro. Minha mãe 18 de Julho e eu 26 de julho.

Enfim. Meu celular apitou.

Ale: Então eu te desculpo
Ale: Mas quero te ver quando você voltar

Eu: Já falei pra cuidar se não eu me apaixono

Ale: Então vou continuar.

Eu: Cuidado com o futuro que deseja pra você

Ele demorou um pouco.

Ale: É difícil eu estar errado nas minhas decisões.

Pensei em uma resposta, Mas não encontrei.

Eu: Acho que vou dormir
Eu: A consulta vai ser de manhã

Ale: Buenas gatinha